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Aula 08

Administração Pública p/ TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - Cargo 1 -


Administração

Professor: Herbert Almeida


Administração Pública
Auditor Fiscal de Controle Externo do TCE-SC
Teoria e exercícios comentados
Prof. Herbert Almeida – Aula 8
AULA 8: Políticas públicas no Brasil

SUMÁRIO

POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL CONTEMPORÂNEO .......................................................................... 2


Descentralização e democracia ................................................................................................................3
Participação, atores sociais e controle social ...........................................................................................4
Gestão local, cidadania e equidade social ................................................................................................5
Redes.........................................................................................................................................................7
FORMULAÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS ..................................................................................... 9
Ciclo de vida de um projeto ................................................................................................................... 10
Processos de gerenciamento de projetos .............................................................................................. 12
Áreas do conhecimento no gerenciamento de projetos ....................................................................... 19
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................. 24
GABARITO ...................................................................................................................................... 26
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 26

Olá pessoal!

A aula de hoje é destinada a cobrir os seguintes itens do edital: “9 As políticas


públicas no Estado brasileiro contemporâneo. 9.1 Descentralização e
democracia. 9.2 Participação, atores sociais e controle social. 9.3 Gestão
local, cidadania e equidade social. 9.4 Corrupção e políticas públicas: fatores
que influenciam a incidência de corrupção e fatores que promovem a
qualidade das políticas públicas. 10 Planejamento e avaliação nas políticas
públicas: conceitos básicos de planejamento. 10.1 Aspectos
administrativos, técnicos, econômicos e financeiros. 10.2 Formulação de
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programas e projetos.”

Por outro lado, o tópico sobre planejamento, que já foi objeto de estudo de
nossa aula 6, não será retomado, ok?!

Aproveitem a aula e bons estudos!

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POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL CONTEMPORÂNEO

Segundo Marta Ferreira Santos Farah1, as políticas públicas promovidas


pelo Estado brasileiro até o início dos anos 1980 se caracterizavam pela
centralização decisória e financeira na esfera federal, cabendo aos estados e
municípios — quando estes eram envolvidos em uma política específica — o
papel de executores das políticas formuladas centralmente.

Contudo, o debate sobre a reforma da ação do Estado na área social, no


Brasil, teve início na década de 1970 e ganhou impulso nos anos 1980, no
âmbito do processo de democratização do país. A agenda de reforma que
então se definiu, inspirando iniciativas inovadoras por parte de governos
estaduais de oposição a partir de 1982 e se consolidando na Constituição de
1988, teve como eixos a democratização dos processos decisórios e a
equidade dos resultados das políticas públicas, sendo a democratização vista
como condição da equidade dos resultados.

Nesse contexto, tem grande importância a descentralização que,


segundo Farah, não significa apenas transferir atribuições, de forma a garantir
eficiência, mas é vista, sobretudo, como redistribuição de poder,
favorecendo a democratização das relações entre Estado e sociedade,
bem como do acesso aos serviços.

Nessa linha, a autora demonstra algumas diretrizes que foram


incorporadas à agenda em relação à gestão estatal:

a) democratização interna da máquina pública, com alterações no


processo de tomada de decisão centralizado;

b) estímulo à inovação, substituindo-se os processos padronizados de


estrito cumprimento da norma;
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c) aproximação entre as entidades prestadoras de serviços e os


cidadãos-usuários, envolvendo capacidade de responder a
necessidades não-massificadas, transparência e possibilidade de
controle, além de mecanismos de participação na gestão dos próprios
serviços;

d) estabelecimento de uma política de valorização de recursos


humanos, que viabilize a dignificação da função pública, incluindo

1
Farah, 2001.

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necessariamente programas de formação e requalificação do pessoal
do Estado; e

e) descentralização da máquina pública, medida que contribuirá


para a democratização e para a melhor resposta da administração a
necessidades regionalizadas.

Vamos analisar com mais calma alguns desses aspectos?!

Descentralização e democracia

A Constituição Federal de 1988 foi um novo marco na democracia


brasileira, surgindo após a queda de um governo de militares que perdurou
durante mais de 20 anos (1964-1985).

A democracia é o governo do povo. Assim, todos os cidadãos contribuem


para o desempenho do poder do Estado, seja diretamente ou por meio de
seus representantes eleitos. Nessa linha, o parágrafo único do artigo 1º da
Constituição Federal dispõe que “Todo o poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos
termos desta Constituição”.

Augustinho Paludo apresenta uma relação com os fundamentos


democráticos:

a) o jogo político ocorre com base em regras preestabelecidas, haja vista


que as ações e decisões políticas são pautadas direta ou indiretamente
por regras constitucionais;

b) as eleições são periódicas e têm como base o sufrágio (voto) universal –


logo, constituem fontes de manifestação de preferências e escolhas do
eleitorado sobre amplos programas de governo de políticas públicas;
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c) os mandatos dos eleitos são limitados temporalmente e quanto ao


alcance de decisões e ações, o que exige a definição de consistentes
linhas de ação, preferencialmente institucionalizadas em legislação e
instrumentos orçamentários de longo prazo para que as políticas públicas
tenham continuidade;

d) a prevalência da vontade da maioria da população, limitada por regras


preestabelecidas, é que determinará que tipos de políticas públicas serão
priorizadas em cada governo;

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e) a oposição tem participação legítima no jogo político e deve ter condições
de assumir o poder por meio do voto popular – logo, sempre terá
importância o seu papel de crítica sobre como estão sendo conduzidas
políticas públicas e como propositora de diferentes agendas a serem
cumpridas caso venha a assumir o poder;

f) os representantes são responsáveis frente ao eleitorado, de modo que


ao cidadão sempre caberá o direito de cobrar a criação de novas políticas
públicas de seu interesse e pela eficiência e eficácia das já existentes; e

g) os clássicos direitos civis (direito à vida, liberdade, segurança, igualdade,


dentre outros) são garantidos – logo, exigem ações concretas dos
governantes para manutenção de políticas públicas permanentes para
que os cidadãos os desfrutem na sua plenitude.

