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Sebenta de exercícios

de
Álgebra Linear e Geometria Analítica II

Curso: Matemática

Ano Lectivo 2006/2007

2 de Março de 2007

(versão 1.1)
Conteúdo

Notas Prévias ii

Notações e terminologia iii

1 Espaços vectoriais quociente 1


1.1 Espaços e subespaços vectoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Espaço gerado por um conjunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Produtos e somas directas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.4 Relações de equivalência e congruência . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.5 Espaços quociente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.6 Teoremas de isomor…smos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2 Espaço dual e bidual 16


2.1 Aplicações e funcionais lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2 Espaço dual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.3 Aplicações duais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.4 Endomor…smos idempotentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

3 Aplicações bilineares, semilineares e sesquilineares 25


3.1 Aplicações bilineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.2 Aplicações semilineares e sesquilineares . . . . . . . . . . . . . . . 28

4 Formas canónicas 29

Referências bibliográ…cas 30

i
Notas Prévias

Esta sebenta de exercícios juntamente com a matéria leccionada nas aulas


teóricas formam um todo, i.e., são uma parte integrante do programa da disciplina
e não meramente um conjunto de exercícios soltos, ou exercícios “apanhados”aqui
e acolá para formar uma sebenta.
Em relação à resolução dos exercícios que constam nesta sebenta, chama-se a
atenção de que, só tem sentido tentar resolvê-los, após um estudo, cuidadoso, da
matéria leccionada nas aulas teóricas, tudo o resto, será uma mera tentativa de
resolução mecânica dos exercícios, sem qualquer fundamentação.
O material contido nesta sebenta de exercícios, foi elaborado com base nas
referências [1] e [2] e, de um conjunto de exercícios elaborados pelo próprio. De
salientar, que alguns destes exercícios, foram revistos por alguns dos meus colegas
do Departamento de Matemática, com quem tenho trabalhado ao longo dos anos.
A todos eles, os meus sinceros e profundos agradecimentos.
N.B.: Na elaboração desta sebenta, e dentro do possível, houve o cuidado
de se usar uma escrita matemática rigorosa e uma simbologia o mais actualizada
possível, no entanto, esta sebenta pode não estar isenta de - apesar de involuntárias
- omissões e incorrecções1 .

1
apesar de se encontrar em permanente actualização, aceitam-se e agradecem-se sugestões,
comentários e correcções, de preferência, enviados para psemiao@ualg.pt.

ii
Notações e terminologia

Faremos uso dos seguintes símbolos para representar os conjuntos usuais:

; o conjunto vazio
N = f0; 1; 2; 3; g o conjunto dos números naturais
Z =f ; 2; 1; 0; 1; 2; g o conjunto dos números inteiros
n o
Q = xy 2 R : x 2 Z ^ y 2 Z n f0g o conjunto dos números racionais
R o conjunto dos números reais
C o conjunto dos números complexos

De um modo geral, o símbolo K representa um corpo qualquer e o símbolo ‘:=’


quer designar a igualdade de duas entidades por de…nição.
O símbolo ‘v’representa uma subestrutura de uma dada estrutura algébrica. Por
exemplo, sendo V um espaço vectorial e F um subconjunto de V , para abreviar
a expressão ‘F é um subespaço vectorial de V ’, usamos o simbolismo F v V .
Sendo X 2 fN; Z; Q; Rg, representaremos por X>0 ; X 0 e X6=0 os seguintes
conjuntos:

X>0 := fx 2 X : x > 0g
X 0 := fx 2 X : x 0g
X6=0 := fx 2 X : x 6= 0g = X n f0g

Por exemplo, o conjunto

R 0 := fx 2 R : x 0g = [0; +1[,

representa o conjunto dos números reais não negativos, enquanto que o conjunto

R6=0 := fx 2 R : x 6= 0g = R n f0g ,

representa o conjunto de todos os números reais, excepto o zero.


Faremos também uso do símbolo C6=0 , para representar o conjunto C n f0 + 0ig.

iii
1. Espaços vectoriais quociente

1.1. Espaços e subespaços vectoriais


1.1.1) Mostre que na de…nição de espaço vectorial é supér‡ua a exigência de que
a operação binária do grupo seja comutativa.
(Sugestão: desenvolva a expressão (1 + 1) (x + y) de duas maneiras difer-
entes).

1.1.2) Considere o corpo trivial K := f0; 1g, um conjunto qualquer X e P(X).


Mostre que, se de…nirmos para todo o A; B 2 P (X) as seguintes operações:

A4B := (A [ B) n (A \ B) ,
0A := ; e 1A := A,

então P (X) é um espaço vectorial sobre aquele corpo K.

1.1.3) Sejam K um corpo e K0 v K. Mostre que:

a) K0 K é um espaço vectorial.
b) Em particular, conclua que, Q R, Q C e R C são espaços vectoriais.

1.1.4) Sejam K V um espaço vectorial e F V . Mostre que F é um subespaço


vectorial se, e só se, veri…ca o seguinte:

i) F 6= ;,
ii) 8x; y 2 V : x; y 2 F ) x + y 2 F ,
iii) 8 2 K 8x 2 V : x 2 F ) x 2 F .

1.1.5) Sejam A 6= ; um conjunto qualquer e K um corpo. Mostre que:

a) o conjunto

KA := ff 2 Rel (A K) : f é aplicaçãog

é um corpo.
b) KA é um espaço vectorial sobre K, se de…nirmos as operações:

(f + g) (x) := f (x) + g (x) e ( f )(x) := (f (x)).

c) o suporte da função, i.e., o conjunto

supp (f ) := fa 2 A : f (a) 6= 0g

veri…ca o seguinte:

1
1) supp (f + g) supp (f ) [ supp (g).
2) 8 2 K6=0 supp ( f ) = supp (f ).
d) o conjunto
A
K := f 2 KA : card (supp (f )) < @0
é um subespaço vectorial de KA .

1.1.6) Considere o conjunto de todas as sequências de números reais RN munido


das operações:

(xi )i + (yi )i := (xi + yi )i e (xi )i := ( xi )i .

Mostre que RN é um espaço vectorial real.


Conclua que, o conjunto de todas as sequências de Cauchy em R forma
também um espaço vectorial real.
(Recorde que: uma sequência (xi )i 2 RN diz-se uma sequência de Cauchy se
veri…ca:

8 2 R>0 9p( ) 2 N 8n; m2 N : n; m p ) jxn xm j < .)

