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Liberdade

de circulação
e residência
na EuropaGuia dos direitos dos
cidadãos da União Europeia
Justiça
O presente guia tem por objetivo ajudá-lo a compreender melhor os seus direitos quando
se desloca na União Europeia e fornecer-lhe orientações práticas pormenorizadas. O guia tem
em conta a legislação da UE em vigor em fevereiro de 2013.

O presente guia não constitui um instrumento jurídico vinculativo ou exaustivo. Nem a


Comissão Europeia nem qualquer pessoa agindo em seu nome são responsáveis pela
utilização que possa vir a ser dada às informações nele contidas.

Europe Direct é um serviço que o/a ajuda a encontrar


respostas às suas perguntas sobre a União Europeia.
Número verde único (*):
00 800 6 7 8 9 10 11

(*) As informações prestadas são gratuitas, tal como a maior parte das chamadas, embora alguns operadores, cabinas telefónicas ou hóteis as possam cobrar.

Encontram-se disponíveis mais informações sobre a União Europeia na Internet (http://europa.eu).


Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação.
Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2013
ISBN 978-92-79-30158-2
doi:10.2838/48545
© União Europeia, 2013
Reprodução autorizada mediante indicação da fonte.
Printed in Italy
IMPRESSO EM PAPEL SEM CLORO (TCF)

Capa © Istockphoto.com
Guia dos direitos dos cidadãos
da União Europeia
Liberdade de circulação e residência
na Europa

Capítulo 1 O que é a cidadania da União Europeia? .................................................. 4


Capítulo 2 Quem pode beneficiar deste direito? .............................................................. 6
Capítulo 3 Onde pode exercer este direito?........................................................................... 9
Capítulo 4 Preparação da deslocação .....................................................................................10
Regras de Schengen ......................................................................................................12
Capítulo 5 Primeiros três meses.....................................................................................................13
Comunicar a sua presença .....................................................................................14
Capítulo 6 Após os primeiros três meses .............................................................................15
Capítulo 7 Formalidades administrativas ............................................................................17
Cidadãos da União ..........................................................................................................17
Sanções .......................................................................................................................................20
Capítulo 8 Conservar o direito de residência.....................................................................21
Membros da família ......................................................................................................22
Capítulo 9 Direito de residência permanente ...................................................................24
Formalidades administrativas ............................................................................26
Capítulo 10 Igualdade de tratamento .........................................................................................27
Capítulo 11 Restrições ..................................................................................................................................29
Capítulo 12 Regime transitório aplicável aos trabalhadores..............................32
Capítulo 13 Como proteger os seus direitos.........................................................................34
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Capítulo 1

O que é a cidadania
da União Europeia?
O que significa ser cidadão da ƒƒ o direito de eleger e de ser eleito nas
União? eleições para o Parlamento Europeu e
nas eleições municipais no Estado Mem-
bro da sua residência, mesmo não sendo
Cidadania da União seu nacional;
ƒƒ o direito à proteção das autoridades
 ualquer pessoa que tenha a nacionalidade
Q diplomáticas ou consulares de qualquer
de um Estado-Membro é igualmente cidadão Estado-Membro da UE no território de
da União Europeia (UE). A cidadania da União um país não pertencente à UE no qual
não substitui a cidadania nacional, apenas a o Estado Membro de que é nacional não
complementa. esteja representado por um consulado;
ƒƒ o direito de apresentar uma petição ao Par-
A cidadania da União confere a cada cidadão lamento Europeu, de se dirigir ao Provedor
da UE uma série de direitos importantes, de Justiça Europeu e de escrever a qualquer
nomeadamente: instituição ou organismo da UE.
ƒƒ o direito de circular e residir livremente no
território da UE;
5

O presente guia diz respeito ao direito de livre circulação e de residência no território


da UE. Pode obter mais informações sobre os direitos de que beneficia enquanto ci-
dadão da União no portal de informação em linha da Comissão Europeia,
Your Europe http://ec.europa.eu/youreurope.

Direito de livre de espaço Schengen, ou, quando muito, apenas a


circulação controlos rápidos nas fronteiras internas.
O artigo 21º, n.º 1, do Tratado sobre o Fun-
Este direito constitui uma das vantagens da cionamento da União Europeia estabelece que
União Europeia mais visível e apreciada pelos qualquer cidadão da União goza do direito de
cidadãos. Cerca de 13 milhões de cidadãos circular e permanecer livremente no território
da União beneficiaram já deste direito, viv- dos Estados Membros, sem prejuízo das limi-
endo atualmente noutro Estado-Membro. Os tações e condições previstas nos Tratados e
cidadãos da União também realizam anu- nas disposições adotadas em sua aplicação.
almente mais de mil milhões de viagens
de negócios ou de turismo a outros Estados
Membros sem serem sujeitos a controlos no

Legislação da UE aplicável
A diretiva foi transposta para a ordem jurídica
O quadro jurídico relevante é a Diretiva nacional de todos os Estados-Membros. Se
2004/38/CE* (a seguir designada «dire- pretender obter mais informações sobre
tiva»), que entrou em vigor em todos os os seus direitos num determinado Estado-
Estados-Membros da UE em 30 de abril Membro deve consultar a legislação nacional
de 2006. A diretiva codificou e reformulou aplicável.
os instrumentos da UE existentes com o Em julho de 2009, a Comissão adotou orien-
objetivo de os simplificar e de reforçar tações sobre a forma mais adequada de os
o direito de livre circulação e residência Estados-Membros transporem a diretiva para
para todos os cidadãos da União e mem- as respetivas ordens jurídicas nacionais e de
bros das suas famílias. a aplicarem corretamente na prática. As orien-
tações podem ser descarregadas em:
Pode descarregar o texto da diretiva em
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/Lex- do?uri=COM:2009:0313:FIN:EN:PDF
UriServ.do?uri=CONSLEG:2004L0038:20
110616:EN:PDF
* Diretiva 2004/38/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 29 de abril de 2004, relativa ao direito de livre circulação e
residência dos cidadãos da União e dos membros das suas famíl-
ias no território dos Estados-Membros, que altera o Regulamento
(CEE) n.º 1612/68 e que revoga as Diretivas 64/221/CEE, 68/360/
CEE, 72/194/CEE, 73/148/CEE, 75/34/CEE, 75/35/CEE, 90/364/
CEE, 90/365/CEE e 93/96/CEE., 90/365/EEC and 93/96/EEC
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Capítulo 2

Quem pode beneficiar


deste direito?
Quem pode beneficiar do direito de circular e residir livremente?
Este direito está reservado exclusivamente aos cidadãos da União
ou pode trazer consigo a esposa de nacionalidade russa? E o que
fazer em relação ao seu avô brasileiro que está gravemente doente
e do qual tem de cuidar pessoalmente?

Cidadãos da União e
membros das suas famílias!

Mas apenas se se deslocar


A diretiva abrange os cidadãos para outro Estado-Membro
da União e os membros das ou se regressar ao seu
suas famílias (mesmo que não
Estado Membro de origem
após ter residido noutro
tenham a nacionalidade de um Es- Estado-Membro
tado-Membro da UE).
A diretiva só se aplica se, de facto, se deslo-
car ou residir num Estado-Membro que não
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seja o Estado-Membro de que é nacional, ƒƒ descendentes


bem como aos membros da sua família que os seus descendentes diretos (ou seja, fil-
o acompanhem ou que se reúnam a si mais hos, netos, etc.) com menos de 21 anos ou
tarde. que estejam a seu cargo, assim como os do
Pode igualmente beneficiar dos direitos con- seu cônjuge ou do seu parceiro registado;
cedidos ao abrigo da diretiva se regressar ƒƒ ascendentes
ao seu Estado-Membro de origem após ter os seus ascendentes diretos (ou seja, pais,
residido noutro Estado-Membro. avós, etc.), assim como os do seu cônjuge
ou do seu parceiro registado.
Em certas circunstâncias pode ainda beneficiar Os membros da família acima mencionados
das disposições da diretiva sem ter residido beneficiam dos direitos concedidos ao abrigo
noutro Estado-Membro, por exemplo, pre- da diretiva quando o acompanhem ou se
stando serviços num Estado-Membro da UE reúnem a si mais tarde. Os Estados-Membros
sem nele residir. estão obrigados a reconhecer os referidos
direitos.

