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Anamnese – Identificação
Idade:
Procedência:
AP
Pesquisar causas potenciais de insuficiência cardíaca: HAS, febre reumática, pneumopatias crônicas, contato com
triatomíneos, difteria, sífilis, traumatismos torácicos.
História prévia de alterações cardiológicas (sopro, aumento de área cardíaca, alterações no ECG).
HF: antecedentes de doenças cardíacas em familiares ou em descendentes, época do surgimento, evolução, predisposição
familiar a doenças cardiovasculares, HAS, DM, dislipidemias, obesidade, FR, histórico de morte súbita na família, AVC.
HPS: conhecimento integral do paciente questionando sua profissão, personalidade, educação, estilo de vida, atividades
físicas, laborais e recreativas, situação socioeconômica, repercussão da moléstia sobre sua qualidade de vida, ambições e
frustrações versus a doença em questão.
– Atentar para fatores psicológicos que podem modificar as manifestações dos distúrbios cardiovasculares, seja ocultando-
os ou ampliando-os.
Distúrbio da Ansiedade
Dispneia, palpitações, dor torácica, tonturas, fadiga, astenia são comuns em distúrbio da ansiedade e em doenças
cardiovasculares, sendo, às vezes, difícil diferenciá-los.
Sua diferenciação se apoia em uma caracterização adequada, na identificação de outras manifestações de ansiedade e na
avaliação funcional e estrutural do ACV. Quando coexistem ansiedade e cardiopatia torna-se mais difícil a diferenciação.
Observação durante os sintomas pode ajudar e devem ser usados métodos auxiliares (teste ergométrico, ECG dinâmico etc).
Síndrome de Da Costa
Mais comum em jovens mulheres; consiste em um grupo de sintomas que limitam a capacidade da pessoa ao esforço físico,
sem evidências de doença.
Costuma haver dor torácica sem características de angina; dispneia (sufocação), na maioria das vezes, em repouso ou
desencadeada por exercícios físicos leves, mas não por exercícios intensos; tonturas; vertigens; astenia; fadiga;
palpitações, algumas vezes com taquicardia.
Exame físico não revela alterações importantes a não ser hiperatividade autonômica (sudorese, inquietação, nervosismo,
suspiros, tremores).
Outras denominações: coração irritável, Sínd. do esforço, astenia vasorreguladora, coração do soldado, neurose cardíaca.
Apresentam excessiva resposta cronotrópica a esforço físico ou a manobras como hiperventilação e mudança de posição.
Caracterizada por fadiga debilitante, persistente ou recidivante, por mais de seis meses, sem um diagnóstico médico bem
definido.
Paciente refere fadiga ou exaustão após atividades físicas relativamente pequenas, sendo que anterior/ as realizava ou,
realizava até mesmo, outras maiores.
Outros sintomas: dor muscular, poliartralgia, cefaleia, mal estar após exercício, sono não satisfatório, adenopatia, dor de
garganta.
Também pode haver intolerância ortostática, fadiga incapacitante, tontura, diminuição da concentração e náuseas.
Síndrome da Hiperventilação
Cursa com manifestações da alcalose respiratória como dormência perioral e extremidades, tonturas, vertigens, síncope,
perturbações visuais, zumbidos, contrações musculares, espasmo carpopedal.
Costuma coexistir dor torácica, dispneia e tontura levando-se a atribuir os sintomas a uma causa cardíaca.
DD se baseia na constatação e análise dos sintomas, adequadamente caracterizados e nas manif. sugestivas de
hiperventilação, tensão e ansiedade. A anamnese pode revelar hiperventilação não relatada.
Em casos selecionados pode-se tentar reproduzir os sintomas de hiperventilação pedindo que respire rapidamente 30
vezes/min por 3-5 minutos. Monitorar o ECG se houver possibilidade de cardiopatia.
Dispneia
Classificada como sinal quando notado por um observador e sintoma quando percebido pelo paciente.
