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Abril, 2008 92
O Clima da Região de
Dourados, MS
ISSN 1679-043X
Abril, 2008
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Agropecuária Oeste
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
92
O Clima da Região de
Dourados, MS
2ª Edição
Dourados, MS
2008
Embrapa Agropecuária Oeste
BR 163, km 253,6
Caixa Postal 661
79804-970 Dourados, MS
Fone: (67) 3425-5122
Fax: (67) 3425-0811
www.cpao.embrapa.br
E-mail: sac@cpao.embrapa.br
2ª edição
(2008): online
CIP-Catalogação-na-Publicação.
Embrapa Agropecuária Oeste.
© Embrapa 2008
Autores
Introdução 9
Referências 30
O Clima da Região de Dourados,
MS
Carlos Ricardo Fietz
Gilberto Fernando Fisch
Introdução
A B
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Ano
T (ºC) 25,3 24,8 24,4 22,7 19,6 17,7 17,7 19,7 21,0 23,5 24,5 25,2 22,2
(1)
CV (%) 5,9 6,0 7,4 12,3 17,3 21,5 24,3 19,8 18,6 12,8 9,8 7,9 18,5
TM (ºC) 31,6 31,2 31,0 29,3 26,1 24,5 25,5 27,8 28,2 30,4 31,3 31,4 29,0
O Clima da Região de Dourados, MS
Tm (ºC) 21,0 20,6 19,9 18 ,0 15,1 12,8 12,1 13,8 15,6 18,2 19,4 20,5 17,2
UR (%) 81 83 81 81 80 80 73 69 70 73 73 77 77
CV(1) (%) 11,6 8,9 10,9 11,2 12,8 12,0 16,0 20,7 22,0 19,2 18,8 15,6 16,2
(1)
Coeficiente de variação.
O Clima da Região de Dourados, MS 13
35
30
25
20
15
10 Temperatura média
Temperatura máxima
Temperatura mínima
5
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Mês
100
95
Umidade relativa do ar (%)
90
85
80
75
70
65
60
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Mês
Insolação e fotoperíodo
Em termos de valores absolutos da insolação (n), praticamente não há
diferença sazonal na região de Dourados: os meses de verão apresentam
valores entre 6,8 e 7,3 horas (trimestre Dezembro-Janeiro-Fevereiro), ao
passo que os meses de inverno (trimestre Junho-Julho-Agosto) apresentam
valores entre 6,2 e 7,3 horas (Tabela 2). Entretanto, ao considerar-se a razão
de insolação (n/N), os meses de outono e inverno, principalmente julho,
possuem valor levemente superior aos do verão, pois as condições de tempo
da região de Dourados ficam sem nebulosidade, aumentando a quantidade
de radiação solar que atinge a superfície. Com exceção do mês de julho, esta
diferença é muito pequena.
Tabela 2. Insolação (n), fotoperíodo (N) e razão de insolação (n/N) na região de Dourados, MS.
Período de 1979 a 1999.
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Ano
n (h) 7,0 6,8 7,0 7,2 6,3 6,2 7,3 6,4 5,8 6,8 7,5 7,4 6,8
N (h) 13,2 12,8 12,2 11,5 10,9 10,7 10,8 11,3 11,9 12,5 13,1 13,3 12,0
n/N 0,53 0,53 0,57 0,63 0,58 0,58 0,68 0,57 0,49 0,54 0,57 0,56 0,57
O Clima da Região de Dourados, MS
15
16 O Clima da Região de Dourados, MS
Vento
Mês Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Ano
U10 2,33 2,28 2,01 2,34 2,30 2,45 2,82 2,84 3,32 3,24 2,95 2,65 2,63
U2 1,71 1,52 1,54 1,50 1,57 1,48 1,75 1,84 1,90 1,83 1,88 1,60 1,68
4,0
3,5
Velocidade do vento média (m s-1)
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Horário
N N
Janeiro 30.0 30.0 Fevereiro
25.0 25.0
NW NE NW NE
20.0 20.0
15.0 15.0
10.0 10.0
5.0 5.0
W 0.0 E W 0.0 E
SW SE SW SE
S S
Março 30.0
N
30.0
N
Abril
25.0 25.0
NW NE NW NE
20.0 20.0
15.0 15.0
10.0 10.0
5.0 5.0
W 0.0 E W 0.0 E
SW SE SW SE
S S
Maio 30.0
N
30.0
N
Junho
25.0 25.0
NW NE NW NE
20.0 20.0
15.0 15.0
10.0 10.0
5.0 5.0
W 0.0 E W 0.0 E
SW SE SW SE
S S
Fig. 5. Freqüência média da direção dos ventos na região de Dourados nos meses de
janeiro a junho.
