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A chanceler Angela Merkel anunciou na segunda-feira à direção de seu

partido que não será candidata à presidência da CDU no próximo


congresso, que será realizado em dezembro em Hamburgo, mas avisou
que deseja continuar a ocupar o cargo de chefe do Governo federal até o
fim da legislatura, em 2021.
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“Este é meu último mandato como chanceler”, disse Merkel em uma


entrevista coletiva, na qual falou da necessidade de iniciar uma nova
página depois de dirigir a CDU por 18 anos. A decisão se deve aos maus
resultados obtidos pelo partido em Hesse neste domingo, mas também
devido à tendência de queda nas pesquisas publicadas regularmente no
país. Segundo a última pesquisa, a CDU só receberia 24% dos votos em
uma eleição nacional. Object 2

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De acordo com seus planos originais, Merkel queria tentar a reeleição no


congresso do partido, mas o revés eleitoral sofrido pela CDU nas eleições
regionais em Hesse (perdeu 11 pontos em comparação com as eleições de
2013) a obrigou a tomar uma decisão que pode acelerar o fim de sua
carreira política. Merkel sempre disse que a direção do partido e o cargo
de chefe do Governo federal deveriam ser ocupados pela mesma pessoa.
“[Ela] não voltará a se candidatar à presidência do partido”, disse um
dirigente da formação, confirmando informações publicadas pela edição
digital da revista Der Spiegel e pelo jornal Handelsblatt. A líder política
deve dar uma entrevista coletiva durante a manhã. Fontes do seu partido
citadas pela agência Reuters apontaram que a chanceler também
descartou a possibilidade de concorrer a algum alto cargo na União
Europeia depois das eleições para o Parlamento Europeu, em maio. Tudo
indica, além disso, que ela deixará a política quando a legislatura terminar.
Os possíveis candidatos à presidência do partido são Annegret Kramp-
Karrenbauer, atual secretária-geral da CDU; Jens Spahn, ministro da
Saúde, e Armin Laschet, primeiro-ministro da Renânia do Norte-Westfália.
De acordo com o jornal Bild, Friedrich Merz, ex-chefe do grupo parlamentar
da CDU, quer disputar a presidência do partido.
Nas eleições realizadas no domingo no Estado de Hesse, a CDU perdeu 11
pontos em comparação com as últimas eleições, obtendo 28% dos votos.
O resultado representa, ademais, um novo golpe à imagem do
enfraquecido Governo de grande coalizão de Berlim. Outro partido que
sofreu um revés foi o SPD. Por outro lado, as pesquisas anunciaram uma
vitória dos Verdes, que dobram sua força e se tornam um grupo
indispensável para formar governo na região. A extrema-direita consegue
entrar no último Parlamento regional que faltava conquistar. A derrota em
Hesse questiona a estabilidade da coalizão de governo no nível federal.
Os eleitores Hesse também deram as costas ao Partido Socialdemocrata
alemão, que obteve 20% dos votos, seu pior resultado na história eleitoral
do pós-guerra no Estado, com 11 pontos a menos do que cinco anos atrás.
O abalo sofrido pelo SPD também pode lançar uma discussão interna
sobre a liderança da atual presidenta do partido, Andrea Nahles. Pior
ainda, desencadear um novo impulso para abandonar o Governo de
grande coalizão, decisão que deixaria Merkel à frente de um Executivo
minoritário ou tendo de enfrentar eleições antecipadas.
Os grandes vencedores da jornada eleitoral, como aconteceu há duas
semanas na Baviera, voltaram a ser os Verdes que, com 20% dos votos,
tornaram-se uma força política indispensável para formar um novo
Governo no Estado, fato que confirma um fenômeno que ganhou força na
última década. Os Verdes tornaram-se um partido do establishment que
garante estabilidade política e coerência em questões tão conflitantes
como a imigração, diante do populismo da extrema-direita.
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Os institutos de pesquisa tampouco erraram com suas previsões


relacionadas ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha
(AfD) que, com 13% dos votos, conseguiu entrar no Parlamento regional
pela primeira vez. A extrema-direita ganha 8,7 pontos em relação a 2013 e
entra, assim, na última das 16 Câmaras regionais que faltava conquistar
na Alemanha.
O Partido Liberal e A Esquerda também conseguiram ultrapassar a barreira
dos 5% necessária para ter representação na Câmara, com 7,7% e 6,7%,
respectivamente. Com esse nível de representação, os dois partidos
podem se tornar possíveis parceiros minoritários em diferentes alianças
tripartites.

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