Quem é cidadão da União?


Como já foi referido, é cidadão da União
E quanto a outros membros
qualquer pessoa que tenha a nacionalidade de
da sua família?
um Estado-Membro. O Estado-Membro de acolhimento deve facili-
tar a entrada e a residência de outros mem-
bros da família, como irmãos, primos, tios e
Quem é membro da família? outros parentes, desde que:
Os membros da sua família, independente- ƒƒ estejam a seu cargo; ou
mente da nacionalidade, têm o direito de o ƒƒ coabitem consigo; ou
acompanhar ou de se reunirem a si mais tarde ƒƒ quando, por motivos graves de saúde, tenha
num Estado-Membro que não seja o Estado- de cuidar pessoalmente deles.
Membro de que é nacional. Podem beneficiar É facilitada igualmente a entrada e a residên-
deste direito independentemente de, no pas- cia aos pais ou aos filhos com mais de 21 anos
sado, terem residido noutro Estado-Membro, que, embora não estando a seu cargo, vivam
ou do tipo de visto que utilizaram para entrar consigo.
no Estado-Membro de acolhimento.
Os Estados-Membros da UE não podem excluir
automaticamente uma determinada categoria
de membros da família.
São considerados membros da sua
família, o cônjuge, o parceiro (regis-
tado), os descendentes e os ascend- E quanto a outros
entes. parceiros?
É ainda facilitada a entrada e a residência
Para cada categoria de membro da família, a ao parceiro com o qual tenha uma relação
definição é a seguinte: estável devidamente comprovada. Tal
abrange as parcerias entre pessoas do mesmo
ƒƒ cônjuge
sexo ou de sexos diferentes, bem como as
o seu cônjuge, independentemente da data
parcerias de facto, tal como a coabitação
e do local do casamento;
(quando os parceiros vivam juntos).
ƒƒ parceiro registado
o seu parceiro, com o qual tenha concluído Incluem-se igualmente nesta categoria os par-
uma parceria registada em conformidade ceiros registados que se desloquem para um
com a legislação de um Estado-Membro. Estado-Membro cuja legislação não equipare
Contudo, o parceiro registado só pode as parcerias registadas ao casamento.
acompanhá-lo ou reunir-se a si mais tarde
nos Estados-Membros cuja legislação equi-
pare as parcerias registadas ao casamento;
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Direito de residência família, deve tratá-las em igualdade de con-


dições em relação aos restantes membros da
A categoria constituída por outros membros sua família, tais como o cônjuge ou os filhos.
da família e parceiros não beneficia do direito O Estado-Membro de acolhimento procede a
«automático» de acompanhar o cidadão da um exame minucioso das circunstâncias pes-
União ou de se reunir a este mais tarde no soais destes familiares, devendo a eventual
Estado Membro de acolhimento. De facto, recusa de entrada ou de residência ser devi-
os direitos destas pessoas estão sujeitos ao damente justificada e notificada por escrito e
poder discricionário do Estado-Membro de sendo esta decisão passível de recurso.
acolhimento.
Estas pessoas têm direito a que lhes seja
«facilitada» a entrada e a residência. Tal Onde posso obter mais
significa, no essencial, que o Estado-Membro informações?
de acolhimento deve tratá-los de forma mais
favorável em comparação com os pedidos de Pode consultar o texto jurídico completo rela-
entrada e de residência de outras pessoas não tivo a esta matéria nos artigos 2.º e 3.º da
nacionais de um Estado Membro. O Estado- diretiva.
Membro de acolhimento deve examinar o elo
de parentesco que estas pessoas têm consigo
e, se considerar que formam uma verdadeira
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Capítulo 3

Onde pode exercer


este direito?
Em que países pode exercer este na isLÂndia, no LiEChtEnstEin
direito? E na norUEga …
Pode, igualmente, exercer este direito na
PodE bEnEfiCiar dEstEs Islândia, no Liechtenstein e na Noruega, uma
dirEitos na UE … vez que estes países fazem parte do Espaço
Económico Europeu. Da mesma forma, os
nacionais destes três países podem circular e
Pode exercer o direito de livre cir- residir livremente no território da União Euro-
culação e residência no território peia.
de qualquer Estado-Membro da
União Europeia. Este território in- E bEnEfiCiar dE aLgUns
clui os Açores e a Madeira (Portugal), dirEitos na sUíça
as ilhas Åland (Finlândia), as ilhas
Canárias, Ceuta e Melilha (Espanha) A diretiva não é aplicável na suíça. No entanto,
e os Departamentos Ultramarinos pode beneficiar de alguns direitos na Suíça ao
franceses. Inclui ainda Gibraltar. abrigo do Acordo sobre a livre circulação de
Este direito não se aplica às ilhas pessoas concluído em 1999 entre a UE e a
Anglo-Normandas ou à ilha de Man, Suíça, bem como dos Protocolos relevantes.
Estes direitos são, porém, mais limitados do
nem às ilhas Faroé (Dinamarca) ou
que os previstos na diretiva. O Acordo pode ser
aos países e territórios ultramarinos. descarregado em
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.
do?uri=CELEX:22002A0430(01):EN:HTML.
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Capítulo 4

Preparação da
deslocação
Pretende deslocar-se para outro estiver válido, não há problema. Os Estados-
Estado-Membro da UE? De que Membros não podem obrigá-lo a apresentar
documentos precisa antes de partir? exclusivamente um passaporte ou um cartão
de identidade. Tem o direito de escolher o docu-
mento de viagem que entender e este direito não
Só precisa do cartão de pode ser sujeito a qualquer tipo de restrições.
identidade nacional ou do Não é necessário visto de entrada.
passaporte
Uma vez que as autoridades nacionais
podem a qualquer momento, por motivos de
Enquanto cidadão da União, para segurança, solicitar-lhe que comprove a sua
atravessar a fronteira só necessita identidade, deve ter o seu documento de iden-
do cartão de identidade ou do pas- tificação sempre consigo.
saporte válido.
Perdeu ou esqueceu-se do
passaporte ou do cartão de
Não é obrigado a possuir um cartão de identi- identidade?
dade com zona de leitura automática, elementos
biométricos ou passaporte com uma validade de Se, ao chegar à fronteira, não tiver o cartão
pelo menos 3 meses: se o documento de viagem de identidade ou o passaporte, os guardas da
11

fronteira não podem recusar-lhe a entrada Que documentos são


sem primeiro lhe darem todas as oportu- necessários?
nidades razoáveis de obter os documentos
necessários ou fazê-los chegar aos guardas O direito de entrada dos membros da sua
da fronteira num prazo razoável. família não nacionais de um Estado-Membro
Pode igualmente comprovar por outros meios a resulta do elo de parentesco que têm consigo,
sua qualidade de beneficiário do direito de livre enquanto cidadão da União. Os funcionários
circulação e residência, por exemplo mediante consulares dos Estados-Membros só podem
comprovativo da sua identidade e nacionalidade. exigir-lhes a apresentação de um passaporte
válido e de um documento que comprove o
elo de parentesco que têm consigo como, por
Regras aplicáveis aos exemplo, uma certidão de casamento ou de
membros da sua família nascimento, uma prova de que já se encontra
a residir no Estado Membro de acolhimento (ou
uma declaração em como aí se instalará com
Os membros da sua família que se- os membros da sua família quando o visto for
jam cidadãos da União estão abran- emitido) e, se for caso disso, uma prova de que
gidos pelas mesmas regras.. estão a seu cargo. Não pode ser exigido aos
membros da sua família a apresentação de
documentos, tais como bilhetes de viagem, certi-
ficado de emprego, recibo de vencimento, extra-
Os membros da sua família que tos bancários, prova de alojamento e de meios
não tenham a nacionalidade de um de subsistência ou um certificado médico.
Estado-Membro da UE podem entrar
no Estado-Membro de acolhimento
Passaporte sem visto?
munidos de um passaporte válido.
Se forem oriundos de países sujeitos A entrada de membros da sua família num
à obrigação de visto, pode ser-lhes Estado-Membro não pode ser automatica-
exigido um visto de entrada.. mente recusada pelo facto de não possuírem
um passaporte válido ou, se for caso disso, de
um visto de entrada, desde que possam com-
Os países cujos nacionais estão sujeitos à provar a sua identidade e o elo de parentesco
obrigação de visto de entrada estão indicados que têm consigo.
numa lista constante do Regulamento (CE) n.°
539/2001 e suas alterações ulteriores (dis-
ponível em http://ec.europa.eu/immigration) e, Cartão de residência = não
no caso do Reino Unido e da Irlanda, na respe- exigência de visto
tiva legislação nacional.

