Você está na página 1de 6

Demografia

O crescimento da população se dá de duas formas: a diferença entre o número de pessoas que


entram em um país (imigrantes) e o número de pessoas que saem do país (emigrantes) e o saldo
entre o número de nascimentos e óbitos, ou seja, a diferença entre os índices de natalidade e os
de mortalidade (crescimento natural ou vegetativo).

Entre as nações mais populosas do globo, podemos destacar: China, índia, Estados Unidos,
Indonésia e Brasil. Em um país como os Estados Unidos, já ocorreu o período de “transição
demográfica”, no qual o crescimento natural ou vegetativo da população se acentuou
enormemente, fruto do descompasso entre a queda da mortalidade, que era maior, e a queda
de natalidade, que era menor.

Essa “transição demográfica” já ocorreu em países desenvolvidos no século XIX, que hoje
possuem um crescimento vegetativo pequeno ou negativo.
E os países subdesenvolvidos? Os países subdesenvolvidos encontram-se em três fases: alguns
já estabilizaram seu crescimento demográfico com baixas taxas, por exemplo a Argentina. Outros
ainda possuem mortalidade declinante com altas taxas de natalidade, por exemplo países
africanos. E ainda temos os países em situação intermediária, ou seja, começam a superar a
“transição demográfica”, com crescimento demográfico baixo a caminho da estabilização, por
exemplo o Brasil.

Mas o que é taxa de natalidade e taxa de mortalidade?

Taxa de natalidade é a razão do número de nascimentos pelo número da população; a razão é


de l para l 000. Por exemplo, o Brasil registrou em 2000 uma taxa de natalidade de 20,04%o,
quer dizer que, para cada mil pessoas, nascem anualmente 20,04 crianças. Taxa de mortalidade
é a razão do número de óbitos pelo número da população; a razão é de l para l 000. Por exemplo,
o Brasil em 2000 registrou uma taxa de mortalidade de 6,6%o, ou seja, para cada mil habitantes,
morrem por ano 6,6 pessoas.

Urbanização
Segundo estatísticas da ONU, a partir de 2001, o número de pessoas morando em cidades
ultrapassou a população residente no meio rural. Esse número de população urbana superior é
produto de uma crescente migração do campo para a cidade, pois as cidades são ainda o motor
do desenvolvimento econômico e científico. A estatística diz que, se o crescimento fosse
concentrado em um lugar só, a cada mês o mundo teria uma nova cidade do tamanho de Hong
Kong.

Diante disso, o número de habitantes urbanos vivendo em pobreza absoluta não deve parar de
crescer, especialmente na América Latina, na África e em alguns países asiáticos, ou seja, a
pobreza torna-se cada vez mais assunto do mundo todo. A urbanização acelerada e a
concentração de problemas nos países pobres tornam fundamental a melhoria da administração
local.

Formigueiros humanos

O continente asiático é o que apresenta a maior densidade demográfica por hectare de terra
arável (cerca de 7,2 habitantes por hectare). Esse crescimento deu-se principalmente após
a Segunda Guerra Mundial devido à redução das taxas de mortalidade, provocando
grande crescimento vegetativo.

As planícies dos rios Indo, Ganges e Bramaputra, Mekong, Sikiang, Yang-Tsé-Kiang e Hoang-
Ho, e ainda as ilhas de Java e de Luzon formam as áreas de densidades rurais mais elevadas
do Planeta e, por conseguinte, as principais concentrações de pobreza.

Nessas regiões, que chamamos de “formigueiros humanos”, predomina a produção agrícola,


limitando a urbanização e a industrialização. Com isso o desenvolvimento da região foi muito
pequeno. Em compensação o crescimento da população foi muito alto, agravando os problemas
de pobreza na região.

Setores de atividades

A população economicamente ativa (PEA) é a parcela da população que participa do mercado


de trabalho. Inclui principalmente adultos, homens e mulheres, mesmo as mulheres que
trabalham em casa, desde que tenham uma remuneração. A PEA divide-se em ocupada, a que
está empregada, e desocupada, que é o caso do desempregado.

A população economicamente ativa pode estar vinculada a um dos setores de atividades que se
seguem.

• Setor primário – ligado à agropecuária e(ou) ao extrativismo vegetal, mineral e ou animal.


• Setor secundário – ligado à indústria de transformação, à construção civil; à mineração, desde
que seja mecanizada.

• Setor terciário – ligado à prestação de serviços em comércio, bancos, serviço público, seguros,
serviço médico-hospitalar, educação, comunicações, etc.

Desses três setores, o setor secundário e o setor terciário são predominantemente urbanos,
enquanto o setor primário está basicamente ligado ao meio rural. O número de população
economicamente ativa ligado ao setor secundário e ao setor terciário podem revelar,
respectivamente, o peso da indústria e o peso do comércio, prestação de serviços, etc., na
economia de um país.

