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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL
FORTALEZA
2009
ii
FORTALEZA
2009
iii
Aprovada em _____/_____/______
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Prof. Dr. Alexandre Araújo Bertini (Orientador)
Universidade Federal do Ceará - UFC
_______________________________________________________
Prof. MSc. Aldo de Almeida Oliveira
Universidade Federal do Ceará - UFC
________________________________________________________
Prof. MSc. Ricardo Marinho de Carvalho
Universidade Federal do Ceará - UFC
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus, por iluminar minha mente nos momentos mais difíceis e por me proteger,
diariamente, dos riscos eminentes na corrida da vida.
Ao meu orientador, professor Alexandre Araújo Bertini, pelo fornecimento dos
relatórios de seus alunos e que foram fundamentais para a realização deste trabalho.
À professora Tereza Denyse Pereira de Araújo, pelas sugestões dadas durante a
realização da pesquisa.
Ao engenheiro e professor Hugo Alcântara Mota, pelo exemplo de profissional
dedicado à Engenharia Civil.
Ao engenheiro e professor Antônio Nunes de Miranda, pelas valiosas explicações
fornecidas.
Ao engenheiro Antônio José Nóbrega Júnior, pelos esclarecimentos relevantes
para este trabalho.
À minha namorada, Lariza Cristina Maia Lima, pela paciência, compreensão e
amor dedicados ao longo destes cinco anos.
Aos meus amigos, pelo incentivo e por todo apoio dados durante as longas horas
extras do curso.
E aos demais que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a realização desta
monografia.
vi
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 1
1.1 Contexto histórico................................................................................................... 1
1.2 Justificativa............................................................................................................. 3
1.3 Objetivos................................................................................................................. 4
1.4 Metodologia............................................................................................................ 5
1.5 Estrutura do trabalho............................................................................................... 6
2 FUNDAÇÕES.............................................................................................................. 7
2.1 Investigações geotécnicas....................................................................................... 7
2.2 Tipos de fundações................................................................................................. 10
2.2.1 Fundações diretas ou superficiais........................................................................... 10
2.2.2 Fundações profundas.............................................................................................. 12
2.3 Processo executivo de fundações superficiais........................................................ 13
2.4 Processos executivos de fundações profundas........................................................ 17
2.4.1 Estacas tipo Franki.................................................................................................. 17
2.4.2 Estacas tipo broca................................................................................................... 19
2.4.3 Estacas tipo Strauss................................................................................................. 19
2.4.4 Estacas escavadas mecanicamente com trado helicoidal........................................ 21
2.4.5 Estacas tipo hélice contínua.................................................................................... 22
2.4.6 Estacas raiz..............................................................................................................24
2.4.7 Estacas pré-moldadas.............................................................................................. 26
2.4.8 Tubulões.................................................................................................................. 28
2.5 Escolha do tipo de fundação................................................................................... 30
3 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE
FORTALEZA.............................................................................................................. 32
3.1 Características gerais.............................................................................................. 32
3.2 Geologia.................................................................................................................. 35
3.3 Características geotécnicas..................................................................................... 37
3.4 Histórico de fundações da cidade de Fortaleza....................................................... 40
4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS................................................... 42
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 46
xii
6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES.............................................................................. 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 56
ANEXO – EXEMPLO DE PERFIL INDIVIDUAL DE SONDAGEM............................. 58
1
1 INTRODUÇÃO
gregos detinham a técnica de melhoria do solo, misturando cinzas de carvão, calcário mole ou
pedregulho ao solo e, em seguida, realizando a compactação. Diferentemente dos gregos, os
romanos contribuíram significativamente para o desenvolvimento das técnicas construtivas de
fundações. O uso da técnica de construção em arcos pelos romanos permitiu a realização de
obras de maiores dimensões e mais pesadas do que aquelas executadas pelos gregos,
necessitando, portanto, de fundações mais resistentes e eficientes. O destaque da execução de
fundações pelos romanos era o uso de um concreto romano, preparado a partir da mistura de
pozolana com calcário e daí, pela adição de pedaços de pedra ou de tijolos cozidos
(NÁPOLES NETO, 1998).
1.2 Justificativa
• Quais são os tipos de fundações que vêm sendo utilizadas nos edifícios da
Região Metropolitana de Fortaleza?