A posse de um cartão de residência


Vistos de entrada? válido emitido por qualquer Estado-
Os Estados-Membros da UE estão obriga- Membro da UE que faça parte de
dos a conceder aos membros da sua família Schengen (ver infra) isenta os mem-
não nacionais de um Estado-Membro todas bros da sua família da obrigação
as facilidades para a obtenção dos vistos de visto de entrada nos restantes
necessários. Estes devem ser emitidos gratui- Estados-Membros da UE que
tamente e o mais rapidamente possível medi-
fazem parte de Schengen.
ante um procedimento acelerado. A Comissão
considera que os prazos de tratamento que
ultrapassem 15 dias devem ser excecionais e
devidamente justificados. Os membros da sua família não nacionais de
Os Estados-Membros unicamente podem exi- um Estado Membro que circulem entre um
gir um visto de entrada aos membros da sua Estado-Membro que faz parte de Schengen
família e não podem exigir vistos de reagrupa- e outro Estado-Membro que não faz parte do
mento familiar ou de residência. espaço Schengen, podem igualmente ser isen-
12

tos da obrigação de visto se o acompanharem mantendo-se os controlos nas suas fronteiras


ou a si se juntarem mais tarde e forem titulares com este espaço até que se encontrem reuni-
de um cartão de residência válido emitido, na das as condições para a sua supressão.
qualidade de membros da sua família, por um O Reino Unido e a Irlanda optaram por não
Estado-Membro diferente daquele de que é fazer parte do espaço Schengen, tendo prefer-
nacional. ido manter os controlos nas fronteiras com os
outros Estados-Membros da UE.

Embarcar num avião


Pode embarcar num voo intraeuropeu com um
Controlos nas fronteiras
passaporte ou um cartão de identidade válido
para os cidadãos da União
(no caso dos membros da sua família não Os cidadãos da União que atravessem as
nacionais de um Estado Membro, um passa- fronteiras externas são sujeitos apenas a um
porte válido). Dependendo das regras internas controlo mínimo e podem utilizar corredores
de cada companhia aérea, podem ser aceites separados reservados aos cidadãos da União.
outros documentos de identificação.
A supressão dos controlos nas fronteiras sig-
nifica que deixou de ser necessário apresen-
tar o passaporte ou o cartão de identidade
Onde posso obter mais quando se atravessam as fronteiras inter-
informações? nas entre Estados-Membros da UE que fazem
Pode consultar o texto jurídico completo rela- parte do espaço Schengen. No entanto, deve
tivo a esta matéria no artigo 5.º da diretiva. levar sempre consigo o passaporte ou o cartão
de identidade, dado que o seu direito de cir-
culação e residência continua subordinado à
apresentação destes documentos sempre que
Regras de Schengen exigido.

… e os membros da sua
Pretende circular no espaço família
Schengen?
Os membros da sua família que sejam
cidadãos da União estão abrangidos pelas
mesmas regras.
O que é o espaço Schengen?
Os membros da sua família não nacionais de
um Estado-Membro podem entrar no espaço
O espaço Schengen é uma zona do Schengen munidos de um visto, se exigido (ver
território da União Europeia onde supra), e circular livremente, uma vez que o
não há controlos nas fronteiras visto uniforme é valido em todo o espaço
internas. Nesta zona, aplicam-se Schengen..
as «regras de Schengen»..

Atualmente, faz parte do espaço Schengen


a maioria dos Estados Membros (Alemanha,
Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia,
Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França,
Grécia, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia, Lux-
emburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Portu-
gal, República Checa e Suécia), bem como a
Islândia, o Liechtenstein, a Noruega e a Suíça.
A Bulgária, Chipre e a Roménia ainda não são
membros de pleno direito do espaço Schengen,
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Capítulo 5

Primeiros
três meses
Atravessou a fronteira. E agora? Os membros da sua família não nacionais
de um Estado-Membro que o acompanhem
ou que se reúnam a si mais tarde podem
Direito de residência até residir consigo até três meses simplesmente
três meses com o passaporte.

Qualquer cidadão da União tem o Tratamento especial para as


direito de residir no território do pessoas à procura de emprego
Estado-Membro de acolhimento por
Os cidadãos da União beneficiam do direito de
um período até três meses, sem
residir sem quaisquer condições nem formali-
outras condições ou formali- dades por um período de seis meses, e mesmo
dades para além da exigência de por períodos mais longos, se continuarem a
possuir um cartão de identidade procurar emprego no Estado-Membro de acol-
ou passaporte válido. himento e tiverem possibilidades reais de ser
contratados.

Não importa se veio para trabalhar, estudar


ou apenas como turista. Só necessita de um
cartão de identidade ou passaporte válido.
14

Onde posso obter mais O que acontece se não


informações? comunicar a sua presença?
Pode consultar o texto jurídico completo rela- Se não cumprir a obrigação de comunicar a
tivo a esta matéria no artigo 6.º da diretiva. sua presença, podem ser-lhe aplicadas san-
ções administrativas proporcionadas e não
discriminatórias. O mesmo acontece aos
Comunicar a sua membros da sua família. Tal significa que as
sanções devem ser adequadas à violação em
presença causa e devem ser semelhantes às que seriam
aplicadas aos nacionais do Estado-Membro de
acolhimento. Em qualquer caso, não pode ser
expulso pela mera violação desta regra.
Comunicar a sua presença
Pode ser-lhe exigido, bem como aos membros Onde posso obter mais
da sua família, que comuniquem a sua pre- informações?
sença num prazo razoável após a chegada. Tal
Pode consultar o texto jurídico completo rel-
permite às autoridades públicas do Estado-
ativo a esta matéria no artigo 5.º, n.º 5 da
Membro de acolhimento obter informações
diretiva.
pormenorizadas sobre os movimentos da pop-
ulação no seu território.
No entanto, os Estados-Membros podem optar
por não lhe exigir a comunicação da presença.
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Capítulo 6

Após os primeiros
três meses
O que sucede se tenciona ou trabalhador independente. O mesmo
permanecer mais de três meses? direito se aplica às pessoas que prestam tem-
porariamente serviços no Estado-Membro de
acolhimento.
Tudo depende do seu estatuto Para informações mais pormenorizadas sobre
o regime transitório aplicável à livre circulação
de trabalhadores, consultar o capítulo 12 infra.
O seu direito de residir por um
período superior a três meses
está sujeito a certas condições. Conservar o estatuto de
A natureza dessas condições de- trabalhador assalariado ou
pende do seu estatuto no Estado independente
Membro de acolhimento. Os cidadãos da União conservam o estatuto
de trabalhadores assalariados ou de trabal-
hadores independentes nas seguintes circun-
stâncias:
Trabalhadores ƒƒ quando não possam trabalhar por motivo
assalariados, independentes de doença ou acidente; ou
e prestadores de serviços ƒƒ quando estejam em situação de desemprego
involuntário devidamente registado e este-
Os trabalhadores assalariados e os tra- jam inscritos como candidatos a emprego no
balhadores independentes têm o direito de serviço de emprego competente; ou
residir sem qualquer outra condição para ƒƒ quando frequentem um curso de formação
além da de serem trabalhador assalariado profissional.
16