Nos governos democráticos, a sociedade civil organizada ganha voz


perante o governo. A população pode fiscalizar, opinar, fazer críticas,
participando da discussão sobre a formulação e implementação das políticas
públicas.

Com o fortalecimento da sociedade civil organizada, os governos locais


também ganharam poder, pois estão mais próximos das comunidades,
servindo de porta de entrada das demandas da população. Assim, a
Constituição Federal e, mais tarde, a Reforma Gerencial, tiveram importante
papel na descentralização, tanto política quanto administrativa.

Participação, atores sociais e controle social

A maior parte deste assunto já foi objeto de estudo ao longo do nosso


curso, principalmente nas aulas 1 e 2, quando estudamos as mudanças
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institucionais e a Reforma Gerencial.

O controle social é realizado por meio de comissões/conselhos de


cidadãos para a avaliação da qualidade dos serviços. Dessa forma, a
população pode exigir e influenciar nas mudanças da gestão e dos
equipamentos sociais. Assim, a gestão de serviços tende a ser deixada a cargo
da comunidade, das organizações não governamentais ou mesmo de
especialistas e voluntários, com o patrocínio parcial de empresas com
objetivos de melhorar sua imagem, evitando os efeitos negativos dos
problemas sociais que pudessem atingi-las.

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A sociedade pode realizar o controle social individualmente, utilizando-se
dos meios de transparência para obter informações dos atos dos gestores e
políticos; ou de forma coletiva, por meio de ONG’s ou dos conselhos, a
exemplo dos conselhos comunitários de saúde, educação e assistência social.
Além disso, a mídia também pode auxiliar no controle, disseminando
informações sobre os casos de impacto.

Gestão local, cidadania e equidade social

Nesse novo contexto de democratização, a gestão local ganhou grande


importância. A Constituição Federal de 1988 descentralizou diversas
competências em um processo chamado de municipalização. Dessa forma, os
municípios receberam atribuições e recursos para realizaram a gestão local.

Ademais, o fortalecimento da sociedade civil organizada e a proximidade


das prefeituras com essas entidades, fizeram surgir fortes demandas,
aumentando ainda mais a força da municipalização.

Farah ensina que a importância crescente da ação municipal na área


social nos últimos anos pode ser atribuída, entre outros, aos seguintes
fatores:

a) transferência de atribuições e competências do governo central e da


esfera estadual de governo para o governo municipal, com ênfase
nas atribuições que dizem respeito à cidadania social;

b) resposta a reivindicações da sociedade civil pela descentralização


das políticas sociais, desde o início da década de 1980;

c) ênfase à descentralização na agenda de reforma de diferentes


correntes políticas; 99819134641

d) aumento significativo da participação dos municípios na


repartição dos recursos fiscais desenhada a partir da Constituição
de 1988;

e) ênfase à descentralização na agenda de organismos financiadores


multilaterais, os quais exercem influência sobre o planejamento das
políticas governamentais no país;

f) maior proximidade do governo local com relação às demandas


da população, o que assume relevância num quadro democrático;

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g) insuficiência das respostas do mercado como alternativa ao
“desmonte” do Estado (e de suas políticas) no nível federal e
“necessidade”, portanto, de formulação de respostas no nível local.

Assim, além de verem aumentar a importância de sua ação no campo


das políticas sociais, alguns municípios passam a promover também
programas de desenvolvimento local, ampliando ainda mais a agenda
municipal nos anos 1990.

Além da democratização, o surgimento da Nova Gestão Pública e, em


particular, do seu terceiro estágio, o Public Service Orientation (PSO), fez
mudar a relação entre as pessoas e o Estado. A partir de agora, o contribuinte
era chamado de cidadão, conhecido como titular da “coisa pública”, que deve
ser incentivado a participar da gestão, propondo ideias, fiscalizando os
governantes e, em algumas ocasiões, prestando serviços por intermédio da
sociedade civil organizada.

Outros termos importantes nesse novo contexto são a accountability,


estudada na Aula 3 deste curso, e a equidade.

Segundo Procopiuck2, a equidade social deveria ser o principal


propósito da Administração Pública. Aos gestores públicos caberia a defesa
de grupos menos privilegiados na sociedade e a eles conceber e
executar mais e melhores serviços. Na defesa da equidade social, dentro
de suas margens de discricionariedade, os administradores públicos se
posicionariam contrários a diretrizes injustas. Com efeito, trata-se da
aceitação da necessidade de administradores se posicionarem claramente em
defesa de interesses da sociedade.

Dessa forma, a equidade social é uma formação de juízo de valor sobre


a justiça. Ao invés de buscar concretizar a lei ao “pé da letra”, o gestor público
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deve buscar a melhor opção para reduzir as desigualdades sociais. A justiça


e a igualdade são remodeladas, de forma a aplicar o direito ao caso concreto,
considerando a situação desvantajosa das classes menos favorecidas.

O estabelecimento de cotas para portadores de necessidades especiais é


um exemplo de política com o objetivo de alcançar a equidade social.

2
Procopiuck, 2013.

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Redes

Na composição atual das organizações, realizar qualquer atividade de


modo isolado pode prejudicar a obtenção de resultados. É nesse contexto que
as redes se inserem. Podemos definir as redes como organizações de
caráter temporário que compartilham ideais e objetivos e colaboram
umas com as outras.

