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296006080 (960133000, 010911630 Sopris Srcbanad de Aeatea 19.08.97 1 TURMA RECURSO ESPECIAL N° 109.116 - RS (96/0060860-1) PROCESSO CIVIL — CPC — ART. 183, § 1° — PRAZO — JUSTA CAUSA — DOENGA DE ADVOGADO — PLURALIDADE DE ADVOGADOS - INTIMACAO PELA IMPRENSA - INTIMAGAO, DE UM SO PROCURADOR - JUSTA CAUSA - CPC ART. 183, § 1° 1. A doenga do advogado pode constituir justa causa, para os efeitos do art. 183, § 1°, do CPC. Para tanto, a moléstia deve ser imprevisivel e capaz de impedir a pratica de determinado ato processual, Advogado nao é instrumento fungivel. Pelo contrario, & tum téenico, um artesio, normalmente insubstituivel na confianga do cliente © no escopo de conseguir-se um trabalho eficaz. Exigir que o advogado, vitima de mal sibito transitério, substabeleca a qualquer um 0 sew mandato, para que se labore as pressas ¢ Precariamente um ato processual, & forgé-lo a trair a confianea de seu constituinte. (Julgado em 21.10.92 ~ Acordio unanime - Rel. Gomes de Barros, votaram com o relator, os Ministros Milton Pereira, César Rocha e Demécrito Reinaldo.) TI - “Quando varios advogados constam da mesma procuracio, a regra é bastar a intimagio de um deles para validade dos atos ¢ termos do processo.” ( STJ- HC 1.955-5 — GO $* Turma/Relator: Ministro Assis Toledo) 1 - Em havendo pluralidade de advogados, se 0 Gnico intimado pela imprensa veio a enfrentar justa causa, ‘que 0 impediu de atender & intimacio, nao bé como negar-the devolucio de prazo (CPC Art. 183). voto © EXMO, SR, MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROS (RELATOR): A Recorrente queixa-se de ofensas ao Art. 519 do Cédigo de Processo Civil, Afirma que a Decisio recorrida coloca-se em dissondncia com Aresto do egrégio Tribunal de Justiea do Rio Grande do Sul. Neste, a Corte Gaticha deixa de reeonhecer, HGRA resp iosusworo ites Fema les na doenga do advogado, uma eausa justa para devolugao de prazo, sustentando a tese de ‘que qualquer pessoa poderia protocolar o recurso em eart6rio. Nao se diseute a alegagdo de que 0 advogado realmente adoeceu. [Ninguém coloca em diivida 0 atestado médico trazido aos autos. Ve a confronto, ainda, decisto do colenda Tribunal de Alcada do Rio Grande do Sul. Neste, a Corte Gaicha assevera ser “completamente sem relevaneia, na espécie, 0 aspecto de que a ‘agravante tem mais de um procurador. Dois deles faziam a viagem € nfo seria licito que todos estivessem juntos para, surgido algum incidente, uns fossem atendé-lo, prosseguindo os demais a viagem, Despicienda, de outra banda, qualquer consideragio sobre alegagio de que a entrega de petigies deva ser feita por algum “office boy”. ‘A Recorrente di noticia, ainda, de que o Supremo Tribunal Federal confirmou acérdio que enxergara na doenga do advogado, justa causa para a devolugio de prazo destinado ao preparo. Encontram-se na liga, duas questées, a saber: 1) doenga de advogade justa causa, para devolugio de prazos? b) # publicacio de que conste somente » nome de um dos varios advogados da parte ¢ eficaz em relagio a todos os eausidicos? Em outras se adoece o advogado cujo nome figurou na intimacio, os demais, exjos nomes foram emitdes,consideram-seintimados, para a pratien do ato judicial? A primeira questao ja foi examinada por esta Turma, no julgamento do RMS 1.209. Nosso acdrdo responden positivamente, a dizer: HGBAfs “PROCESSO CIVIL — CPC — ART. 183, § 1°? — PRAZO — JUSTA CAUSA — DOENCA DE ADVOGADO — MEDIDA CAUTELAR — INDEFERIMENTO — MANDADO DE SEGURANCA. 1. A doenga do advogado pode constituir justa causa, para os efeitos do art. 183, § 1°, do CPC. Para tanto, a moléstia deve ser imprevisivel ¢ eapaz de impedir a pritica de determinado ato processual. Advogado nao é instrumento fungivel. Pelo contrério, & um téenico, um artesio, normalmente insubstituivel na confianca do cliente e 0 escopo de conseguir-se um trabalho eficaz, 4 nese omavor iter Fenn oan Exigir que 0 advogado, vitima de mal_ sti substabeleca a qualquer um o seu mandato, para que se elabore As pressas ¢ precariamente um ato processual, € forgd-lo a trair a confianga de seu constituinte."(Julgado em 21.10.93 - Acérdao undnime - Rel. Gomes de Barros, votaram com o relator, os Ministros Milton Pereira, César Rocha € Demécrito Reinaldo.) € transitério, No voto com que conduzi este Acérdio, eu disse: Examino, de inicio, a tempestividade do recurso. As fils, 92, vé-se que o acdrdio recorride foi publicado em 11.04.91. Assim, 0 prazo recursal terminow em 26.04.91. No entanto, © recurso somente foi protocolado no dia 30.04.91. 0 prazo foi, assim, ultrapassado em quatro dias, A Recorrente justifica 0 atraso com a circunsténcia de que seu ‘acometido de cédlicas renais, necessitando tomar fortes doses de patrono sedative”. Prova a incidéneia da doenga com o atestado médico de fis. 94. Na resposta ao recurso, o Estado de Sio Paulo, sem impugnar 0 atestado, afirma que 0 recurso nfo pode ser conhecido porque a doenga do advogado néo constitu forca maior. Nilo me parece que assim seja, © art, 183 do Cédigo de Processo Civil, ao tratar dos prazos peremptérios, afirma a impossibilidade em se praticar 0 ato judicial além do prazo. Ressalva, porém, a hipétese de a parte provar que nao o praticou “por usta causa”, No pardgrafo primeiro, 6 art, 183 conceitua a justa causa, assim: “Reputa-se justa causa 0 evento impreyisto, alheio & vontade da parte e que a impediu de praticar 0 ato por si ou por mandatério.” Jao parigrafo segundo determins “Verificada a justa causa, 0 juiz permitiré & parte a pritica do ato no prazo que Ihe assinar™. A teor do Cédigo Processual, para que determinado fato se considere justa causa, € necessario que: 4) seja imprevisto; ) seja alheio a vontade da parte ©) impega a parte de praticar o ato, por si, ou mediante procurador. Ye HGBAts

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