Em países desenvolvidos a população ligada ao setor terciário normalmente possui nível superior
e é muito especializada. Nos países subdesenvolvidos, há população economicamente ativa
ligada ao setor terciário com nível superior e especializada, mas também um grande número de
subempregados, por exemplo os vendedores de doces e(ou) bugigangas nos semáforos. Um
rápido crescimento urbano acompanhado da retração na oferta de novos empregos são as
“fórmulas” para o subemprego, ocasionando a hipertrofia do setor terciário.
Entende-se por transição demográfica a oscilação das taxas de crescimento e variações
populacionais. Esse conceito foi elaborado no ano de 1929 por Warren Thompson (1887-1973)
para contestar matematicamente a Teoria Demográfica Malthusiana, por definir que não há um
crescimento acelerado da população, mas sim oscilações periódicas, que alternam crescimentos
e desacelerações demográficos, podendo envolver, inclusive, estágios de estabilidade.
Para melhor compreender o conceito de transição demográfica, é necessário ter noção de
alguns conceitos demográficos, tais como a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
A principal referência histórica para a elaboração dessa teoria foi a Revolução Industrial e a
consequente constituição da sociedade moderna de consumo. Em tempos anteriores a esse, as
taxas de natalidade e mortalidade eram continuamente elevadas, demarcando um período de
relativa estabilidade demográfica. Porém, com a modernização dos países hoje considerados
desenvolvidos, houve uma melhoria significativa nos padrões sociais de desenvolvimento,
elevando a expectativa de vida e, consequentemente, declinando as taxas de mortalidade, o que
foi responsável por um súbito aumento da população em um curto espaço de tempo.
Dividiu-se as oscilações entre mortalidade e natalidade, considerando o desenvolvimento das
sociedades industriais, em quatro estágios principais. Para melhor compreendê-los, observe o
gráfico abaixo:

Gráfico esquemático das quatro etapas do crescimento populacional e transição demográfica*


No primeiro estágio, observa-se a característica de crescimento das sociedades tradicionais,
em que a natalidade e a mortalidade são elevadas, o que contribui para um tímido, quase nulo,
crescimento demográfico. Essa característica é predominante em países essencialmente rurais,
existindo atualmente apenas em algumas nações subdesenvolvidas.
O segundo estágio assinala o desenvolvimento industrial, econômico e social das populações.
É o estágio característico da modernidade, quando há o rápido decrescimento das taxas de
mortalidade, enquanto as taxas de natalidade demoram a cair. Graças a isso, nesse período, o
crescimento populacional é acelerado. Esse segundo estágio corresponde à primeira fase da
transição demográfica destacada no gráfico acima.
Já o terceiro estágio demarca o desenvolvimento urbano, a difusão de métodos contraceptivos
e a queda das taxas de natalidade, que se relacionam, sobretudo, à inclusão da mulher no
mercado de trabalho. Com isso, a fecundidade diminui e o crescimento demográfico mantém-se
em um nível moderado. Podemos dizer que o Brasil se encontra nesse período de sua evolução
populacional, assinalada pela segunda fase da transição demográfica do gráfico.
Por fim, no quarto estágio, observa-se um regime demográfico considerado moderno, com
baixas taxas de natalidade e mortalidade, com um crescimento demográfico próximo a zero. É o
atual período da maioria dos países desenvolvidos da atualidade.
A geração do Baby-boom: um exemplo de transição demográfica
Após o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as Forças Aliadas venceram os
alemães, os italianos e os japoneses. Os Estados Unidos, como vencedores, conheceram uma
elevada evolução político-financeira e conseguiram elevar as condições de vida de sua
população.
Com um período de guerra terminado, a população começou a produzir uma grande quantidade
de filhos, sobretudo entre os anos de 1946 e 1964, fenômeno denominado de geração do baby-
boom ou baby-boomers. Muitos demógrafos consideraram esse período como uma forma
espontânea da sociedade de repor as perdas das pessoas mortas durante os conflitos
internacionais.
Assim, da mesma forma que aconteceu nos estágios acima mencionados, esse rápido
crescimento demográfico ocasionado pelo aumento da natalidade e pela baixa mortalidade foi
seguido por um período de queda dos números de gravidez e a consequente redução das taxas
de crescimento populacional nas gerações seguintes. Observa-se, desse modo, mais um
exemplo de transição demográfica, em que um período de explosão no número de pessoas é
sequenciado por um período de estabilização demográfica.

