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História e Origem do Yoga

Certa vez um famoso dançarino improvisou alguns movimentos instintivos, porém,


extremamente sofisticados. Emocionava a todos que assistiam. Era algo espontâneo,
que só encontrava eco no coração daqueles que também tinham uma sensibilidade
apurada.

O dançarino conseguiu transmitir boa parte do seu conhecimento. Até que um dia,
muito tempo depois, o Mestre morreu. Os discípulos preservaram a arte intacta e
assumiram a missão de retransmiti-la.

Em algum momento da História essa arte ganhou o nome de integridade, integração,


união: em sânscrito: Yoga! Seu fundador ingressou na mitologia com o nome de Shiva
e com o título de Natarája, Rei dos Dançarinos.

Esse fatos ocorreram há mais de 5000 anos a Noroeste da Índia, no Vale do Indo, que
era habitado pelo povo drávida. Sua civilização, uma das mais avançadas da
antiguidade, ficou perdida e soterrada durante milhares de ano. Até que, por volta de
1900, descobriram as cidades Harappá e Mohenjo-Daro, através de escavações
arqueológicas na Indía.

Ficaram impressionados com o que encontraram. Cidades com urbanismo planejado.


Ao invés de ruelas tortuosas, largas avenidas de até 14 metros de largura, cortando a
cidade no sentido Norte-Sul e Leste-Oeste. Entre elas, ruas de pedestres, nas quais não
passavam carros de boi. Nessas, as casas da classe média tinham dois
andares, instalações sanitárias dentro de casa, água corrente! Não se esqueça se esqueça
que estamos falando de uma civilização que floresceu 3000 anos antes de Cristo.
Não era só isso. Iluminação nas ruas e esgotos cobertos, brinquedos de crianças em que os
carros tinham rodas que giravam, bonecas com cabelos implantados e plataformas
elevadas para facilitar a carga e descarga das carroças.

Sua sociedade foi identificada como matriarcal, pacífica (não encontraram armas) em
cultura tântrica.

Cavando mais, os arqueólogos descobriram outra cidade sob os escombros da


primeira. Para sua surpresa, mais abaixo, outra cidade, bem mais antiga. Cavaram
mais e encontraram outra. E mais outra. O que chamava a atenção era o fato de que,
quanto mais profundamente cavavam, mais avançada era sua tecnologia, tanto de
arquitetura quanto de utensílios. Até que deram com um lençol d’água e pararam
(recentemente foram retomada as escavações). O que nos perguntamos é: quantas
outras cidades haveria lá embaixo e quão mais evoluídas seriam elas?

Bem, foi nessa civilização que o Yoga surgiu. Uma civilização tântrica (matriarcal) e
sámkhya (naturalista).
AS PRINCIPAIS
CARACTERÍSTICAS DA
PRÁTICA DE VINYASA
FLOW YOGA ~ KARIME
NEDER

A prática é o momento em que a pessoa sai do seu cotidiano e entra em um


universo lúdico.

Ser um professor de Yoga é mais do que conhecer a si mesmo, é também


aprender a observar, expandir a consciência não só pelo seu próprio corpo,
mas também entendendo o universo como uma teia. Na sua prática pessoal,
você vai desenvolvendo um certo domínio sobre a trama que tece a teia do seu
ser: que, por sua vez, define a sua individualidade.

Na aula, o indivíduo é o sanga (a classe). O professor deve permitir que a sua


consciência ultrapasse as barreiras do seu corpo, se expandindo pela turma,
sentindo o sanga, captando a energia do momento e permitindo que se reflita
no sadhana.

Observe a seguir as principais características da prática:


· Crie um ambiente.

Queremos que o aluno desvie a atenção de coisas do seu cotidiano, e o


ambiente de prática possui um grande papel nesse processo. Prepare o
ambiente usando velas, flores, incenso, aromatizantes, sempre tendo o cuidado
de não sobrecarregar o ambiente e manter o equilíbrio.

· Música.

A música ajuda a entrar em estado de flow e unifica a energia do grupo,


fazendo todos entrarem no mesmo ritmo. Escolha músicas que te inspiram e
cujo ritmo esteja de acordo com o momento da prática e com aquilo que você
quer transmitir.

