É até óbvio, mas muito interessante, o conjunto de descobertas
que vem sendo feitas sobre o quanto a mente influencia no corpo humano. Não é preciso um laboratório em Harvard para saber que quando vemos ou conversamos sobre comida começamos a salivar, ou que podemos nos excitar sexualmente somente com a imaginação. Contudo, o desenvolvimento de pesquisas deste tipo tem contribuído para dar um status de ciência àquilo que o senso comum sempre soube: a mente humana tem muito poder.
Duas novas descobertas fantásticas sobre o funcionamento da
mente foram publicadas recentemente, acalorando o debate sobre os poderes do cérebro. A primeira demonstra que ao assistirmos a exercícios físicos, nossa mente faz com que o corpo passe a produzir efeitos metabólicos semelhantes aos dos esportistas; a outra, na mesma linha, comprova que ao falarmos o nome de uma comida gostosa, nossa mente faz com que experimentemos um processo de degustação, sem nada na boca.
Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de
Western Sydney, registraram alterações fisiológicas nos participantes do teste enquanto eram estimulados através de uma imagem de outras pessoas praticando atividades físicas. Através da experiência, eles concluíram que uma pessoa ao assistir a um vídeo de outra praticando corrida, os processos fisiológicos eram iguais ao como se a pessoa estivesse a correr, como aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração, liberação de pequenas doses de endorfina, circulação maior de sangue para os músculos. Uma demonstração de como nossa mente está relacionada com nosso corpo. A pesquisa foi coordenada pelo doutor Vaughan Macefield. Ou seja, quando for praticar algum esporte, veja um bom filme, ou programa, antes de começar.
O mesmo pode ser dito do ato de comer. Pesquisadores da
Universidade de Utrecht, na Holanda, descobriram que conseguimos relatar sensações iguais as de quando estamos comendo ao escutarmos o nome do alimento. Os pesquisadores ainda separaram os alimentos em dois tipos: alimentos tentadores (por exemplo, bata-frita) e alimentos neutros (por exemplo o arroz). Seus resultados mostraram que a quantidade de nossas percepções são maiores em relação aos alimentos tentadores do que nos neutros e que a relação negativa dos alimentos na sua dieta também está relacionada com sua experiência com o alimento: as pessoas em dieta tendem a achar um alimento menos atrativo do que as pessoas que não estão. Segundo Esther K. Papies, psicóloga responsável pela pesquisa, esses resultados ajudam no entendimento do comportamento alimentar, assim como pode ajudar no tratamento de pessoas compulsivas por alimentos tentadores e não saudáveis. Veja a sequência de imagens a seguir e verifique em sua boca os efeitos do estímulo visual. Existe até uma vertente terapêutica que é baseada na ideia de que a mente, o corpo e a linguagem interagem para criar a percepção que cada indivíduo tem do mundo. Através de alguns exercícios, a pessoa é capaz de reproduzir uma sensação (dor, fome, angústia, tristeza) e até um processo fisiológico (cólica, dor de cabeça, estresse), a partir de sua própria memória sensorial. A esse processo dá-se o nome de Programação Neurolinguística (PNL).
Essas duas pesquisas recentes são um bom exemplo de que,
embora o senso comum tenha um acervo de informações sobre o “poder da mente”, ou o “poder das palavras”, ainda há muito o que se pesquisar e desenvolver em termos de conhecimento científico, pois, embora saibamos o quanto faz mal falarmos mal dos outros, falarmos sobre doenças e sobre nossas doenças, assim mesmo continuamos fazendo, contribuindo para o possível desenvolvimento de males psicossomáticos. Exemplo do quanto tais descobertas podem abrir um novo horizonte de interpretação da realidade foi publicado aqui na matéria O amor é químico e está a venda na farmácia.
No canal de TV por assinatura National Geographic, existe um
programa, “Truques da Mente” destinado a revelar o que você pensa que faz conscientemente, mas que na verdade é induzido a fazer. Em um dos episódios, servem para um grupo de adolescentes bebidas que supostamente deveriam ser alcoólicas, mas que na verdade não eram. Depois de 4 horas de festa, os adolescentes começaram a ter comportamento de pessoas embriagadas.
Quanto maior consciência dos processos do nosso organismos
tivermos, nos tornamos mais invulneráveis a influências alheias, como por exemplo as propagandas e comerciais de televisão, tomando, assim, mais controle sobre nossa própria existência.