4
Assim, através desta pesquisa pretende-se obter respostas para esta pergunta, além
de conseguir informações sobre: as investigações geotécnicas, os processos executivos de
fundações, os fatores que determinam a escolha do tipo de fundação, as vantagens e
desvantagens de cada tipo e o histórico de fundações executadas na cidade de Fortaleza.
1.3 Objetivos
1.4 Metodologia
Além disso, foram realizadas entrevistas com os engenheiros civis Antônio José
Nóbrega Júnior, situação na qual foram obtidas informações quanto aos fatores que são
considerados na escolha do tipo de fundação, Hugo Alcântara Mota e Antônio Nunes de
Miranda, com quem foram obtidas as explicações sobre o histórico das fundações utilizadas
na cidade de Fortaleza.
2 FUNDAÇÕES
• Pressiômetros (PMT);
Figura 2.1 – Tripé empregado na execução do ensaio SPT (Fonte: DANTAS NETO, 2008).
coesivos (areias) ou estão abaixo do nível d’água, ou mesmo porque a perfuração ficou muito
profunda, a escavação é feita através da circulação de água (QUARESMA et al., 1998).
De acordo com Dantas Neto (2008), as vantagens deste ensaio com relação ao
demais são: a simplicidade do equipamento, o seu baixo custo e a possibilidade de obter um
valor numérico útil para realização dos projetos de fundações.
O ensaio SPT tem sido usado para muitas aplicações como “amostragem para
identificação dos horizontes de solo, previsão da tensão admissível de fundações diretas em
solos granulares e correlações com outras propriedades geomecânicas dos solos” (DANTAS
NETO, 2008, p. 18).
De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 1996), as fundações são dividas em duas
categorias: as fundações diretas ou superficiais e as fundações profundas.
Figura 2.2 – Sapata isolada com dimensões na vista em planta e na vista em perfil (Fonte: DANTAS NETO,
2008).
11
• Radier (Figura 2.3): corresponde a uma fundação superficial que abrange todos
os pilares da obra ou carregamentos distribuídos;
Segundo a NBR 6122 (ABNT, 1996), as fundações profundas são aquelas em que
a carga é transmitida ao terreno pela sua base (resistência de ponta), por sua superfície lateral,
também denominada de fuste (resistência lateral), ou por uma combinação destas (Figura 2.6),
estando assente a uma profundidade superior ao dobro da sua menor dimensão em planta, ou
de no mínimo 3 metros. Enquadram-se nesta definição:
Figura 2.7 – Escavação a céu aberto para execução de fundação superficial (Fonte: DANTAS NETO, 2008).
14
Porém, a NBR 6122 (ABNT, 1996) recomenda que o elemento de fundação esteja
assentado a uma profundidade mínima de 1,50 m, exceto se houver a presença de rocha. É
importante, também, que se faça um espaço de 50 cm em volta das dimensões da base para
facilitar os trabalhos dos operários na vala.
Figura 2.8 – Execução de lastro de concreto magro (Fonte: DANTAS NETO, 2008).
A partir daí, são colocadas as formas e as armaduras (Figura 2.9), exceto nos
blocos, conforme projeto de estrutura de fundação, e posteriormente faz-se a concretagem do
elemento de fundação (Figura 2.10).
Figura 2.9 – Colocação das formas e armaduras da fundação (Fonte: DANTAS NETO, 2008).
15
A NBR 6122 (ABNT, 1996) também recomenda que, numa situação na qual
existam duas fundações vizinhas assentadas em cotas diferentes (Figura 2.12), a fundação
situada em cota de maior profundidade seja executada em primeiro lugar, a menos que sejam
tomados cuidados especiais.
Figura 2.12 – Fundações superficiais assentes em cotas diferentes (Fonte: DANTAS NETO, 2008).
16
De acordo com Maia (1998), a estaca tipo Franki é uma estaca de concreto
armado moldada in loco, que usa um tubo de revestimento cravado com a ponta fechada por
meio de uma bucha (mistura de areia e brita) e que, ao final da execução, é recuperado ao ser
concretada a estaca.
A execução de uma estaca tipo Franki para ser bem sucedida depende “da
observância ao método executivo, do uso de equipamentos adequados e de mão-de-obra
especializada e experiente” (MAIA, 1998, p. 329).