· Criatividade.

Deixe a sua criatividade vir à tona na hora de montar a sua sequência,


expresse as suas impressões. No começo você vai racionalizar muito, mas, aos
poucos, perceberá que a sequência é criada pelas sensações e não pela razão.
É em cima do tapete, experimentando e vivenciando, que o seu corpo vai te
guiar na sequência correta.

· Vinyasa.
Valorize o espaço entre os asanas. O movimento que leva uma postura à outra,
encadeando os asanas, é tão importante quanto a própria postura e deve ser
guiado pela respiração.

Imagine que cada asana é uma das contas de um mala (cordão) que, soltas, são
apenas contas. É necessário ter um fio de algodão que vai ligar uma conta à
outra, formando o mala. Esse fio é puro e suave como o algodão e forte o
suficiente para sustentar todas as contas e reuni-las em um único objeto.

Na sua prática, esse fio é a sua respiração, que é suave e profunda para
carregar o prana e forte o suficiente para lhe dar domínio nos movimentos e
estabilidade nos asanas, unindo a sua prática em um fluxo completo e
ininterrupto.

· Flow.

O flow é um estado de êxtase, é aquele momento em que você se envolve com


uma música e seu corpo flui com o som, sem a sua interferência. A mente não
está mais comandando o movimento, ele vem do próprio corpo, das sensações.
É um estado mental parecido com a meditação. Esse estado de flow, quando
atingido na prática, se reflete também na sua vida. Se observarmos ao nosso
redor, conhecemos pessoas que parecem lutar com a vida, como se estivessem
na contramão do fluxo, e outras que parecem surfar pela vida, como se
pegassem uma carona, contornando as dificuldades com destreza e eficiência,
seguindo em frente. Encontrar o fluxo é como encontrar a estrada do seu
dharma e seguir em frente.
O estado de flow é alcançado quando se faz algo que realiza o seu ser.

“O flow é como abrir uma porta que estava flutuando no meio do nada e a
única coisa que você precisa fazer é abrir e se permitir mergulhar no que
existe adiante. Você não pode se forçar a passar por ela, você simplesmente
precisa flutuar.”

Mihaly Csikszentmihalyi

· Asana líquido.

O asana liquido é um caminho para extrair energia prânica da entropia,


Libertando o nosso corpo de padrões e impressões. Utilizamos como
ferramenta o ritmo da respiração, que guia os movimento fluidos de
ondulações, círculos e espirais.

“Igualamos os nossos movimentos com os nossos ritmos


internos de respiração, batimentos cardíacos e nossa corrente
interna de prana. Como técnica milenar de êxtase, o yoga cria
uma ponte entre o mundano e o extático, entre o habitual e o
sagrado, levando-nos a um estado consciente através do que
é chamado soma. Nesta prática viva, camadas de contrações
culturais, psicológicas e físicas são liberadas, revelando e
ativando uma sabedoria profunda e somática que está
sempre fluindo como fonte de vida e que, assim como as
águas profundas escondidas no solo, residem dentro de nós
alimentando as raízes do nosso potencial. Nossa prática de
yoga é, então, uma jornada profundamente pessoal para
recuperar a memória de quem realmente somos e retornar
aos nossos ritmos orgânicos e livres.”

Micheline Berry

· Peak pose.

Peak pose é o ponto mais alto da sequência. Como o nome sugere, é como
chegar ao pico de uma montanha.

Um alpinista, para conquistar uma montanha, precisa de muito preparo. Ele só


vai chegar ao pico depois de explorar e dominar toda a extensão da subida e
saber como irá descer.

No yoga traduzimos isso como kramas. O que importa na prática é o trajeto, a


sequência que você desenvolve e que vai lhe ensinar as ações necessárias, dar
a abertura de que o corpo precisa para conquistar a postura escolhida e como
compensá-la.

Em uma sala de prática, quando se respeitam as kramas, podemos ter alunos


que chegam até o peak pose e outros que ficarão em suas kramas
preparatórias.

O peak pose geralmente é um asana, mas, também, pode ser uma intenção ou
um pranayama. O importante é lhe dar uma direção para desenvolver uma
sequência harmoniosa, que abre, prepara e compensa, fechando um ciclo.
· Sequência de vinyasa krama.