Esse conceito tem sido aplicado em organizações atuais que fogem ao


padrão de hierarquia e dão maior flexibilidade aos indivíduos que a compõem,
promovendo a inovação e a cooperação organizacional. Dessa forma, a
colaboração de cada participante ganha importância no contexto em que
se insere.

Não podemos pensar, porém, que não existe uma “organização” nas
redes. Mesmo fugindo aos padrões, é necessário que haja um mínimo de
coordenação para que o arranjo em si funcione. Assim, a coordenação
irá atuar de forma a mobilizar as pessoas em torno de um mesmo objetivo
sem, contudo, entrar no âmbito da rigidez hierárquica.

É importante salientar que o que “move” as redes é a confiança entre


os participantes e a compatibilidade de interesses, sejam eles a curto
prazo (situações cotidianas) ou a longo prazo (por exemplo, a busca de
hegemonia em determinado setor).

Podemos dividir as redes em intraorganizacionais e


interorganizacionais.

A primeira (mais simples) se dá dentro da própria organização, deixando


de lado os departamentos e unindo os colaboradores para uma finalidade
comum. A segunda trata de empresas que buscam se associar umas a outras
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para aumentar sua flexibilidade, obter novos conhecimentos, eliminar


estruturas desnecessárias e ganhar competitividade nos mercados. Assim, é
cada vez mais frequente a utilização de fusões com outras empresas.

Dificilmente encontraremos empresas de grande porte que são


responsáveis por toda a linha de fabricação de seus principais produtos. Você
deve saber que a Apple, por exemplo, encomenda a tela de seus celulares de
outras empresas. Ela também faz isso com muitos outros componentes de
seus produtos. Com essa estrutura em rede, muito mais versátil, a empresa
consegue se manter atualizada, pois, se um novo fornecedor desenvolve um

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produto de maior qualidade, basta firmar uma nova aliança e a empresa já
estará atualizada com o que há de melhor no mercado.

Nesse contexto, um termo bastante conhecido no âmbito das redes e


alianças é o joint ventures, que, ao “pé da letra”, significa uma união com
risco. Trata-se de uma forma de união entre duas ou mais empresas para
realizar um projeto específico ou tirar proveito de alguma atividade por tempo
limitado. Como exemplo, imagine a associação entre uma agência do governo
que detém conhecimentos para utilização de um motor nuclear com uma
empresa pioneira na construção de submarinos. Através dessa aliança, o
governo e a empresa pretendem desenvolver o primeiro submarino com
tecnologia nuclear do Brasil.

Redes nas políticas públicas

As redes em políticas públicas são3:


[...] um conjunto de relações relativamente estáveis, de natureza não
hierárquica e independente, que vinculam uma variedade de atores que
compartilham interesses comuns em relação a uma política e que trocam
entre si recursos para perquirir esses interesses comuns, admitindo que a
cooperação é a melhor maneira de alcançar as metas comuns.

Para Marcelo Procopiuck, além da reciprocidade, da legitimidade, da


estabilidade e dos recursos, há dois elementos essenciais na formação de
uma rede que devem estar presentes: vontade (os agentes devem desejar
atuar conjuntamente) e conhecimento (os agentes devem se conhecer
mutuamente, ter conhecimento dos recursos disponíveis e ter consciência de
sua complementariedade para alcançar objetivos comuns).

É cada vez mais comum a utilização de redes em políticas públicas. O


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Sistema Único de Saúde é um bom exemplo. O Governo Federal se une aos


estados e municípios para formar uma rede, em que cada um desempenha
um papel, buscando fornecer um serviço de qualidade para a sociedade.
Outras grandes redes estão no sistema de educação e no Programa Bolsa
Família.

Cabe mencionar que a formação de redes em políticas públicas não é


exclusividade de órgãos estatais, pois deve envolver atores públicos, sociais
e o mercado, tornando, assim, as políticas mais democráticas e participativas.

3
Borzel, 1998, apud Cavalcante, 2009.

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FORMULAÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS

Um importante documento de referência e gestão de projetos é o Project


Management Body of Knowledge (PMBOK) – Conjunto de Conhecimentos em
Gerência de Projetos. Este Guia define um projeto como: “um esforço
temporário para criar um produto exclusivo”.

Para Paludo4, o projeto é algo de execução única, não rotineira, com


tempo de execução determinado, que envolve o dispêndio de esforços e
recursos para se promover uma mudança ou criar algo novo, que pode ser
um bem ou serviço.

Em complemento, o Guia PMBOK salienta que,


A sua natureza temporária indica um início e um término definidos. O
término é alcançado quando os objetivos tiverem sido atingidos ou
quando se concluir que esses objetivos não serão ou não poderão ser
atingidos e o projeto for encerrado, ou quando o mesmo não for mais
necessário. Temporário não significa necessariamente de curta duração. Além
disso, geralmente o termo temporário não se aplica ao produto, serviço ou
resultado criado pelo projeto; a maioria dos projetos é realizada para criar um
resultado duradouro. Por exemplo, um projeto para a construção de um
monumento nacional criará um resultado que deve durar séculos. Os projetos
também podem ter impactos sociais, econômicos e ambientais com duração
mais longa que a dos próprios projetos. (grifos nossos)

Assim, podemos entender que os projetos são únicos ou exclusivos e


compreendem um esforço temporário. Ademais, o principal objetivo de
um projeto é alcançar o seu produto final. O desenvolvimento de um software,
a construção de um edifício e a elaboração de um livro são exemplos de
projetos. No caso de um edifício, a empresa pode até utilizar a mesma planta
para construir um novo prédio, mas com certeza eles serão diferentes em
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algum ponto, como a localização por exemplo.