Segundo Falconi et al. (1998), a estaca tipo broca é usualmente escavada com
trado tipo concha, manualmente, e sempre executada acima do nível d’água. Devido à
perfuração manual, sua utilização é restrita a pequenas cargas, além de atingir profundidades
na ordem de 6,0 m, sem garantia de verticalidade do furo.
Figura 2.16 – Execução de estaca tipo broca (Fonte: DANTAS NETO, 2008).
Segundo Falconi et al. (1998), a estaca tipo Strauss é executada através do uso de
guincho acoplado a um motor, de soquete de 300 kg, de tripé e de tubulações e cabos de aço,
além de uma piteira (Figura 2.17), que corresponde a um tipo de sonda mecânica que
promove a retirada de solo durante a perfuração, com uso parcial ou total de revestimento
recuperável.
20
Figura 2.17 – Execução das estacas tipo Strauss com cravação da piteira (Fonte: DANTAS NETO, 2008).
Dentre as vantagens oferecidas pela execução das estacas tipo Strauss, podem ser
citadas:
• O processo executivo não causa vibrações que poderiam causar danos nas
edificações vizinhas;
Figura 2.18 – Equipamento para execução de estaca escavada mecanicamente com trado helicoidal (Fonte:
DANTAS NETO, 2008).
De acordo com Falconi (1998), seu processo executivo é constituído das seguintes
etapas:
• Etapa 2: perfuração do solo com o uso da haste helicoidal até a cota desejada;
Figura 2.19 – Fases de execução das estacas do tipo hélice contínua (Fonte: DANTAS NETO, 2008).
23
• É necessário que o terreno seja plano e que ofereça fácil movimentação para o
grande porte do equipamento;
O processo executivo das estacas raiz é dividido em quatro etapas (Figura 2.21):
Figura 2.21 – Etapas de execução das estacas raiz (Fonte: ALONSO, 1998a).
As estacas metálicas (Figura 2.23) são constituídas por “peças de aço laminado ou
soldado, tais como perfis de seção I e H, chapas dobradas de seção circular, quadrada,
retangular bem como os trilhos, estes reaproveitados após sua remoção de linhas férreas”
(ALONSO, 1998b, p. 375). Dentre as vantagens, apresentam elevada capacidade de suporte,
27
são executadas com grande rapidez e geram perturbações menores do que àquelas geradas por
outros tipos de estacas cravadas por percussão. Contudo, deve-se ter um cuidado especial
quanto à soldagem de perfis que constituem uma mesma estaca, de forma a garantir uma
união eficiente. Conforme Alonso (1998b), um problema comum é o drapejamento, ou seja, o
encurvamento do eixo da estaca metálica, durante a cravação por percussão, através de solos
de baixa resistência (argila mole).
Figura 2.23 – Estacas metálicas com diferentes seções transversais (Fonte: ABCP, s.d.).
Figura 2.25 – Estacas de pré-moldadas de concreto com diferentes seções transversais (Fonte: ABCP, s.d.).
Segundo Dantas Neto (2008), o controle da capacidade de carga das estacas pré-
moldadas é feito através da determinação da nega. A nega corresponde à penetração
permanente da estaca promovida pela aplicação de um golpe do pilão. Normalmente é medida
através de uma série de dez golpes.
2.4.8 Tubulões
Figura 2.26 – Tubulão a céu aberto em perspectiva e corte longitudinal (Fonte: DANTAS NETO, 2008).
Figura 2.27 – Execução de tubulão a ar comprimido com camisa de concreto (Fonte: DANTAS NETO, 2008).
• E o custo, um fator importante, mas que não pode superar os fatores técnicos
de projeto.
Às vezes, é possível que uma solução seja mais econômica quando se analisa os
custos do serviço, porém quando se adicionam os custos relativos ao volume do bloco de
coroamento (concreto e aço), ela pode torna-se menos atraente.
Figura 3.2 – Mapa de situação dos bairros de Fortaleza (Fonte: WIKIPÉDIA, 2009).
34
SER I
SER II
SER III
SER IV
SER VI
SER V
Figura 3.3 – Mapa de situação das Secretarias Executivas de Fortaleza (Fonte: WIKIPÉDIA, 2009).
