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M DIREITO TRIBUTÁRIO
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 85-7638-382-9
DIREITO CONSTITUCIONAL
1ª Edição
© 2007 – IESDE Brasil S.A.
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor
dos direitos autorais. Todos os direitos reservados.
ISBN: 85-7638-368-3
CDD 342
Nacionalidade
23 Conceito
23 Espécies de nacionalidade
23 Critérios para
estabelecimento da
nacionalidade originária
23 Hipóteses constitucionais
de aquisição da nacionalidade
originária (brasileiros natos)
23 Hipóteses constitucionais
de aquisição de nacionalidade
adquirida (brasileiros
naturalizados) – naturalização
ordinária e extraordinária
26 Diferenças entre brasileiros
natos e naturalizados
27 Perda do direito de nacionalidade
Direitos políticos
31 Conceitos fundamentais
31 Direitos políticos positivose
direitos políticos negativos
A Federação(arts. 18 a 43)
37 Características gerais
38 A Federação brasileira
39 Repartição de competências
40 Dicas sobre organização
do Estado brasileiro
SUMÁRIO
Controle deconstitucionalidade
73 Conceito
73 Princípio da supremacia da
Constituição
74 O sistema brasileiro de con-
trole da constitucionalidade
78 Existência da Súmula vincu-
lante – Emenda Constitucio-
nal 45/2004
79 A admissibilidade do recur-
so extraordinário – Emenda
Constitucional 45/2004
79 Controle concentrado pelo
Judiciário – características
principais
83 Demais considerações im-
portantessobre o controle de
constitucionalidade
Referências
87 Referências bibliográficas
Direitos e garantias
fundamentais
Em suma, está certo que a Constituição destinou aos direitos e garantias funda-
mentais todo Título II, que inicia no artigo 5.º e se conclui no artigo 17. Ressalta-se que
essa topografia é inovadora, em relação às Consituições anteriores.
Ocorre que, até 1988, a tradição do Direito Constitucional Brasileiro era de ins-
crever tais direitos na parte final da Constituição. Como se disse, em 1988, o consti-
tuinte inova esse aspecto formal, lançando os direitos fundamentais logo ao início da
Constituição, após os Princípios Fundamentais (arts. 1.º a 4.º).
A condição exemplificativa do
“Catálogo de direitos fundamentais”
O artigo 5.º da Constituição Federal (CF), por muitos chamado de o catálogo
de direitos, não tem a pretensão de ser exaustivo, ou seja, nomear ali todos os direitos e
garantias fundamentais. Diz Pinto Ferreira (1998) que “O enunciado dos direitos e garantias
1 Apud Pedro Lenza, op. cit., p. 409. FERREIRA, Pinto. Comentários à Constituição Brasileira. 1v. São Paulo: Saraiva, 1989, p. 219.
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fundamentais não é um catálogo completo, nem se apresenta com um numerus clausus.” A condição
de numerus apertus do artigo 5.º pode ser justificada por, ao menos, três motivos:
A matéria tratada pelo artigo 5.º e sua condição evolutiva: A Constituição é “[...]
uma obra aberta, incompleta e imperfeita [...]”. Além disso, José Afonso da Silva
(1998) ensina que um dos traços caracterizadores dos direitos fundamentais é
a historicidade, em suas palavras, “[...] são históricos como qualquer direito. Nascem,
modificam-se e desaparecem”.
A sistematização constitucional: a Constituição da República de 1988 é classificada
como escrita ou codificada. Nesse sentido, da existência de um documento
solene e organizado, o constituinte originário reservou aos Direitos e Garantias
Fundamentais todo um título (não só um artigo, capítulo ou seção), no caso, o
Título II, que se estende do comentado artigo 5.º até o artigo 17.
A previsão do artigo 5.º, parágrafos 2.º e 3.º da CF: trata-se de expresso comando
constitucional. Sucintamente, o comando “[...] os direitos e garantias expressos
nesta Constituição não excluem outros [...]” é evidenciador de que nem o artigo 5.º,
nem o Título II, mas em toda a Constituição encontram-se lançados direitos
fundamentais e, ainda, infere-se que nem toda a Constituição se mostra apta a
exaurir o assunto, pois além de direitos fundamentais implícitos, os tratados inter-
nacionais2 também são idôneos a inseri-los no âmbito doméstico.
dois bens ou valores em contradição concreta [...]” Ocorre que não há hierarquia normativa
entre os preceitos constitucionais, eis que estão todos inseridos dentro do mesmo
corpus constitucional (CANOTILHO, 1.013). Assim, se houver conflito entre dois
direitos fundamentais, deverá o intérprete utilizar o Princípio da concordância prática ou da
harmonização, que nada mais significa que a aplicação, ao caso prático, dos direitos com a
necessária ponderação (MORAES, 1998 p. 496), de forma a reduzir o alcançe de um deles,
evitando, assim, a completa destruição de um ou de outro.
abrange os direitos sociais, que assim não poderiam ser eliminados. Certamente, esta última
interpretação parece mais condizente com o espírito da Constituição em vigor, incontestavelmente uma
“Constituição social”.
Esclareça-se, finalmente que, em que pese a Constituição haver destinado aos Direitos
Fundamentais o Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), especialmente o Artigo
5.º (Dos direitos e deveres individuais e coletivos), não apenas estes têm o privilégio de
tratar de matéria tão importante. Outros artigos esparsos também o fazem8.
8 STF, ADIn 939-07- DF. Tribunal Pleno. Rel. Min. Sydney Sanches. RTJ 150/68-69.
9 No mesmo sentido: MORAES, Alexandre de. Op. cit., p. 63; BASTOS, Celso Ribeiro et al. Comentários à Constituição do
Brasil. 2v. São Paulo: Saraiva, 1989. p. 4.
10 CF, art. 14, § 2.º: não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros [...].
11 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: RT, p. 189.
DIREITO CONSTITUCIONAL
a XXI)12. Ressalve-se, contudo, que da mesma forma que todos os direitos e garantias
fundamentais não são assegurados aos estrangeiros, às pessoas jurídicas também não
foram contempladas com a totalidade destes, tais como os direitos das presidiárias
(CF, art. 5.º, L), aqueles relativos à extradição (CF, art. 5.º, LI e LII) e, inclusive, da
propositura da ação popular (CF. art. 5.º, LXXIII)13.
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