A sequência de vinyasa krama deve encadear as posturas de uma forma


fisiológica e orgânica, observando cada passo para entrar nos asanas, abrindo
espaço para as posturas mais complexas, coordenando cada ação que nos leva
ao asana com a respiração e a concentração. Compreenda a inteligência do
corpo e chegue até um ponto da postura que favoreça o seu fluxo de energia,
mantenha a fluidez e a harmonia com a respiração.

· Ajustes somáticos.

O ajuste somático é um toque, geralmente leve, que indica qual é o


movimento que deve ser aplicado. É uma forma de guiar o aluno nos asanas,
ajudando-o a encontrar o seu próprio espaço. Caso você tenha habilidade com
massagem, faça, às vezes, um carinho nos alunos em algum momento
restaurativo da prática ou, até mesmo, em ajustes, durante os asanas.

O ajuste deve ajudar o aluno a aproveitar o seu potencial, jamais deve-se


forçar uma situação.

Observar as características da pessoa. Alguns alunos são superacessíveis e


adoram o toque, já outros são mais restritivos. Neste caso, o ajuste deve ser
feito apenas quando necessário e, naturalmente, após algum tempo praticando
com você, o aluno ganha confiança, e se torna mais acessível ao ajuste.
Yoga: benefícios e contraindicações das
posturas sentadas
No yoga, as posturas sentadas dividem-se em dois grandes grupos: as posturas de
flexão à frente e as torções. Estas posturas têm benefícios mas também
contraindicações.
As posturas de flexão à frente são benéficas, sobretudo para corrigir problemas de
lordose e cifose acentuada.
Devem ser executadas fletindo à frente pela virilha e não pela zona pélvica, ou pela
zona lombar. A flexão deve começar sempre nas virilhas, alargando sempre a coluna,
procurando levar o abdómen em contacto com as coxas. Se o abdómen tocar as coxas
então poderá colocar o peito em contacto com as coxas e por último baixar a cabeça,
mantendo o estiramento da cervical.

O estiramento da coluna é fundamental, para garantir que a postura é feita com os


músculos das costas e não com as vertebras, sob pena de se provocar micro fraturas.

Os seus benefícios passam por:

 acalmar a mente, aliviar o stress e a depressão ligeira


 estirar a coluna, os ombros e os músculos isquiotibiais
 estimular o fígado, rins, ovários e útero
 promover a boa digestão
 ajudar a aliviar os sintomas da menopausa e o desconforto menstrual
 Fortalecer os músculos da região abdominal, contribuindo para reduzir a
adiposidade nessa região
As posturas de flexão à frente devem ser evitadas quando existem problemas de
asma, porque a flexão pode inibir a capacidade de respirar de uma forma completa,
utilizando corretamente o músculo diafragma. Também devem ser evitadas quando
existe diarreia ou episódios de diarreia, devido à compressão dos músculos
abdominais.
As torções sentadas são posturas de correção de assimetrias posturais e de correção
de problemas de coluna. Permitem igualmente uma excelente flexibilidade da coluna.
São recomendadas sobretudo nas cifoses e escolioses.
As torções permitem a estimulação dos nervos e canais nervosos que saem da coluna
e se dirigem a todo o corpo. Os impulsos nervosos aumentam o que permite a
revitalização e bem-estar de todo o tronco.

O mais importante é alongar a coluna, do cóccix até ao topo da cabeça, procurando


sentir os ísquios colocados de igual forma no chão.
Alguns dos seus benefícios são:

 a estimulação do fígado e rins


 flexibilizar a coluna
 estimular a digestão
 aliviar dores nas costas, desconforto menstrual, fadiga e dor do nervo ciático
O cuidado com a cervical é outro ponto importante. O praticante de yoga não deve
virar totalmente o pescoço, para não comprimir em demasiado as vértebras cervicais.
A respiração também deve ser levada em consideração. A torção deve ser feita
durante a expiração, para que a capacidade de rotação não seja inibida pela presença
de ar na caixa torácica.

As posturas de flexão, rotação ou torção da coluna devem ser praticadas com


cuidado se houver problema de coluna.
Procure sempre o apoio de um professor devidamente certificado para o ajudar.

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