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http://dx.doi.org/10.1590/1519­6984.16012 Artigo original

Ictiofauna como bioindicador da qualidade ambiental em um
distrito industrial no estuário do Amazonas, Brasil
Viana, AP. * E Lucena Frédou, F.
Universidade Federal do Pará ­ UFPA, Av. Bernado Sayão, 1, Guamá, CEP 66075­110, Belém, PA, Brazil
*e­mail: vianaap@yahoo.com.br

Recebeu 31 de julho de 2012 ­ aceitou 22 de março de 2013 ­ Distribuída 31 de maio de 2014
(Com 4 figuras)

Abstrato
O objetivo do presente estudo foi descrever o estado ecológico da ictiofauna em um distrito industrial (Pará
rio, estuário Amazon), através da utilização de diferentes descritores ambientais. Para avaliar os impactos da industrial
terminal de área e de carga, foram consideradas três áreas: Zona 1 (máximo de impacto), Zona 2 (impacto mediano) e
Zona 3
(baixo impacto). Um total de 77 espécies foram capturados. As diferenças na composição da ictiofauna foram
registados
entre as Zonas e ambientes (canal principal e de canais de maré). Os índices ecológicos revelou evidência clara
do impacto do pólo industrial e terminal de cargas nas comunidades de peixes. Na Zona 1, houve uma redução
o número de grupos de alimentação (no canal principal) e peixes maiores e o índice de Shannon e diversidade de
Margalef
riqueza também foram significativamente menores. A análise multivariada separadas as diferentes zonas claramente em
três grupos,
indicando diferenças marcantes nos níveis de contaminação nas diferentes partes da área de estudo.
Palavras­chave: peixe comunidade, uso de habitat, Pará River, pólo industrial.

Ictiofauna com indicador biológico estuarino em um distrito
industrial, estuário amazônico, Brasil

Resumo
O objetivo deste trabalho foi descrever o status ecológico da ictiofauna em um distrito industrial (rio Pará, estuário
Amazônico), através do uso de diferentes descritores ambientais. Para avaliar o impacto da zona industrial e terminal
de cargas, três áreas foram consideradas: Zona 1 (máximo impacto), Zona 2 (médio risco) e Zona 3 (baixo impacto).
Um total de 77 espécies foi capturado. Diferenças na composição da ictiofauna foram encontradas em todas as zonas
e ambientes (canal principal e canal de maré). Os índices ecológicos revelaram alterações da comunidade de peixes
na área do distrito industrial. Na Zona 1 houve uma redução no número de categorias tróficas (no canal principal)
e de peixes de grande porte e o índice de diversidade de Shannon e a riqueza de Margalef foram significativamente
mais baixos. A análise multivariada separou as Zonas em três grupos, indicando diferenças marcantes no nível de
contaminação nas diferentes áreas de estudo.
Palavras­chave: comunidade de peixe, uso do habitat, Rio Pará, área industrial.

1. Introdução
O estuário do Amazonas é a saída oceânica do precisamente no estuário do rio Pará, um importante
a maior bacia hidrográfica do mundo, com uma descarga total pólo industrial está localizado, onde as atividades incluem o
equivalente a cerca de um sexto do que de todos processamento de caulim, alumina e alumínio para exportação.
os rios do mundo combinados, contendo um quinto Estes processos produzem resíduos que podem libertar
de toda a água doce liberado nos oceanos do planeta substâncias com impactos significativos sobre a qualidade do
(Martinelli et al., 1989). A dinâmica deste estuário água (Rubio e Tessele, 2002). As principais fontes
refletem a força desta descarga para o Oceano Atlântico, de risco incluem vazamentos de tanques e oleodutos, acidentais
que é tão forte que a água do mar raramente passa por derramamentos de substâncias tóxicas e o transbordamento de
a foz do rio (Nittrouer et al., 1995). o resíduos
pools de sedimentação, os quais foram registrados no
composição da ictiofauna da região é influenciada pela área de estudo desde o estabelecimento do industrial
flutuações sazonais em níveis de salinidade e turbidez instalações (Lima et al., 2011).
de água, a qual é controlada pela pluma estuarinos Um certo número de estudos demonstraram que a degradação de
(Barthem, 1985). Dentro do estuário do Amazonas, mais ecossistemas aquáticos expostos a descargas de resíduos industriais

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Viana, AP. e Lucena Frédou, F.