Fortaleza possui clima quente, com temperatura média de 26,5 ºC, e vegetação
tipicamente litorânea com áreas de mangue do Parque Ecológico do Cocó, sendo esta a maior
área verde da cidade com área de 1.155 hectares. Dentre as capitais do Nordeste, Fortaleza
possui o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB), perdendo apenas para Salvador. O
destaque é dado para o comércio, principal atividade responsável por gerar riquezas na
economia fortalezense (WIKIPÉDIA, 2009).
35
3.2 Geologia
Figura 3.4 – Esboço geológico da Região Metropolitana de Fortaleza (Fonte: MOURA, 1997).
36
A região das rochas cristalinas apresenta três níveis horizontais distintos (Figura
3.6). O primeiro, superficial, apresenta-se como arenoso-argiloso com pedregulhos, marrom,
com presença de raízes e de matérias orgânicas. O segundo horizonte, conhecido no meio
científico por solo residual maduro, apresenta-se como areia argilosa com pedregulhos,
vermelha ou amarela. Por fim, o terceiro horizonte, conhecido por solo residual jovem (ou
saprolito), apresenta-se com a aparência da rocha gnáissica com frações de areia, silte e argila
(MIRANDA, 2005).
38
Figura 3.6 – Horizontes dos solos das regiões cristalinas (Fonte: MIRANDA, 2005).
Na região da Formação Barreiras, os solos são constituídos por areia, silte e argila
em variadas proporções com níveis ricos em cascalho, com camadas de areias argilosas, areias
siltosas e argilas areno-siltosas, de coloração cinza claro ao vermelho, passando por amarelo e
laranja. Além disso, há a existência de camadas conglomeráticas e laterizadas formando
arenitos de cimento ferruginoso, presentes em cotas próximas ao nível do mar e que irão
influenciar o projeto de fundações para edifícios à beira-mar (Figura 3.7). No caso das estacas
metálicas, a cravação é geralmente interrompida ao atingir estas camadas (MIRANDA, 2005).
Na região de dunas, os solos são constituídos por areias finas e médias, algumas
vezes siltosas, de coloração cinza claro, amarela e laranja, com espessuras de até 15 metros e
compacidade crescente. Estes solos são excelentes para suportar pequenas edificações,
assentadas sobre fundações diretas. No caso de edificações com maiores concentrações de
carga, é exigido o emprego de fundações profundas. De acordo com Miranda (2005, p. 306),
“geralmente as estacas metálicas, Franki, raiz, hélice contínua e tubulões alcançam
profundidades entre 5 a 15 metros. As estacas metálicas não atingem nega nesta camada, indo
buscar apoio nos sedimentos terciários subjacentes”.
Quanto aos depósitos de sedimentos aluvionares, estes são constituídos por areias
grossas e pedregulhos nas calhas dos rios das regiões cristalinas. Neste caso, as obras deverão
se apoiar em fundações profundas sobre o solo residual subjacente ou sobre a rocha do
embasamento. Nas regiões das planícies de inundação, os solos aluvionares são constituídos
por areias finas, siltes e argilas, quase sempre com matéria orgânica, e exigindo fundações
profundas por conta do grande risco de ocorrência de recalques com uso de fundações diretas.
De forma similar, os solos aluvionares da região de rios, mangues e lagoas sobre a Formação
Barreiras e sobre as dunas apresentam, também, granulometria fina com matéria orgânica e
exigindo, de forma obrigatória, o uso de fundações profundas devido aos riscos de recalques
que são oferecidos no caso das fundações diretas (MIRANDA, 2005).
40
A Tabela 4.1 fornece os dados sobre 21 obras visitadas no ano de 2005. Nela, é
possível observar que 5 delas encontram-se no Meireles e outras 5 no Cocó. Das 21 obras, 6
foram executadas em fundação direta e as outras 15 foram executadas em fundação profunda .