Estudantes … residência «automático». Os restantes mem-


bros da família de estudantes, nomeadamente
Os estudantes devem preencher as três con- os pais, só têm direito a que lhes seja «facili-
dições seguintes: tada» a entrada.
ƒƒ estar inscritos num estabelecimento de
ensino com o objetivo principal de fre-
quentar um curso ou uma formação Trata-se de um direito
profissional; pessoal
ƒƒ dispor de uma cobertura completa de seg-
uro de doença nesse Estado-Membro; e
ƒƒ garantir à autoridade nacional competente,
O direito de residir noutro
por meio de uma declaração ou por outros Estado-Membro é um direito
meios equivalentes à sua escolha, que dis- fundamental e pessoal que é
põem de recursos financeiros suficientes conferido ao cidadão da UE di-
para si próprios e para os membros da sua retamente pelo Tratado sobre o
família, por forma a não serem um encargo Funcionamento da União Euro-
para a assistência social do Estado Mem- peia.
bro de acolhimento durante o período de
Por conseguinte, este direito
residência.
não está subordinado ao cum-
primento de formalidades ad-
… e outras pessoas que não ministrativas.
exercem uma atividade
As outras pessoas que não exercem uma Tal significa essencialmente que, a partir
atividade (por exemplo, desempregados, do momento em que preencha as condições
reformados, etc.) devem igualmente dispor necessárias, beneficia do direito de residência
de recursos financeiros suficientes para si com efeitos imediatos, sem que esse direito
próprias e para os membros da sua família, lhe seja concedido por uma decisão do Estado-
por forma a não serem um encargo para Membro de acolhimento. Os documentos que
a assistência social do Estado-Membro de lhe forem emitidos, bem como aos membros
acolhimento durante o período de residência. da sua família, pelo Estado-Membro de acol-
Devem, além disso, possuir uma cobertura himento limitam-se a reconhecer a existência
completa de seguro de doença. desse direito. Mesmo que, por qualquer razão,
não tenha procedido ao registo, ou o cartão de
residência dos membros da sua família tenha
Direitos dos membros da sua caducado, continua a ter o direito de residência
família desde que continue a preencher as condições
necessárias. No entanto, podem ser-lhe apli-
cadas sanções, não discriminatórias e propor-
Os membros da sua família ben- cionadas, pelo facto de não ter respeitado a
regulamentação nacional do Estado-Membro
eficiam do direito de residir consigo
de acolhimento.
desde que preencha as condições
enunciadas no presente capítulo.
Onde posso obter mais
informações?
Exceção para os membros da Pode consultar o texto jurídico completo rela-
família de estudantes tivo a esta matéria no artigo 7.º da diretiva.

A única exceção prevista diz respeito a alguns


membros da família de estudantes. O Estado-
Membro de acolhimento pode decidir que só
o cônjuge, o parceiro registado e os descend-
entes a cargo beneficiam de um direito de
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Capítulo 7

Formalidades
administrativas
Que formalidades Certificado e prazo
administrativas pode ter de
cumprir para poder permanecer
mais de três meses? O prazo para o registo é fixado por
cada Estado-Membro, mas não
pode ser inferior a três meses a con-
tar da data de chegada. Mediante
Cidadãos da União apresentação dos documentos ex-
igidos, a autoridade nacional com-
petente emite imediatamente um
Registo certificado de registo com o seu
nome e endereço, bem como a data
O Estado-Membro de acolhimento pode exigir do registo.
que se registe junto das autoridades compe-
tentes, mas apenas relativamente a períodos
de residência superiores a três meses.
Os Estados-Membros podem optar por não
exigir o registo dos cidadãos da União.
18

Supressão dos cartões de O que se entende por


residência «recursos financeiros
suficientes»?
A diretiva suprimiu a exigência de cartões
de residência para os cidadãos da União,
substituindo-os por um certificado de registo Não existe um montante fixo de
que é emitido de acordo com um procedimento recursos que os Estados Mem-
bastante mais rápido. bros da UE podem impor como
«suficiente».
Documentos a apresentar
Pode ser-lhe exigida a apresentação de docu-
mentos que atestem o respeito das condições Os cidadãos da União dispõem de
referidas no capítulo 6 supra. recursos suficientes sempre que o
ƒƒ Cartão de identidade ou passaporte nível dos seus recursos seja superior
ƒƒ Em qualquer caso, deve assegurar-se de ao limiar abaixo do qual é concedido
que possui um cartão de identidade ou o subsídio de subsistência mínimo
passaporte válido. (ou a pensão mínima de segurança
Em função do seu estatuto, pode ser-lhe social) no Estado-Membro de acol-
exigido igualmente que faça prova do res-
himento.
peito das condições que regem o direito de
residência correspondente a esse estatuto
(por exemplo, trabalhador assalariado,
As autoridades nacionais devem ter em conta
estudante, etc.).
a situação pessoal do cidadão da União em
ƒƒ para trabalhadores assalariados
causa, mas podem, quando necessário, veri-
Os trabalhadores assalariados devem
apresentar uma confirmação de emprego ficar a existência dos recursos, a sua legali-
emitida pela entidade patronal ou um dade, o seu montante e a sua disponibilidade.
certificado de emprego. Não é necessário Devem ser aceites os recursos provenientes de
apresentar recibos de vencimento. um terceiro.
ƒƒ para trabalhadores independentes
Os trabalhadores independentes devem
comprovar que têm um estatuto de E os membros da sua família?
independente.
O Estado-Membro de acolhimento emite um
ƒƒ para estudantes
Os estudantes devem: certificado de registo igualmente aos mem-
• fazer prova de que estão inscritos num bros da sua família que sejam cidadãos da
estabelecimento de ensino reconhecido; União mediante a apresentação dos seguintes
documentos:
• fazer prova de que dispõem de uma
cobertura completa de seguro de ƒƒ cartão de identidade ou passaporte válido;
doença; e ƒƒ o seu cartão de registo ou, não existindo um
sistema de registo, qualquer outra prova da
• apresentar uma declaração, ou compro-
sua residência no Estado Membro de acol-
var por outros meios equivalentes à sua
himento; e
escolha, de que dispõem de recursos
ƒƒ um documento que comprove a existência
financeiros suficientes, por forma a não
de um elo de parentesco ou de uma parce-
serem um encargo para a assistência so-
ria registada consigo, bem como provas
cial do Estado-Membro de acolhimento.
documentais de que estão a seu cargo, se
ƒƒ para outras pessoas for caso disso.
As outras pessoas que não exercem uma
atividade devem comprovar que dispõem
de uma cobertura completa de seguro
de doença e de recursos financeiros sufi-
cientes, por forma a não serem um encargo
para a assistência social do Estado-Membro
de acolhimento.
19