podem levar a uma redução na abundância de commercially­ 2. Material e Métodos
espécies importantes, resultando em problemas económicos e sociais
for local communities (Kennish, 1985; Blaber, 2000). área de 2.1 Estudo e recolha de dados
ambientes estuarinos, em particular o da Amazon, A área de estudo situa­se na margem direita do
que rodeia o terminal de carga, são caracterizados pela estuário do rio Pará, no estado brasileiro do Pará, o
alta primário e secundário a produtividade e fornecer estuário do Amazonas.
berçários para muitas espécies de peixes e outros aquático Este trabalho foi concebido para testar os efeitos da provável
organismos, muitos dos quais são de valor comercial. estacontaminação ambiental na área adjacente à
área de estudo é um ambiente estuarino com um considerável instalações industriais e terminal de carga no estuário do
entrada de água doce, sendo classificada como de água doce corrente
Rio Pará. Para isso, os espécimes coleção de peixes foram
estuário acordo com o esquema de Elliott e McLusky organizado em três zonas distintas, representando diferentes
(2002). Apesar da intensa atividade industrial no estuário níveis de impacto: Zona 1, situado na proximidade do
do rio Pará, a área é uma importante pesca artesanal terminal de cargas e da zona industrial (Figura 1), onde
chão e a população local é altamente dependente o risco de contaminação era mais elevada; Zona 2, ao lado
recursos da pesca (Paz et al., 2011). Para além da sua Capim Island (Figure 1), distant at 16.98 km of the cargo
sócio­económico importância, a área desempenha um importante terminal e industrial distrito, classificada como uma média
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sócio­económico importância, a área desempenha um importante terminal e industrial distrito, classificada como uma média
papel ecológico na reprodução, alimentação e desenvolvimento área de risco devido a sua proximidade em relação à Zona 1 e
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de muitas espécies de peixes. Mostrar o original
Zone 3, located in Onças Island (Figure 1), at 38.42 km Opções ▼
O controlo biológico é um método de avaliação da água do terminal de carga e do distrito industrial, classificada como
qualidade através das respostas de comunidades biológicas para risco mínimo devido à sua distância da Zona 1.
mudanças nas condições ambientais (Whitfield e Elliott, Dois tipos diferentes de ambiente ­ o principal rio
2002; Goulart e Callisto, 2003). Os peixes podem ser eficazes canal e canal de maré ­ foram amostrados em todos os três
bioindicadores e têm sido usados   com sucesso para a Zonas. As amostras foram coletadas a cada três meses, entre
avaliação da qualidade de muitos ambientes de água doce 2009 (Junho e Setembro) e 2010 (janeiro a abril),
nos ambientes de bacia e estuarinos da Amazônia, na cobrindo principais períodos climáticos da região: chuvoso­seco
caso Guajará Bay (Viana et al., 2010). No presente estudo, de transição (RD), estação seca, a transição seca­chuvas (DR)
para diagnosticar a qualidade do meio ambiente em um industriale estação das chuvas (R). Todas as amostras foram coletadas
distrito no estuário do Amazonas, foi utilizada a ictiofauna durante
marés mortas em todas as zonas para cada período climático.
bioindicator como, através da utilização de diferentes ecológica Diferentes protocolos de amostragem foram utilizados nas
descritores. principais
canal e canal de maré, devido às suas dinâmicas distintas. em

Figura 1. Área de estudo no estuário do rio Pará (Amazônia estuário) com os pontos de amostragem dentro da cada zona. zona 1
(Impacto máximo), Zona 2 (risco médio) e Zona 3 (mínimo impacto).

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indicadores ecológicos da ictiofauna estuarina