Fatores culturais, percepção e sensibilidade do paciente, quadro de ansiedade, pneumopatias, anemia e cardiopatia
interferem na produção e na percepção da dispneia tornando difícil sua correta identificação, classificação e avaliação,
sendo a anamnese muito útil nessa diferenciação.
Faz parte dos sintomas relacionados à insuficiência cardíaca, juntamente a edema, tosse, expectoração, chieira, fadiga,
astenia, sudorese, insônia, sonolência, alterações mentais e de consciência.
Dor/desconforto torácico
Principal indicador de isquemia miocárdica (IM) sintomática. Usual/ é o que leva a procura do médico ou interrupção da
atividade desencadeante.
Nem sempre há correlação entre a intensidade/duração da dor e a gravidade da IM, pois a dor varia entre pacientes com o
mesmo grau de IM e no mesmo paciente em momentos diferentes.
Não é sintoma obrigatório na IM; há episódios de IM de intensidade suficiente para causar necrose miocárdica, mas não
percebidos pelo paciente = isquemia miocárdica silenciosa. Causas:
– Denervação autonômica no DM; lesão/destruição de terminações nervosas no IAM; transmissão central defeituosa da dor
ou limiar de percepção da dor elevado; personalidade afetando a percepção/limiar da dor ou estímulo isquêmico
deficiente.
Angina pectoris: dor ou desconforto decorrente de IM transitória, não associada a evidências de necrose miocárdica.
Equivalentes de angina: mais comum em idosos ou diabéticos, a dor é substituída por manifestações como:
Dispneia;
Fadiga, fraqueza;
Sudorese;
Palpitações;
Localização corporal: a dor de origem cardíaca é referida, sendo percebida em outras regiões do corpo, como pele e
músculos.
Localização da dor cardíaca: região subesternal ou um pouco à esquerda do esterno, face anterior do pescoço e face ulnar
do braço esquerdo, do tipo difusa.
Se muito intensa pode se estender à parte anterior do pescoço e do hemitórax D, ombros e braços, sobretudo braço E.
Menos comumente se estende ao hemitórax D, epigástrio, dorso, ombros, mandíbula, ambos os braços e região
interescapular. *
Qualidade: pode ser um desconforto, sensação de constrição, aperto, peso, sufocação, dolorimento, queimação.
Síndrome intermediária: angina com episódios de dor ≥20 min, resposta insatisfatória a vasodilatadores e sem evidência
de necrose ao ECG. Enzimas nls ou levemente elevadas.
Angina instável (em crescendo): episódios de dor comparativa/ mais intensos, frequentes, prolongados e desencadeados
por atividades menores ou em repouso.
Circunstâncias: maior incidência dos episódios de isquemia nas 1as horas da manhã (ritmo circadiano).
Condições associadas: a concomitância com distúrbios que incrementam o consumo de oxigênio ou reduzem a
capacidade de transporte de oxigênio (ansiedade, insuficiência respiratória, anemia, hipertireoidismo, HAS, uso de
medicamentos) pode desencadear ou agravar a angina.
Fatores que precipitam/aliviam: a dor caracteristicamente surge com o esforço físico e o estresse emocional, desparece
com a cessação da atividade desencadeante ou com medicamento vasodilatador SL.
Angina atípica: com apenas algumas características, a qualidade ou a localização pode não ser a habitual, ou não ter
relação com exercício físico, sem alívio com interrupção do exercício ou medicação SL.
Raramente a anamnese, assim como qualquer outro método não invasivo, oferecem absoluta certeza em relação ao
diagnóstico de coronariopatia.
Teorema de Bayes
O valor de predição de qualquer teste, definido pela sensibilidade e especificidade, é variável e depende da probabilidade
da coronariopatia na população em estudo. Devem ser consideradas a idade, o sexo e o tipo de dor na estimativa da
probabilidade de coronariopatia. A precisão aumenta com a inclusão de outros fatores de risco como fumo e
hiperlipemia, antecedentes de IAM, alterações no ECG.
Palpitações
‒ Redução do limiar de percepção: pessoas diferentes ou a mesma pessoa em situações diversas comportam-se
diferentemente na percepção ou não de batimento cardíaco. A ansiedade reduz este limiar ocasionando palpitações.