1.1.7) Dos seguintes subconjuntos, determine quais são subespaços do respectivo


espaço vectorial:

a) A := f 2 RI : f 2 C(I; R) .
b) B := f 2 RI : f 2 Di (I; R) .
c) C := f 2 RR : f é uma função par .
d) D := f 2 RR : f é uma função ímpar .
e) E := f 2 RR : f é uma função limitada .
f) F := f 2 RR : f (x) = 0 = fc0 g.
g) G := f 2 RR : f (k) = f (k 0 ), sendo k; k 0 2 R …xos .
h) H := f 2 R[a;b] : f (a) = f (b) .
i) I := fA 2 Mn n (K) : AM = M A, sendo M 2 Mn n (K) …xag.
j) J := fA 2 Mn n (K) : det(A) = 0g.
k) K := fA 2 Mn n (K) : det(A) 6= 0g.
l) L := fA 2 Mn n (K) : 9B 2 Mn n (K) ABA = Ag.
m) M := fA 2 Mn n (K) : A2 = Ag.
n) N := fA 2 Mn n (K) : A = At g.
o) O := fA 2 Mn n (K) : A = At g.
n t
o
p) P := A 2 Mn n (K) : A = A .
q) Q := (an )n 2 KN : a1 = 0 .
r) R := (an )n 2 KN : an 2 N K .
s) S := (an )n 2 RN : 8n 2 N 3 can 1 + dan 2 = 0 ^ c; d 2 R6=0 .
t) T := Lim(RN ) = (an )n 2 RN : (an )n é uma sucessão limitada .

2
u) U := (an )n 2 Lim(RN ) : 8n 2 N an = an 2 .

1.1.8) Sejam K V um espaço vectorial e (Fi )i2I uma família de subespaços vectoriais
de V . Mostre que:
T
a) Fi v V .
i2I
Pw
b) Fi v V .
i2I

1.1.9) Sejam K V um espaço vectorial e F; G; H v V . Mostre que:

a) (F \ G) + (F \ H) F \ (G + H).
b) F + (G \ H) (F + G) \ (F + H). Tem-se a igualdade se F G.

3
1.2. Espaço gerado por um conjunto
1.2.1) Sejam K V um espaço vectorial e X; Y V . Mostre que:

a) hXi + hY i = hX [ Y i.
b) h;i = f0V g.
c) hXi = X , X v V . Em particular, conclua que, tem-se o seguinte:
1) hf0V gi = f0V g.
2) hV i = V .
P
n
d) hXi = i xi 2V : i 2 K, xi 2 X, n 2 N6=0 .
i=1

e) X Y ) hXi hY i.
f) X Y hXi ) hXi = hY i.
g) hhXii = hXi.

1.2.2) Sejam K V um espaço vectorial, X := fui 2 V : i 2 Ig e Y := fvi 2 V : i 2 Ig.


Mostre que:
P P
hXi = hY i , 8i 2 I ui = w i vi ^ vi = w i ui .
i2I i2I

1.2.3) Sejam K V um espaço vectorial e x; y; z 2 V tais que x + y + z = 0V . Mostre


que hfx; ygi = hfy; zgi.

1.2.4) Sejam K V um espaço vectorial e K0 v K. Mostre que:

a) Qualquer sistema de vectores linearmente independente em K V con-


tinua a ser linearmente independente em K0 V .
b) Se o sistema de vectores (e1 ; e2 ; : : : ; en ) é um sistema gerador de K0 V ,
então também é um sistema gerador de K V .

1.2.5) Considere os espaços vectoriais R C e C C.

a) Determine uma base para R C.


b) Determine uma base para C C.
c) Diga qual é a dimensão de R Cn .
d) Diga qual é a dimensão de C Cn .

1.2.6) Considere o conjunto


hp i n p o
Q 5 := a + b 5 2 R : a; b 2 Q .
p
a) Mostre que o conjunto Q 5 é um espaço vectorial racional.
p
b) Determine uma base para Q 5 .

1.2.7) Considere os espaços vectoriais Q R2 , R R2 , R C2 e C C2 . Mostre que:

4
p p p
a) o sistema de vectores 3+ 2; 1 + 2 ; 7; 1 + 2 2 é linearmente
dependente em R R2 .
p p p
b) o sistema de vectores 3 + 2; 1 + 2 ; 7; 1 + 2 2 é linearmente
independente em Q R2 .
c) o sistema de vectores ((1 i; i) ; (2; 1 + i)) é linearmente dependente
em C C2 .
d) o sistema de vectores ((1 i; i) ; (2; 1 + i)) é linearmente indepen-
dente em R C2 .

1.2.8) Considere o espaço vectorial Mor(R R2 ; R R3 ). Veri…que se os seguintes sis-


temas de vectores são linearmente independentes neste espaço:

a) o sistema de vectores (f; g), onde

f (x; y) := (x + y; 0; 0) e g(x; y) := (0; y; 0) .

b) o sistema de vectores (f; g), onde

f (x; y) := (x + y; x y; 2x) e g(x; y) := (x; 2y; 0) .

1.2.9) Considere o espaço vectorial Mor(R R2 [x] ; R R3 [x]). Veri…que se os seguintes


sistemas de vectores são linearmente independentes neste espaço:

a) o sistema de vectores (f; g; h), onde

f (p) := a + cx2 , g(p) := bx e h(p) := x3 .

b) o sistema de vectores (f; g), onde

f (p) := a + (b c)x + cx2 e g(p) := a b + bx + (c a)x3 .

1.2.10) Considere o espaço vectorial real RR . Veri…que se o sistema (f; g; h) é lin-


earmente independente neste espaço, nos seguintes casos:

a) f (x) := ex , g(x) := sen(x) e h(x) := x2 .


b) f (x) := ex , g(x) := e2x e h(x) := x.
c) f (x) := ex , g(x) := sen(x) e h(x) := cos(x).

5
1.3. Produtos e somas directas
1.3.1) Sejam K V um espaço vectorial e A; B V . Mostre que:

a) A + B = B + A.
b) (A + B) + C = A + (B + C).
c) A + f0V g = f0V g + A = A.
d) A + V = V + A = V .
e) Se 0V 2 A \ B ) A [ B A + B.

1.3.2) Sejam K V um espaço vectorial e F v V .

a) Mostre que F + F = F .
b) Em que condições, F está em soma directa com ele próprio, i.e., F F =
F.

1.3.3) Sejam V1 ; V2 ; : : : ; Vn espaços vectoriais sobre o mesmo corpo K. Considere


o produto cartesiano V1 V2 Vn munido das operações:

(x1 ; x2 ; : : : ; xn ) + (y1 ; y2 ; : : : ; yn ) := (x1 + y1 ; x2 + y2 ; : : : ; xn + yn )


(x1 ; x2 ; : : : ; xn ) := ( x1 ; x2 ; : : : ; xn ),

onde (x1 ; x2 ; : : : ; xn ) e (y1 ; y2 ; : : : ; yn ) designam elementos quaisquer de


V1 V2 Vn e um elemento qualquer de K.

a) Prove que estas operações conferem ao conjunto V1 V2 Vn uma


estrutura de espaço vectorial sobre K.
b) Utilize a alínea anterior, para provar que Kn é espaço vectorial sobre
K e que em particular Rn (resp., Cn ) é espaço vectorial sobre R (resp.,
C).