o canal, redes de emalhar de monofilamento com diferentes esticadagrupos, a fim de avaliar as estratégias predominantes de
malhagens foram usadas (25, 35 e 40 mm) e o total alimentação
adotada pela comunidade de peixes.
líquido foi de 133,2 m. As redes foram autorizados a deriva para um A captura por unidade de esforço (CPUE) foi usado para
média tempo de imersão de 1 h 30 min. No canal de corrente, uma avaliar a abundância relativa de peixes no canal principal,
net bloco (25 mm de tamanho de malha) foi criada na foz do enquanto que a densidade foi utilizada para o canal de
canal de maré, fechando­a completamente. O bloqueio foi iniciado corrente. a CPUE
Os valores foram baseados na abundância ou densidade
no final da maré alta e continuou durante todo o numérica
(número de indivíduos, N ) e a biomassa (peso total, b ).
todo o ciclo de maré vazante ( c . 6 h). Os peixes foram capturados quer
Para o canal principal, CPUE = 100 N ou b ( EM i ) ­1 , onde
sendo gilled na rede (espécimes menores) ou recolhidos Um é o comprimento líquido em metros, e T i é o tempo de
manualmente nas piscinas restantes perto da rede. Todos os espécimes
No caso de o canal de corrente, o índice de densidade era
imersão minutos.
foram armazenadas em gelo e transportadas para o laboratório para obtido por n ou b / Ai , onde Ai é a área inundada, que
em processamento. As amostras foram padronizadas para todas as áreas de estudo
foi estimada para cada canal de maré no pico do
e ambientes. maré alta durante a maré de quadratura.
Análise de Dados 2.2 Shannon índice de diversidade ( H ' ), uniformidade de
Pielou
índice de ( J ), o índice de Simpson (l), espécies totais
As amostras de peixes foram identificadas para o menor
presentes ( S )
e índice de Margalef (D) foram utilizados para avaliar a
possível nível taxonômico, com base em FAO (1992) e
comunidade
estrutura.
Keith et ai. (2000).
Para a avaliação das áreas sujeitas a diferentes níveis de As diferenças nos valores destes índices entre o
contaminação (Zonas 1, 2 e 3), foram analisados   o s dadosdiferentes zonas do estudo foram avaliados utilizando­se ANOVA.
no contexto de diferenças ambientais (canal principal Quando necessário, os dados foram log (x + 1) a transformada
e canal de maré). O principal canal e canal de maré fazer a normalidade e variância homogênea. Tukey
habitats foram analisados   s eparadamente devido ao ecológica teste foi usada para determinar a normalidade e teste de Bartlett
diferenças encontradas entre eles e a conseqüente foi utilizado para determinar a homogeneidade das variâncias.
possibilidade de diferentes respostas aos impactos antropogénicos As diferenças foram mais explorado com de Tukey post hoc
(Viana et al., 2010). variação sazonal foi considerado teste. Para dados não paramétricos, a análise de Kruskal­Wallis
de variância.
como replica uma vez que nenhuma diferença significativa foi relatada
entre períodos do ano para a análise biológica. A análise multivariada de escalonamento multidimensional (MDS)
Os indivíduos foram classificados por tamanho, seguindo foi utilizado para avaliar os efeitos do espaciais (zonas) em espécies
Viana et al. (2010). Espécies capturadas com extensão total de composição e identificar grupos distintos. Os grupos foram
menos de 15 cm foram classificados como pequenos, aqueles entre posteriormente examinada usando as percentagens de
15 cm e 30 cm de comprimento como médio e peixes mais de 30 similaridade
Análise (SIMPER). Todos os grupos foram também testadas
cm de comprimento tão grande. Variação no tamanho do corpo do utilizando o
análise das semelhanças nos dois sentidos encaixados
ANOSIM (Clarke
e Warwick, 1994). Captura por unidade de esforço (CPUE) foi
diferentes espécies entre as zonas foram analisados   u tilizando o
teste de Kruskal­Wallis. usado como entrada de dados para análises multivariadas.
A freqüência de ocorrência das diferentes espécies de peixes
foi avaliada com base no esquema proposto por Dajoz 3. Resultados
(1973). Espécies com uma frequência de ocorrência de ≥50%
foram classificados como constante, aqueles com uma frequência entre Um total de 1.708 espécimes de peixes pertencentes a 77 espécies,
25 e 50% como acessório e aqueles com uma frequência de 27 famílias e 10 ordens foram capturados. considerando tanto
< 25% como ocasionais. canal principal eo canal de maré, 23 espécies foram capturados
na Zona 1, 49 na zona 2, e 50 da zona 3 (Tabela 1). o
Alimentando grupos funcionais, com base nas preferências de alimentação
Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) [22,1% do
e estratégias, foram definidos para cada zona. Para isso, as espécies
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Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) [22,1% do
e estratégias, foram definidos para cada zona. Para isso, as espécies
o total] e dorsalis Lithodoras (Valenciennes, 1840)
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foram distribuídos por grupos, a alimentação (com base na Krumme et al.,
Mostrar o original[Com 21,7% do total] foram as espécies mais abundantes. Opções ▼
2004 e Elliott et ai, 2007):. Zooplanctívora (ZP); detritivore
peixes de tamanho médio predominou em todas as zonas,
(DV); piscivore (PV); zoobenthivore (ZB); opportunist/ com
onívoro (OP). Duas categorias adicionais foram incluídasuma média geral de 65,6%. peixes grandes eram menos
piscivore / zoobentófago (PV / ZB). As categorias tróficascomuns na Zona 1, enquanto pequenos peixes eram menos comuns em
foram identificados através da combinação da informação regional Zona
3. A maior proporção de espécies classificadas como constante
disponível na dieta predominante (KRUMME et al., 2004; foi gravado na Zona 1, tanto na principal (33,3%) e das marés
Brenner e Krumme, 2007; Raiol, 2007, Almeida et ai., canais (44,4%). espécies acessórias predominaram na Zona
2010, Barbosa et al., 2012) e análise do estômago 3, em ambos principal (44%) e das marés canal (62,7%),
várias espécies. Onde pouca informação estava disponível, enquanto
espécies ocasionais eram comuns em todas as zonas,
principalmente
o canal principal (Tabela 1).
preferências tróficos foram inferidos a partir dos dados recolhidos
pelo projeto Fishbase (Froese e Pauly, 2007). o Os valores CPUEs para ambos e abundância numérica
contribuição percentual de cada categoria funcional para biomassa indicou uma abundância significativamente maior
em
a riqueza de espécies e abundância total de indivíduo eraA zona 1 para o canal principal (ANOVA, p <0,05). para maré
calculada para cada área. Os resultados foram comparados entrecanal, Zona 3 retornado a maior densidade e da biomassa

Braz. J. Biol., 2014, vol. 74, n. 2, p. 315­324 317

Viana, AP. e Lucena Frédou, F.

