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Gustavo de Souza Portes Meirelles
1 – Introdução
Uma técnica que pode ser realizada em qualquer dos tipos de aparelho, convencional ou helicoidais, é a
tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR). As imagens são adquiridas de modo intervalado
(geralmente intervalos de 10 mm entre cada imagem), com cortes finos de 1 mm e técnica de alta resolução
espacial. A TCAR tem indicações precisas, como análise de alterações intersticiais ou bronquiectasias. Não
deve ser utilizada rotineiramente nos demais casos (ex: nódulo solitário, pesquisa de metástases) por não
englobar todo o pulmão (lembrar que os cortes são intervalados). Portanto, para a maior parte das
indicações, o método é realizado com a técnica de rotina, com cortes contíguos. Para indicações precisas,
como doenças intersticiais, bronquiectasias, realiza-se a TCAR.
Os exames de tórax são realizados em apnéia inspiratória máxima, dos ápices pulmonares às adrenais,
com o paciente em decúbito dorsal. Excepcionalmente, podem ser adquiridas imagens em expiração
máxima, como na suspeita de aprisionamento aéreo, ou com o paciente em decúbito ventral, por exemplo,
nas doenças de predomínio posterior, como pneumonia intersticial usual.
Após a realização do exame, as imagens podem ser analisadas nos filmes ou em estações de trabalho.
Este é o método ideal atual, devido ao grande número de imagens gerado pelos aparelhos mais modernos.
Pode-se avaliar as imagens com janelas diferentes (pulmão, osso ou mediastino), dependendo do que se
quer estudar sem a necessidade de se repetir o exame.
As imagens a seguir ilustram os principais pontos de referência para análise da TC de tórax. São imagens
contíguas, adquiridas da transição cervicotorácica ao abdome.
Figura 10. Imagem demonstrando o lobo médio, língula e os segmentos superiores dos lobos
inferiores.
A próxima imagem foi realizada com a técnica de alta resolução. Reparar na qualidade da mesma, com
demonstração das fissuras oblíquas. Lembrar que, pela espessura do corte, esta técnica é feita com
imagens intervaladas, não se prestando para a análise de todo o pulmão, a não ser nos aparelhos mais
modernos. Portanto, de modo geral, a TCAR deve ser restrita a indicações clínicas precisas, como doenças
intersticiais ou bronquiectasias.
Figura 13. TCAR em decúbito ventral. Paciente exposto ao asbesto com alterações
compatíveis com fibrose pulmonar (asbestose) nas regiões posteriores dos lobos inferiores.
Nestes casos, o ideal é realizar o exame em decúbito ventral, evitando confusões com
atelectasias passivas decorrentes do decúbito.
Nas doenças obstrutivas, a TCAR deve ser também realizada em expiração máxima, o que facilita a
identificação do aprisionamento aéreo.
Figura 14. TCAR em expiração máxima em paciente asmático, demonstrando múltiplas áreas de
aprisionamento aéreo (áreas escuras na tomografia).
3 – Leitura recomendada
Webb WR, Brant W, Major N. Fundamentals of body CT (3rd edition), Saunders, 2005.