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Prova - 2 - Caderno Administrativo
Prova - 2 - Caderno Administrativo
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art. 37, caput: “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”
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. observação quanto ao direito de greve: O art. 37, inc. VII da CF/88 prevê que uma lei
disciplinará o direito de greve dos servidores. Essa lei ainda não existe, por isso entende-se
que ou se aplica a mesma lei dos outros trabalhadores ou que como não há lei, não há direito
de greve.
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1º SEMESTRE 2003 – 2ª prova
na continuidade dos serviços de água, luz, telefone etc. O problema surge com
a inadimplência do usuário: o serviço deve ser posto à disposição, mas não
que o Estado precise fornecer o serviço sem que o usuário pague por este
serviço, em outras palavras, caso um usuário deixe de pagar a conta, a
administração pode “cortar” o seu fornecimento, sem que isso implique em
“descontinuidade” na prestação do serviço, pois o serviço está, em tese,
disponível. A continuidade diz respeito a todas as atividades da administração.
5) presunção de legalidade e veracidade dos atos da administração – o
Estado age, cria e executa dentro do próprio direito. Daí presume-se verdadeiro
e legal os seus atos. Essa presunção é relativa, mas o interessado em
demonstrar que aquele ato é ilegal e quem deve se manifestar. A fé dos
documentos públicos é uma conseqüência desse princípio.
6) princípio da autoexecutoriedade das decisões administrativas. Tem dois
sentidos:
6.1) o administrador ao agir já imprime a força necessária ao seu ato, já dá
validade e eficácia aos seus atos, não precisa ser homologado por outra esfera
da administração;
6.2) deve tomar as medidas para realizar esse ato. Está implícito também
que a administração age de ofício, não precisa da provocação de ninguém.
7) princípio da autotutela administrativa – quer dizer que cabe à própria
administração o controle de seus atos. Cabe também ao judiciário, mas a
administração deve exercer o controle de seus atos, tanto em relação a
conveniência e oportunidade ou mérito, quanto pelo aspecto de legalidade. E
se verificar que o ato não está adequado ou que é ilegal, a administração deve
desfazer o ato, seja revogando-o ou anulando-o.
Acostumem-se com essas duas palavras: revogar e anular.
Revogar – desfazer o ato por motivo de mérito
Anular – desfazer o ato por motivo de ilegalidade.
A administração pode agir por provocação, mas deve agir de ofício. Essa idéia
de autotutela está na Súmula 473 do STF.
em relação ao motivo, o ato não será válido. Opera-se a nulidade do ato que
estava vinculado a motivos inverídicos. Nada impede que tais atos sejam
novamente editados, desde que ligados aos seus motivos reais.
Quanto ao inicio da vigência do ato administrativo, discutiu-se o
momento em que o ato passaria a ser vigente, se no momento de sua
assinatura pela autoridade competente ou quando de sua devida publicação.
Hoje, tem-se por pacífico o entendimento de que o ato somente passa a ser
vigente depois de publicado.
A eficácia dos atos administrativos pode ser analisada sob 03 aspectos:
o da eficácia imediata, o da eficácia futura (ultratividade) e o da eficácia
passada (retroatividade). Como regra, os atos administrativos possuem efeitos
imediatos, contudo, em alguns atos, particularmente, pode haver ultratividade e
retroatividade de seus efeitos.
LITIGANTES CONTROVÉRSIA
CONTRADITÓRIO
É um direito que existe há muito tempo no processo jurisdicional e agora
existe no processo administrativo.
O contraditório representa direitos iguais aos litigantes. Seus elementos
são:
- Informação: aos indivíduos e também à administração é assegurado o
direito de ter acesso a todas as informações para poder reagir (vistas,
possibilidade de tirar cópias, por exemplo), ou seja, acesso aos documentos
juntados pela parte contrária.
- Direito de ser ouvido: tal direito diz respeito à possibilidade de se manifestar
sobre documentos e argumentos expostos pela outra parte.
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cria direitos e obrigações. Já existiu Decreto podendo ter força de lei, criando
direitos e obrigações. Alguns deles ainda vigoram, mas são residuais, poucos
remanesceram. É diferente de Decreto-Lei, que já nem existe mais e equivalia
à medida provisória atual.
Se o Executivo exorbita desse poder regulamentar, cabe ao Congresso
Nacional sustar os atos que exorbitem os limites, conf. art. 49, inc. V, da CF/88:
“é da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
limites de delegação legislativa.” Esse controle também pode ser exercido pelo
judiciário.