Tabela 1. espécies capturadas no estuário do rio Pará (Amazônia estuário). Comprimento (TL) total mínimo e máximo;
constância de espécies (Cs): C ­ Constante; A ­ Acessório; O ­ ocasional; Mc ­ canal principal; Tc ­ Tidal Canal; 1 ­ Zona
1; 2 ­ Zona 2; 3 ­ Zona 3.
TL (cm)
Família Espécies Cs
mínimo máximo
Characiformes
Anostomidae Leporinus fasciatus (Bloch, 1794) 20.5­32 A(3 Mc)
Leporinus friderici (Bloch, 1794) 23­26 A(3 Tc)
Characidae Astyanax fasciatus (Cuvier, 1819) 8­12 C(2, 3 Tc)
espécies 1 ­ O(2 Tc)
espécies 2 12.8 A(3 Tc )
Pristobrycon calmoni (Steindachner, 1908) 7 O(3 Mc)
Triportheus elongatus (Günther, 1864) 19­24.5 A(3 Mc)
Ctenoluciidae Boulengerella cuvieri (Spix & Agassiz, 31.5­37.5 A(2 Tc )
1829)
Curimatidae Curimata inornata Vari, 1989 11­16.2 C(3 Tc) A(3 Mc)
Cynodontidae Raphiodon vulpinus Agassiz, 1829 34 A(3 Tc)
Erythrinidae Traíra (Bloch, 1794) 23­25.5 A(1, 3 Tc )
Hemiodontidae Hemiodus unimaculatus (Bloch, 1794) 19.5­23 O(2 Tc)
Clupeiformes
Engraulididae Anchoa spinifer (Valenciennes, 1848) 7.8­16.8 A(1, 2 Mc)
Surinamensis Anchovia (Bleeker, 1865) 7­11 A(3 Mc; 3 Tc) O(1 Mc)
Lycengraulis batesii (Günther, 1868) 19.4­22.5 A(3 Tc). O(3, 2 Mc)
Atherinoides Pterengraulis (Linnaeus, 17.5­21.2 A(2, 3 Tc). O(3 Mc)
1766)
Pristigasteridae Pellona castelnaeana Valenciennes, 1847 20­23 O(1, 2 Mc)
Flavipinnis Pellona (Valenciennes, 1837)17.3­52.5 C(1 Mc) O(2 Tc)
Cyprinodontiformes
Anablepidae Anableps anableps (Linnaeus, 1758) 15.3­23 C(2 Tc); A(3 Tc)
Gymnotiformes
Apteronotidae Albifrons Apteronotus (Linnaeus, 1766) 25.5­52 A(3 Tc)
Sternarchella terminalis (Eigenmann & 30­36 A(3 Tc)
Allen, 1942)
Sternarchorhamphus muelleri 26 A(3 Tc)
(Steindachner, 1881)
Rhamphichthyidae Rhamphichthys marmoratus Castelnau, 36.5­78 C(3 Tc) A(1 Tc) O(3 Mc;
1855 2 Tc)
Rhamphichthys rostratus (Linnaeus, 1766)5 0­101 C(3 Tc) A(1, 2 Tc) O(3 Mc)
Sternopygidae Caviceps Rhabdolichops (Fernández­ 33­41.5 A(2 Tc)
Yépez, 1968)
Macrurus Sternopygus (Bloch & 30.2­58 C(1, 3 Tc) A(2 Tc)
Schneider, 1801) O(1, 3 Mc)
Mugiliformes
Mugilidae Mugilu incilis Hancock, 1830 12.2­55 C(2 Tc ); O(3 Mc)
PERCIFORMES
Cichlidae Cichla orinocensis Humboldt de 1821 58­69.5 A(2 Tc)
Cichla pinima Kullander & Ferreira, 25.5­39 A(2 Tc )
2006
Cichla pleiozona Kullander & Ferreira, 15.3­63 A(2 Tc )
2006
Cichla temensis Humboldt de 1821 18.5­60 C(2 Cr)
Crenicichla Johanna Heckel, 1840 19.2­24.6 A(1, 3 Tc )
Crenicichla luto Heckel, 1840 23.5­27 A(1 Tc)
Crenicichla sp. 16­18 A(2 Mc)
Geophagus proximus (Castelnau, 1855) 8.5­23.5 C(1, 2, 3 Tc) A(3 Mc)

