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Resumo Farmácia hospitalar 1º TVC

ARMAZENAMENTO DE MATERIAIS MÉDICO HOSPITALARES

 Classificação: medicamentos, material médico hospitalar, saneantes, insumos farmacêuticos, material de


embalagem, produtos químicos.
 Estabilidade: física (manter aparência, sabor, uniformidade e dissolução), química (integridade e potência),
microbiológica (esterilidade, não contaminados). Alterada por fatores extrínsecos (calor, radiações, umidade,
agentes microbianos, oxigênio do ar, CO2 atmosférico, recipientes) ou intrínsecos (pH, não utilização de
estabilizantes adequados, incompatibilidades químicas ou físico-químicas, óxido-reduções, hidrólise,
racemização).
Alterações na forma farmacêutica: comprimidos (excesso de pó, quebras, lascas, rachaduras, manvhas,
descoloração, depósitos), drágeas (fissuras, rachaduras, manchas), cápsulas (amolecimento/endurecimento),
pós efervescentes (crescimento de massa e pressão gasosa), cremes e pomadas (perda de água, mudança na
consistência, separação de fases, endurecimento), soluções e xaropes (precipitação e formação de gases),
injetáveis (turbidez, partículas, vazamento, cristais, mudança na cor), emulsões (quebra da emulsão,
mudança de cor/odor), suspensões (precipitação, partículas, grumos, cheiro forte, cor, gases).
 Recebimento: CAF, Farmácia Central e unidades descentralizadas (uso imediato). Deve existir um sistema de
recolhimento de medicamentos com programa de descarte/destruição dos fora do prazo de validade. Ao
receber deve-se conferir quantidades, lotes e prazos de validade, de acordo com o POP.
 Transporte: principal aéreo e rodoviário. A carga deve viajar fechada, organizada, isolada, com temperatura
controlada.
 Armazenamento: o farmacêutico deve receber, estocar, conservar mantendo qualidade e eficácia. Produtos
protegidos contra perdas e roubos, sempre controlando o estoque (informar sobre movimentações). Evitar
manter no mesmo espaço físico medicamentos com embalagem/nome/som parecido, mesmo princípio ativo
de dosagens diferentes.
 Sistemas de controle de estoque: sistema empírico; sistema de fichas de prateleira (com produto) ou ficha
Kardex (arquivos); sistema eletrônico com cadastro de produtos especificando grupo de fármacos, princípio
ativo, frações, entre outros- benefícios: facilidade, agilidade, confiabilidade, interpola dados, tempo,
monitora uso, farmacovigilância; em sistemas integrados é possível correlacionar o estoque com
receita/resultado, consultas, custos, faturamento hospitalar e cadastrar tanto
produto/panciente/fornecedor).; código de barras (controla lote, validade, exatidão no processo, processa
em tempo real, elimina codificação; mas precisa etiquetação e custa de implantação da impressora e leitor);
sistema informatizado mapa de endereçamento de produtos controlado, com melhor aproveitamento de
espaço físico.
Estoque fora da farmácia: monitorados e em segurança, repostos oportunamente.
-Medicamento de alta vigilância ou potencialmente perigosos: risco aumentado de provocar danos, menos
frequentes porém mais graves (exemplo soluções de eletrólitos concentrados).
-Medicamentos de controle especial: dependência física ou psíquica, responsabilidade legal do
farmacêutico.
-Medicamentos termolábeis: sensíveis a temperatura, estocagem especial e prioritária (não colocar na
porta, bandejas acima das embalagens, ter gelo e garrafas de água que irão manter a temperatura em caso
de defeito).
 Almoxarifado: limpeza e higienização, espaços de estocagem/recebimento/expedição delimitados, controle
de temperatura e umidade, monitoramento de rede de frio, mobiliários adequados. Controle rigoroso de
medicamentos controlados pela portaria 344/1998.
Código de barras sem lote/validade > re-
etiquetamento. Com controle de fluxo de pessoas
para preservar a segurança, uso de EPI, sinalização
adequada de rota de fuga, extintores, cuidado com o
empilhamento de produtos para evitar acidentes,
cuidado com inflamáveis e quimioterápicos.
Implementar sistema First in First out.
 Distribuição: atendimento seguro/eficiente de itens necessários, garantindo condições adequadas de
transporte, identificação e rastreabilidade do produto. Deve ser rápida, segura, com registros, planejada e
com informações sobre sistemas de distribuição especial. Pode ser automatizados, sempre em boa
manutenção para prevenir erros.
 Transporte: com material próprio para isso, como embalagens isotérmicas refrigeradas ou bobinas de gelo,
caixa de transporte de vacinas e imunobiológicos.

