A pecuária em território brasileiro surge da iniciativa de Tomé de Sousa um

dos primeiros governadores gerais do Brasil no século XVI, essa cultura tem inicio
na região litorânea do nordeste onde se encontravam os canaviais, com o objetivo
de ajudar na alimentação e subsistência dos engenhos de açúcar e também para
força motriz, muito diferente do modo com que se era trabalhado com Pau Brasil e
com a Cana de Açúcar aqueles que trabalhavam com a pecuária eram trabalhadores
livres, muitas vezes como pagamento recebiam ate mesmo uma quantidade de bois
e acabavam iniciando sua própria criação extensiva de gado essas criações
garantiam o abastecimento interno da colônia brasileira na função primaria de
alimentação, mas também utilizando o couro disponível na produção de vários
artigos, porem essa criação teve um alto crescimento o que prejudicava o espaço
dedicado aos canaviais que era a monocultura em foco no momento e que gerava
lucros para os Portugueses, com isso a partir de 1701 com o envio de uma carta
régia pela coroa portuguesa há uma proibição da criação de gado nos primeiros 60
quilômetros da costa, isso fez com que o gado fosse cada vez mais para o interior
do país avançando primeiramente na região da Bahia e Pernambuco através do rio
São Francisco, pois além do pasto se tinha água disponível em abundância para
criação desses animais, com isso a pecuária continuou avançando sobre o território
chegando à região do Piauí, Maranhão e Ceara sempre em busca de regiões onde
houvesse pluviosidade em bom nível.

A produção de gado no sul também foi relevante para o país, a partir do

século XVI jesuítas juntamente com suas missões vão para o sul do país e colocam
o gado no auxilio para abastecimento destas. Nesse momento há interrupções
realizadas pelos holandeses que fazem com que haja a falta de negros escravizados
na colônia, que faz com que os produtores da região paulista fossem à busca dos
indígenas no sul prejudicando assim as missões, e surge então o gado selvagem,
que fica sem nenhum tipo de controle. Com o fim dos problemas da união ibérica e
da interferência dos holandeses se volta à normalidade a questão dos escravos
negros e volta então o interesse da região sul no gado principalmente para utilização
do couro que gerava lucro, assim surgem às chamadas estâncias que eram grandes
criações de gado, que a coroa portuguesa agora vem a apoiar, principalmente pelas
fronteiras da região sul com as áreas que pertenciam a Espanha e Portugal tinha o
desejo de manter essas áreas em seu domínio. Quando se pensa na importância da
pecuária para a colônia brasileira surgem outras idéias alem de fonte de alimentação
para aqueles que residiam aqui, como o crescimento do mercado interno, também
pela importância no desbravamento do interior.

A crise ocorre na região nordeste onde se iniciou o ciclo, crise essa gerada
pelo melhor abastecimento das demais regiões em relação à qualidade e quantidade
de carne fornecida, já que com o avanço para regiões mais secas do nordeste não
foi possível manter a boa condição do gado a partir do século XVIII, assim sendo
superado tanto pela região mineradora quanto pela região sul, que inclusive estava
abastecendo o nordeste através do charque. Nestas demais a produção se mantinha
em boas condições, na região de Minas Gerais alem da carne e couro, o leite era um
dos focos, no sul alem do charque havia a produção de derivados como a manteiga.