318 Braz. J. Biol., 2014, vol. 74, n. 2, p. 315­324

indicadores ecológicos da ictiofauna estuarina

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Tabela 1. Continua ...
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TL (cm)
Família Espécies mínimo máximo Cs
sp Geophagus. 1 16.5 A(1 Tc)
sp Geophagus. 2 15 A(1 Tc)
Geophagus surinamensis (Bloch, 1791) 10 O(2 Tc )
Crenicichla semifasciata (Heckel, 1840) 18.5­32.5 A(3 Tc )
Sciaenidae Pachypops fourcroi (Lacépède, 1802) 10.5­23.5 C(1, 2, 3 Tc) O(3 Mc)
Plagioscion auratus (Castelnau, 1855) 15.5­31 A(2 Mc; 3 Tc) O(2 Tc)
Plagioscion squamosissimus (Heckel, 9.5­35.5 C(1, 2 Mc; 1, 2, 3 Tc)
1840) A(3 Mc)
Plagioscion surinamensis (Bleeker, 13­27 C(3 Tc )
1873) A(1, 2 Tc; 2, 3 Mc)
PLEURONICTIFORMES
ele Dae Achirus Achirus (Linnaeus, 1758) 7­13 C(2 Tc)
Dumerili Apionichthys (Kaup, 1858) 12­14.2 O(2 Tc )
Paralichthyidae Citharichthys spilopterus Günther de 1862 ­ O(2 Tc )
Syacium papillosum (Linnaeus, 1758) 9.5­11.5 A(2 Tc )
Rajiformes
Potamotrygonidae Motoro Potamotrygon (Müller & Henle, 26­29 C(1 Tc ) A(2 Tc)
1841)
Orbignyi Potamotrygon (Castelnau, 24­38 C(2 Tc )
1855)
Potamotrygon sp. 21.6­35.8 A(2 Tc ) O(2 Tc)
Siluriformes
Ariidae Sciades Couma (Valenciennes, 1840) 26­44 A(3 Tc) O(3 Mc)
Sciades herzbergii (Bloch, 1794) 19­23 O(2 Mc)
Aspredinidae Aspredinichthys filamentosus 25.5 A(3 Tc )
(Valenciennes, 1840)
Aspredo aspredo (Linnaeus, 1758) 19­20 A(3 Tc ) O(3 Mc)
Auchenipteridae Ageneiosus aff. ucayalensis Castelnau, 9.7­27 C(3 Tc ) A(2 Tc) O(2, 3 Mc)
1855
Inermis Ageneiosus (Linnaeus, 1766) 35 A(3 Tc)
Pseudauchenipterus nodosus (Bloch, 6.5­7.5 A(3 Tc ) O(2 Tc)
1794)
Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 12­21.5 C(3 Tc) A(1 Tc; 3 Mc)
1766)
Doradidae Lithodoras dorsalis (Valenciennes 1840) 10.17­21 C(1, 2 Mc; 1, 3 Tc) O(3 Mc)
Lithodoras sp. 21­150 A(3 Tc )
Heptapteridae gr Pimelodella. altipinnis (Steindachner, 13­22 C(3 Tc ) A(2 Tc)
1864)
Jundiá (Quoy & Gaimard, 20­21 A(3 Tc )
1824)
Loricariidae Acanthicus hystrix Agassiz, 1829 43 O(2 Mc)
sp Ancistrus. 1 15 A(3 Tc)
sp Ancistrus. 2 15­19 A(3 Tc )
Hypostomus plecostomus (Linnaeus, 14­31 A(3 Mc, 3 Tc) O(2 Tc)
1758)
Hypostomus sp. 20 O(2 Mc)
Loricaria cf. cataphracta Linnaeus, 1758 17.5­29 A(3 Mc; 2, 3 Tc)
Peckoltia sp. 1 8.2­15 A(2, 3 Mc)
Peckoltia sp. 2 33­45 O(2, 3 Mc)
Pimelodidae Brachyplatystoma rousseauxi (Castelnau, 25.5­35 O(1 Mc)
1855)
Brachyplatystoma vaillanti 22­37 C(3 Tc)
(Valenciennes, 1840)
Braz. J. Biol., 2014, vol. 74, n. 2, p. 315­324 319

Viana, AP. e Lucena Frédou, F.

Tabela 1. Continua ...
TL (cm)
Família Espécies Cs
mínimo máximo
Hypophthalmus marginatus Valencia 16.8­40 C(1, 3 Tc) O(1, 2 Mc)
existe, 1840
Pimelodus blochii Valenciennes, 1840 16.8­22 C(3 Tc ) O(2, 3 Mc)
Platystomatichthys sturio (Kner, 1858) 25 A(3 Tc )
Propimelodus aff. eigenmanni (Van der 22.5 A(3 Tc )
Stigchel, 1946)
Tetraodontiformes
Tetraodontidae Psittacus Colomesus (Bloch & 10.5 O(2 Tc )
Schneider, 1801)

