Durante a Idade Moderna, os Estados europeus buscaram acumular o máximo possível de
metais preciosos. Portugal e Espanha, principalmente, procuraram e exploraram ao máximo todo ouro e prata que puderam encontrar. Essa riqueza servia para reafirmar o poder desses Estados e também para administrá-los. Aqui no Brasil, foram descobertas grandes jazidas de ouro somente no fim do século XVII. As minas se localizavam no Sertão dos Cataguases, mais tarde chamado de Minas Gerais. No século seguinte, novas jazidas foram encontradas nos atuais estados de Mato Grosso e Goiás. Quando a notícia da descoberta dessas jazidas se espalhou, milhares de aventureiros, colonos, estrangeiros, funcionários da Coroa portuguesa, tropeiros, comerciantes, escravos e outros grupos se dirigiram para a região das minas. Com isso, novos povoados surgiram e o centro econômico da colônia deslocou-se dos engenhos açucareiros do Nordeste para o Centro-Sul do Brasil. Em razão da grande quantidade de pessoas em busca de ouro, disputas surgiram pelo direito de explorar as jazidas. A mais importante ocorreu entre bandeirantes paulistas, descobridores das primeiras minas, e outros grupos que lá chegaram, vindos de diversas partes do Brasil e de fora. Essas pessoas foram chamadas pejorativamente pelos paulistas de emboabas. O conflito pelo controle das minas aconteceu entre 1707 e 1709 e ficou conhecido como Guerra dos Emboabas. Os paulistas perderam e foram obrigados a ir embora da região. Muitos buscaram jazidas em outras regiões e alguns foram criar gado no Sul da colônia. Esse conflito fez com que a Coroa portuguesa buscasse controlar melhor a região. Foi nessa época que alguns povoados se tornaram vilas, como as atuais cidades de Mariana, Ouro Preto e Sabará. Nessas vilas foram estabelecidos alguns órgãos de governo da Coroa para cuidar de questões administrativas, judiciárias, militares e fiscais. A Coroa tratou de criar normas rígidas para a exploração do ouro. A descoberta de cada lavra devia ser comunicada ao governo e precisava de autorização especial para ser explorada. Depois de registrada, a mina era dividida em lotes, chamados de Datas. O descobridor podia escolher as duas primeiras datas, e a próxima ficava para a Coroa. As demais eram repartidas geralmente entre mineradores que possuíam muitos escravos. Diversos impostos eram cobrados pela Coroa sobre a exploração do ouro. A principal taxa era o quinto, ou seja, 20% de todo o metal encontrado pelos mineradores cabia à Coroa. Além disso, para evitar o contrabando, foi proibida a circulação de ouro em pó e implantou-se as casas de fundição, onde o ouro era transformado em barras e recebia o selo real, para só então circular. Ainda assim, muito ouro circulava na ilegalidade. Entre 1735 e 1750, criou-se o sistema de capitação, que previa a cobrança de 17 gramas de ouro por cada escravo que trabalhasse na mineração. A partir de 1750, o governo português manteve apenas o imposto do quinto e fixou o pagamento de uma cota de 100 arrobas de ouro anuais para toda a área mineradora. Para pressionar os mineiros a cumprir a exigência e coibir o contrabando, a Coroa instituiu a derrama, ou seja, caso a cota de ouro não fosse atingida, a população deveria completar com recursos próprios. Nessa época, a produção aurífera em Minas Gerais estava no auge. Alguns anos após o início da extração de ouro, foram encontradas jazidas de diamantes na região. Os locais foram demarcados pela Coroa portuguesa em 1734 e receberam o nome de Distrito Diamantino. O objetivo era impedir o contrabando, arrecadar impostos e proteger a área. Em 1739 a Coroa criou o sistema de contrato, pelo qual concedia ao contratador o direito de explorar diamantes na região por quatro anos, devendo pagar tributos à Coroa. O negócio era muito lucrativo e os contratadores possuíam grande prestígio na sociedade mineira. Um dos mais conhecidos foi João Fernandes de Oliveira, que se apaixonou pela escrava Chica da Silva. O sistema de contrato vigorou até 1771, quando a extração passou diretamente para as mãos da Coroa por meio de um órgão chamado Real Fazenda.