‒ Contração ventricular vigorosa com ejeção de grande volume sistólico como na regurgitação aórtica ou na comunicação
intercavitária.
Tipo de sensação: “palpitação, batedeira, disparo, agitação no coração”. Pedir que represente a sensação e ver se está
associada a FC normal, aumentada ou diminuída; regular ou irregular (extrassís-toles são “arrancos, pontadas, saltos,
batimento fraco e parada”).
Modo de início: início e término abruptos nas taquicardias paroxísticas; término gradual nas taquicardias sinusais.
– Início e término graduais, com atividade física sugerem taquicardia sinusal. Se surge com atividade física menor que a
habitual pode ser patológico (insufic. card, insufic. respiratória, anemia).
Época de instalação, frequência e duração: de longa duração dão informação sobre o prognóstico. Sua duração e
frequência com que ocorrem orientam a conduta.
Sintomas associados:
‒ Outros sintomas de ansiedade se essa é a causa das palpitações.
‒ Diagnóstico prévio de cardiopatias, arritmias; uso de café, chá, álcool, fumo drogas ilícitas.
Síncope
Abolição súbita da consciência, transitória e de curta duração, com perda do tônus postural, causada por deficiência de
fluxo cerebral e hipoxemia súbita.
‒ A hipoxemia crônica somente provoca síncope se há fatores que reduzam o fluxo sanguíneo cerebral.
Tontura
A astenia e a instabilidade postural têm as mesmas causas da síncope, mas manifestam-se com menor intensidade.
Intolerância ortostática
A posição ereta impõe estresse gravitacional. O sangue deslocado para nádegas, pelve e mmii deve ser compensado
mantendo-se o fluxo sanguíneo e a oxigenação adequada do cérebro por meio de respostas cardiovasculares fisiológicas e
adaptativas.
Intolerância ortostática: quadro clínico apresentado por uma pessoa que relata determinados sintomas ao assumir a
posição ereta e que cessam quando retorna à posição supina.
Sintomas de baixa perfusão cerebral: tontura, visão turva ou em túnel, palpitações, taquicardia, desconforto torácico,
fadiga, fôlego curto, náuseas, raramente síncope, tremores e fraqueza nas pernas.
Sinais: deve-se medir a PA e a FC nas posições supina e ereta e pode-se usar o teste da mesa inclinada que possibilita
simular o paciente monitorado na posição ereta.
Estetoscópio
Introduzido por Laennec na prática médica há mais de 1,5 século, sua utilidade não decresceu com o surgimento dos novos
métodos propedêuticos.
Seu uso não traz risco ao paciente, tem longa durabilidade e seu custo operacional torna-se baixo.
Peças auriculares: prefere-se as peças maiores, pois as pequenas podem penetrar em excesso no canal auditivo e seus
orifícios entrarem em contato com as paredes das orelhas dificultando a ausculta. Seu eixo deve ser paralelo ao eixo longo
do canal auditivo. Devem estar bem ajustadas às orelhas para não haver vazamento dos sons ou interferência de sons
externos, porém devem ser confortáveis. Recomenda-se escolha pessoal.
Tubos: os de material plástico parecem ser melhores que os de borracha. Devem ser o mais curtos que não interfira no uso
prático (± 30cm), não havendo comprovação que dois tubos sejam melhores que um tubo.
Transmite melhor os sons de baixa frequência (3ª e 4ª bulhas, sopro diastólico da estenose mitral).
As campânulas com diâmetros maiores são mais eficientes, mas seu uso em magros e crianças é mais difícil (usar
estetoscópio com duas campânulas ou com campânula de 2,5cm).
O anel de borracha que reveste a campânula minimiza perda do som, amortece a pressão e aumenta seu diâmetro.
Transmite melhor sons de alta frequência (1ª e 2ª bulhas e a maioria dos sopros ou ruídos cardíacos).
Os maiores (4,5cm) são de mais fácil uso, pois não exigem perfeita adaptação à pele.