valores, que foram significativamente diferentes dos de
as outras zonas (Kruskal­Wallis, p <0,05).
Considerando os diferentes grupos funcionais de alimentação,
houve predomínio de piscivore / zoobentófago (PV /
ZB) e zoobentófago (ZB) espécies em todas as áreas, em termos
da percentagem de espécies, excepto na zona 1 na página
canal. O Zooplanktivorous (ZP) foram também relativamente
importante na Zona 1. O piscivorous (PV) não eram
capturada no canal em qualquer das três zonas e o
menor diversidade de grupos alimentares foi registrado na Zona 1
(Figura 2a). Padrões semelhantes são observados quando os indivíduos
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(Figura 2a). Padrões semelhantes são observados quando os indivíduos
ao invés de espécies são consideradas, com predominância
Traduzido para:  Português
das categorias PV / ZB e ZB, embora oportunistas /Mostrar o original Opções ▼
onívoros eram proeminentes, tanto no canal principal e
canal de corrente de zona 3 (Figura 2b).
Comparando­se o principal canal de Zona 1 com os da
as outras zonas, todos os índices foram significativamente diferentes
(ANOVA, p <0,05), excepto para a uniformidade. O teste post
identificados valores significativamente mais baixos para a riqueza de espécies
O índice de Shannon e Margalef e os valores mais elevados para
abundância, dominância e índice de Simpson (Figura 3). em
no caso de o canal de corrente, diferenças significativas eram
encontrado apenas para a riqueza de espécies e nivelamento, com menor
valores a ser gravado para o último parâmetro na Zona 3
(ANOVA, p <0,05), mas muito mais elevadas espécies riqueza em Figura 2. Frequência Relativa (%) dos grupos de alimentação:
comparação com a zona 1 (Figura 3). (A) pelo número de espécies e (b) pelo número de indivíduos
A análise multivariada identificou grupos distintos considerando a Zona (Z) e meio ambiente (MC: Principal
entre três área em ambos os canais principal (ANOSIM, p <0,05)Canal; TC: canal de maré). OP: oportunista / onívoro;
e canal de corrente (ANOSIM, p <0,05) com significativamente DV: detritivore; ZB: zoobenthivore; PV/ZB: piscivore/
diferentes habitats mostraram pelo teste ANOSIM (Figura 4). o zoobentófago; PV: piscivore; ZP: zooplanctívora.
espécies principais responsáveis   p ela discriminação destes
grupos foi, no canal principal, dorsalis Lithodoras ,
limites (Whitfield e Elliott, 2002; Eddy, 2005), embora
De P. squamosissimus e flavipinnis Pellona (zonas
na maioria dos casos, alguns dados disponíveis sobre a
1 × 2 × 1 e 3) e, no canal de corrente, Hypophthalmus
integridade do
estes ambientes.
marginatus e Sternopygus macrurus (para zonas 1 × 2)
Apesar dos impactos consideráveis   q ue afectaram
e L. dorsal e P. squamosissimus (para as zonas 1 × 3).
área de estudo uma vez que a construção do porta local pela
o Pará Companhia Docas ea posterior instalação
4. Discussão de indústrias de processamento de minério de minerais, a
As atividades humanas em ambientes estuarinos tendem a ictiofauna
do estuário do rio Pará é caracterizado por uma
ter efeitos negativos sobre a biota local. Junto com diversidade considerável, com um total de 77 espécies sendo
outros resíduos, poluentes circulam amplamente sob o registrados na área de estudo. No entanto, esta diversidade
influência da descarga do rio e correntes de maré, muitas vezesfoi muito mais baixa na zona mais próxima da porta (Zona 1),
resultando em concentrações muito superiores legalmente definida
onde apenas 23 espécies foram registadas, em comparação com

320 Braz. J. Biol., 2014, vol. 74, n. 2, p. 315­324

indicadores ecológicos da ictiofauna estuarina

Figura 3. índices ecológicos por zona (Z) e meio ambiente (MC: Canal principal; MT: canal de maré). S: riqueza; J: Pielou de
Índice de uniformidade; λ: índice de Simpson; D: índice de Margalef; H ': índice de diversidade de Shannon.

as áreas menos afetadas, que apresentaram fauna típicas da A análise dos índices de diversidade é uma maneira eficaz
outros ambientes estuarinos tropical (Barthem, 1985; para avaliar a saúde de um ambiente aquático (López­
Krumme et al., 2004; Paiva et al., 2008; Viana et al., 2010). Rojas e Bonilla­Rivero, 2000; Whitfield e Elliott,
Em geral, as espécies constantes eram mais numerosos em 2002). impactos antropogénicos são conhecidos para
o canal de corrente do que o canal principal. estas espécies modificar
composição de espécies através da eliminação dos mais
gastar seu ciclo de vida nestes habitats, que são taxa sensíveis e o domínio posterior da mais
mais favorável para o seu desenvolvimento, dada a relativa espécies tolerantes (Attrill e Depledge, 1997). Na nossa
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mais favorável para o seu desenvolvimento, dada a relativa espécies tolerantes (Attrill e Depledge, 1997). Na nossa
abundância de refúgios e recursos alimentares (Ruffino, 2004; estudar, para ambos os tipos de habitats, no entanto, enquanto
Traduzido para:  Português Mostrar o originalque as espécies
riqueza foi menor na zona 1, o que é mais vulnerável
Viana et al., 2010). No entanto, como se observa na baía de Guajará, Opções ▼
que é adjacente à área de estudo presente, canal de maré à contaminação industrial, a maioria das espécies foram
são também mais vulnerável à contaminação, resultando numa o que parece reflectir a sua capacidade de adaptação às impactada
constantes,
ambientes. Isso não significa necessariamente que o
resposta mais rápida das espécies de peixes, uma vez que é preciso
mais tempo para filtrar contaminantes em comparação com o área é saudável dada a possibilidade de processos crônicos,
canais abertos (Viana et al., 2010). tais como a acumulação de metais pesados   n os tecidos
corporais

Braz. J. Biol., 2014, vol. 74, n. 2, p. 315­324 321

Viana, AP. e Lucena Frédou, F.