Além disso, o fato de ser temporário não significa que ele será rápido.
Um projeto pode durar vários anos, mas deverá ter prazo de encerramento.
Entretanto, nem sempre é possível concluir o projeto, pois novos eventos
podem surgir, tornando seus objetivos inalcançáveis ou desnecessários.

4
Paludo, 2013, p. 322.

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Ciclo de vida de um projeto

A primeira coisa que quero destacar é para que não confundam o ciclo
de vida, ponto desse tópico, com os processos de gerenciamento de projetos,
que serão apresentados no tópico seguinte.

Para Maximiano5, o ciclo de vida é a sequência de fases que vão do


começo ao fim de um projeto. Seu entendimento permite a visualização
sistêmica do projeto, desde seu início até a conclusão, facilitando o estudo e
a aplicação das técnicas de administração de projetos.

Segundo o PMBOK, os projetos variam em tamanho e complexidade. Não


importa se são grandes ou pequenos, simples ou complexos, todos os projetos
podem ser mapeados para a estrutura de ciclo de vida a seguir:

 início do projeto;

 organização e preparação;

 execução do trabalho do projeto;

 encerramento do projeto.

Essa estrutura genérica de ciclo de vida é frequentemente referenciada


na comunicação com a alta administração ou outras entidades menos
familiarizadas com os detalhes do projeto.

Maximiano propõe que o ciclo de vida abrange (1) a descoberta da


ideia ou visão do produto – é a inspiração para o projeto; (2) desenho (ou
projeto do produto) – o modelo mental é transformado em um desenho
detalhado do produto; (3) desenvolvimento – o produto é gradativamente
elaborado; (4) entrega – o produto é apresentado ao cliente.

Além disso, o Cespe já considerou correta uma questão dizendo que o


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projeto forma um ciclo dinâmico, iniciando com o planejamento, execução


e controle.

A partir daí, o PMBOK destaca que a maioria dos projetos apresentam


algumas características comuns:

a) os níveis de custo de pessoal são baixos no início, atingem o valor


máximo enquanto o projeto é executado e caem rapidamente
conforme o projeto é finalizado;

5
Maximiano, 2002, p. 45.

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Custos

Organização Encerra
Execução do
Início mento
trabalho

T
b) a influência das partes, os riscos e incertezas são maiores no começo
e caem ao longo da vida do projeto;

c) a capacidade de influenciar as características finais do produto do


projeto, sem impacto significativo nos custos, é mais alta no início e
torna-se cada vez menor conforme o projeto progride. Isso quer dizer
que, caso eu queira alterar os requisitos do produto, será mais fácil
no início do projeto, pois quanto mais desenvolvido ele estiver,
maiores serão os custos de mudança.

Impacto da variável com base no tempo decorrido do projeto


Influência dos colaboradores, riscos e incertezas

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Custos das mudanças

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Processos de gerenciamento de projetos

De acordo com o PMBOK, “o gerenciamento de projetos é a aplicação


de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades
do projeto afim de cumprir seus requisitos”. A aplicação desses
conhecimentos requer o gerenciamento eficaz de processos apropriados.

Assim, o gerenciamento de projetos envolve um grupo de processos


relacionados entre si, utilizados para alcançar o objetivo proposto.

Ademais, os processos de gerenciamento de projetos estão agrupados


em cinco categorias, conhecidas como grupos de processos de gerenciamento
de projetos (ou grupo de processos):

a) Grupo de processos de iniciação: são os processos realizados para


definir um novo projeto ou uma nova fase de um projeto existente
através da obtenção de autorização para iniciar o projeto ou a fase;

b) Grupo de processos de planejamento: os processos realizados


para definir o escopo do projeto, refinar os objetivos e desenvolver o
curso de ação necessário para alcançar os objetivos para os quais o
projeto foi criado;

c) Grupo de processos de execução: os processos realizados para


executar o trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto
para satisfazer as especificações do mesmo;

d) Grupo de processos de monitoramento e controle: os processos


necessários para acompanhar, revisar e regular o progresso e o
desempenho do projeto, identificar todas as áreas nas quais serão
necessárias mudanças no plano e iniciar as mudanças
correspondentes; 99819134641

e) Grupo de processos de encerramento: os processos executados


para finalizar todas as atividades de todos os grupos de processos,
visando encerrar formalmente o projeto ou a fase.

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Processos de
Execução
Processos de
Planejamento

Processos de
Encerramento
Processos de Processos de
Iniciação Controle

Vamos analisar cada grupo de forma mais detalhada.

Grupo de processos de iniciação

O grupo de processos de iniciação consiste nos processos realizados para


definir um novo projeto ou uma nova fase de um projeto existente, obtendo
autorização para isso. Nesse momento, será definido o escopo inicial, os
recursos financeiros iniciais serão comprometidos e será selecionado
o gerente do projeto. Esse grupo inclui os seguintes grupos de
gerenciamento de projetos:

 desenvolver o termo de abertura do projeto: é o processo de


desenvolvimento do documento que formalmente autoriza um
projeto ou uma fase e a documentação dos requisitos iniciais que
satisfaçam as necessidades e expectativas das partes interessadas.

O termo de abertura estabelece uma parceria entre a organização


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executora e a organização solicitante (o cliente). Assim, é alguém externo


ao projeto que faz a autorização para a sua realização, como, por
exemplo, o seu patrocinador.

 identificar as partes interessadas: é o processo de identificação


de todas as pessoas ou organizações que podem ser afetadas
pelo projeto, além da documentação das informações relevantes aos
seus interesses, envolvimento e impacto de sucesso. Assim, todos os
colaboradores, como clientes, fornecedores, funcionários e demais
participantes devem ser identificados.

