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Além destas alterações, foi aprovada a 14ª proposta do presidente Wilson no sentido
de criar uma nova organização internacional – a Sociedade das Nações. Esta decisão
exprimia um desejo antigo da comunidade internacional no sentido de estabelecer
uma instituição supranacional capaz de regular as relações entre estados, segundo 2
princípios:
Os seus objetivos eram impedir o recurso à guerra, garantir a cooperação pacífica entre
os estados e assegurar o primado do direito internacional.
Em consequência, a inflação disparou para valores nunca antes verificados, facto que
teve profundas repercussões políticas e sociais. Só em 1925, com base em
investimentos americanos, a economia europeia começou a apresentar sinais de
recuperação, auxiliada pela contenção na emissão de papel-moeda, depois de,
novamente, se ter acordado o regresso ao padrão-ouro, permitindo então reequilibrar
as balanças de pagamentos.
Nos princípios do século XX, vivia-se na Rússia uma situação de profundo mal-estar,
provocada pelo atraso social e económico de um país submetido ao regime autocrático
do czar Nicolau II. Predominava uma aristocracia fundiária que esmagava um
campesinato ansioso pela partilha das terras; o operariado, em número crescente,
encontrava-se em situação difícil; a burguesia, em ascensão, aspirava a reformas no
regime.
Legalizada a revolução pelo Congresso dos Sovietes, este designou um Conselho dos
Comissários do Povo, presidido por Lenine. Durante este período, conhecido como
democracia dos sovietes, decretou-se um conjunto de medidas para aplicar o programa
bolchevique: o decreto sobre as nacionalidades concedeu a igualdade a todos os povos
do império, originando a URSS; o decreto sobre a terra aboliu a propriedade privada e
distribuiu a terra aos sovietes camponeses; o decreto sobre o controlo operário
atribuiu ao operariado a gestão das empresas; e o decreto sobre a paz convidou os
intervenientes na I Guerra Mundial a iniciarem conversações de paz, culminando com a
assinatura do Tratado de Brest-Litovsk (1918) com a Alemanha, que significou a
retirada da Rússia da guerra, apesar das pesadas perdas territoriais.
Este programa foi aplicado apesar da oposição interna protagonizada por antigos
quadros e elites militares do czar ou por descontentes com a tomada do poder pelos
bolcheviques (anarquistas, socialistas revolucionários, mencheviques), o que
desencadeou a guerra civil até 1921. Esta guerra envolveu os “brancos”, apoiados pela
França e pela Inglaterra, temerosas da expansão das ideias socialistas, e os
“vermelhos”, defensores do regime recém-instalado. Neste contexto, com o objetivo de
consolidar a revolução e o domínio do Partido Bolchevique, designado Partido
Comunista a partir de 1918, adotou-se o comunismo de guerra, que se traduziu no
estabelecimento de um poder interno forte, centralizado, autoritário e apoiado em
mecanismos repressivos. Por outro lado, contrariando as medidas tomadas no inicio da
revolução, foi decretada a requisição forçada de toda a produção agrícola,
posteriormente distribuída pelo Estado segundo critérios de justiça social, e a
nacionalização de todas as indústrias, bancos e comércio externo.
Este modelo de Estado foi consagrado na Constituição de 1918, que instituiu a ditadura
do proletariado, o sufrágio universal na eleição para os sovietes locais, a escolha no
seio destes dos deputados das assembleias superiores, bem como o domínio do Estado
pelo Partido Comunista, após a eliminação dos outros partidos, terminando com a
democracia dos sovietes e criando as bases do centralismo democrático.