Nº de
Obra Localização pavimentos Tipo de fundação
1 Avenida Beira Mar - Meireles 26 Estaca raiz
2 Avenida Beira Mar - Meireles 26 Estaca raiz
3 Rua Aloyzio Soriano Aderaldo - Cocó 26 Estaca hélice contínua
4 Avenida Padre Antônio Tomás - Cocó 25 Estaca Franki
5 Avenida Padre Antônio Tomás - Cocó 26 Sapata
6 Rua João Brígido - Aldeota 25 Estaca metálica
7 Rua Leonardo Mota - Aldeota 22 Sapata
8 Rua João Augusto Lima - Guararapes 18 Estaca hélice contínua
9 Porto das Dunas (Aquiraz) 4 Sapata
10 Rua Gonçalves Ledo - Centro 27 Estaca hélice contínua
11 Estrada do Ancuri - Ancuri 3 Radier
12 Avenida Rui Barbosa - Joaquim Távora 20 Estaca raiz
13 Rua Silva Paulet - Meireles 27 Estaca metálica
14 Rua Silva Paulet - Meireles 27 Sapata
15 Rua Conselheiro Tristão - Fátima 22 Estaca raiz
16 Rua Mauro Freire - Cidade dos Funcionários 22 Estaca raiz
17 Rua Paurilo Barroso - Maraponga 4 Radier
18 Avenida Abolição - Meireles 16 Estaca raiz
19 Rua Batista de Oliveira - Cocó 24 Estaca hélice contínua
20 Avenida Engenheiro Santana Júnior - Cocó 28 Estaca raiz
21 Rua Napoleão Laureano - Fátima 19 Estaca raiz
43
Já a Tabela 4.2 fornece os dados sobre 25 obras visitadas no ano de 2006. Nela, é
possível observar que 8 obras encontram-se no Meireles, 4 delas estão no Cocó e outras 3 na
Aldeota. Das 25 obras visitadas, 9 foram executadas em fundação direta, enquanto que 16
foram executadas em fundação profunda.
Nº de
Obra Localização pavimentos Tipo de fundação
22 Avenida Conselheiro Gomes de Freitas - Edson Queiroz 3 Estaca pré-moldada de concreto
23 Rua General Tertuliano Potiguara - Aldeota 26 Estaca raiz
24 Rua Padre Guerra - Pici 16 Estaca hélice contínua
25 Rua Andrade Furtado - Cocó 26 Estaca hélice contínua
26 Rua Osvaldo Cruz - Meireles 21 Sapata
27 Avenida Mozart Pinheiro de Lucena - Barra do Ceará 4 Radier
28 Rua Andrade Furtado - Cocó 19 Sapata
29 Rua Tibúrcio Cavalcante - Meireles 26 Estaca raiz
30 Rua Vilebaldo Aguiar - Cocó 22 Sapata
31 Via Paisagística - Serrinha 4 Radier
32 Avenida Miguel Dias - Guararapes 16 Sapata
33 Rua José Vilar - Meireles 25 Estaca raiz
34 Rua Carlos Vasconcelos - Aldeota 20 Estaca raiz
35 Rua José Lourenço - Meireles 21 Estaca hélice contínua
36 Rua Andrade Furtado - Cocó 26 Sapata
37 Avenida Santos Dumont - Papicu 25 Estaca hélice contínua
38 Avenida Washington Soares - Parque Manibura 3 Estaca raiz
39 Rua Barão de Aratanha - Fátima 26 Estaca hélice contínua
40 Porto das Dunas (Aquiraz) 4 Sapata
41 Rua Coronel Linhares - Aldeota 26 Sapata
42 Avenida Abolição - Meireles 23 Estaca hélice contínua
43 Rua Ildefonso Albano - Meireles 26 Estaca hélice contínua
44 Rua José Lourenço - Meireles 28 Estaca raiz
45 Avenida Historiador Raimundo Girão - Meireles 18 Estaca raiz
46 Rua Padre Roma - Fátima 24 Estaca hélice contínua
A Tabela 4.3 fornece os dados sobre 16 obras visitadas no ano de 2007. Nela, é
possível observar que 4 obras foram realizadas fora do perímetro da cidade de Fortaleza (1 em
Caucaia e 3 em Aquiraz). Das 16 obras, apenas 3 foram executadas em fundação direta,
enquanto que as outras 13 foram executadas em fundação profunda.