1.3.4) Seja (Vi )i2I uma família de espaços vectoriais sobre o corpo K. Considere o
produto cartesiano i2I Vi munido das operações:

(xi )i2I + (yi )i2I := (xi + yi )i2I e (xi )i2I := ( xi )i2I ,

onde (xi )i2I ; (yi )i2I 2 i2I Vi e 2 K. Mostre que:

a) o produto cartesiano i2I Vi é um espaço vectorial sobre o corpo K.


b) o produto externo (fraco), i.e., o subconjunto
w
i2I Vi := (xi )i2I 2 i2I Vi : card supp (xi )i2I < @0

formado pelas famílias indexadas por I de suporte …nito é um subespaço


vectorial de i2I Vi .

1.3.5) Sejam K V e K W espaços vectoriais. Mostre que:

a) V f0W g v V W.

6
b) f0V g W vV W.
c) V W = (V f0W g) (f0V g W ).

1.3.6) Sejam K V , K W espaços vectoriais tais que dim(V ) = n e dim(W ) = m, (ei )i


é uma base de V e (vj )j uma base de W .

a) Mostre que o sistema ((ei ; 0W ))i ; ((0V ; vj ))j é uma base de V W.


b) Conclua que, dim(V W ) = n + m.

1.3.7) Sejam K V um espaço vectorial, F; G v V e a relação f : F G!F G


de…nida por f (x; y) = x + y. Mostre que:

a) a relação f é uma aplicação linear.


b) f é um mor…smo injectivo.
c) f é um mor…smo sobrejectivo.
d) Conclua que, F G=F G.

7
1.4. Relações de equivalência e congruência
1.4.1) Sejam K V um espaço vectorial e F v V . Mostre que:

a) A relação binária
x Fy :() x y2F
é uma relação de equivalência em V .
b) F é uma relação de congruência em V .
c) as seguintes condições são equivalentes:
1) x y 2 F .
2) x 2 [y]F .
3) y 2 [x]F .

1.4.2) No espaço vectorial K V , determine as relações V e f0V g .

1.4.3) Sejam K V um espaço vectorial e F; G v V . Mostre que:

a) Se F G então F G.

b) f0V g F.

c) F V.

1.4.4) No espaço vectorial respectivo, veri…que se são relações de congruência as


seguintes relações binárias:

a) Em R R2 , a relação

(a; b) (c; d) :() a e c têm o mesmo sinal ou a = c = 0.

b) Em R R3 , a relação

(a1 ; a2 ; a3 ) (b1 ; b2 ; b3 ) :() a1 = b1 .

c) Em R R2 [x], a relação

(a0 + a1 x + a2 x2 ) (b0 + b1 x + b2 x2 ) :() a0 = b0 ^ a1 = b1 .

d) Em R R2 [x], a relação

(a0 + a1 x + a2 x2 ) (b0 + b1 x + b2 x2 ) :() a0 = b0 ^ 2a1 = b2 .

e) Em R M2 2 (R), a relação

a11 a12 b11 b12


:() a11 = b11 ^ a22 = b22 .
a21 a22 b21 b22

f) Em R M2 2 (R), a relação

a11 a12 b11 b12


:() a11 = 2b11 ^ a22 = b12 b21 .
a21 a22 b21 b22

8
g) Em R M2 2 (R), a relação

a11 a12 b11 b12


:() a11 + a22 = b11 + b22 ^ a21 = b21 .
a21 a22 b21 b22

h) Em K Mn n (K), a relação

A B :() 91 P 2 U (Mn n (K)) :B=P 1


AP .

1.4.5) No espaço vectorial R R3 , considere a relação de congruência associada ao


subespaço hf(1; 2; 3) ; (3; 2; 1)gi. Diga se os vectores (1; 2; 3) e (3; 2; 1) estão
ou não na mesma classe de congruência.

1.4.6) No espaço vectorial R R2 [x], considere a relação de congruência associada ao


subespaço hf1; 1 2x2 gi. Diga se os vectores 1 x e 3 + x2 estão ou não na
mesma classe de congruência.

1.4.7) No espaço vectorial R R3 , considere o subespaço

F := (x; y; z) 2 R3 : 2x + 3y + 4z = 0 .

Descreva as classes de congruência de F em R3 .

1.4.8) Mostre que a relação de isomor…smo entre espaços vectoriais sobre o mesmo
corpo é uma relação de equivalência na classe própria de todos os espaços
vectoriais.

9
1.5. Espaços quociente
1.5.1) Considere o espaço quociente V = . Mostre que, as classes de congruência
interpretadas como subconjuntos de V veri…cam o seguinte:

a) [x] + [y] = [x + y].


b) [x] [ x].
c) Em que condições, se tem a igualdade de [x] [ x].

1.5.2) Sejam K V um espaço vectorial e F v V . Mostre que V =F é um espaço


vectorial sobre K se de…nirmos neste espaço as seguintes operações:

[x] + [y] := [x + y] e [x] := [ x] .

1.5.3) Sejam K V um espaço vectorial e F v V . Mostre que:

a) se a família de vectores

([x1 ] ; [x2 ] ; : : : ; [xn ])

é linearmente independente em V =F , então a família (x1 ; x2 ; : : : ; xn ) é


linearmente independente em V .
b) se a família de vectores (x1 ; x2 ; : : : ; xn ) é linearmente independente em
V e hfx1 ; x2 ; : : : ; xn gi \ F = f0V g, então a família de vectores

([x1 ] ; [x2 ] ; : : : ; [xn ])

é linearmente independente em V =F .

1.5.4) Em cada espaço vectorial, veri…que se as seguintes famílias de vectores são


linearmente independentes:

a) Em R R3 =F , onde F := hf(1; 1; 1) ; (0; 1; 1)gi a família

([(1; 0; 0)] ; [(1; 0; 1)]) .

b) Em R R3 =F , onde F := hf(0; 1; 0) ; (0; 1; 1)gi a família

([(1; 0; 1)] ; [(0; 0; 2)]) .

c) Em C C2 =F , onde F := hf(1; 1 + i)gi a família

([(1; 0)] ; [(0; 1 i)]) .

d) Em R C2 =F , onde F := hf(1 i; 1 + i)gi a família

([(1; 1 3i)] ; [(2 + i; i)]) .

Será que em C C2 =F a família é linearmente independente?


e) Em R R2 [x] =F , onde F := hf1; 1 2x2 gi a família

[1] ; [x] ; 1 + x2 .

10
f) Em R R2 [x] =F , onde F := hf1 x; 1 2x2 gi a família

[1] ; [1 + x] ; x + x2 .

g) Em R R3 [x] =F , onde F := hf1 x; 1 + 4x3 gi a família

([ 1] ; [2x]) .