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Grupo de processos de planejamento

Para o PMBOK, o grupo de processos de planejamento consiste nos


processos realizados para estabelecer o escopo total do esforço, definir
e refinar os objetivos e desenvolver o curso de ação necessário para
alcançar esses objetivos. Assim, serão desenvolvidos o plano de
gerenciamento e os documentos do projeto que serão usados para executá-
lo. Cabe destacar que esse planejamento não é estático, devendo sofrer
adaptações à medida que as informações tornam-se mais claras.

Nesse contexto, o grupo de processos de planejamento inclui os


seguintes processos:

 desenvolver o plano de gerenciamento do projeto: é o processo


de documentação das ações necessárias para definir, preparar,
integrar e coordenar todos os planos auxiliares;

 planejar o gerenciamento do escopo: planejar o gerenciamento do


escopo define e documenta como a equipe do projeto irá definir, validar
e controlar o escopo;

 coletar os requisitos: definir e documentar as necessidades das


partes interessadas para alcançar os objetivos do projeto;

 definir o escopo: é o desenvolvimento de uma descrição detalhada


do projeto e do produto;

 criar a estrutura analítica do projeto (EAP): é o processo de


subdivisão das entregas e do trabalho do projeto em componentes
menores e de gerenciamento mais fácil;

Vamos dar uma pequena pausa no grupo de processos de planejamento


para definir o que é a estrutura analítica de projeto. De acordo com o PMBOK,
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Criar a EAP é o processo de subdivisão das entregas e do trabalho do


projeto em componentes menores e de gerenciamento mais fácil. A
estrutura analítica do projeto (EAP) é uma decomposição hierárquica
orientada às entregas do trabalho a ser executado pela equipe para atingir
os objetivos do projeto e criar as entregas requisitadas, sendo que cada nível
descendente da EAP representa uma definição gradualmente mais
detalhada da definição do trabalho do projeto. A EAP organiza e define
o escopo total e representa o trabalho especificado da atual declaração do
escopo do projeto aprovado. (grifos nossos)

A EAP é, portanto, uma decomposição de todo o projeto em


“pacotes” menores, que possam ser gerenciados mais facilmente. O projeto

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de desenvolvimento de um submarino nuclear, por exemplo, é muito
complexo. Assim, é possível decompô-lo em diversas partes como o
desenvolvimento dos alojamentos, do sistema de navegação, do sistema de
propulsão nuclear, do sistema de submersão, etc.
 planejar o gerenciamento do cronograma: processos necessários
para estabelecer as políticas, procedimentos e documentação para
planejar, desenvolver, gerenciar, executar e controlar o cronograma
do projeto;

 definir as atividades: trata da identificação das ações específicas a


serem realizadas para produzir as entregas do projeto;

 sequenciar as atividades: identificação e documentação dos


relacionamentos entre as atividades do projeto;

 estimar os recursos das atividades: estimativa dos tipos e


quantidades de material, pessoas, equipamentos ou suprimentos que
serão necessários para realizar cada atividade;

 estimar as durações das atividades: estimativa do número de


períodos de trabalho que serão necessários para executar atividades
específicas com os recursos estimados;

 desenvolver o cronograma: envolve a análise de sequências das


atividades, suas durações, recursos necessários e restrições, visando
criar o cronograma do projeto;

 planejar o gerenciamento dos custos: estabelece as políticas,


procedimentos e documentação para planejar, gerenciar, executar e
controlar os custos do projeto;

 estimar custos: é o desenvolvimento de uma estimativa dos recursos


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monetários necessários para executar as atividades do projeto;

 determinar o orçamento: é o processo de agregação dos custos


estimados de atividades individuais ou pacotes de trabalho para
estabelecer uma linha de base dos custos autorizada;

 planejar o gerenciamento da qualidade: identificação dos


requisitos e/ou padrões de qualidade do projeto e do produto, além da
documentação de como o projeto atingirá a conformidade;

 planejar o gerenciamento de recursos humanos: identificação e


documentação de papéis, responsabilidades, habilidades necessárias e

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relações hierárquicas do projeto, além da criação de um plano de
gerenciamento de pessoal;

 planejar o gerenciamento das comunicações: determinação das


necessidades de informação das partes interessadas no projeto e
definição de uma abordagem de comunicação;

 planejar o gerenciamento de riscos: definição de como conduzir as


atividades de gerenciamento de riscos de um projeto;

 identificar os riscos: processo de determinação dos riscos que


podem afetar o projeto e de documentação de suas características;

 realizar a análise qualitativa de riscos: envolve a priorização de


riscos para análise ou ação adicional através da avaliação e
combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto;

 realizar a análise quantitativa de riscos: é o processo de analisar


numericamente o efeito dos riscos identificados nos objetivos gerais
do projeto;

 planejar respostas a riscos: é o processo de desenvolvimento de


opções e ações para aumentar as oportunidades e reduzir as ameaças
aos objetivos do projeto; e

 planejar o gerenciamento das aquisições: é o processo de


documentação das decisões de compras do projeto; e

 planejar o gerenciamento das partes interessadas: tem como


objetivo desenvolver estratégias para quebrar as resistências das
partes interessadas e garantir seu engajamento no projeto.

Grupo de processos de execução 99819134641

O grupo de processos de execução consiste nos processos realizados para


concluir o trabalho definido no plano de gerenciamento de forma a
cumprir as especificações do projeto. Envolve a coordenação de pessoas,
recursos e a integração e execução das atividades do projeto, em
conformidade com o seu plano de gerenciamento. Em síntese, nesse momento
o plano é colocado em prática e eventuais mudanças são identificadas e
implementadas.