Os membros da sua família que beneficiem


do direito a entrada e residência facilitadas, Membros da família
devem igualmente apresentar:
que não são
ƒƒ um documento emitido pelas autoridades
competentes do país de origem que ateste cidadãos da União
que estão a seu cargo ou que coabitam
consigo;
ƒƒ uma prova da existência de motivos de
saúde graves; ou Cartão de residência
ƒƒ uma prova da existência de uma relação
durável consigo.
Se os membros da sua família
não são cidadãos da União,
Validação e tradução de ser-lhes-á emitido um cartão de
documentos residência indicando claramente
que são membros da família de um
Caso o Estado-Membro da UE tenha cidadão da União sob apresentação
sérias dúvidas quanto à autentici- dos seguintes documentos:
dade dos documentos apresenta- ƒƒ um passaporte válido;
dos, pode exigir a sua certificação ƒƒ o seu certificado de registo ou,
oficial. Para tal, terá de recorrer a um não existindo um sistema de reg-
advogado, um notário ou à sua em- isto, qualquer outra prova da sua
baixada e, normalmente, pagar uma residência no Estado Membro de
taxa. Caso as autoridades nacionais acolhimento; e
não consigam compreender a língua ƒƒ um documento que comprove
na qual os documentos estão redigi- a existência de um elo de
dos, podem exigir igualmente a sua parentesco ou de uma parceria
tradução. registada consigo, bem como
provas documentais de que es-
tão a seu cargo, se for caso disso.
Os Estados-Membros podem tomar as medi-
das necessárias para recusar, fazer cessar ou Os membros da sua família que beneficiem
retirar qualquer direito conferido pela diretiva do direito a entrada e a residência facili-
em caso de falsificação de documentos. tadas devem apresentar os mesmos docu-
mentos exigidos aos cidadãos da União que
beneficiam desse direito.
Taxas?
Os certificados de registo devem ser emiti- Prazos e validade
dos gratuitamente ou contra um montante
que não exceda o montante cobrado aos
cidadãos nacionais pela emissão de docu- Os membros da sua família que
mentos similares, tal como o cartão de identi- não são cidadãos da União estão
dade nacional. obrigados a solicitar um cartão
de residência sempre que o perío-
do de residência previsto for superior
Onde posso obter mais a três meses.
informações?
Pode consultar o texto jurídico completo rela-
tivo a esta matéria no artigo 8.º da diretiva. O prazo para a apresentação deste pedido não
pode ser inferior a três meses a contar da data
de chegada.
20

O cartão de residência é emitido no prazo


de seis meses a contar da apresentação do Sanções
pedido e tem uma validade de cinco anos (ou
correspondente ao período de residência pre-
visto, se este for inferior a cinco anos) a partir
da data de emissão. É emitido imediatamente E se não cumprir as
um certificado do pedido. formalidades administrativas?

O que acontece se não tiver


Validação e tradução de solicitado um documento
documentos exigido?
Tal como acontece relativamente aos cidadãos
O incumprimento, por si ou pelos membros
da União, se o Estado-Membro tiver sérias
da sua família, da obrigação de registo ou
dúvidas quanto à autenticidade dos docu-
de pedido de um cartão de residência só
mentos apresentados, pode exigir que sejam
pode ser passível de sanções administrati-
autenticados. Para tal, terá de recorrer a um
vas proporcionadas e não discriminatórias.
advogado, um notário ou à sua embaixada e,
Os Estados-Membros da UE podem aplicar lhe
normalmente, pagar uma taxa. Caso as autori-
as mesmas sanções administrativas que apli-
dades nacionais não consigam compreender a
cariam aos seus próprios nacionais por não
língua na qual os documentos estão redigidos,
estarem munidos do cartão de identidade.
podem exigir igualmente a sua tradução.
Em caso algum pode este incumprimento
Os Estados-Membros podem tomar as medi-
constituir motivo de expulsão contra si ou
das necessárias para recusar, fazer cessar ou
membros da sua família.
retirar qualquer direito conferido pela diretiva
em caso de falsificação de documentos.
É obrigado a ter sempre
consigo estes documentos?
Taxas?
Os Estados-Membros da UE podem exigir
que os estrangeiros estejam sempre muni-
dos do certificado de registo ou do cartão de
Os cartões de residência devem ser residência e podem efetuar controlos, na con-
emitidos gratuitamente ou con- dição de imporem uma obrigação análoga aos
tra um montante que não exce- seus próprios nacionais em relação ao cartão
da o montante cobrado aos ci- de identidade.
dadãos nacionais pela emissão
de documentos similares.
Onde posso obter mais
informações?
Onde posso obter mais
informações? Pode consultar o texto jurídico completo rela-
tivo a esta matéria nos artigos 8.º, n.º 2, e 9.º,
Pode consultar o texto jurídico completo rela- n.º 3 da diretiva.
tivo a esta matéria nos artigos 9.º a 11.º da
diretiva.
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Capítulo 8

Conservar o direito
de residência
O que precisa de fazer para Constituir um encargo para
conservar o seu direito de a assistência social pode
residência? pôr em risco o seu direito de
residência
Se o seu direito de residência depender do
Como conservar o direito de facto de dispor de recursos financeiros sufi-
residência? cientes para não constituir um encargo para a
assistência social do Estado-Membro de acol-
Continua a beneficiar, juntamente com
himento (ou seja, caso não exerça uma ativi-
os membros da sua família, do direito de
dade), pode perder este direito se passar a
residência enquanto preencher as condições
ser um encargo inaceitável para o regime de
exigidas. Pode perder este direito se deixar de
assistência social.
trabalhar ou se perder o estatuto de trabal-
hador assalariado, ou se, tendo concluído os Tal não significa que, em caso de necessi-
estudos, não tiver recursos suficientes para dade, não possa beneficiar de prestações
fazer face às suas necessidades. de assistência social no Estado Membro
22

de acolhimento. Tem o direito de beneficiar Onde posso obter mais


de assistência nas mesmas condições que os informações?
nacionais do Estado Membro de acolhimento.
No entanto, o Estado-Membro de acolhi- Pode consultar o texto jurídico completo rela-
mento pode examinar as circunstâncias que tivo a esta matéria no artigo 14.º da diretiva.
fundamentam o seu pedido de assistência.
Pode examinar se se trata de dificuldades de
natureza temporária, tendo em conta o seu
Membros da família
período de residência, a sua situação pessoal e
o montante da ajuda concedida.
Se o Estado-Membro de acolhimento decidir O que acontece aos membros
que constitui, efetivamente, um encargo ina- da família se o cidadão da
ceitável para a assistência social, pode pro- União perder o seu direito de
ceder à sua expulsão. No entanto, uma medida
de expulsão não pode, em caso algum, ser
residência?
a consequência automática do recurso à
assistência social. Os membros da família
conservam a residência
Consequências da expulsão Os membros da família podem, em determina-
das condições, conservar o direito de residên-
Se for objeto de uma decisão de expulsão por cia em caso de morte ou partida do cidadão
esses motivos, o Estado-Membro de acol- europeu, ou de rutura do elo de parentesco
himento não pode impor uma proibição de (divórcio, anulação de casamento ou cessação
entrada no território e, portanto, pode regres- de uma parceria registada).
sar a qualquer momento a esse Estado-Mem-
Como o direito de residência dos membros
bro e aí beneficiar do direito de residência
da sua família resulta e depende do seu
desde que preencha novamente as condições
próprio direito de circular e residir livremente,
aplicáveis referidas no capítulo 6.
também a sua morte, a sua partida ou a rutura
do elo de parentesco afeta a situação jurídica
dos membros da sua família no Estado-Mem-
As pessoas economicamente bro de acolhimento.
ativas estão isentas
Uma vez adquirido o direito de residência per-
As pessoas cujo direito de residência não manente (ver capítulo 9), este mantém-se de
esteja subordinado à exigência de recursos forma incondicional, mesmo na sequência da
financeiros suficientes, como é o caso dos sua morte, da sua partida ou da rutura do elo
trabalhadores assalariados ou independ- de parentesco.
entes, não podem ser objeto de uma decisão Mais uma vez, a situação dos membros da sua
de expulsão pelo facto de beneficiarem de família varia consoante sejam ou não cidadãos
assistência social. da União.
23