CONTROLE DE ESTOQUE
 Boa administração de estoque diminui o capital investido e aumenta qualidade/segurança do serviço.
 Políticas de estoque: meta da empresa quanto ao tempo de entrega do produto, definir número de
almoxarifados e lista dos estocados, fixa nível de flutuação do estoque, determina até que ponto é permitida
especulação com estoque, define rotatividade de estoque.
 Princípios básicos: o que estocar, quando reabastecer, quanto é necessário para determinado período,
departamento de compras faz aquisição, atender necessidades de armazenamento de cada material,
controlar em termos de quantidade/valor/posição, manter inventários para avaliar quantidade e estado dos
materiais estocados, identificar e retirar do estoque os itens obsoletos/danificados.
 Previsão de estoque: partida do planejamento. Com algumas técnicas:
- Projeção: futuro será igual passado ou consumo evoluirá;
- Explicação: explica consumo passado por leis que explicam variação, desde que essas leis sejam previsíveis
ou conhecidas;
- Predileção: funcionários experientes estabelecem evolução do consumo.
 Método de média móvel: média aritmética dos meses/número de períodos que dá o consumo médio.
 Custo de estoque: de capital, com pessoal, com edificação, de manutenção que resultam no custo de
armazenagem. Esse custo aumenta com a quantidade estocada e com o tempo de permanência em estoque.
 Variáveis para o cálculo no nível de estoque:
o Consumo Médio Mensal (CMM) – quantidade referente à média aritmética das retiradas mensais do
estoque (devem ser utilizados os valores relativos a, no mínimo, os últimos seis meses)
o Estoque Médio (EM) – nível médio de estoque em torno do qual as operações de compra e consumo se
realizam.
o Intervalo de Suprimentos – intervalo entre dois suprimentos (depende das quantidades compradas, do
tempo de entrega dos fornecedores e do consumo médio).
o Estoque de Mínimo ou de Segurança (E mín) – é a quantidade mínima que deve ser mantida em estoque;
destina-se a cobrir atrasos no suprimento, de modo que as garanta o funcionamento ininterrupto do
processo produtivo, sem o risco de faltas. Pela fórmula simples (Emin = CMM x K -porcentagem de
garantia, fator de segurança) ou método da rotatividade (CMM / estoque médio).
o Estoque Máximo (Emáx) – soma do estoque mínimo com o lote de compra.
o Tempo de Reposição (TR) – intervalo de tempo entre a emissão do pedido e a chegada do material ao
estoque.
o Estoque disponível – estoque existente (físico) mais os fornecimentos em atraso e em aberto.
o Ponto de pedido (PP) – ponto em que se verifica se o saldo
disponível está abaixo ou igual a certa quantidade, que
determina a necessidade de um novo suprimento ( PP = CMM
x TR x Emin). Conhecido como método do estoque mínimo,
mantém investimento ótimo em estoque e a quantidade
solicitada é conhecida como lote econômico de reposição. Em
que: tempo de ressuprimento (Ta); estoque de segurança (Es);
com o lote de reposição (Q); estoque máximo (Emáx); estoque
médio (Em); intervalo de ressuprimento (IP); demanda(D).
o Ruptura do estoque – condição caracterizada quando o
estoque chega a zero e não se pode atender à necessidade de
consumo. Causada por oscilação no consumo, atraso no tempo
de reposição, remessa divergente do solicitado e diferenças de inventário.
 Lote econômico de compras (LEC): mais comum para definir
quanto pedir. Balanceia custo de manutenção, pedidos/faltas
associados a nível de serviço adequado. Fórmula:

Onde: D= demanda anual (unidades); A=


custo de aquisição por pedido; E= custo de manutenção anual
do item (%); C= custo do item.
 Curva ABC: identifica itens que necessitam de tratamento
adequado quanto a administração. O critério de ordenação é
o custo anual de cada item (preço x consumo anual). Para
realizar o processo deve-se coletar, ordenar e confeccionar os
dados, depois seguir para análise.
Classes da curva:
o Classe A: itens mais importantes (máximo de 20% dos
itens e cerca de 50% do custo total). Critérios de
gerenciamento: redução de estoque, de período de
renovação/ressuprimento, controla sua utilização, busca
melhor fornecedor, melhores preços e elabora POP;
o Classe B: 20-30% dos itens e cerca de 20-30% do custo
total. Revisão contínua para tentar minimizar custos;
o Classe C: menos importantes (50% dos itens e 20% do
custo total), igual B.
Essa curva auxilia no controle de estoque, na elaboração de
programas de uso racional, na avaliação de medicamentos de pouco
uso, verifica consumo concreto de medicamentos, determina
prioridades, pode aplicar em setores isolados

SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS EM FARMÁCIA HOSPITALAR

 Objetivos: reduzir erros de medicação, racionalizar a distribuição, aumentar o controle sobre medicamentos
(maior acesso a informação), reduzir custos, aumentar segurança para pacientes, reduzir tempo da
enfermagem com medicamentos, cumprir prescrições, potencial farmacêutico na equipe assistencial e
promover atenção farmacêutica.
 Fatores que interferem: supervisão técnica, características do hospital, padronização de medicamentos,
gestão de estoque, CQ, manual de normas/rotinas aplicáveis.
 Tipos:
- Sistema de distribuição coletivo: prescrição pelo médico, enfermagem solicita, farmácia distribui e
enfermagem recebe/prepara/estoca. Ocorre duplicação de doses, erros na dosagem/medicamento,
administração de não prescritos, alto custo. Desvantagens: transcrição das prescrições, tempo da
enfermagem com o medicamento, estoque em unidades assistenciais, sem avaliação da prescrição médica e
sem faturamento real de gastos. Vantagens: disponibilidade alta e rápida, diminui o número de
solicitações/devoluções à farmácia e diminui recursos humanos na FH.
-Sistema de distribuição individualizado: médico prescreve, enfermagem/farmácia/médico transcreve
(indireto) ou remete cópia (direto), farmácia analisa, quantifica, separa e acondiciona, transporte entrega e
enfermagem recebe e administra. Os medicamentos vão em uma embalagem própria para o paciente e
pode ser com subdivisões, especificando o horário; com escaninhos adaptados a carros de medicamentos.
Desvantagens: RH e infraestrutura, funcionamento ininterrupto, maior investimento inicial, erros de
distribuição, consumo de tempo, cálculo e preparo de dose pela enfermagem, perda de medicamentos
(desvio, vencimento e uso inadequado). Vantagens: diminui erros, tempo de enfermagem com medicamento,
estoques e custo, aumenta o controle, possibilita revisar prescrições e faturamento de gasto por paciente.
Erros de administração: letra inelegível, transcrição da prescrição, abreviaturas não padronizadas,
ordens médicas verbais, prescrição incompletas/confusas, informar manter a prescrição para usar em mais
de um dia.
-Sistema de distribuição combinado ou misto: distribui por solicitação ou cópia de prescrição, individualizada
nas unidades de internação, forma coletiva em unidades de serviços assistenciais. A reposição de estoque é
mediante documento justificado.
-Sistema de distribuição por dose unitária: medicação ao paciente certo, dose certa e no horário certo.
Melhores condições de acompanhamento e mais seguro. Sempre identificados para permitir rastreabilidade.
Desafio: formas farmacêuticas estéreis unitarizadas – alto investimento inicial para acondicionamento e dose
unitário. A reembalagem pós fracionamento deve ser feita em condições semelhantes às utilizadas pelo
fabricante. Cada forma tem sua especificação.
Implantação: padronização de medicamentos, central de preparo, FH com treinamento, máquina de
soldar, envasadoras, rotuladora, impressora, envelopadora, impressoras, sacos plásticos, máquina de tampas
frascos, computadores e material de entrega, etiquetas. Fluxos especiais de dispensação: soluções
parenterais de grande volume, preparações estéreis, medicamentos sujeitos a controle especial (restrito a
algumas pessoas, distribuídos separadamente, armazenados em locais adequados e seguros), medicamentos
de emergências, para ensaio clínico, para pacientes ambulatoriais, para estoque padrão, por meio de kits
(para procedimentos específicos),
Vantagens: id medicamentos até administração, reduz erros, reduz tempo de enfermagem, diminui
estoques, otimiza devoluções, maior segurança das prescrições, auxilia no controle de infecção hospitalar,
adapta sistema automatizados, faturamento mais exato, melhora assistência prestada. Redução de erros:
dose, embalagens e identificada; dupla conferência pela farmácia e pela enfermagem.
Desvantagens: alto investimento, materiais específicos, maior RH e infraestrutura, difícil obter
formas/doses, resistência da enfermagem em assimilar/aceitar preparação do medicamento.
-Sistema descentralizado ou centralizado: uma área física que atende a todas as unidades ou farmácias
satélites em locais estratégicos. Melhora a comunicação entre equipes, maior agilidade e viabilização do uso
racional, treinamento pessoal de apoio direcionado. Desvantagens: aumenta custos com RH e satélites,
aplica instrumentos gerenciais em mais de uma área física.
- Informática: gestão econômica fácil e ágil, consolida dados e reduz tempo de trabalho, maior confiabilidade
e rapidez na produção de informação. Principalmente a utilização de formulário/guia farmacoterapêutico,
setores da farmacotécnica, centro de informações de medicamentos.
- Automação: estocagem, distribuição, controle e gerenciamento de informações.
- Controle do SDM: tempo gasto no preparo/entrega de doses, avalia erros, aspectos visuais, satisfação de
serviços.