Nº de
Obra Localização pavimentos Tipo de fundação
47 Rua Barbosa de Freitas - Meireles 27 Estaca metálica
48 Lagoa do Catu (Aquiraz) 5 Estaca hélice contínua
49 Avenida Rui Barbosa - Aldeota 26 Estaca hélice contínua
50 Rua Doutor Gilberto Studart - Cocó 27 Estaca hélice contínua
51 Tabapuá (Caucaia) 5 Estaca raiz
52 Porto das Dunas (Aquiraz) 5 Sapata
53 Avenida Ministro José Américo - Cambeba 23 Estaca Franki
54 Rua Bento Albuquerque - Cocó 14 Estaca Franki
55 Rua Barbosa de Freitas - Meireles 21 Sapata
56 Rua Saldanha Marinho - Fátima 10 Estaca pré-moldada de concreto
57 Rua Padre Valdevino - Centro 7 Estaca hélice contínua
58 Rua Monsenhor Dantas - Jacarecanga 25 Estaca raiz
59 Avenida Washington Soares - Edson Queiroz 16 Estaca hélice contínua
60 Avenida Mister Hull - Pici 16 Estaca hélice contínua
61 Porto das Dunas (Aquiraz) 5 Sapata
62 Rua Barão de Aratanha - Fátima 18 Estaca raiz
Nº de
Obra Localização pavimentos Tipo de fundação
63 Rua Júlio Siqueira - Dionísio Torres 23 Estaca hélice contínua
64 Rua Antonele Bezerra - Meireles 26 Estaca hélice contínua
65 Rua Matos Vasconcelos - Damas 11 Estaca pré-moldada de concreto
66 Avenida Santos Dumont - Aldeota 28 Estaca raiz
67 Rua dos Ipês - São Gerardo 10 Estaca pré-moldada de concreto
68 Rua Deputado João Pontes - Fátima 25 Estaca hélice contínua
69 Rua General Tertuliano Potiguara - Aldeota 22 Estaca raiz
70 Avenida Sebatião de Abreu - Cocó 22 Estaca hélice contínua
71 Rua Doutor Atualpa Barbosa Lima - Meireles 25 Estaca raiz
72 Avenida Washington Soares - Edson Queiroz 17 Estaca hélice contínua
73 Rua Pereira Valente - Meireles 26 Estaca raiz
74 Rua Silva Jatahy - Meireles 26 Estaca raiz
75 Rua Padre Valdevino - Aldeota 16 Estaca hélice contínua
76 Rua Walter Pompeu - Álvaro Weyne 4 Radier
77 Rua Monsenhor Catão - Aldeota 26 Sapata
78 Porto das Dunas (Aquiraz) 4 Sapata
79 Rua Jacinto Botelho - Guararapes 16 Sapata
80 Avenida Senador Virgílio Távora - Aldeota 4 Sapata
81 Avenida Sargento Hermínio Sampaio - Monte Castelo 17 Estaca hélice contínua
82 Rua Joãozito Arruda - Cidade dos Funcionários 22 Estaca raiz
83 Avenida Historiador Raimundo Girão - Praia de Iracema 18 Estaca raiz
84 Rua Silva Paulet - Aldeota 25 Estaca hélice contínua
85 Rua Adolfo Gurgel – Cocó 16 Sapata
45
Por fim, na Tabela 4.5 são apresentados os dados coletados das visitas realizadas a
22 canteiros de obras no ano de 2009. O bairro Meireles, com 8 obras, aparece como o bairro
com maior número de obras visitadas. Destas 22 obras, 5 foram executadas em fundação
direta, enquanto que 17 foram executadas em fundação profunda.