Se são cidadãos da União Divórcio ou cessação de parceria registada


Os membros da sua família não nacionais de
Se são cidadãos da União, o seu direito de um Estado Membro podem adquirir um direito
residência não é afetado desde que preen- de residência autónomo caso o casamento ou
cham pessoalmente as condições necessárias a parceria registada tenha durado, no mínimo,
para beneficiar desse direito (basicamente, três anos, um dos quais no Estado-Membro de
devem ser trabalhadores assalariados ou inde- acolhimento, antes do início do processo de
pendentes ou, em alternativa, estudantes ou divórcio ou da cessação da parceria registada.
pessoas sem atividade económica que dispon-
ham de uma cobertura completa de seguro de Guarda dos filhos de um cidadão da
doença e de recursos financeiros suficientes), União e direito de visita
ou sejam membros da família de um cidadão Um membro da sua família não nacional de
da União que preencha essas condições (por um Estado Membro pode igualmente adquirir
exemplo, membros da família a cargo). um direito de residência autónomo se, por
acordo entre os cônjuges ou parceiros, ou por
decisão judicial, ficar com a guarda dos filhos
Se não são cidadãos da ou com um direito de visita aos filhos meno-
União res, desde que o tribunal tenha decidido que as
visitas devem realizar-se no Estado-Membro
Se não são cidadãos da União, o seu direito
de acolhimento.
de residência não é afetado desde que preen-
cham pessoalmente as condições necessárias No caso do direito de visita a filhos menores,
para beneficiar desse direito ou sejam mem- o direito de residência é mantido enquanto as
bros da família de uma pessoa que preen- visitas forem consideradas necessárias.
cha essas condições. Em função da situação
Circunstâncias especialmente difíceis
devem, além disso, preencher certas con-
dições adicionais, a seguir referidas. Os membros da família adquirem igualmente
um direito de residência autónomo se tal for
Morte ou partida do cidadão da União justificado por circunstâncias especialmente
A morte do cidadão da União não conduz à difíceis, nomeadamente ter sido vítima de
perda do direito de residência dos membros da violência doméstica durante o período do
família não nacionais de um Estado Membro casamento ou da parceria registada.
desde que estes residam no Estado-Membro
de acolhimento na qualidade de membros da
sua família há, pelo menos, um ano, à data da Onde posso obter mais
referida morte. informações?
Filhos em idade escolar e seus pais Pode consultar o texto jurídico completo rela-
tivo a esta matéria nos artigos 12.º e 13.º da
A sua partida, em princípio, conduz à perda do
diretiva.
direito de residência dos membros da família
não nacionais de um Estado Membro. Mas a
partida ou morte do cidadão da União não
afeta o direito de residência dos filhos ou do
progenitor que tem a guarda dos filhos, inde-
pendentemente da sua nacionalidade, desde
que as crianças estejam inscritas num esta-
belecimento de ensino até ao final dos seus
estudos.
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Capítulo 9

Direito de
residência
permanente
Quais são os seus direitos após Como adquirem os cidadãos
um período de residência legal da União este direito?
de cinco anos consecutivos?
Para adquirir este direito de residên-
Direito de residência cia permanente basta ter residido
permanente legalmente durante cinco anos
consecutivos no Estado-Mem-
A diretiva prevê um direito de residência per- bro de acolhimento! Este direito
manente para os cidadãos da União e mem-
é-lhe conferido diretamente
bros das suas famílias.
pela legislação da UE.
25

Para efeitos de residência permanente, a Os membros da família que conservem o dire-


residência é considerada legal se preencheu ito de residência no Estado-Membro de acolhi-
as condições enunciadas na diretiva, descritas mento na sequência da sua morte, partida ou
principalmente no capítulo 6. rutura do elo de parentesco podem igualmente
adquirir um direito de residência permanente a
título pessoal após um período de residência
Trata-se de um direito de cinco anos.
incondicional, mas pode
perdê-lo?
Tratamento mais favorável
para trabalhadores
assalariados e
O direito de residência permanente é independentes
automaticamente adquirido des-
de que estejam preenchidas as As condições que tem de preencher para
condições acima mencionadas — adquirir o direito de residência permanente
nem sequer necessita de apresentar dependem do seu estatuto no Estado Membro
um pedido! Este direito não está de acolhimento. É concedido um tratamento
sujeito às condições previstas nos mais favorável a certas categorias de pessoas.
capítulos 6 e 7 supra. Só pode per- Se é trabalhador assalariado ou independ-
der este direito em caso de aus- ente pode, sob certas condições, adquirir o
ência do Estado Membro de acol- direito de residência permanente antes de
completar um período de residência de cinco
himento por um período superior
anos consecutivos, nos três casos seguintes:
a dois anos consecutivos.

Ausências aceitáveis 1. Atingiu a idade da pensão


de velhice ou da reforma
antecipada
A continuidade da residência não é afetada
pelas seguintes situações: Se deixar de trabalhar por ter atingido a idade
ƒƒ ausências temporárias não superiores a um que lhe dá direito a uma pensão de velhice
total de seis meses por ano; ou ou uma reforma antecipada, desde que:
ƒƒ ausências mais longas para cumprimento ƒƒ tenha trabalhado nesse Estado-Membro
de obrigações militares; ou pelo menos nos doze meses anteriores; e
ƒƒ uma ausência de doze meses consecutivos ƒƒ tenha residido nesse Estado Membro sem
no máximo, por motivos importantes, nome- interrupção durante mais de três anos.
adamente uma gravidez e o parto, doença
grave, estudos ou formação profissional ou Se a legislação do Estado-Membro de acolhi-
um destacamento por razões profissionais mento não reconhecer o direito a uma pen-
noutro Estado Membro da UE ou num país são de velhice a determinadas categorias
terceiro. de trabalhadores independentes, o requisito
da idade é considerado preenchido quando o
interessado atingir 60 anos.
Como é que os membros da
sua família adquirirem este
direito? 2. Incapacidade permanente
para o trabalho
Os membros da sua família que ten- Se deixou de exercer a sua atividade no
ham residido legalmente consigo no Estado-Membro de acolhimento em conse-
Estado-Membro de acolhimento du- quência de uma incapacidade permanente
rante cinco anos adquirem igualmente para o trabalho, desde que:
o direito de residência permanente. ƒƒ tenha vivido nesse Estado-Membro sem
interrupção durante mais de dois anos.
26

Se essa incapacidade resultar de acidente de


trabalho ou de doença profissional, não tem Formalidades
de preencher a condição relativa à duração da
residência.
administrativas

3. Trabalhadores O que precisa de fazer para


fronteiriços comprovar o seu estatuto de
residente permanente?
Exerce uma atividade noutro Estado-Mem-
bro, desde que:
Que documento vai receber?
ƒƒ tal aconteça após três anos consecutivos de
atividade e residência no Estado-Membro
de acolhimento; e Enquanto cidadão da União, o seu
ƒƒ mantém simultaneamente a sua residência direito de residência permanente é
no Estado-Membro de acolhimento, ao qual
confirmado por um documento que
regressa todos os dias ou, pelo menos, uma
vez por semana.
atesta a sua residência perma-
Para adquirir o seu direito de residência per- nente, o qual deve ser emitido logo
manente no Estado-Membro de acolhimento que possível após o seu pedido.
nos primeiros dois casos, considera-se que os Pode não ser obrigatório apresentar
períodos de emprego no território do Estado- um pedido, mas é útil para comprovar
Membro no qual trabalha foram cumpridos no o seu estatuto de residente perma-
Estado-Membro de acolhimento. nente.