O grupo de execução inclui os seguintes processos de gerenciamento de


projetos:

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 orientar e gerenciar o trabalho do projeto: é o processo de
realização do trabalho definido no plano de gerenciamento do
projeto para atingir os objetivos programados;

 realizar a garantia da qualidade: consiste na auditoria dos


requisitos de qualidade e das medições de controle de
qualidade, garantindo que sejam usados os padrões e definições
operacionais apropriados;

 mobilizar a equipe do projeto: é a confirmação da disponibilidade


dos recursos humanos e a obtenção da equipe necessária para
cumprir o projeto;

 desenvolver a equipe do projeto: é o processo de melhoria de


competências (capacitação), da interação da equipe e do ambiente
global da equipe para aprimorar o desempenho do projeto;

 gerenciar a equipe do projeto: consiste no acompanhamento do


desempenho dos membros da equipe, fornecendo o feedback,
resolvendo questões e gerenciando as mudanças para aprimorar o
desempenho;

 gerenciar as informações: colocar as informações relevantes à


disposição das partes interessadas;

 gerenciar o envolvimento das partes interessadas: é o processo


de comunicação e interação com as partes interessadas para atender
às suas necessidades e resolver as questões conforme ocorrerem
(comunicação com as partes interessadas); e

 realizar as aquisições: consiste na obtenção de respostas de


fornecedores, seleção do fornecedor e adjudicação de um contrato.
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Grupo de processos de monitoramento e controle

Por outro lado, o grupo de processos de monitoramento e controle


consiste nos processos necessários para acompanhar, revisar e regular o
progresso e o desempenho do projeto, identificar todas as áreas nas
quais serão necessárias mudanças no plano e iniciar as mudanças
correspondentes. Dessa forma, o desempenho do projeto é observado e
mensurado de forma periódica e uniforme, permitindo a identificação de
variações em relação ao plano de gerenciamento.

Esse grupo inclui:

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 monitorar e controlar o trabalho do projeto: é o processo de
acompanhamento, avaliação e regulação do progresso para atender
aos objetivos de desempenho definidos no plano de gerenciamento do
projeto;

 realizar o controle integrado de mudanças: trata da avaliação de


todas as solicitações, aprovação e gerenciamento de mudanças em
entregas, ativos de processos organizacionais, documentos e plano de
gerenciamento do projeto;

 validar o escopo: formalização da aceitação das entregas


terminadas do projeto;

 controlar o escopo: monitoramento do andamento do escopo do


projeto e do produto e gerenciamento das mudanças feitas na linha
de base do escopo;

 controlar o cronograma: monitoramento do andamento do projeto


para atualização do seu progresso e gerenciamento das mudanças
feitas na linha de base do cronograma;

 controlar os custos: é o processo de monitoramento do andamento


do projeto para atualização do seu orçamento e gerenciamento das
mudanças;

 controlar a qualidade: monitoramento e registro dos resultados da


execução das atividades de qualidade para avaliar o desempenho e
recomendar as mudanças necessárias;

 controlar as comunicações: tem como objetivo controlar e


monitorar as comunicações de modo a garantir que as necessidades
de informação das partes interessadas sejam atendidas;
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 controlar os riscos: implementação de planos de respostas aos


riscos, acompanhamento dos riscos identificados, monitoramento dos
riscos residuais, identificação de novos riscos e avaliação do processo
de risco durante todo o projeto;

 controlar as aquisições: gerenciamento do relacionamento das


aquisições e monitoramento dos desempenhos dos contratos, fazendo
mudanças e correções conforme necessário; e

 controlar o envolvimento das partes interessadas: é o processo


de comunicação e interação com as partes interessadas para atender

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às suas necessidades e solucionar as questões à medida que
ocorrerem.

Grupo de processos de encerramento

O grupo de processos de encerramento consiste nos processos


executados para finalizar todas as atividades, de todos os grupos de processos
de gerenciamento, visando completar formalmente o projeto ou a fase, ou
obrigações contratuais. Nesse grupo, são realizadas as atividades de
aceitação do cliente; revisão final; registro de impactos; documentação das
lições aprendidas; atualizações; arquivamento de todos os documentos
relevantes; e encerramento das aquisições.
O grupo de encerramento inclui os seguintes processos:
 encerrar o projeto ou a fase: é o processo de finalização de todas
as atividades de todos os grupos de processos de gerenciamento para
terminar formalmente o projeto ou a fase;

 encerrar as aquisições: é a finalização de cada aquisição do projeto.

Áreas do conhecimento no gerenciamento de projetos

O Guia PMBOK apresenta dez6 áreas do conhecimento na gestão de


projetos: (1) integração, (2) escopo, (3) tempo, (4) custos, (5)
qualidade, (6) recursos humanos, (7) comunicações, (8) riscos, (9)
aquisições e (10) partes interessadas.

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6
A 5ª Edição do PMBOK (2013) incluiu a área do conhecimento das partes interessadas (colaboradores,
stakeholders).