1.5.5) Em cada espaço vectorial seguinte, construa o respectivo espaço vectorial


quociente, sendo F o subespaço vectorial de…nido por:

a) Em R R3 , considere o subespaço F := hf(1; 1; 0) ; (0; 1; 1)gi.


b) Em R R3 , considere o subespaço F := hf(1; 0; 0) ; (0; 1; 0)gi.
c) Em R R3 , considere o subespaço F := hf(1; 2; 0) ; (0; 1; 3)gi.
d) Em C C2 , considere o subespaço F := hf(1; 2 i)gi.
e) Em R C2 , considere o subespaço F := hf(1; i)gi.
f) Em R R2 [x], considere o subespaço F := hf1; 1 + 3xgi.
g) Em R R2 [x], considere o subespaço F := hf1; 1 + x2 gi.
h) Em C C2 [x], considere o subespaço F := hfi; 1 + (2 i)x2 gi.

1.5.6) Em cada espaço vectorial seguinte, determine uma base que inclua os vec-
tores da família dada:

a) Em R R3 =F , onde F := hf(1; 1; 0) ; (0; 1; 0)gi, para a família ([(1; 0; 1)]).


b) Em R R4 =F , onde F := hf(1; 1; 0; 0) ; (0; 1; 0; 1)gi, para a família ([(1; 0; 1; 0)]).
c) Em C C2 =F , onde F := hf(1; 1 + 2i)gi, para a família ([(1; i)]).
d) Em C C3 =F , onde F := hf(1; 1 + 2i; i)gi, para a família ([(1; 1 i; 1 2i)]).
e) Em R R2 [x] =F , onde F := hf1 + 2xgi, para a família ([1 2x]).
2
f) Em R R3 [x] =F , onde F := hf1 + 2x + x gi, para a família ([1 x] ; [1 2x2 ]).

1.5.7) No espaço vectorial real R4 =F \ G, onde

F := hf(1; 1; 1; 1) ; (1; 0; 0; 1)gi e G := hf(0; 1; 0; 1) ; (1; 0; 1; 0) ; (0; 0; 0; 1)gi

indique se a família de vectores ([(1; 0; 1; 0)]F \G ; [(1; 1; 0; 0)]F \G ) é linear-


mente independente.

1.5.8) No espaço vectorial real R3 [x]=F \ G, onde

F := hf1; 1 + 2xgi e G := 1; 1 + x2 ; 1 2x3

indique se a família de vectores ([1 + x2 + x3 ]F \G ; [1 + x]F \G ) é linearmente


independente.

1.5.9) Considere o espaço vectorial R R4 =F , onde F := hf(1; 1; 1; 1) ; (0; 1; 1; 0)gi:

a) Veri…que se a família ([(0; 0; 0; 1)]F ; [(1; 0; 0; 0)]F ) é linearmente inde-


pendente em R4 =F .

11
b) Sendo G := hf[(0; 0; 0; 1)]F ; [(1; 0; 0; 0)]F gi, determine o espaço com-
plementar de G em R4 =F .
c) Determine G \ H, onde H := hf[(0; 1; 0; 0)]F ; [(0; 0; 1; 0)]F gi.

1.5.10) Considere o espaço vectorial R R3 [x] =F , onde F := hf1; 1 + x + x2 gi:

a) Veri…que se a família ([1 2x]F ; [2 + 3x x2 ]F ) é linearmente inde-


pendente em R3 [x] =F .
b) Sendo G := hf[1]F ; [x3 ]F gi, determine o espaço complementar de G em
R3 [x] =F .
c) Determine G \ H, onde H := hf[x]F ; [x2 ]F gi.

1.5.11) Considere o espaço vectorial R R3 [x] e o subespaço

F := 1 + x2 + x3 ; 3 2x x2 + x3 ; 2 x + x3

a) Veri…que se a família ([3 + 2x + x3 ]F ; [11 + 9x x2 x3 ]F ) é linear-


mente independente em R3 [x] =F .
b) Determine uma base para R3 [x] =F de modo que inclua o vector [ x2 + x3 ].
c) Escreva o vector [1 + x x2 + 2x3 ] como combinação linear da base da
alínea anterior.
d) Determine um subespaço G v R3 [x] tal que F=G = hf[5 x + 3x2 + 4x3 ]G gi.

1.5.12) Considere o espaço vectorial R R3 e a relação de…nida por:

(a1 ; a2 ; a3 ) (b1 ; b2 ; b3 ) :() a1 + a2 = b1 + b2 ^ a3 = b3 + k, onde k 2 R.

a) Determine os valores de k de modo que a relação seja uma relação


de congruência.
b) Determine F v R3 tal que = F.

c) Indique uma base para R3 =F .


d) Escreva o vector [(1; 2; 3)]F como combinação linear da base da alínea
anterior.

1.5.13) Considere o espaço vectorial R R4 e a relação de…nida por:

(a1 ; a2 ; a3 ; a4 ) (b1 ; b2 ; b3 ; b4 ) :() a2 a1 + a4 = b 2 b 1 + b 4 ^ a3 = b 3 .

a) Mostre que a relação é uma relação de congruência.


b) Determine F v R4 tal que = F.

c) Indique uma base para R4 =F .


d) Veri…que se a família de vectores ([(0; 0; 1; 2)]F ; [(0; 1; 2; 1)]F ) é lin-
earmente independente no espaço R4 =F .
e) Determine um subespaço complementar de G := h[(1; 2; 0; 0)]F i em
R4 =F .

12
1.5.14) Considere no espaço vectorial R R3 [x] a relação de…nida por:

a0 + a1 x + a2 x 2 + a3 x 3 b0 + b1 x + b2 x2 + b3 x3 :, a0 a1 = b0 b1 ^a3 = b3 .

a) Mostre que a relação é uma relação de congruência.


b) Determine F v R3 [x] tal que = F.

c) Indique uma base para R3 [x] =F .


d) Veri…que se a família de vectores ([1 + 2x2 ]F ; [ 1 + x2 ]F ) é linearmente
independente no espaço R3 [x] =F .
e) Determine um subespaço complementar de G := h[2 2x2 + x3 ]F i em
R3 [x] =F .

1.5.15) Considere no espaço vectorial R M2 2 (R) a relação de…nida por:

a11 a12 b11 b12


:() a11 2a12 = b11 2b12 ^ a22 = b22 .
a21 a22 b21 b22

a) Mostre que a relação é uma relação de congruência.


b) Determine F v M2 2 (R) tal que = F.

c) Indique uma base para M2 2 (R)=F .


1 2 1 3
d) Veri…que se a família de vectores ; é
0 1 F 1 1 F
linearmente independente no espaço M2 2 (R)=F .
1 2
e) Determine um subespaço complementar de G := em
4 1 F
M2 2 (R)=F .