Membros da família
E os membros da sua família?
Nos três casos acima referidos, os membros
da família que residem no Estado-Membro de Se os membros da sua família forem cidadãos da
acolhimento com o cidadão da UE adquirem União Europeia, receberão o mesmo documento.
o direito de residência permanente quando o Os membros da sua família não nacionais
cidadão da UE o adquire. de um Estado-Membro devem pedir um
Se é trabalhador assalariado ou independ- cartão de residência permanente antes de o
ente, no caso de a morte ocorrer antes de cartão de residência normal caducar. Ser-lhes-
ter adquirido o direito de residência per- á emitido um cartão de residência permanente
manente, os membros da sua família que no prazo de seis meses a contar do pedido. O
residiam consigo podem adquirir o direito de cartão de residência permanente é renovável
residência permanente se: automaticamente de dez em dez anos.
ƒƒ à data da morte, tinham residido dois anos
consecutivos no Estado-Membro de acolhi- Sanções
mento; ou
ƒƒ a morte resultou de um acidente de tra- Se não solicitarem um cartão de residência per-
balho ou doença profissional; ou manente, os membros da sua família não nacio-
ƒƒ o cônjuge sobrevivo tiver perdido a nacion- nais de um Estado-Membro podem ser objeto de
alidade desse Estado-Membro por ter cas- sanções proporcionadas e não discriminatórias.
ado consigo. No entanto, o mero facto de não respeitarem
esta regra não permite ao Estado-Membro de
acolhimento adotar medidas de expulsão.
Onde posso obter mais
informações? Where can I find more?
Pode consultar o texto jurídico completo rela- You can find the precise legal wording on the
tivo a esta matéria nos artigos 16.º e 17.º da matter covered in this section in Articles 19
diretiva. and 20 of the Directive.
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Capítulo 10

Igualdade de
tratamento
De que outros direitos beneficia Igualdade de tratamento
quando vai viver ou trabalhar
para outro Estado-Membro? O mais importante destes direitos é o direito
à igualdade de tratamento. O artigo 18.º
do Tratado sobre o Funcionamento da União
De que outros direitos Europeia estabelece que, no âmbito de apli-
beneficia? cação do direito da União, e sem prejuízo das
suas disposições especiais, é proibida toda e
qualquer discriminação em razão da nacion-
Se vai viver ou trabalhar para outro alidade.
Estado-Membro beneficia ainda de A diretiva torna extensível este direito aos
uma série de outros direitos que membros da família, o que significa que
conferem à liberdade de circu- os cidadãos da União e os membros da sua
lação todo o seu sentido e uti- família que residam no Estado-Membro de
acolhimento devem beneficiar de igualdade
lidade.
de tratamento em relação aos nacionais
desse Estado-Membro nos domínios abrangi-
dos pelo âmbito de aplicação do Tratado.
28

Quais são as vantagens daí assistência social durante os primeiros três


resultantes? meses de residência (e mesmo durante um
período mais longo para as pessoas que pro-
Graças ao princípio da igualdade de trata- curam emprego), mas apenas se não for tra-
mento, tem direito à maior parte das vanta- balhador assalariado ou independente.
gens e prestações (incluindo, nomeadamente,
vantagens sociais e fiscais) concedidas pelo Exceção – ajuda de subsistência a es-
Estado-Membro de acolhimento aos seus tudantes
próprios nacionais. Por exemplo: Os Estados-Membros podem decidir não
conceder ajuda de subsistência aos estudos
Títulos de transporte subvencionados (por exemplo, bolsas de estudo ou emprésti-
Se o Estado-Membro de acolhimento apoiar mos para estudantes) a pessoas que não
os seus nacionais reformados ou as famílias sejam trabalhadores assalariados ou trabal-
numerosas através de títulos de transporte hadores independentes, a pessoas que não
subvencionados, beneficia do mesmo direito tenham esse estatuto e membros das suas
desde que preencha as condições necessárias. famílias. Essa ajuda deve, porém, ser lhe con-
cedida após a aquisição do direito de residên-
Despesas de matrícula e propinas cia permanente.
Tem direito de acesso à educação exata-
mente nas mesmas condições que os cidadãos Acesso ao mercado de trabalho
nacionais (por exemplo, não lhe podendo ser Os membros da família, independentemente
exigido o pagamento de matrícula nem de da sua nacionalidade, têm o direito de iniciar
propinas caso tal não exista para os cidadãos uma atividade como trabalhador assala-
nacionais, ou a aplicação de numerus clausus riado ou independente no Estado-Membro
aos cidadãos da União, de forma a que os de acolhimento. Quer trabalhem, estudem ou
Estados-Membros da UE não possam conceder apenas residam nesse Estado Membro, os
aos seus próprios nacionais um acesso prefer- membros da sua família podem iniciar uma
encial ao sistema de ensino). atividade económica nas mesmas condições
que os nacionais desse Estado-Membro no
Assistência social que respeita às formalidades administrativas
Pode beneficiar de assistência social nas mes- a cumprir.
mas condições que os nacionais do Estado-
Membro de acolhimento.
O Estado-Membro de acolhimento prevê a Onde posso obter mais
concessão de um subsídio suplementar às informações?
famílias com rendimentos baixos a fim de
aligeirar os seus custos de habitação? Em Pode consultar o texto jurídico completo rela-
caso afirmativo, pode solicitar esse subsídio e tivo a esta matéria nos artigos 23.º e 24.º da
será tratado tal como qualquer nacional desse diretiva.
Estado.

Exceção – o acesso à assistência social


durante os primeiros três meses
Uma exceção importante é que os Estados-
Membros podem decidir não lhe conceder,
ou aos membros da sua família, o direito à
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Capítulo 11

Restrições
Em que termos podem os medida de expulsão, devem respeitar as dis-
Estados-Membros restringir posições e condições fixadas na diretiva.
a liberdade de circulação e
residência?
Garantias

Razões de ordem pública, A diretiva prevê garantias im-


segurança pública ou saúde portantes para assegurar que
pública os Estados-Membros da UE
exercem corretamente as suas
Os Estados-Membros podem prerrogativas neste domínio.
impor restrições quando tal se
justifique por razões de ordem
pública, segurança pública ou
saúde pública. Proporcionalidade
No que respeita à ordem pública e à segurança
Todas estas restrições, por exemplo, a recusa pública, as medidas adotadas por estas razões
de entrada, a recusa de residência ou uma devem ser:
30

ƒƒ proporcionadas (a expulsão constitui uma razões graves de ordem pública ou de segu-


interferência significativa na vida de uma rança pública.
pessoa e deve ser proporcional à gravidade A expulsão de cidadãos da União que tenham
da violação da ordem pública ou da segu- residido no Estado Membro de acolhimento
rança pública); e durante os 10 anos anteriores ou que sejam
ƒƒ baseadas exclusivamente no comporta- menores (ou seja, tenham idade inferior a 18
mento da pessoa em causa, o qual deve anos) deve basear-se em razões imperativas
representar uma ameaça real, atual e sufi- de segurança pública (no caso de menores, a
cientemente grave para os interesses fun- expulsão pode igualmente justificar-se tendo
damentais da sociedade. em conta o superior interesse da criança).

Outras garantias
Saúde pública
A existência de condenações penais anteri-
No que respeita à saúde pública, as únicas
ores não pode, por si só, justificar a restrição
doenças que justificam a adoção de medidas
do direito de circular e residir livremente.
restritivas da liberdade de circulação são as
As medidas restritivas também não podem
doenças infecciosas mais graves. Se indícios
basear-se exclusivamente em considerações
graves o justificarem, o Estado-Membro de
de prevenção geral.
acolhimento pode exigir que se submeta a um
Os Estados-Membros da UE estão autorizados exame médico gratuito no prazo de três meses
a consultar os seus antecedentes criminais, após a sua chegada.
mas não lhe podem exigir que apresente um
De qualquer modo, a contração de doenças
certificado de registo criminal ou um certifi-
após um período de três meses a contar da
cado de boa conduta.
sua chegada não pode justificar a sua expulsão
do território.
Fatores a ter em conta
Antes de adotar uma decisão de expulsão do Garantias processuais
território por razões de ordem pública ou de
Os cidadãos da União e os membros das suas
segurança pública, o Estado-Membro de acol-
himento deve, nomeadamente, ter em conta: famílias beneficiam igualmente das garantias
processuais seguintes.
ƒƒ a duração do período de residência da pes-
soa em causa no seu território; Notificação por escrito e impugnação
ƒƒ a sua idade, estado de saúde, situação Em caso de expulsão ou de recusa de
familiar e económica; entrada, a decisão deve:
ƒƒ a sua integração social e cultural no Estado-
Membro de acolhimento; e ƒƒ ser notificada por escrito à pessoa em
ƒƒ a intensidade dos laços com o país de causa e de forma a permitir-lhe com-
origem. preender o seu conteúdo e as suas
implicações;
ƒƒ incluir informações precisas e completas
Proteção reforçada para os sobre os motivos que a justificam; e
residentes permanentes e os ƒƒ especificar o tribunal ou a autoridade
menores administrativa perante a qual o interes-
sado pode impugnar a decisão, bem como
Os cidadãos da União e os membros da sua o prazo de que dispõe para o efeito.
família que tenham adquirido o direito de
residência permanente beneficiam de uma Acesso a vias de recurso judiciais
melhor proteção contra a expulsão do ter- Os interessados devem ter acesso às vias de
ritório, uma vez que só podem ser expulsos por recurso judiciais e, se for caso disso, admin-
31

