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Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL

VIAS DE COMUNICAÇÃO
Luís de Picado Santos
(picsan@civil.ist.utl.pt)

Misturas Betuminosas
Formulação de misturas betuminosas

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Composição duma mistura
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

Volumes Massas

Ar Vv
Vv Mv≈0
VMA Vb Va
Vb Betume Mb

Mt
Va Agregado Ma

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Composição duma mistura (continuação)
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

BARIDADE MÁXIMA TEÓRICA


M + Ma 1
ρ max = b = (g/cm 3 ) [Bt]
Vb + Va pb n p ai
+∑
100xρ b i =1 100xρ ai

POROSIDADE
Vt − (Vb + Va ) ρ −ρ
n= x100 = max x100 (%) [ρ = Bm]
Vt ρ max

TEOR VOLUMÉTRICO EM BETUME Volumes Massas


V p xρ
TVB = b x100 = b x100 (%) [ρ = Bm] Vv
Ar
Mv≈0 Vv
Vt ρb VMA Vb Va
Vb Betume Mb
VOLUME DE VAZIOS NO AGREGADO
V + Vv Mt
VMA = b x100 = n + TVB (%) Va Agregado Ma
Vt

GRAU DE SATURAÇÃO EM BETUME


Vb TVB
Satb = x100 = (%) [Satb = Sb]
Vb + Vv VMA

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Objectivos a atingir para uma mistura
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

► Suficiente quantidade de ligante para assegurar uma boa


durabilidade;

► Uma quantidade moderada de ligante que não prejudique a


resistência às acções mecânicas;

► Uma elevada percentagem de vazios de modo a evitar a


exsudação do betume mas, não tão elevada que provoque
pós-compactação;

► Uma suficiente trabalhabilidade que permita o espalhamento


da mistura;

► Boas características de desempenho estrutural e funcional.

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Metodologia de Marshall
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

Selecção dos agregados


e do betume

Fabrico dos provetes Baridade aparente

Força de Rotura
Ensaio de compressão
Deformação

Porosidade
Baridade máxima
V. M. A.
teórica
Estudo adicional Grau de Sat. em Bet.

Wheel Tracking Fabrico


Percentagem de betume
Sensibilidade à água Trecho Experimental

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Agregados - características
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

abertura das malhas


% acumulada
de peneiros UNE
do material que passa
(mm)

20 100
Betume 14 90 - 100
■ 50/70 10 67 - 77
■ 35/50 4 40 - 52
■ 10/20 2 25 - 40
0,5 11 - 19
0,125 6 - 11
0,063 5 - 8

Exemplo de propriedades exigíveis para os agregados


- % de material britado = 100%
- perda por desgaste na máquina de Los Angeles (granulometria B) ≤ 20%
- índices de lamelação e alongamento ≤ 25%
- coeficiente de polimento acelerado ≥ 0,50
- EA da mistura de agregados (sem adição de filer comercial) ≥ 60%
- valor de azul de metileno (material de dimensão inferior a 75 µm) ≤ 0,8
- absorção de água por fracção granulométrica componente ≤ 2%
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Agregados - escolha da composição
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abertura das malhas (mm) 20 14 10 4 2 0,5 0,125 0,063


min 100,00 90 66 40 25 11 6 5
Caderno Encargos
max 100,00 100 77 52 40 19 11 8
a) Gravilha 10/14 35 100,0 65,0 32,5 1,1 0,9 0,7 0,5 0,3
b) Gravilha 6/10 23 100,0 100,0 90,5 6,6 1,6 1,0 0,8 0,5
c) Areia 0/6 40 100,0 100,0 100,0 96,8 63,9 25,1 16,7 8,9
d) Filer Comercial 2 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 99,8 97,7 78,1
Curva Final 100 100,00 87,75 74,19 42,62 28,24 12,51 8,99 5,34