Figura 4. Análise multivariada escalonamento multidimensional por Zona e meio ambiente (canal principal eo canal Tidal).

e alterações histológicas de órgãos vitais, tais como o espécies representativas de todos os modos de alimentação diferentes
fígado, rins e brânquias (Triebskorn et al., 2008). No são
esperado em estuários naturais, assim como uma predominância de
bottom­feeders (Blaber, 2000; Chaves and Umbria, 2003;
mesma área de estudo, Viana et al. (2012) observaram que, para
P. squamosissimus e L. dorsalis (espécie principal), claraPaiva et al., 2008). Este padrão foi observado em todas as partes do
evidência de alterações histológicas nas amostras área de estudo, em termos tanto do número de espécies e
capturada na área mais impactada (Zona 1) e grave indivíduos, dada a predominância de zoobenthivores,
e alterações irreversíveis no fígado foram registradas piscívoros­zoobenthivores, oportunistas­onívoros e
para estas espécies (Viana et al, 2012). detritívoros. Um número reduzido de categorias tróficas foi
Médias de peixe (TL = 15­30 cm) predominou em registrado no principal canal de Zona 1. Ambientes
que sofreram impactos antropogénicos tendem a perder
todas as três zonas, embora os peixes maiores eram mais comuns
nas Zonas mais longe da zona industrial, presumivelmente organismos no topo da cadeia alimentar (Browne e Lutz,
refletindo fatores antrópicos. A espécie L. dorsal , 2010; Ecoutin et al., 2010), neste caso, piscívora, quanto
Por exemplo, os indivíduos apresentaram menores na zona 1 bem como especialistas tróficos. De acordo com a Garrison e
(TL = 17,43 ± 4,4) em comparação com a zona 3 (TL = Link (2000), predadores generalistas encontrar presas mais
facilmente
que os especializados (tais como espécies bentófagos)
30,36 ± 10,9).
e, portanto, são mais capazes de sobreviver a grandes perturbações.
Como no presente estudo, os indicadores descritivos para o
Infelizmente, quando não há dados disponíveis sobre a trófica
estrutura de classes de tamanho foram usadas por um número de
estrutura das comunidades locais antes de impactos atuais,
autores para avaliar a variação sazonal e espacial em peixes
conclusões mais definitivas sobre este ponto são enfraquecidas
comunidades. No Senegal, por exemplo, uma diminuição do
(Ecoutin et al., 2010).
comprimento máximo de peixe foi observada depois de 20 anos de
Conjuntos de indicadores foram estabelecidos por vários
impacto antropogénico (Ecoutin et al., 2010). segundo
autores para a monitorização das alterações no meio ambiente
para Yemane et ai. (2008), o declínio tanto na média
qualidade dos estuários. No entanto, a variação nestes indicadores
comprimento máximo eo número de espécies de peixes capazes de
é difícil de interpretar e não pode totalmente explicar a
atingir o comprimento máximo pode ser considerado de indicadores
complexidade do ecossistema. Em particular, alguns indicadores
distúrbios na comunidade de peixes, neste caso, a partir de são incapazes de identificar as respostas de curto prazo, exigindo
sobrepesca. No presente estudo, a proporção menor uma
muito mais longo período de estudo, a fim de demonstrar as flutuações
peixes de maior tamanho registrado nas áreas impactadas pode eficazmente (Ecoutin et al., 2010). Essas variáveis   i ncluem
refletir uma resposta ecológica à perturbação antrópica. uso de habitat ea CPUE, que foram avaliados no
Além disso, no presente estudo, os índices ecológicos indicado
presente estudo.
que a estrutura da comunidade mais próxima para o industrial No caso de abundância relativa (CPUE), a mais alta
área e terminal de cargas é o mais afetado, com base em Os valores foram registrados na área mais impactada. esta
os baixos valores de riqueza de espécies e de Shannon e pode ter sido relacionado com a abundância relativa de
índices de Margalef e dominância elevada (Simpson). o P. squamosissimus e L. dorsal , que são o dominante
maior canal de maré distante (Zona 3) foi relativamente rico espécies nesta área. Ambas as espécies são relativamente comuns
(Índice de Margalef), mas equidade foi baixa, indicando uma na bacia do Amazonas e são consideradas relativamente
distribuição não uniforme das espécies. A equidade reduzida tolerante de contaminação, dado que os estudos em outras partes do
foi provavelmente influenciado pela predominância de L. dorsalis
o estuário descobriram que a abundância não é afetado
e P. squamosissimus . por perturbações antrópicas (Viana et al., 2010).