Pirâmide etária é um gráfico organizado para classificar a população de uma determinada


localidade conforme as faixas de idade, dividindo-as por sexo. Esse gráfico é formado por barras
superpostas que se concentram em torno de um eixo. As barras inferiores representam a
população mais jovem e as barras superiores representam a população mais velha. Do lado
direito do eixo, sempre se quantifica a população feminina e, do lado esquerdo, a população
masculina, conforme o exemplo acima ilustrado.
As pirâmides populacionais são importantes no sentido de elaborarem um planejamento público
a médio e longo prazo. Por exemplo, se a estrutura etária da população apontar que há uma
grande quantidade de jovens, com elevados índices de natalidade, alerta-se para a necessidade
de implantação de políticas que atendam à inclusão das faixas etárias no futuro, com medidas
que visem, por exemplo, à ampliação e melhoria de creches e escolas.
Outra importância da observação e análise das pirâmides etárias é conhecer a evolução da
população, avaliando as taxas de natalidade em comparação à população adulta, aferindo sobre
a existência de uma política de controle de natalidade no país ou se ela precisa ser adotada.
Observe o gráfico abaixo, demonstrativo da pirâmide etária brasileira de acordo com o Censo de
2010:
Pirâmide Etária Brasileira em 2010 (Dados do IBGE)
Além disso, existe a possibilidade de se realizar projeções etárias utilizando também o formato
de pirâmides, para se calcular qual vai ser o formato da população, podendo realizar previsões
a respeito da quantidade de jovens e da população economicamente ativa de um período em
comparação à população idosa e infantil.
Existem quatro tipos principais de pirâmides populacionais, que são classificadas conforme a
idade predominante da população.
Pirâmide Jovem: possui uma base mais larga, em virtude dos altos índices de natalidade e um
topo muito estreito, em função da alta mortalidade e da baixa natalidade em tempos anteriores.
Esse tipo de pirâmide é visto com mais frequência em países subdesenvolvidos.
Pirâmide Adulta: possui uma base também larga, porém com uma taxa de natalidade menor
em face da população infantil e jovem. A pirâmide brasileira acima representada é um exemplo
de pirâmide adulta.
Pirâmide Rejuvenescida: apresenta um relativo aumento do número de jovens em relação a
um período anterior, em função do aumento da fecundidade, geralmente em países
desenvolvidos que estimulam a natalidade.
Pirâmide Envelhecida: a população adulta é predominante e a base bem reduzida,
apresentando uma quantidade de idosos significativamente maior em comparação às demais
pirâmides. Esse tipo de pirâmide é mais comum em países desenvolvidos.

É notória a disparidade social entre diferentes continentes, países, regiões, estados e, até
mesmo, cidades. Essa desigualdade é um dos maiores problemas da sociedade e é uma das
causas de boa parte dos conflitos entre povos. A intensificação desse processo tende a
agravar ainda mais os problemas socioeconômicos das pessoas menos favorecidas.

A desigualdade social é consequência da má distribuição da riqueza, fato constatado na


maioria dos países. Isso gera um contraste econômico e social entre a população, pois apenas
uma pequena parcela da sociedade detém a maioria dos recursos econômicos, enquanto que a
maioria se “contenta” com a menor parcela dos bens.

Segundo dados atribuídos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), os rendimentos de 1% das pessoas mais ricas do mundo são compatíveis àqueles de
57% da população mais pobre do planeta. Esses dados confirmam a diferença na
concentração de renda entre ricos e pobres, refletindo diretamente na alimentação, bens de
consumo e serviços elementares ao ser humano no que se refere às classes em questão.

Com o intuito de estabelecer um critério global para caracterizar a população pobre, o Banco
Mundial utilizou a seguinte metodologia: fez a média das dez piores linhas nacionais de
pobreza do planeta e estabeleceu o dólar PPC, baseado na paridade do poder de compra.
Com base nesse cálculo, estabeleceu dois patamares de renda para caracterizar a pobreza:

- os pobres, que ganham entre 1,25 e 2 dólares PPC ao dia

- os extremamente pobres, que recebem menos de 1,25 dólar PPC ao dia

Conforme dados do Banco Mundial, aproximadamente 22% da população mundial vive com
menos de 1,25 dólar PPC por dia e 44% ganham menos de 2 dólares PPC por dia. Portanto,
de acordo com a metodologia utilizada pelo Banco Mundial, 66% da população global se inclui
na subdivisão anteriormente mencionada. Os países nos quais esses índices se apresentam
mais alarmantes são: os da América Latina, sul da Ásia e, principalmente, da África
Subsaariana.

Esse quadro de desigualdades sociais gera um processo de exclusão relacionado à moradia,


educação, emprego, saúde, entre outros aspectos de direito do cidadão.
Diante de tal ocorrência, faz-se necessário uma distribuição de renda mais justa com vistas a
proporcionar melhores condições de vida para a população global.

Você também pode gostar