100,00

90,00

80,00

70,00

60,00

50,00

40,00

30,00

20,00

10,00

0,00
0,01 0,1 1 10 100

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Fabrico de provetes
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura
EN 12697-35 (fabrico da mistura)
EN 12697-30 (compactação de provetes)

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Determinação da baridade aparente
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AMOSTRA 9

MASSA DA AMOSTRA SECA (g) A 1196,0

MASSA DA AMOSTRA DENTRO DE ÁGUA (g) C 706,0

MASSA DA AMOSTRA COM A SUPERFÍCIE SECA (g) B 1197,0

TEMPERATURA DA ÁGUA (ºC) T 23,0


EN 12697- 6
FACTOR DE CORRECÇÃO K 1,00050

VOLUME DA AMOSTRA (cm3) V=B-C 491,0

ABSORÇÃO DE ÁGUA (%) Ab = 100 (B - A) / V 0,2%


3
BARIDADE DA AMOSTRA (g/cm ) ρMB = A / V 2,436

BARIDADE DA AMOSTRA A 25ºC (g/cm3) ρMBF = K . γMB 2,437

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Ensaio de compressão
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

EN 12697-34
FORÇA de ROTURA

60ºC ± 1 ºC
DEFORMAÇÃO

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10/20

10
Ensaio de compressão
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

EN 12697-34

S – Força de Rotura (Stability) em kN: 1 na figura


F – Deformação (Flow) em mm: 2 na figura

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Determinação da baridade máxima teórica
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EN 12697- 5

AMOSTRA 9 e 10

MASSA DA AMOSTRA SECA (g) A 2378,0

MASSA DO PICNÓMETRO CHEIO DE ÁGUA (g) D 11652,0

MASSA DO PICNÓMETRO COM AMOSTRA CHEIO DE ÁGUA (g) E 13072,0

TEMPERATURA DA ÁGUA (ºC) T 23,0

FACTOR DE CORRECÇÃO K 1,00050


3
VOLUME DA AMOSTRA (cm ) V=A+D-E 958,0
3
BARIDADE MÁXIMA TEÓRICA DA AMOSTRA (g/cm ) γmaxMB = A / V 2,482
3
BARIDADE MÁXIMA TEÓRICA DA AMOSTRA A 25ºC (g/cm ) γmaxMBF = K . γMB 2,483 12/20
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Grandezas determinadas
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Barid.
Peso Peso % Baridade Força de
Provete Max. Deformação
Agregado betume Betume Aparente Rotura
Teórica
nº Pa (g) Pb (g) Pbe Bm (g/cm3) Bt (g/cm3) Fr (kN) Def (mm)
1 1152 48 2,292 8,15 3,0
2 1152 48 0,040 2,291 2,483 7,53 3,1
3 1152 48 2,323 8,89 3,0
4 1146 54 2,327 10,32 3,0
5 1146 54 0,045 2,354 2,475 10,50 3,4
6 1146 54 2,333 10,61 3,0
7 1140 60 2,368 11,50 3,3
8 1140 60 0,050 2,370 2,477 10,90 3,4
9 1140 60 2,359 11,30 3,0
10 1134 66 2,368 11,10 3,8
11 1134 66 0,055 2,356 2,463 10,05 3,5
12 1134 66 2,367 10,30 3,0
13 1128 72 2,351 9,73 3,8
14 1128 72 0,060 2,344 2,430 9,92 3,4
15 1128 72 2,321 9,86 3,5
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Determinação das grandezas necessárias
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Grau de
Barid. Teor Vol. Vazios
Baridade Satura. Força de
Mistura % Betume Max. Poros. Volum. Esquel. Defor.
Aparente (Vazios com Rotura
Teórica Betume Agreg.
…) Betume