322 Braz. J. Biol., 2014, vol. 74, n. 2, p. 315­324

indicadores ecológicos da ictiofauna estuarina

A adoção de critérios exclusivamente físico­químicas e Artur Miranda para ajudar com o mapa. Este estudo
para a avaliação da qualidade da água pode não necessariamente foi parcialmente financiado pelo CNPq através de uma bolsa
fornecer uma descrição precisa das condições enfrentadas pelos de estudos para
o primeiro autor e através de uma bolsa de investigação para o
segundo
comunidades locais (Vieira e Shibatta, 2007). Enquanto autor, e pelo Instituto Internacional de Educação do
esses critérios podem fornecer uma avaliação fiável de água Brasil e Moore Foundation, com o apoio financeiro
durante o desenvolvimento do projeto.
qualidade , por si só , podem não necessariamente oferecer uma eficaz
medida da integridade ecológica da área (Goulart e
Callisto, 2003), uma vez que se limitam a fornecer um "instantâneo"
Referências
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11/6/2016 www.pdf.investintech.com/preview/645a8050­a443­11e6­89aa­002590d31986/index.html
Callisto, 2003), uma vez que se limitam a fornecer um "instantâneo"
Referências
das condições ambientais em um determinado ponto no tempo. De
Traduzido para:  Português Mostrar o original
contraste, os indicadores biológicos oferecer uma visão integrada ALMEIDA, MP., LINS, PMO., CHARVET­ALMEIDA, P. and Opções ▼
dos efeitos acumulados da poluição sobre a biota. em Barthem, RB., 2010. Dieta da raia de água doce Potamotrygon
Neste estudo, os indicadores ecológicos, especialmente ecológica motoro (Chondrichthyes: Potamotrygonidae) on Marajó Island
descritores, categorias e tamanho tróficos, foram especialmente (Pará, Brasil). Brazilian Journal of Biology , vol. 70, n. 1, p.
155­162. Http://dx.doi.org/10.1590/S1519­69842010000100022.
eficaz para a demonstração das alterações críticas
PMID: 20231973
da comunidade de peixes da Zona 1, indicando que a biota
é um elemento integrador que responde sistematicamenteAttrill, MJ. e DEPLEDGE, MH., 1997. Comunidade
alterações no ambiente, apesar das restrições sobre e indicadores de saúde da população ecossistema: links de segmentação
o uso de análise sobre a estrutura da comunidade estuarina entre os níveis de organização biológica. Toxicologia Aquática
ambientes (Elliott e Quintino, 2007). esses impactos (Amsterdam, Holanda) , vol. 38, n. 1­3, p. 183­197. Http: //
dx.doi.org/10.1016/S0166­445X(96)00839­9.
também eram evidentes quando os métodos mais sofisticados eram
aplicado como uma selecção de peixe índices multimétricos base BARBOSA, ND., ROCHA, RM. and LUCENA FRÉDOU, F.,
da integridade do ecossistema (Viana et al., 2012) .A carga 2012. A biologia reprodutiva de Plagioscion squamosissimus
terminal e distrito industrial são um caso no ponto aqui e(Heckel, 1840), no estuário do rio Pará (Estuário Amazônico).
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Para além dos riscos potenciais inerentes representados pela sua
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indústrias, uma série de acidentes foram notificados desde
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a instalação de suas plantas de processamento de minério (Lima et al.,
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É claro que a presença do terminal de carga e BERRÊDO, JF., MENDES, AC., SALES, ME. and SARMENTO,
JP., 2001. Nível de contaminação por óleo nos sedimentos de
indústrias adjacentes tem um efeito sobre a integridade biológica de
fundo e água no rio Pará, decorrente do acidente com a balsa
áreas utilizadas por muitas espécies de peixes locais para a sua reprodução
e o desenvolvimento. Muitas espécies visitar o estuário do Rio Miss Rondônia. In PROST, MT. and MENDES, AC. (Eds.).
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do estuário do Amazonas, incluindo Marajó e Guajará padrões de alimentação dos Anableps peixes de quatro olhos anableps L.
baías e do estuário do Pará são usados   p or ictiofauna maisnem um
orte manguezal brasileiro. Journal of Fish Biology , vol. 70, n. 2,
para o crescimento e desenvolvimento, em vez de reprodução p. 406­427. Http://dx.doi.org/10.1111/j.1095­8649.2007.01313.x.
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destes fenómenos, a população local é economicamente associada à remoção top­predador devido à toxicidade selênio.
dependentes dos recursos da pesca locais (Paz et al., 2011).Hydrobiologia , vol. 655, n. 1, p. 137­148. Http://dx.doi.org/10.1007/
Considerando a importância ecológica e económica s10750­010­0416­3.
do estuário do Rio Pará, a mitigação dos impactos CHAVES, PTC. e Umbria, SC., 2003. As alterações na dieta
causados   pelas instalações de processamento de minério de locais e de carga
composição dos peixes transitórios em sistemas costeiras, de estuário e
terminal e o acompanhamento sistemático da aquático local plataforma continental. Arquivos Brasileiros de Biologia e Tecnologia ,
ambientes deve ser dada a máxima prioridade. Tal vol. 46, n. 1, p. 41­46. Http://dx.doi.org/10.1590/S1516­
medidas serão importantes para garantir a produtividade 89132003000100007.
desses ambientes para as gerações futuras, dada a CLARKE, RK. e Warwick, RM., 1994. Mudança na água do mar
importância destes recursos como fonte de renda e comunidades : uma abordagem para análise estatística e interpretação.
subsistência para as populações locais. Além disso, apesar do Londres: Ed. Plymouth marine laboratory. 144 p.
falta de dados históricos para a área de estudo, o metodológica
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procedimentos adotados no presente estudo foram adequados
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DE MORAIS, L., 2010. Changes over a decade in fish assemblages
Agradecimentos ­ Os autores são grataeful ao Dr. Thierry expostos a ambos os constrangimentos ambientais e de pesca no
Frédou para comentários sobre versões anteriores do manuscrito
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