13
1.6. Teoremas de isomor…smos
1.6.1) Considerem-se os espaços vectoriais reais R3 , R4 e f 2 Mor(R4 ; R3 ) de…nida
por f (x; y; z; w) = (y x; x + z; x + w) e o sistema de vectores (x1 ; x2 ) :=
([( 3; 3; 0; )] ; [(1; 1; 0; 1)]) em R4 = Ker(f ). Determine:

a) todos os valores de para que o sistema (x1 ; x2 ) seja linearmente in-


dependente.
Nas alíneas seguintes considere = 0.
b) uma base de R4 = Ker(f ) tal que inclua os vectores x1 e x2 .
c) um subespaço complementar de F := hx1 i em R4 = Ker(f ).

1.6.2) Considerem-se o espaço vectorial real R4 e f 2 End(R4 ) de…nido por f (x; y; z; w) =


(x y; y x; z w; w z) e as bases

(ei )i := ((1; 0; 0; 0) ; (0; 1; 0; 0) ; (0; 0; 1; 0) ; (0; 0; 0; 1))


(ui )i := ((1; 0; 1; 0) ; (0; 1; 1; 0) ; (1; 0; 1; 0) ; (0; 0; 0; 1))
(vi )i := ((1; 1; 1; 1) ; (1; 1; 1; 0) ; (1; 1; 0; 0) ; (1; 0; 0; 0))

a) Determine uma base de Ker(f ).


b) Determine uma base de Im(f ).
c) Mostre que R4 = Ker(f ) Im(f ).
d) Determine a matriz M (f ; (ui )i ; (vi )i ).
e) Determine a matriz M (f ; (ei )i ; (vi )i ).
f) Determine um subespaço complementar de F := hf[( 1; 1; 1; 1)]gi em
R4 = Ker(f ).
g) Determine um subespaço G de R4 = Ker(f ) tal que R4 = Ker(f ) = F G.

1.6.3) Considere o espaço vectorial real R3 e os endomor…smos f; g 2 End(R3 )


de…nidos por:

f (x; y; z) = (x + y; x z; y + z) e g (x; y; z) = (x; 2x z; y x) .

Determine:

a) a lei de transformação de f 2g.


b) Ker(f 2g).
c) um subespaço complementar de F := hf[(1; 1; 0)] ; [( 1; 0; 1)]gi no es-
paço vectorial R3 = Ker(f ).

1.6.4) Considere no espaço vectorial R R3 [x] o subespaço F := hfx; x2 gi e a apli-


cação f : R3 [x] ! R4 de…nida por f (a0 + a1 x + a2 x2 + a3 x3 ) = (a3 ; 0; 0; a0 ).

a) Determine Ker (f ).
b) Determine uma aplicação linear fe 2 Mor( R3F[x] ; R4 ) tal que fe = f,
onde é a sobrejecção canónica de R3 [x] em R3 [x] =F .

14
c) Veri…que se fe 2 Inj( R3F[x] ; R4 ).
d) Veri…que se fe 2 Surj( R3F[x] ; R4 ).
e) Determine f ! (F ).
R3 [x] R4
f) Determine um subespaço G v R3 [x] tal que G = f ! (F )
.

1.6.5) Sejam K V um espaço vectorial e F; G v V tais que F G. Mostre que:

a) G=F v V =F .
V =F V
b) G=F = G
.

F +G G
1.6.6) Sejam K V um espaço vectorial e F; G v V . Mostre que F = F \G
.

1.6.7) Sejam K V;K W espaços vectoriais, F v V , f 2 Surj(V; W ) e Ker(f ) F.


Mostre que VF = f !W(F ) .

15
2. Espaço dual e bidual

2.1. Aplicações e funcionais lineares


2.1.1) Sejam K V , K W espaços vectoriais e f 2 W V . Mostre que f é uma aplicação
linear se, e só se, para todo o x; y 2 V , f ( x + y) = f (x) + f (y).

2.1.2) Sejam K V um espaço vectorial, 2 K (…xo) e a aplicação f 2 V V de…nida


por f (x) = x. Veri…que se:

a) f é uma aplicação linear.


b) para 2 K6=0 , f 2 Inj(V; V ).
c) f 2 Surj (V; V ).

2.1.3) Sejam K V , K W espaços vectoriais e f 2 Mor (V; W ). Mostre que a aplicação


f : V ! W de…nida por ( f ) (x) = f (x) é uma aplicação linear.
V
2.1.4) Sejam K V um espaço vectorial, F v V e a relação :V ! F
de…nida por
(x) = [x]. Mostre que:

a) 2 Mor V; VF .
b) 2 Surj V; VF .

2.1.5) Sejam K V um espaço vectorial, F; G v V sendo F complementar de G em


V e considerem-se as aplicações p1 : F G ! F e p2 : F G ! G de…nidas,
respectivamente, por:

p1 (x + y) = x e p2 (x + y) = y.

a) Mostre que p1 2 Surj (F G; F ).


b) Mostre que p2 2 Surj (F G; G).
c) Determine Ker (p1 ) e Im (p1 ).
d) Determine Ker (p2 ) e Im (p2 ).
e) Mostre que, para cada i, p2i = pi .

2.1.6) Sejam K V , K W espaços vectoriais. Mostre que, qualquer aplicação linear


f : V ! W transforma vectores linearmente dependentes em vectores lin-
earmente dependentes.

2.1.7) Considere o espaço vectorial real RN e a aplicação f : RN ! RN de…nida por


f (x0 ; x1 ; x2 ; : : :) = (x1 ; x2 ; x3 ; : : :).

a) Mostre que é uma aplicação linear.

16
b) Determine Ker(f ).
c) Determine Im(f ).
d) Dos resultados que conhece, como explica que, tendo os espaços a
mesma dimensão, f não possa ser um isomor…smo?

2.1.8) Considere o espaço vectorial real RN e a aplicação f : RN ! RN de…nida por


f (x0 ; x1 ; x2 ; : : :) = (0; x0 ; x1 ; x2 ; : : :).

a) Mostre que é uma aplicação linear.


b) Determine Ker(f ).
c) Determine Im(f ).

2.1.9) Sejam K V e K W espaços vectoriais de dimensão …nita.

a) Mostre que os espaços são isomorfos se, e só se, têm a mesma dimensão
…nita.
(Sugestão: Fixando uma base (ei )i=1;:::;n em V e uma base (vi )i=1;:::;n
em W , construa uma aplicação de V em W tal que se tenha para todo
o i, f (ei ) = vi e mostre que f é um isomor…smo).
b) Conclua que, qualquer espaço vectorial K V de dimensão …nita n é iso-
morfo a Kn .