A competência do Presidente da República para expedir decreto está no
art. 84, inc. IV, da CF/88: “Compete privativamente ao Presidente da República:
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos
e regulamentos para sua fiel execução.” (Decreto é a forma e regulamento o
conteúdo, entretanto a redação desse inciso dá a impressão de que são coisas
distintas.)
Na França, há o regulamento autônomo, muito importante para efeito de
direito comparado. Há matérias específicas que devem ser reguladas por lei e,
o que não está lá, é regulado pelo regulamento autônomo.
Existem ainda decretos que não são regulamentares e não são vinculados à
lei. Ex: art. 84, inc. VI, alínea “a”: o Presidente pode alterar a organização da
administração independentemente de lei.
O Prof. Fernando citou o livro “Conflito de poderes” de Ana Cândida
sobre a matéria.
6.2) Resolução – ato de Secretários de Estado, Ministros, Autarquias etc. Ato
inferior ao decreto, mas também de alcance normativo geral e abstrato.
6.3) Portaria – ato normativo das autoridades subordinadas a esses anteriores.
Muito comum na administração indireta.
6.4) Regimento – ato normativo que disciplina funcionamento e competência
de órgãos colegiados. Ex. Regimento Interno dos Tribunais.
6.5) Circular, instrução – ato normativo voltado para a própria administração.
Em São Paulo há uma determinação de que circular é ato administrativo
superior voltado para uma generalidade de agentes inferiores e instrução é
destinada a um agente inferior.
O prof. Fernando explica que há, entretanto, circulares e instruções
voltadas para uma generalidade de pessoas fora da administração. Nesses
casos, o agente público está condicionando o agente externo sem lastro em lei,
contrariando o princípio da legalidade. Ex: Circulares do Bacen. Mas fica por
isso mesmo, ninguém faz nada. Estão discutindo essa questão em relação às
agências reguladoras.
Um aspecto importante a ser ressaltado aqui é o da deslegalização que
consiste em uma lei dizendo que tal matéria virá a ser regulada por decreto. E,
a partir desse momento, esse decreto pode modificar leis relacionadas a essa
mesma matéria, inclusive a própria lei que o criou. É meio chocante, segundo o
prof., mas existe na Itália. Para prof. isso seria normal se fosse definido pela
Constituição e não por norma infraconstitucional.
6.6) despacho – manifestação qualquer que não se enquadre nas formas
anteriores
6.7) decisão
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6.8) alvará – ato que vincula uma licença ou uma autorização. Ex: alvará de
autorização para funcionamento de um estabelecimento.
administração faz uma anistia para débitos pequenos (entra para o rol de
débitos impossíveis de serem cobrados – na verdade a cobrança é muito
onerosa e não impossível).
Certo é que em quase todas as licitações a administração se volta para
o critério do menor preço.
Uma outra alternativa caso o interessado não compareça reside na
possibilidade da administração escolher os licitantes remanescentes ou revogar
a licitação feita, promovendo outra, por conseqüência.
O pagamento por parte da administração, em acordo com a Lei 8666/91,
dá-se por um prazo de 30 dias, exaurido este começa a correr a correção
monetária (isso significa mais dinheiro da comunidade para o pagamento).
O responsável do setor que contratou deve mandar ao setor que realize
o pagamento. A ordem de apresentação, feita conforme o tipo da despesa, é o
instrumento por meio do qual o pagamento é realizado (cronologia conforme a
natureza do gasto) – ordem por número de fatura, normalmente a
administração atrasa para pagar os contratos, o que não afasta os
interessados.
A tomada de preço ocorre somente entre os cadastrados e assim a
administração escolhe.
- habilitação jurídica;
- qualificação técnica;
- qualificação econômico-financeira;
- regularidade fiscal.
O inciso V, segundo o professor, deveria estar inserido nos incisos
anteriores.
A administração não pode exigir documentos que não estejam na lei. Por
exemplo, habilitação jurídica: atos constitutivos da empresa. Por exemplo:
qualificação técnica: documentos que comprovem o se o licitante tem
experiência no objeto do contrato.
apresente tão-somente o valor do capital social elevado não quer dizer nada. 5
O prof. observa ainda que o mero pedido de falência não justifica a
desqualificação do licitante, tendo em vista que um concorrente poderia
“eliminar” a concorrência por esse expediente.
Eventualmente, pode-se exigir uma garantia dos licitantes, conforme art.