istrativas para impugnar uma decisão a seu Interdição do território


respeito ou requerer a sua revisão por esses Os cidadãos da União e os membros das suas
motivos. Estes procedimentos devem permitir famílias que forem expulsos também podem
um exame da legalidade da decisão, bem ser proibidos de entrar no território do Estado-
como dos factos e circunstâncias que funda- Membro por razões de ordem pública ou de
mentam a medida prevista. segurança pública, no entanto, têm o direito de
Se o pedido de impugnação da decisão de solicitar a anulação da proibição de entrada
expulsão for acompanhado de um pedido de após um prazo razoável e, de qualquer modo,
medida provisória para suspender a execução após três anos a contar da execução da
da decisão, em princípio a expulsão do ter- decisão definitiva de interdição.
ritório não pode ser concretizada enquanto
não for tomada a decisão sobre a medida Abuso e fraude
provisória. Os Estados-Membros podem adotar as medi-
das necessárias para recusar, fazer cessar ou
Expulsão como consequência de uma retirar qualquer direito conferido pela diretiva
pena privativa de liberdade em caso de abuso de direito ou de fraude,
Pode ser ordenada a expulsão do território designadamente os casamentos de con-
como consequência de uma pena ou medida veniência ou a falsificação de documentos.
privativa de liberdade. Se for proferida uma
decisão para esse efeito, mas a sua execução
ocorrer mais de dois anos após ter sido Onde posso obter mais
tomada, o Estado-Membro de acolhimento é informações?
obrigado a:
Pode consultar o texto jurídico completo
ƒƒ verificar se o interessado constitui uma
relativo a esta matéria no capítulo VI (arti-
ameaça atual e real para a ordem pública
gos 27.º a 33.º) e no artigo 35.º da diretiva.
ou a segurança pública antes de proceder
à sua expulsão; e
ƒƒ avaliar se houve uma alteração material
das circunstâncias antes de proceder à
expulsão do interessado ou de um membro
da sua família.
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Capítulo 12

Regime transitório
aplicável aos
trabalhadores
Regime transitório em regulamentação nacional durante um período
matéria de livre circulação transitório. O mesmo regime será aplicável
de trabalhadores aos trabalhadores croatas durante sete anos,
no máximo, após a adesão da Croácia à União
Os Estados Membros da UE podem restringir Europeia.
temporariamente o acesso ao seus mercados
de trabalho aos nacionais romenos e búlgaros: Por conseguinte, os trabalhadores originários
uma vez que o regime transitório lhes per- da Roménia e da Bulgária (até 31 de dezembro
mite retardar a aplicação do direito da UE em de 2013 o mais tardar) podem ser obrigados a
matéria de livre circulação de trabalhadores obter uma autorização de trabalho com vista a
que garante a liberdade de acesso ao tra- ocupar um emprego num dos outros Estados-
balho, podem continuar a aplicar a sua própria Membros da UE.
33

Uma outra consequência é que os Estados- aplica restrições ao acesso ao seu mercado de
Membros podem igualmente derrogar algu- trabalho, ou conhecer as condições de vida e
mas disposições específicas relativas ao direito de trabalho nesse país, consulte o sítio Web
de residência dos trabalhadores da União, mas http://ec.europa.eu/eures no qual pode encon-
apenas em caso de necessidade. Por exem- trar informações completas sobre a livre cir-
plo, um Estado-Membro que imponha o reg- culação dos trabalhadores.
isto junto das autoridades competentes para Pode igualmente consultar o Guia da Comis-
períodos de residência superiores a três meses são intitulado «Trabalhar noutro país da
pode exigir que os trabalhadores dos países União Europeia», publicado pela Direção-Geral
acima referidos que necessitam de obter uma do Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de
autorização de trabalho apresentem essa Oportunidades, que pode ser descarregado em
autorização para além da confirmação de
http://ec.europa.eu/social/main.jsp?catId=25&
emprego emitida pela entidade patronal ou
langId=en&pubId=215&type=2&furtherPub
um certificado de emprego.
s=yes

Onde obter mais


informações?
Se pretender obter mais informações sobre se
o Estado-Membro no qual pretende trabalhar
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Capítulo 13

Como proteger os
seus direitos
Onde pode obter mais Se desejar consultar a legislação da UE sobre
informações? O que fazer se a livre circulação, pode consultar o portal da
considerar que os seus direitos Comissão Europeia que permite aceder em
linha ao direito da União Europeia, o EUR-Lex
não foram respeitados?
em
http://eur-lex.europa.eu/en/index.htm
Onde obter informações
gratuitas?
Considera que os seus
Para obter mais informações sobre os seus direitos foram violados?
direitos em matéria de livre circulação e de
residência, pode consultar o portal de infor- Se considerar que o seu direito de circular e
mação em linha da Comissão Europeia, Your residir livremente foi violado, deve recorrer
Europe, em para os tribunais, o Provedor de Justiça ou as
autoridades administrativas nacionais compe-
http://ec.europa.eu/youreurope.
tentes. De notar que os tribunais nacionais são
YPode igualmente consultar o sítio Web da os únicos órgãos que podem conceder indem-
Direção-Geral da Justiça da Comissão Euro- nizações ou ordenar a uma entidade adminis-
peia em trativa que execute ou suspenda a execução de
http://ec.europa.eu/justice/index_en.htm. qualquer medida. Deve contactar um advog-
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ado local para obter assistência jurídica. Para problemas que permite aos Estados Membros
obter informações sobre as modalidades de da UE trabalhar em conjunto e resolver os
ação judicial pode consultar o portal europeu problemas amigavelmente sem recorrer à via
e-Justice em https://e-justice.europa.eu judicial. Para mais informações, consulte
O portal «A sua Europa – Aconselhamento» http://ec.europa.eu/solvit
é um serviço à escala europeia que fornece Se considerar que os seus direitos enquanto
aconselhamento jurídico personalizado sobre cidadão da União não foram respeitados e já
os seus direitos na União Europeia. As respos-
esgotou as vias de recurso acima referidas,
tas são dadas gratuitamente no prazo de uma
pode ainda apresentar uma queixa à Comis-
semana, em todas as línguas oficiais da União
são Europeia no endereço
Europeia. Para mais informações, consulte
http://ec.europa.eu/citizensrights. http://ec.europa.eu/eu_law/your_rights
Se considerar que o seu problema se deve Pode igualmente apresentar uma petição ao
a uma aplicação incorreta da legislação Parlamento Europeu. Neste caso, consulte o
nacional ou da UE pelas autoridades públi- sítio
cas nacionais, pode recorrer ao sistema http://www.europarl.europa.eu/­
SOLVIT, uma rede em linha de resolução de aboutparliament/en/petition.html.
Comissão Europeia

Guia dos direitos dos cidadãos da União Europeia — Liberdade de circulação e residência na Europa

Luxemburgo: Serviço das Publicações da União Europeia, 2013

2013 — 35 p. — 17,6 x 25 cm

ISBN 978-92-79-30158-2
doi:10.2838/48545
DS-31-13-553-PT-C

PT

doi:10.2838/48545

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