2.1.10) Considere o espaço vectorial real R3 e as aplicações f; g : R3 ! R3 de…nidas


por:

f (x; y; z) = (x + y; x z; y + z) ,
g (1; 0; 0) = (1; 1; 1) , g (0; 1; 0) = ( 1; 1; 1) e g (0; 0; 1) = (2; 1; 0) .

a) Mostre que f 2 End(R3 ).


b) Determine a lei de transformação de g.
c) Determine Ker(f 2g).
d) f (f(1; 0; 2)g).
3 R
e) No espaço vectorial real Ker(f )
, determine um subespaço complementar
de h[(1; 1; 0)] ; [( 1; 0; 1)]i.

2.1.11) Considere o espaço vectorial real R3 e as aplicações f; g : R3 ! R3 de…nidas


por:

f (1; 1; 0) = (1; 1; 1) , f (0; 1; 0) = (0; 0; 1) , f (1; 2; 1) = (1; 1; ) ,


g (1; 0; 0) = (1; 0; 0) , g (1; 1; 0) = (1; 1; 1) e g (1; 1; 1) = ( ; 1; 1) .

a) Para que valores de 2 R, g 2 Aut(R3 ).


b) Para que valores de 2 R, 2f + g 2 Aut(R3 ).
c) Para = 0, determine Ker(f g).
d) Com = 0, determine um complementar do subespaço h[(1; 1; 1)]i no
R3
espaço vectorial real Ker(f g)
.

17
2.1.12) Considere o espaço vectorial real R4 e o endomor…smo f : R4 ! R4 de…nido
por:
f (x; y; z; w) = (x y; x + y; z w; z + w)
e as bases de R4 :

(e1 ; e2 ; e3 ; e4 ) := ((1; 0; 0; 0) ; (0; 1; 0; 0) ; (0; 0; 1; 0) ; (0; 0; 0; 1))


(u1 ; u2 ; u3 ; u4 ) := ((1; 0; 1; 0) ; (0; 1; 1; 0) ; (1; 0; 1; 0) ; (0; 0; 0; 1))
(v1 ; v2 ; v3 ; v4 ) := ((1; 1; 1; 1) ; (1; 1; 1; 0) ; (1; 1; 0; 0) ; (1; 0; 0; 0))

a) Determine uma base de Ker(f ) e uma base de Im(f ).


b) Mostre que R4 = Ker(f ) Im(f ).
c) Determine uma base de R4 = Ker(f ).
D E
d) Considere o subespaço F := [( 1; 1; 1; 1)]Ker(f ) de R4 = Ker(f ) e de-
termine um subespaço G de R4 = Ker(f ) tal que R4 = Ker(f ) = F G.

2.1.13) Sejam V um espaço vectorial real, (e1 ; e2 ; e3 ) uma base de V , F := hfe1 ; e2 e3 gi


um subespaço de V e f 2 Mor(V; R2 ) de…nida por:

f (e1 ) = (1; 0) , f (e2 ) = (0; 1) e f (e3 ) = (0; 1) .

a) Justi…que se existe uma única aplicação linear f nas condições acima


referidas.
b) Determine uma base para o subespaço f ! (F ).
c) Determine um subespaço G v V tal que V =G = R2 =f ! (F ).

18
2.2. Espaço dual
2.2.1) Sejam K V um espaço vectorial de dimensão 3 e (ei )i=1;2;3 uma base desse
espaço.

a) Diga quais das seguintes aplicações são formas lineares em V :


1) f (x) = 1 + 2 + 3 , onde para cada i, i 2 K é o escalar do vector
x que corresponde ao vector da base ei .
2) f (x) = ( 1 + 2 )2 .
p
3) f (x) = 2 1 .
4) f (x) = 2 12 1 .
5) f (x) = 2 12 .
b) Determine na base dual, as coordenadas, daquelas que são formas lin-
eares.

2.2.2) Em cada espaço vectorial seguinte, determine, as bases duais das seguintes
bases:

a) Em R R3 :
1) ((1; 0; 0) ; (0; 1; 0) ; (0; 0; 1)).
2) ((1; 0; 0) ; (1; 1; 0) ; (1; 1; 1)).
3) ((1; 0; 1) ; ( 1; 1; 0) ; (0; 1; 1)).
b) Em R R3 [x]:
1) (1; x; x2 ; x3 ).
2) (1 x; 2 + x + x2 ; x2 + x3 ; 2x3 ).
3) (2; 1 x; 1 + x2 ; x3 ).
c) Em C C2 :
1) ((1; 0) ; (0; i)).
2) ((1; 1) ; (0; 2i)).
3) ((2i 1; 1) ; (3i; 2)).
d) Em R M2 2 (R):
1) (E11 ; E12 ; E21 ; E22 ), onde Eij são os vectores da base canónica.
1 1 2 0 0 0 1 0
2) ; ; ; .
0 0 0 1 0 1 0 0
1 0 0 3 0 0 0 0
3) ; ; ; .
0 0 1 0 1 0 0 1

2.2.3) Considere o espaço vectorial R R4 [x] e a forma linear f : R4 [x] ! R de…nida


por f (p) = p00 (1). Escreva a forma f na base dual da base (1; x; x2 ; x3 ; x4 ).

19
2.3. Aplicações duais
2.3.1) Para cada uma das aplicações lineares seguintes, determine, a imagem de
f 2 Mor(R3 ; R) de…nida por f (x; y; z) = x 2y z, da aplicação linear dual
de:

a) g 2 Mor(R3 ; R3 ) de…nida por g (x; y; z) = (x y; y + 2z; x + z).


b) g 2 Mor(R2 ; R3 ) de…nida por g (x; y) = 2x y; x y; 12 x .
c) g 2 Mor(R; R3 ) de…nida por g (x) = (2x; x; 3x).

2.3.2) Para cada uma das aplicações lineares seguintes, determine, a imagem de
f 2 Mor(R2 [x] ; R) de…nida por f (a0 + a1 x + a2 x2 ) = a0 a1 + 2a2 , da
aplicação linear dual de:

a) g 2 Mor(R2 [x] ; R2 [x]) de…nida por

g a0 + a1 x + a2 x2 = 2a0 a1 + a1 x + 3a2 x2 .

b) g 2 Mor(R1 [x] ; R2 [x]) de…nida por g (a0 + a1 x) = a0 2a1 x + 3a1 x2 .


c) g 2 Mor(R3 [x] ; R2 [x]) de…nida por

g a0 + a1 x + a2 x2 + a3 x3 = a0 + (a1 + 2a2 )x + (a2 + a3 )x2 .