MANIPULAÇÃO/ PRODUÇÃO DA FARMÁCIA HOSPITALAR


 Avaliação da prescrição: formulação comercial = mesmos princípios ativos, mesmas concentrações e
características físico-químicas. Adequação do medicamento ao paciente > preparo de produtos em
concentrações/ apresentações inexistentes, garante elevado padrão de qualidade, assegura apoio para
implementação em dose unitária.
 Laboratórios de manipulação especializados: controle de administração, evita desperdício, número reduzido
de medicamentos pela padronização, manipula formas farmacêuticas industrializadas adequando dose.
Feitas na própria farmácia. As formas sólidas podem ser:
-comprimidas (limitada a indústria);
-papéis (estabilidade, fotossensibilidade);
-cápsulas gelatinosas duras (fabricação industrial = obedecendo variações mínimas com peso médio e
capacidade, produto de perdida com fármaco puro, conteúdo de uma cápsula e componente industrializado,
volume do pó é medido em proveta graduada), fracionamento de comprimidos e cápsulas (grandes
demandas de sólidos orais) devem ser de simples ação, desintegração imediata e sem revestimento, os
gastroresistentes não devem ser triturados, e daí manipula cápsulas a partir do comprimido triturado em gral
e coloca cápsulas (que mascara sabor e protege de fotossensibilidade). Os pellets não podem ser triturados e
não ficam inertes.
-líquidos orais: são versáteis para preparações de doses e tem problemas de estabilidade e contaminação
microbiana. Daí usam conservantes e antioxidantes e aumenta estabilidade do fármaco.
-soluções: mais de uma substância no mesmo solvente, em frascos, preparados em cálice graduado.
Adicionam-se aromatizante e edulcorante, espessante, conservante, antioxidante e complexante, acerto de
Ph.
-xaropes: solução concentrada em sacarose em água, é cariogênico e contra-indicado para diabetes, mas com
o veículo sugar-free. Preparado a quente ou a frio, filtrar após. Não necessário conservantes já que a
sacarose faz uma solução hipertônica. Na preparação do fármaco deve-se conhecer as características físico-
químicas como a solubilidade e a estabilidade, deve ser límpido e sem sólidos.
-suspensões: dispersos bifásicos com a fase externa líquida e interna sólida finamente dividido insolúvel no
líquido. Deve ser homogênea, viscosidade compatível (pode adicionar agente floculante antes do de
aumento de viscosidade) e facilidade de reconstituição, em frasco âmbar, com edulcorantes e aromatizantes,
obrigatório o uso de conservantes
-estéreis: colírios e injetáveis, citostáticos e nutrição parenteral. Na matéria prima a água purificada por
osmose reversa isenta de pirogênios = veículo estoque. É neurotóxico provocada pelo álcool benzílico que é
bacteriostático. Na preparação pode adicionar agentes antioxidantes e ajuste de pH, filtrar e esterilizar em
autoclave (tempo e temperatura depende do produto). TESTE DE FUGA: após a esterilização em banho de
azul de metileno sob vácuo, em injetáveis deve verificar todo o lote, igual colírio (verificar pH, isotonia e
conservação); nas suspensões injetáveis não pode filtrar;
 Estrutura física: RDC 33/2000, com os requisitos mínimos e as Boas Práticas de Manipulação em Farmácia.
Armazenagem delimitada, com circulação de ar, protegido da luz, temperatura controlada. Manipulação de
não estéreis:

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