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Áreas do conhecimento no gerenciamento de projetos

Escopo

Partes
Tempo
interessadas

Aquisições Custos

Integração

Riscos Qualidade

Recursos
Comunicações
humanos

1. (Cespe – APGIPI/INPI/2013) O principal objetivo a ser atingido na gestão do


projeto é um produto final com o melhor desempenho possível, sob uma perspectiva
dinâmica e flexível, realizando as alterações necessárias durante o avanço do projeto.
Comentário: o principal objetivo do projeto é alcançar o produto final, dentro dos
requisitos estabelecidos. À medida que o projeto vai se desenvolvendo, as
informações ficam mais claras, permitindo que sejam feitas adaptações para
convergir o planejamento à realidade. Assim, um projeto deve ser dinâmico e
flexível.
Gabarito: correto.
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2. (Cespe – APGIPI/INPI/2013) A gestão do projeto forma um ciclo dinâmico, que se


inicia no planejamento, com fixação de objetivos, estabelecimento de recursos e
definição de estratégias, passando à execução, com alocação de recurso, gestão da
execução e coordenação de esforços, e, finalmente, chegando ao controle, com
avaliação de resultados, elaboração de relatórios e resolução de problemas com
eventual tomada de medidas.
Comentário: sabemos que o projeto deve ser dinâmico, permitindo que ocorram
adaptações ao longo de sua vida. Ademais, um projeto envolve, basicamente, o
planejamento (fixação de objetivos, estabelecimento de recursos e estratégias),

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a execução (alocação do recurso, gestão da execução e coordenação de
esforços) e chega ao controle (avaliação, relatórios, etc.).
Vimos na parte teórica que essa é uma forma do Cespe conceituar o ciclo de
vida do projeto. Assim, devemos ficar ligados às diversas fontes literárias e,
também, aos entendimentos da banca apresentados em suas assertivas.
Gabarito: correto.

Julgue os próximos itens, acerca de gestão de projetos.


3. (Cespe – Técnico de Nível Superior/MPOG/2013) A etapa de execução é a fase
do projeto em que há maior nível de atividade.
Comentário: é na execução que o produto é desenvolvido. Nessa fase, ocorrerá
o maior custo com pessoal, representando o momento em que ocorre o maior
nível de atividade. Não confundam a realização de atividades (esforços) com o
número de processos, pois, nesse caso, o planejamento é que envolve o maior
número de processos.
Gabarito: correto.

Acerca dos conceitos básicos de gerenciamento de projetos e considerando o


PMBOK, julgue os itens a seguir.
4. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) No gerenciamento de um
projeto, deve-se utilizar não apenas as ferramentas e técnicas disponíveis, mas
também conhecimento e habilidade para que os requisitos sejam cumpridos.
Comentário: simples. O gerenciamento de um projeto envolve, além das
ferramentas e das técnicas, o conhecimento e as habilidades da equipe e seus
membros, permitindo que se cumpram os requisitos estabelecidos.
Gabarito: correto.

5. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) O planejamento


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organizacional de uma empresa não acarreta impacto em projeto cujo financiamento


já tenha sido alocado por meio de plano estratégico.
Comentário: o planejamento organizacional sempre acarretará impacto nos
projetos da organização. Além disso, é discutível que um plano estratégico
(genérico e voltado para o longo prazo) venha alocar recursos diretamente a um
projeto.
Gabarito: errado.

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6. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) Um projeto geralmente
possui equipes e esforço de desenvolvimento específicos, no entanto seus produtos
ou serviços são comuns a todos os projetos que tenham o mesmo escopo.
Comentário: o projeto é algo exclusivo e temporário. Não há como dois projetos
terem o mesmo escopo. Mesmo que as características dos produtos sejam
praticamente as mesmas, em alguma coisa o projeto e seu escopo irá se
diferenciar do outro. Por exemplo, uma empresa pode fazer dois prédios
idênticos e mesmo assim os escopos serão diferentes: pelo menos o local será
diferente, concordam? 
Além disso, as equipes podem até ser as mesmas, mas os produtos e os
serviços não serão comuns a todos os projetos.
Gabarito: errado.

7. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) Quando um projeto está bem


planejado, ou seja, foram previstas todas as suas atividades e resultados, é certo que
não haverá incertezas.
Comentário: não há como prever com exatidão todas as atividades e resultados,
as incertezas sempre irão ocorrer. Segundo o PMBOK, à medida que o projeto
se desenvolve, as incertezas diminuem.
Gabarito: errado.

Ainda em relação aos conceitos básicos de gerenciamento de projetos, julgue os itens


subsequentes.
8. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) Os grupos de processos de
gerenciamento de projeto se dividem em iniciação, planejamento, execução,
monitoramento e controle e encerramento.
Comentário: exatamente. Os cinco grupos de gerenciamento de projetos são:
iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento.
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Monitoramento
Iniciação Planejamento Execução Encerramento
e controle

Gabarito: correto.

9. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) Em função da dificuldade de


contratação de equipe competente, o custo de pessoal de um projeto é mais alto no
início; porém, com a execução do projeto e com a devida produtividade da equipe,
esse custo passa a ser mais baixo.

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Comentário: vimos um gráfico que demonstra que os custos com pessoal se
iniciam baixos, alcançam seu ápice durante a execução e caem rapidamente no
encerramento do projeto.
Gabarito: errado.

Julgue os itens a seguir, acerca de gestão de projetos.


10. (Cespe – Especialista em Regulação de Aviação Civil/ANAC/2012) O analista
que pretenda conduzir um projeto deve utilizar o PMBOK, um guia de práticas de
referência na gestão de projetos.
Comentário: o PMBOK é um guia de práticas de referência em gestão de
projetos, fácil!
Gabarito: correto.

Julgue os itens a seguir, que tratam de gestão de projetos.


11. (Cespe – TC/BASA/2012) Uma das diferenças entre um projeto e um processo é
a temporariedade.
Comentário: os processos são realizados de forma contínua, enquanto o projeto
é temporário, ou seja, uma de suas diferenças é a temporariedade.
Gabarito: correto.

12. (Cespe – TA/TJ-AC/2012) De acordo com o Guia PMBOK, os projetos


apresentam cinco grupos de processos distintos: iniciação, planejamento, execução,
monitoramento e controle e encerramento.
Comentário: resolvemos uma questão praticamente idêntica. Vamos direto para
a figurinha:

Monitoramento
Iniciação Planejamento Execução Encerramento
99819134641

e controle

Gabarito: correto.