2.3.3) Para cada uma das aplicações lineares seguintes, determine, a imagem de f 2
a b
Mor(M2 2 (R); R2 ) de…nida por f = (a b; c d), da aplicação
c d
linear dual de:

a b a b 0
a) g 2 Mor(M2 2 (R); M2 2 (R)) de…nida por g = .
c d 0 c d
a b a b
b) g 2 Mor(M2 2 (R); M2 2 (R)) de…nida por g = .
c d 0 d
a b a b c
c) g 2 Mor(M2 2 (R); M2 2 (R)) de…nida por g = .
c d 0 d c

2.3.4) Considere no espaço vectorial real R3 os vectores:

e1 := (1; 1; 0) , e2 := (0; 1; 2) e e3 := ( 1; 0; 1) .

Determine:

a) um funcional linear f 2 (R3 ) tal que:

f (e1 ) = 2 , f (e2 ) = 1 e f (e3 ) = 1.

b) um funcional linear g 2 (R3 ) tal que:

g (e1 ) 6= 0 e g(e2 ) = g(e3 ) = 1.

20
2.3.5) Considere no espaço vectorial real R2 [x] os vectores:

e1 := 1 2x , e2 := x + 2x2 e e3 := 1 + x2 .

Determine:

a) um funcional linear f 2 (R3 ) tal que:


p
f (e1 ) = 1 , f (e2 ) = 2 e f (e3 ) = 3.

b) um funcional linear g 2 (R3 ) tal que:

g (e1 ) 6= 0 e g(e2 ) = g(e3 ) = 2.

2.3.6) Considere o espaço vectorial real Mn n (R) e as relações f : Mn n (R) ! R


e g : Mn n (R) ! Mn n (R) de…nidas, respectivamente por, f (A) = tr(A) e
g (A) = AC CA, onde C 2 Mn n (R) é uma matriz …xa.

a) Mostre que f 2 (Mn n (R)) .


b) Mostre que g 2 End(Mn n (R)).

c) Determine g (f ).

2.3.7) Considere o espaço vectorial real R2 [x] e sejam x1 ; x2 ; x3 2 R elementos


distintos. De…na-se para todo o i = 1; 2; 3 as seguintes relações fi 2
Mor(R2 [x]; R):
fi (p) := p(xi ),
onde p(xi ) é a respectiva função polinomial associada a p em xi .

a) Mostre que fi (i = 1; 2; 3) é um funcional linear.


b) Mostre que (fi )i=1;2;3 é uma base de Mor(R2 [x]; R).
c) Determine a base de R2 [x] associada à base dual (fi )i=1;2;3 .

2.3.8) Considere no espaço vectorial K V o subconjunto X 2 P(V ), os subespaços


vectoriais F; G v V e o seguinte conjunto:

X 0 := ff 2 V : 8x 2 X, f (x) = 0g .

Mostre que:

a) X 0 é um subespaço vectorial de V .
b) Se F G, então G0 F 0.
c) (F + G)0 = F 0 \ G0 .
d) (F \ G)0 = F 0 + G0 .

2.3.9) Considere no espaço vectorial K V o subconjunto Y 2 P(V ), os subespaços


vectoriais F; G v V e o seguinte conjunto:
0
Y := fx 2 V : 8f 2 Y , f (x) = 0g .

Mostre que:

21
a) 0 Y é um subespaço vectorial de V .
b) Se F G, então 0 G 0
F.
0
c) (F + G) = 0 F \ 0 G.
0
d) (F \ G) = 0 F + 0 G.

2.3.10) Sejam K V um espaço vectorial, F v V , f 2 V e i : F ,! V a injecção


canónica (i.e., i(x) = x). Mostre que:

a) a relação i : V ! F de…nida por i (f ) = f i é um mor…smo


sobrejectivo.
b) Ker(i ) = F 0 .
c) V =F 0 = F .
d) se V é um espaço de dimensão …nita, então dim(F 0 ) = dim(V )
dim(F ).
e) se X V e G = hXi tem-se que:

8x 2 X f (x) = 0 =) 8x 2 hXi f (x) = 0.

2.3.11) Considere no espaço vectorial real R4 o subconjunto

F := (x; y; z; w) 2 R4 : x + y + z + w = 0 .

a) Mostre que F é subespaço vectorial de R4 .


b) Determine dim(F 0 ).
c) Determine um conjunto gerador de F .
d) Determine uma base de F 0 .

2.3.12) Considere no espaço vectorial real R5 o subespaço F gerado pelos vectores:

(2; 2; 3; 4; 1) , ( 1; 1; 2; 5; 2) , (0; 0; 1; 2; 3) e (1; 1; 2; 3; 0) .

Determine:

a) dim(F ).
b) dim(F 0 ).
c) F 0 .
d) uma base de F 0 .

2.3.13) Considere no espaço vectorial real R5 o subespaço F gerado pelos vectores:

(1; 1; 1; 1; 1) , (1; 0; 1; 0; 1) , (0; 1; 1; 1; 0) ,


(2; 1; 1; 2; 1) , (1; 1; 1; 2; 2) e (1; 2; 3; 4; 1) .

Determine:

a) dim(F ).
b) dim(F 0 ).

22
c) F 0 .
d) uma base de F 0 .

2.3.14) Considere no espaço vectorial real R3 [x] o subespaço F gerado pelos vectores:

1+x 3x2 + 4x3 e 1 + x + 2x2 + 5x3 .

Determine:

a) dim(F ).
b) dim(F 0 ).
c) F 0 .
d) uma base de F 0 .

2.3.15) Sejam K V;K W espaços vectoriais e f 2 Mor(V; W ). Mostre que:

a) f é uma aplicação linear.


b) Ker(f ) = (Im(f ))0 .
c) Im(f ) = (Ker(f ))0 .

23
2.4. Endomor…smos idempotentes
2.4.1) Sejam K V um espaço vectorial e p1 ; p2 2 End(V ) tais que p1 ; p2 2 Idem(End(V ))
(i.e., para cada i, p2i = pi ). Mostre que:

a) Se p1 p2 = p2 p1 , então p1 p2 ; p2 p1 2 Idem(End(V )).


b) p1 + p2 2 Idem(End(V )) se, e só se, p1 p2 = p2 p1 = c0V .
c) p1 p2 2 Idem(End(V )) se, e só se, p1 p2 = p2 p1 = p2 .
d) Se p1 + p2 = idV e p1 p2 = p2 p1 = c0V , então V = Im(p1 ) Im(p2 ).
e) Se p1 + p2 = idV e p1 p2 = p2 p1 = c0V , então Im(p1 ) = Ker(p2 ).

24
3. Aplicações bilineares, semilineares
e sesquilineares

3.1. Aplicações bilineares


3.1.1) Considere os espaços vectoriais K Mm p (K); K Mp n (K); K Mm n (K) e a apli-
cação f : Mm p (K) Mp n (K) ! Mm n (K) de…nida por f (A; B) = AB.
Mostre que f é uma aplicação bilinear.

