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Desvendando os segredos da mente e seus poderes

Por Ana Carolina F. K. O.

É até óbvio, mas muito interessante, o conjunto de descobertas


que vem sendo feitas sobre o quanto a mente influencia no
corpo humano. Não é preciso um laboratório em Harvard para
saber que quando vemos ou conversamos sobre comida
começamos a salivar, ou que podemos nos excitar sexualmente
somente com a imaginação. Contudo, o desenvolvimento de
pesquisas deste tipo tem contribuído para dar um status de
ciência àquilo que o senso comum sempre soube: a mente
humana tem muito poder.

Duas novas descobertas fantásticas sobre o funcionamento da


mente foram publicadas recentemente, acalorando o debate
sobre os poderes do cérebro. A primeira demonstra que ao
assistirmos a exercícios físicos, nossa mente faz com que o
corpo passe a produzir efeitos metabólicos semelhantes aos
dos esportistas; a outra, na mesma linha, comprova que ao
falarmos o nome de uma comida gostosa, nossa mente faz com
que experimentemos um processo de degustação, sem nada na
boca.

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de


Western Sydney, registraram alterações fisiológicas nos
participantes do teste enquanto eram estimulados através de
uma imagem de outras pessoas praticando atividades físicas.
Através da experiência, eles concluíram que uma pessoa ao
assistir a um vídeo de outra praticando corrida, os processos
fisiológicos eram iguais ao como se a pessoa estivesse a correr,
como aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração,
liberação de pequenas doses de endorfina, circulação maior de
sangue para os músculos. Uma demonstração de como nossa
mente está relacionada com nosso corpo. A pesquisa foi
coordenada pelo doutor Vaughan Macefield. Ou seja, quando
for praticar algum esporte, veja um bom filme, ou programa,
antes de começar.

O mesmo pode ser dito do ato de comer. Pesquisadores da


Universidade de Utrecht, na Holanda, descobriram que
conseguimos relatar sensações iguais as de quando estamos
comendo ao escutarmos o nome do alimento. Os pesquisadores
ainda separaram os alimentos em dois tipos: alimentos
tentadores (por exemplo, bata-frita) e alimentos neutros (por
exemplo o arroz). Seus resultados mostraram que a
quantidade de nossas percepções são maiores em relação aos
alimentos tentadores do que nos neutros e que a relação
negativa dos alimentos na sua dieta também está relacionada
com sua experiência com o alimento: as pessoas em dieta
tendem a achar um alimento menos atrativo do que as pessoas
que não estão. Segundo Esther K. Papies, psicóloga
responsável pela pesquisa, esses resultados ajudam no
entendimento do comportamento alimentar, assim como pode
ajudar no tratamento de pessoas compulsivas por alimentos
tentadores e não saudáveis. Veja a sequência de imagens a
seguir e verifique em sua boca os efeitos do estímulo visual.
Existe até uma vertente terapêutica que é baseada na ideia de
que a mente, o corpo e a linguagem interagem para criar a
percepção que cada indivíduo tem do mundo. Através de
alguns exercícios, a pessoa é capaz de reproduzir uma
sensação (dor, fome, angústia, tristeza) e até um processo
fisiológico (cólica, dor de cabeça, estresse), a partir de sua
própria memória sensorial. A esse processo dá-se o nome de
Programação Neurolinguística (PNL).

Essas duas pesquisas recentes são um bom exemplo de que,


embora o senso comum tenha um acervo de informações sobre
o “poder da mente”, ou o “poder das palavras”, ainda há muito
o que se pesquisar e desenvolver em termos de conhecimento
científico, pois, embora saibamos o quanto faz mal falarmos
mal dos outros, falarmos sobre doenças e sobre nossas
doenças, assim mesmo continuamos fazendo, contribuindo
para o possível desenvolvimento de males psicossomáticos.
Exemplo do quanto tais descobertas podem abrir um novo
horizonte de interpretação da realidade foi publicado aqui na
matéria O amor é químico e está a venda na farmácia.

No canal de TV por assinatura National Geographic, existe um


programa, “Truques da Mente” destinado a revelar o que você
pensa que faz conscientemente, mas que na verdade é
induzido a fazer. Em um dos episódios, servem para um grupo
de adolescentes bebidas que supostamente deveriam ser
alcoólicas, mas que na verdade não eram. Depois de 4 horas
de festa, os adolescentes começaram a ter comportamento de
pessoas embriagadas.

Quanto maior consciência dos processos do nosso organismos


tivermos, nos tornamos mais invulneráveis a influências
alheias, como por exemplo as propagandas e comerciais de
televisão, tomando, assim, mais controle sobre nossa própria
existência.

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