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1 INTRODUÇÃO
“O presente artigo objetiva quantificar e analisar a presença ou ausência dos
instrumentos do Estatuto da Cidade nos Planos Diretores da Região Metropolitana de
Campinas (RMC) e, paralelamente, discutir a questão da falta de eficácia desses
instrumentos nos municípios.” [pág. 59]
Este artigo analisa de maneira panorâmica a vigente situação acerca do Estatuto da
cidade e sua devida aplicabilidade no Plano Diretor dos municípios pertencentes a
RMC. E também a inaplicabilidade dos instrumentos instituídos nos Planos.
1. O ESTATUTO DA CIDADE E SEUS INSTRUMENTOS: REFLEXÕES SOBRE SUA
UTILIZAÇÃO E EFICÁCIA
“[...] O solo urbano, até então denominado sob o arbítrio do Estado-Nação, passa a
presenciar outra possibilidade com a instituição da referida lei. Segundo Paulino
(2011), o Estatuto regulamenta os artigos que institucionalizam a função social da
posse privada no interior do município, conferindo assim poder até então inexistente à
política local. É o primeiro mecanismo de gestão que permite a participação popular,
que amplia a atuação na intervenção do direito de propriedade, regularização de
posses das propriedades e, portanto, a regulamentação dos usos.” [pág. 60]
A partir de breves contextualizações acerca do Estatuto da cidade e seus objetivos, as
autoras salientam a importância desse mecanismo para a funcionalidade,
aplicabilidade e efetividade do Plano Diretor dentro dos municípios, destacam a
importância do Estatuto para a boa funcionalidade do Plano e dá ao município poder
para regulamentar sua política urbana, e também a participação popular, que abrange
os principais agentes que sofrem as consequências das tomadas de decisões da cidade.
“[...] além de planos diretores e realizações de medidas urbanas fosse comandada por
aqueles que realmente são interessados, ou seja, a grande massa popular. No entanto.
É necessário também colocar em pauta a falta de instrução e informação da massa, o
que dificulta e muitas vezes inviabiliza as discussões.” [pág. 61]
“Conforme cita Jatobá (2008), ainda que constem os instrumentos no Estatuto, no
Plano Diretor e nas leis complementares, isso não significa melhora efetiva na
qualidade urbana nem garantia da função social nas cidades brasileiras.” [pág. 62]
Entretanto, tornou-se necessário colocar em pauta a falta de conhecimento e
instrução da população, situação que inviabiliza que muitos cidadãos interfiram de
maneira direta e positiva na participação efetiva do Plano Diretor. A divulgação quase
nula das reuniões que objetivam as tomadas de decisões, também dificultam que os
agentes mais importantes da cidade, a população, atue.
LIVRO
“Instrumentos do Estatuto da Cidade na região metropolitana de Campinas:
contradições e conflitos”