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PERIODONTIA

Necessidades especiais de anestesia local nos procedimentos periodônticos se concentram no


uso de vasoconstritores, para promover a hemostasia, e no uso de anestésicos locais de longa
duração, para o controle da dor no pós-operatório.

O gerenciamento da dor pós-cirúrgica, incluindo o uso de anestesia de longa duração, é discutido


em um item separado mais adiante neste capítulo.

- A manipulação dos tecidos moles e os procedimentos cirúrgicos estão associados à hemorragia,


especialmente quando os tecidos envolvidos não são saudáveis.

- A administração de anestésicos locais sem vasoconstritores é comprovadamente desfavorável,


porque a propriedade vasodilatadora dos anestésicos locais aumenta o sangramento no local da
injeção. Os vasoconstritores são adicionados para neutralizar essa propriedade indesejada dos
anestésicos locais.

- Apenas revisando, a farmacologia, eles produzem contração do músculo liso arterial através
do estímulo direto de a receptores localizados na parede do vaso sanguíneo.
Consequentemente, os anestésicos locais com vasoconstritores usados para promover
hemostasia devem ser injetados diretamente na região sujeita a sangramento.

- Deve-se promover o controle da dor nos procedimentos periodônticos através de técnicas de


bloqueio de nervo, incluindo os bloqueios dos nervos alveolar superoposterior, alveolar inferior
e infraorbital.

- Saadoun mostrou que a técnica intrasseptal é bastante eficaz para o procedimento cirúrgico
de retalho periodontal. Ela diminui o volume administrado de anestésico e o volume de sangue
perdido durante o procedimento.

As soluções anestésicas usadas nos bloqueios de nervo devem incluir um vasoconstritor em


concentrações inferiores a 1:100.000 de adrenalina ou 1:20.000 de levonordefrina.

Uma concentração de adrenalina de 1:50.000 não é recomendada para o controle da dor,


porque a profundidade, a duração e as taxas de sucesso não são maiores do que as observadas
com anestésicos contendo adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000.

A adrenalina é o fármaco preferido para promover hemostasia local.

A adrenalina é mais comumente usada para se promover a hemostasia na concentração de


1:50.000 (0,2mg/ml). Geralmente, pequenos volumes (que não ultrapassam 0,1ml) são
injetados quando é usada para esse fim. A adrenalina também promove excelente hemostasia
na concentração de 1:100.000, embora o sangramento cirúrgico seja inversamente proporcional
à concentração do vasoconstritor administrado.

Noradrenalina (que, na América do Norte, não se encontra disponível nos anestésicos locais de
uso odontológico) pode produzir isquemia tecidual acentuada, o que pode levar à necrose e à
perda do tecido, não sendo recomendada para usos que visem à hemostasia.

Quando o anestésico local puro é infiltrado (p. ex., mepivacaína a 3%) durante a cirurgia
periodontal, a perda de sangue é duas a três vezes a observada quando se administra lidocaína
a 2% com adrenalina 1:100.000.
- Buckley e colaboradores demonstraram que o uso da concentração de 1:50.000 de adrenalina
produziu uma redução de 50% do sangramento durante a cirurgia periodontal em relação à
observada com uma concentração de 1:100.000 (com lidocaína a 2%).

- Entretanto, a adrenalina não é um fármaco sem efeitos sistêmicos, e alguns efeitos locais
indesejáveis. Estudos demonstram que mesmo volumes pequenos de adrenalina usados na
odontologia podem aumentar significativamente as concentrações plasmáticas de catecolamina
e podem alterar as funções cardíacas. Portanto, é prudente administrar o menor volume da
forma menos concentrada de adrenalina que promova uma hemostasia clinicamente eficaz. À
medida que os níveis teciduais de adrenalina diminuem após sua injeção visando à hemostasia,
uma vasodilatação de rebote se desenvolve.

- Sveen demonstrou que o sangramento pós-cirúrgico (em 6 horas) ocorreu em 13 de 16


(81,25%) dos pacientes que receberam lidocaína a 2% com adrenalina para remoção cirúrgica
de um terceiro molar, enquanto 0 de 16 pacientes que se submeteram à cirurgia com
mepivacaína a 3% sangrou 6 horas pós-cirurgia. O sangramento interferiu na cicatrização pós-
operatória em 9 de 16 (56,25%) dos pacientes que receberam lidocaína com adrenalina,
comparados com 25% dos pacientes que não receberam adrenalina.

- Evidências também sugerem que o uso de adrenalina nos anestésicos locais durante a cirurgia
pode produzir um aumento na dor pós-operatória.

- Muitos clínicos usam uma agulha curta de calibre 30 para injetar anestésicos visando à
hemostasia. O fundamento desse procedimento é que agulhas mais finas produzem um defeito
menor (punctura) no tecido. Se a punctura de injeção pequena é importante, então a agulha de
calibre 30 deve ser usada, mas somente com este propósito (hemostasia). A agulha curta de
calibre 30 não deve ser usada se existe a possibilidade de aspiração positiva de sangue, ou caso
se pretenda penetrar qualquer profundidade dos tecidos moles. A aspiração do sangue através
de uma agulha de calibre 30 é difícil (embora possível). Uma agulha de calibre 27 pode ser usada
na infiltração local para se promover a hemostasia quando a vascularização é um problema, ou
em algumas áreas da cavidade oral sem aumentar o desconforto do paciente.

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