Nº de
Obra Localização pavimentos Tipo de fundação
86 Rua Monsenhor Bruno - Meireles 26 Estaca raiz
87 Porto das Dunas (Aquiraz) 5 Sapata
88 Avenida José Bastos - Farias Brito 18 Estaca raiz
89 Avenida Antônio Justa - Meireles 26 Estaca hélice contínua
90 Rua Silva Jatahy - Meireles 26 Estaca raiz
91 Avenida Engenheiro Santana Júnior - Cocó 28 Estaca raiz
92 Avenida Rui Barbosa - Meireles 28 Estaca hélice contínua
93 Avenida Norte - Engenheiro Luciano Cavalvante 10 Estaca pré-moldada de concreto
94 Rua Vicente Linhares - Aldeota 25 Sapata
95 Avenida Desembargador Moreira - Dionísio Torres 18 Sapata
96 Rua Silva Jatahy - Meireles 27 Estaca raiz
97 Rua Joãozito Arruda - Cidade dos Funcionários 24 Estaca raiz
98 Avenida 13 de Maio - Fátima 25 Estaca hélice contínua
99 Porto das Dunas (Aquiraz) 4 Sapata
100 Porto das Dunas (Aquiraz) 4 Estaca raiz
101 Rua Marcos Macedo - Aldeota 16 Sapata
102 Rua Ana Bilhar - Meireles 24 Estaca raiz
103 Rua Pereira Valente - Meireles 21 Estaca raiz
104 Rua Goiás - Jóquei Clube 17 Estaca raiz
105 Rua Monsenhor Bruno - Meireles 23 Estaca hélice contínua
106 Rua Guilherme Rocha - Centro 32 Estaca raiz
107 Rua Barão de Aratanha - Fátima 20 Estaca raiz
46
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caucaia 1%
Aquiraz 8%
Fortaleza 91%
SER VI 9%
SER V 1%
SER IV 12%
SER III 3%
SER II 69%
SER I 6%
Serrinha 9%
Damas 9%
Fátima 82%
Enquanto isso, na área administrada pela SER VI, com 9 obras do levantamento
realizado, 33,5% localizam-se nos bairros Cidade dos Funcionários e Edson Queiroz, cada,
ficando os bairros Ancuri, Parque Manibura e Cambeba com 11% cada (Figura 5.6).
Cambeba 11%
Ancuri 11%
Das 107 obras pesquisadas na RMF, observa-se que 27% delas foram executadas
com fundações diretas e 73% com fundações profundas (Figura 5.7).
27%
Fundação direta
Fundação profunda
73%
17%
Sapata
Radier
83%
4% 4% Estaca raiz
6%
Estaca hélice contínua
Estaca raiz
3%
3%
4,5% Estaca hélice contínua
4,5%
35% Sapata
Estaca pré-moldada de
22%
concreto
Radier
Estaca metálica
28%
Estaca Franki
Verifica-se que, das 107 obras pesquisadas, 21% delas encontram-se na faixa de 3
a 10 pavimentos, 23% na faixa de 11 a 20 pavimentos e 56% na faixa de 21 a 32 pavimentos.
(Figura 5.11).
De 3 a 10
pavimentos
21%
De 21 a 32
De 11 a 20
pavimentos
pavimentos
56%
23%
Estaca hélice
contínua
9%
Estaca raiz Sapata
14%
36%
Estaca pré-
moldada de Radier
concreto 23%
18%
Estaca pré-
moldada de
Estaca Franki
concreto
4%
4%
Sapata Estaca raiz
24% 40%
Estaca hélice
contínua
28%
Estaca hélice
contínua
35%
Dessa forma, nota-se que a estaca tipo raiz corresponde à solução mais empregada
na execução de fundações de edifícios de múltiplos pavimentos na RMF. Se forem
considerados os edifícios situados nas faixas de 10 a 20 pavimentos e de 21 a 32 pavimentos,
essa solução chega a corresponder a 40% do total de fundações executadas na região, em cada
faixa.
6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Quanto ao tipo de solo, a estaca raiz, que apresenta processo de escavação com
auxílio de brocas diamantadas, é a única solução capaz de atravessar camadas resistentes,
como os matacões ou até mesmo a camada de leito conglomerático ferruginoso presente nos
bairros onde mais se constrói edifícios em Fortaleza, como é o caso do Meireles e da Aldeota,
localizados na região da Formação Barreiras.
diretas nas edificações situadas na faixa dos 3 a 10 pavimentos, sendo realizadas com sapatas
ou radiers. Entretanto, à medida que os edifícios vão se tornando cada vez mais altos,
observou-se uma redução do uso de sapatas como fundação.
Nas situações em que foram utilizadas as sapatas para edificações mais altas,
como é o caso dos edifícios de mais de 20 pavimentos, verificou-se a utilização de subsolos
profundos para estacionamentos, permitindo, dessa forma, que fossem atingidas as camadas
de solo com elevadas capacidades de suporte, o que fez com que a solução em sapata, que já
atendia aos critérios técnicos, tornar-se economicamente atraente diante das outras soluções,
como as fundações profundas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXO
EXEMPLO DE PERFIL INDIVIDUAL DE SONDAGEM
Figura A.1 – Exemplo de perfil individual de sondagem (Fonte: DANTAS NETO, 2008).