- - - - (Bt-Bm)/Bt (BmxPbe)/γb n+TVB TVB/VMA - -

nº Pbe Bt (g/cm3) Bm (g/cm3) n (%) TVB (%) VMA (%) Sb (%) Fr (kN) Def (mm)
1 0,040 2,483 2,302 7,3 8,941 16,2 55,1 8,19 3,0
2 0,045 2,475 2,338 5,5 10,214 15,8 64,8 10,48 3,1
3 0,050 2,477 2,366 4,5 11,485 16,0 71,9 11,23 3,2
4 0,055 2,463 2,363 4,0 12,621 16,7 75,7 10,48 3,4
5 0,060 2,430 2,338 3,8 13,622 17,4 78,3 9,83 3,6

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Determinação da percentagem de betume
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12,00 2,390 8,0

Baridade Aparente (g/cm3 )


2,370
11,00
Força de Rotura (kN)

7,0
2,350

Porosidade (%)
10,00
2,330 6,0
9,00
2,310 5,0
8,00
2,290
7,00 4,0
2,270
6,00 2,250 3,0
0,035 0,04 0,045 0,05 0,055 0,06 0,065 0,035 0,040 0,045 0,050 0,055 0,060 0,065 0,035 0,040 0,045 0,050 0,055 0,060 0,065
0,050 % de betume 0,052 % de Betum e 0,055 % de Betume

20,0 5,0
Vol. de Vazios Esqueleto Agregado (%)

19,0 4,5

Deformação (mm)
18,0 4,0

17,0 3,5

16,0 3,0

15,0 2,5

14,0 2,0
0,035 0,040 0,045 0,050 0,055 0,060 0,065 0,035 0,040 0,045 0,050 0,055 0,060 0,065
% de Betume % de Betume

■ Número de pancadas em cada extremo do provete 50


■ Força de rotura 7,5 a 15 kN
■ Deformação 2 a 4 mm
0,05 + 0,052 + 0,055
% de Betume = = 0,052 ■ Valor de VMA mínimo 14%
3
■ Porosidade 3 - 5%
■ Cociente Marshall min 3 kN/mm
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Determinação da percentagem de betume
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura

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Sensibilidade à água
Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura
EN 12697- 12

6 provetes (podem ser Marshall


preparados com 25 pancadas em cada
lado) com baridades (chegar a valores
esperados em obra) e dimensões
semelhantes;
3 provetes ao ar (20±5 ºC)
3 provetes na água (40±1 ºC) durante 68
a 72 horas

Provetes ensaiados no ensaio de tracção


indirecta a 25ºC

EN 12697- 23

ITSR (%) – quociente de ITS


ITSw (kPa) – ITS do grupo que foi à água (wet)
ITSd (kPa) – ITS do grupo seco (dry)
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Wheel tracking
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EN 12697-22

Permite avaliar a susceptibilidade à deformação permanente medindo a profundidade 60ºC


de rodeira formada pela passagem repetida do. Ensaio até aplicar 10 000 ciclos de
carga ou até ser alcançada uma profundidade de rodeira de 20 mm.
Profundidade
Tempo
de rodeira
0 0.00
1 0.11
2 0.21
3 0.22
4 0.31
5 0.31
6 0.38
7 0.40
8 0.41
9 0.41
10 0.43
11 0.50
12 0.51
13 0.51
14 0.51
15 0.51
16 0.51
17 0.60
18 0.59
19 0.60

- Taxa de deformação em ensaio de pista: WTSAIR =


( d10 000 -d5 000 )
5 equipamento pequeno,
- Percentagem de profundidade de rodeira: PRD AIR procedimento B em ar
- Profundidade de rodeira

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Fabrico e Trecho Experimental
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FORMULAÇÃO (misturas a quente/Marshall)
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• Principais vantagens

 Execução muito conhecida;


 Aplicado há muitos anos.

• Principais limitações

 Temperatura de realização do ensaio;


 Representatividade dos provetes;
 Dimensão nominal máxima do agregado é 25 mm;
 Desadequado perante novos materiais e novas exigências em
termos de pavimentos rodoviários, já que não se baseia nas
propriedades fundamentais, intrínsecas e de desempenho,
das misturas betuminosas.

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