3.1.2) Considerem-se os espaços vectoriais K V; K W; K Z e a aplicação bilinear f :


V W ! Z . Mostre que:

a) a relação fa : W ! Z de…nida por fa (y) = f (a; y), com a 2 V …xo é


uma aplicação linear.
b) a relação fb : V ! Z de…nida por fb (x) = f (x; b), com b 2 W …xo é
uma aplicação linear.
c) f (0V ; y) = f (x; 0W ) = 0Z .

3.1.3) Considere o espaço vectorial R R3 e a aplicação f : R3 R3 ! R de…nida


por:

f ((x1 ; x2 ; x3 ) ; (y1 ; y2 ; y3 )) = x1 y1 + 2x1 y2 + x2 y2 + x2 y3 + 4x3 y1 x3 y2 .

a) Mostre que f é uma forma bilinear.


b) Determine a matriz de f , em relação à base canónica de R3 .
c) Determine a matriz de f , em relação à base ((1; 1; 0) ; (0; 1; 1) ; (1; 0; 1))
de R3 .
d) Determine matricialmente, a imagem de f (x; y), sendo x := (1; 2; 3) e
y := e1 e2 + e3 .

3.1.4) Considere o espaço vectorial R R3 e a aplicação f : R3 R3 ! R de…nida


por:

f ((x1 ; x2 ; x3 ) ; (y1 ; y2 ; y3 )) = x1 y1 + 2x1 y2 + 2x2 y2 + 3x2 y3 4x3 y1 x3 y3 .

a) Mostre que f é uma forma bilinear.


b) Determine a matriz de f , em relação à base canónica de R3 .
c) Determine a matriz de f , em relação à base ((1; 0; 1) ; (0; 1; 0) ; (0; 0; 1))
de R3 .
d) Determine matricialmente, a imagem de f (x; y), sendo x := ( 1; 1; 0)
e y := e1 + e2 .

25
3.1.5) Considere o espaço vectorial C C2 e a aplicação f : C2 C2 ! C de…nida
por:

f ((z1 ; z2 ) ; (w1 ; w2 )) = z1 w1 + 2z1 w2 + 2z2 w2 + 3z2 w3 4z3 w1 z3 w3 .

a) Mostre que f é uma forma bilinear.


b) Determine a matriz de f , em relação à base canónica de C2 .
c) Determine a matriz de f , em relação à base ((1; 0) ; (0; i)) de C2 .
d) Determine matricialmente, a imagem de f (z; w), sendo z := ( 1; 1) e
w := ( i; i).

3.1.6) Considere o espaço vectorial K K e a aplicação f : K K ! K de…nida por


f( ; )= .

a) Mostre que f é uma forma bilinear.


b) Determine a matriz de f , em relação à base canónica de K.
c) Determine a matriz de f , em relação à base ( ), onde 2 K6=0 .
d) Determine matricialmente, a imagem de f ( ; ), sendo := 2 e := 3.

3.1.7) Considere o espaço vectorial R R2 [x] e a aplicação f : R2 [x] R2 [x] ! R


de…nida por:
Z1
f (p; q) = pq dx.
0

a) Mostre que f é uma forma bilinear.


b) Determine a matriz de f , em relação à base canónica de R2 [x].
c) Determine a matriz de f , em relação à base (2 + x; 2 x2 ; x2 ) de R2 [x].
d) Determine matricialmente, a imagem de f (p; q), sendo p := 1+x 2x2
e q := 1 3x + 4x2 .

3.1.8) Sejam K V , K W espaços vectoriais e f : V W ! K um funcional bilinear.


Mostre que:

P
n P
n
a) f xi ; y = f (xi ; y).
i=1 i=1
!
P
m P
m
b) f x; yj = f (x; yj ).
j=1 j=1
!
P
n P
m P
n P
m
c) f xi ; yj = f (xi ; yj ).
i=1 j=1 i=1 j=1

3.1.9) Considerem-se os espaços vectoriais Mn m (K) e MorBil (V W; K). Mostre


que, estes espaços são isomorfos.

26
3.1.10) Mostre que a aplicação h :NK N
K ! K de…nida por

X
n
h ((xi )i ; (yi )i ) = xi y i
i=1

é um produto interno em N K.

3.1.11) Sejam K V um espaço vectorial e f : V V ! K uma forma bilinear tal que


para todo o x 2 V f (x; x) = 0. Mostre que, para todo o (x; y) 2 V V se
tem que f (x; y) = f (y; x).

3.1.12) Sejam K V; K W e K Z espaços vectoriais. Mostre que:

a) A aplicação c0Z : V W ! Z de…nida por c0Z (x; y) = 0Z é uma


aplicação bilinear.
b) Se f 2 MorBil (V W; Z), então f 2 MorBil (V W; Z).
c) Se f; g 2 MorBil (V W; Z), então f + g 2 MorBil (V W; Z).
d) Se 2 K e f 2 MorBil (V W; Z), então f 2 MorBil (V W; Z).

3.1.13) Sejam K V; K W e K Z espaços vectoriais. Mostre que o conjunto de todas as


aplicações bilineares de V W em Z, i.e., o conjunto MorBil (V W; Z) é
um espaço vectorial sobre o corpo K.
Em particular, conclua que, o conjunto de todos(as) os(as) funcionais (for-
mas) bilineares formam um espaço vectorial sobre o corpo K.

3.1.14) Determine as expressões das formas bilineares de…nidas, em relação a certa


base do espaço vectorial R R3 , pelas seguintes matrizes:
2 3
0 1 2
a) 4 2 1 0 5.
1 0 1
2 3
0 1 2
b) 4 0 0 1 5.
0 1 1
2 3
1 5 6
c) 4 1 3 9 5.
5 1 2

27
3.2. Aplicações semilineares e sesquilineares
3.2.1) Considere o espaço vectorial e a aplicação f : C ! C de…nida por f (z) = z,
onde z é o conjugado de z.
Mostre que:

a) f 2 Mor (R C; R C), i.e., f é uma aplicação linear, se C é considerado


espaço vectorial real.
b) f 2 MorSem (C C; C C), i.e., f é uma aplicação semilinear, se C é consid-
erado espaço vectorial complexo.

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4. Formas canónicas

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Bibliografia

[1] A. Monteiro. Álgebra Linear e Geometria Analítica - Problemas e Exercícios.


McGraw-Hill, 1997.

[2] S. Lipschutz. Álgebra Linear. McGraw-Hill, 1981.

[3] A. Kostrikin. Exercises in Algebra: A collection of exercises in Algebra, Linear


Algebra and Geometry. Gordon and Breach Publishers, 1996.

[4] R. Kaye and R. Wilson. Linear Algebra. Oxford University Press, 1998.

[5] T. S. Blyth and E. F. Robertson. Further Linear Algebra. Springer-Verlag,


2002.

[6] S. Berberian. Linear Algebra. Oxford University Press, 1992.

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