Tendo em vista que o gerenciamento de projetos deixou de ser diferencial competitivo


e passou a ser considerado lugar-comum no universo administrativo, julgue os itens
subsecutivos, acerca de elaboração, análise, avaliação e gestão de projetos.
13. (Cespe – Administrador/MI/2013) De acordo com a metodologia definida pelo
PMBOK, são quatro os macroprocessos para gerenciamento de projetos: iniciação,
planejamento, execução, monitoramento e controle.

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Comentário: são cinco os grupos de processos: iniciação, planejamento,
execução, monitoramento e controle e encerramento. A partir de agora, vocês
estão proibidos de errar esse tipo de questão!
Gabarito: errado.

Show! Mais uma aula concluída.

Vejo vocês em nosso próximo e último encontro.

Bons estudos.

HERBERT ALMEIDA.
http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/herbert-almeida-3314/

QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – APGIPI/INPI/2013) O principal objetivo a ser atingido na gestão do projeto


é um produto final com o melhor desempenho possível, sob uma perspectiva dinâmica
e flexível, realizando as alterações necessárias durante o avanço do projeto.
2. (Cespe – APGIPI/INPI/2013) A gestão do projeto forma um ciclo dinâmico, que se
inicia no planejamento, com fixação de objetivos, estabelecimento de recursos e
definição de estratégias, passando à execução, com alocação de recurso, gestão da
execução e coordenação de esforços, e, finalmente, chegando ao controle, com
avaliação de resultados, elaboração de relatórios e resolução de problemas com
eventual tomada de medidas.

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Julgue os próximos itens, acerca de gestão de projetos.


3. (Cespe – Técnico de Nível Superior/MPOG/2013) A etapa de execução é a fase
do projeto em que há maior nível de atividade.

Acerca dos conceitos básicos de gerenciamento de projetos e considerando o PMBOK,


julgue os itens a seguir.
4. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) No gerenciamento de um
projeto, deve-se utilizar não apenas as ferramentas e técnicas disponíveis, mas também
conhecimento e habilidade para que os requisitos sejam cumpridos.

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5. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) O planejamento organizacional
de uma empresa não acarreta impacto em projeto cujo financiamento já tenha sido
alocado por meio de plano estratégico.
6. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) Um projeto geralmente possui
equipes e esforço de desenvolvimento específicos, no entanto seus produtos ou serviços
são comuns a todos os projetos que tenham o mesmo escopo.
7. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) Quando um projeto está bem
planejado, ou seja, foram previstas todas as suas atividades e resultados, é certo que
não haverá incertezas.

Ainda em relação aos conceitos básicos de gerenciamento de projetos, julgue os itens


subsequentes.
8. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) Os grupos de processos de
gerenciamento de projeto se dividem em iniciação, planejamento, execução,
monitoramento e controle e encerramento.
9. (Cespe – Profissional/Grupo Gestor/MPOG/2013) Em função da dificuldade de
contratação de equipe competente, o custo de pessoal de um projeto é mais alto no
início; porém, com a execução do projeto e com a devida produtividade da equipe, esse
custo passa a ser mais baixo.

Julgue os itens a seguir, acerca de gestão de projetos.


10. (Cespe – Especialista em Regulação de Aviação Civil/ANAC/2012) O analista
que pretenda conduzir um projeto deve utilizar o PMBOK, um guia de práticas de
referência na gestão de projetos.

Julgue os itens a seguir, que tratam de gestão de projetos.


11. (Cespe – TC/BASA/2012) Uma das diferenças entre um projeto e um processo é a
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temporariedade.
12. (Cespe – TA/TJ-AC/2012) De acordo com o Guia PMBOK, os projetos apresentam
cinco grupos de processos distintos: iniciação, planejamento, execução,

Tendo em vista que o gerenciamento de projetos deixou de ser diferencial competitivo


e passou a ser considerado lugar-comum no universo administrativo, julgue os itens
subsecutivos, acerca de elaboração, análise, avaliação e gestão de projetos.
13. (Cespe – Administrador/MI/2013) De acordo com a metodologia definida pelo
PMBOK, são quatro os macroprocessos para gerenciamento de projetos: iniciação,
planejamento, execução, monitoramento e controle.

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Teoria e exercícios comentados
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GABARITO

1. C 6. E 11. C
2. C 7. E 12. C
3. C 8. C 13. E
4. C 9. E
5. E 10. C

REFERÊNCIAS

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Medição De Desempenho E Manual Para Construção De Indicadores. Brasília: Ministério do
Planejamento, 2009.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Técnica de auditoria: indicadores de desempenho e mapa de


produtos. Brasília: TCU, Coordenadoria de Fiscalização e Controle, 2000.

BRASIL. Tribunal de Contas da União. Técnica de indicadores de desempenho para auditorias.


Portaria-Segecex nº 33, de 23 de dezembro de 2010. Brasília: TCU, SEGECEX/SEPROG, 2011.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Indicadores - Orientações Básicas


Aplicadas à Gestão Pública. Brasília: MPOG, SPIE, 2012.

CAVALCANTE, Pedro L. “Programa Bolsa Família: descentralização, centralização ou gestão em redes?”


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CAVALCANTI, Mônica Maria de Arruda. Avaliação de políticas públicas e programas governamentais


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CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública. 3ª Ed. Barueri: Manole, 2012.


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MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração de projeto: como transformar idéias em


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MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Fundamentos de administração: Manual Compacto para as


Disciplinas TGA e Introdução à Administração. 2ª Edição. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2011.

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Administração Pública
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PALUDO, Augustinho. Administração Pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

PROCOPIUCK, Mario. Políticas públicas e fundamentos da Administração Pública: análise e


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