56, da mesma lei.6
Quanto à regularidade fiscal, o art. 29 da lei estabelece um rol de
certidão que devem ser exigidas.7
Encerrada a fase de habilitação, uma comissão julga a habilitação, sem
prejuízo de eventual medida judicial. A ação judicial típica para impugnar a
habilitação é o mandado de segurança e as provas que se discutem nessa
ação são as relacionadas aos documentos apresentados na licitação.
Superada essa fase, convoca-se uma reunião para abertura das
propostas comerciais (ou segundo envelope).
Se na habilitação, os concorrentes abrirem mão de recorrer (nos termos
do art. 109 da lei), é possível que se abram os envelopes relativos à proposta
logo em seguida, mas isso é muito raro. Normalmente, o que ocorre é o
transcurso do prazo para a segunda reunião.
Na Lei nº 8.666/93 há 3 critérios de julgamento da licitação, conforme
seu art. 45:
1) melhor preço;
2) melhor técnica; e
3) melhor técnica e preço.
Via de regra, ocorre o critério de melhor preço. E mesmo quando
predomina o aspecto intelectual, ou seja, quando o trabalho é de alta
especialização (melhor técnica), a licitação deve fixar um limite de preço, não
pode haver licitação sem limite algum.
Quanto o critério é de técnica e preço, faz-se uma média ponderada.
Um mínimo de técnica já é exigido na habilitação, por isso a
administração entende que os que passam da primeira fase vão concorrer
unicamente pelo preço, na segunda.
A licitação é plenamente questionável judicialmente e o art. 41 da Lei
estabelece que qualquer cidadão pode impugnar o edital 8. E, se afetar a
licitação, a administração pode abrir novo prazo. O prof. observa que fica muito
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§ 2º “a Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços,
poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou
de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta lei, como
dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito
de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.”
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art. 56. “A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no
instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras,
serviços e compras.”
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art. 29. “A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso, consistirá em:
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de
Contribuintes (CGC);
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao
domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto
contratual;
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou
sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social, demonstrando situação regular no
cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.”
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eliminados por não preencherem determinado requisito. Não quer dizer que a
administração chama e contrata. Se houver três convidados, por exemplo, e
nenhum comparecer, tudo bem. Se comparecer apenas um e esse ganhar,
tudo bem também.
Quando nenhum concorrente comparece, a licitação se chama deserta e
a administração deve efetuar outra licitação, salvo se comprovar urgência.
Se todos forem inabilitados ou desclassificados, a licitação é fracassada.
A administração pode reabrir o prazo para que todos reapresentem
documentos ou propostas, conforme art. 48. Todos têm chance de corrigir os
seus problemas, ainda que “todos” seja um só. Mas as fases são estanques, ou
seja, se todos forem desclassificados (segunda fase), aqueles que foram
inabilitados (primeira fase) não podem mais ser incluídos.
Se o preço apresentado é baixo demais (inexeqüível) ou alto demais,
ocorre a desclassificação. Para os casos de obra de engenharia (art. 48), existe
um cálculo, uma fórmula matemática, para verificar a adequação dos preços.
Proposta condicionada ou objetos alternativos também desclassificam o
concorrente.
Os editais devem fixar prazos máximos para a duração do contrato, para
que o contratado não fique eternamente vinculado.
PREGÃO – será estudado no semestre que vem.
Há ainda dois elementos fundamentais quanto à licitação:
1) dispensa de licitação – art. 24
2) inexigibilidade de licitação – art. 25
A dispensa se dá somente por critério justificado da administração. O rol
é taxativo, e o caso mais evidente é o da dispensa por valor. Por exemplo, os
contratos de até 10% do teto do convite podem ser feitos sem licitação, ou seja,
até R$ 8.000. Fora o critério valor, há hipóteses de interesse público.
A inexigibilidade se refere aos casos em que não há possibilidade de
haver licitação (sempre motivada, é claro) ou porque o fornecedor é exclusivo
ou porque a técnica é muito especializada. Ex. contratar o Oscar Niemeyer
para fazer uma obra, ou um jurista para fazer um parecer sobre um assunto
intrincado. A administração deve demonstrar a compatibilidade do preço com o
preço de mercado, e o Tribunal de Contas fica de olho.
A Lei veda expressamente a inexigibilidade de licitação para os contratos
de publicidade, pois são os casos típicos de desvio.
OBS: o prof. disse que, quanto à licitação, é para estudar somente o que foi
dado em aula, porque o assunto é muito extenso.