20 O Clima da Região de Dourados, MS
N N
Julho 30.0 30.0 Agosto
25.0 25.0
NW NE
20.0 W 20.0 NE
15.0 15.0
10.0 10.0
5.0 5.0
W 0.0 E 0.0
SW E
SW SE
S SE
Setembro 30.0
N
30.0
N
Outubro
25.0 25.0
NW NE NW NE
20.0 20.0
15.0 15.0
10.0 10.0
5.0 5.0
S
W 0.0 E W 0.0 E
SW SE SW SE
S S
Novembro 30.0
N
30.0
N
Dezembro
25.0 25.0
NW NE NW NE
20.0 20.0
15.0 15.0
10.0 10.0
5.0 5.0
W 0.0 E W 0.0 E
SW SE SW SE
S S
Fig. 6. Freqüência média da direção dos ventos na região de Dourados nos meses de
julho a dezembro.
O Clima da Região de Dourados, MS 21
Evapotranspiração
A evapotranspiração de referência diária (ET0) foi estimada para o período de
junho de 1979 a dezembro de 1998, utilizando o método Penman-Monteith
parametrizado FAO (Allen et al., 1998).
6
Evapotranspiração de referência (mm dia-1)
Média anual
1
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Decêndio
Chuva
Na Tabela 4 estão apresentadas as precipitações médias da região de
Dourados. Analisando-se esses dados, percebe-se que o período menos
chuvoso abrange o terceiro decêndio de maio até o segundo de setembro,
sendo o segundo decêndio de julho o período de menor precipitação. Os
maiores valores de precipitação ocorrem nos meses de verão (dezembro,
janeiro, fevereiro e março), principalmente, no primeiro e no segundo
decêndios de dezembro.
Veranicos e estiagens
Na Fig. 8 estão apresentadas as probabilidades de ocorrerem na região de
Dourados períodos de dias sem chuva com, no mínimo, 5, 10, 15 e 20 dias
para 24 períodos de 31 dias do ano, iniciados nos dias 1º e 15 de cada mês.
As seqüências de dias secos foram definidas como o número de dias sem
chuva precedido por um ou mais dias chuvosos.
100
5 dias
90
10 dias
80 15 dias
20 dias
Probabilidade (%)
70
60
50
40
30
20
10
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Mês
Fig. 8. Probabilidade de ocorrência de dias sem chuva com, no mínimo, 5, 10, 15 e 20
dias na região de Dourados.
20
18
16
14
Freqüência
12
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Balanço hídrico
Na Fig. 10 está apresentado o balanço hídrico climatológico normal para a
região de Dourados, realizado de acordo com a metodologia de
Thorrnthwaite & Mather (1955). Esse balanço hídrico foi calculado com
dados diários de evapotranspiração de referência e de precipitação de um
período de 20 anos (junho de 1979 a dezembro de 1998). A
evapotranspiração de referência foi calculada pelo método Penman-
Monteith parametrizado pela FAO (Allen et al., 1998). A disponibilidade
hídrica do solo, estimada em 56,0 mm para a camada 0-1,0 m (Fietz & Urchei,
2000), foi calculada com base em curvas de retenção de solos
representativos da região.
Os meses de julho (13,7 mm), agosto (37.6 mm) e setembro (21,3 mm) são os
que apresentam maior deficiência hídrica (Fig. 10). Esses resultados devem-
se aos baixos índices de precipitação deste período, pois os maiores valores
de evapotranspiração somente ocorrem no final da primavera e início do
verão.
O maior excesso hídrico ocorre no mês de maio (37,5 mm), seguido de março
(13,3 mm) e de abril (7,8 mm). Apesar desses meses terem baixos índices de
precipitação, também apresentam pequena demanda evapotranspirativa,
justificando esse comportamento.
50
40
30
20
Lâmina (mm)
10
-10
-20
-30 Excesso
Déficit
-40
-50
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Mês
Fig. 10. Balanço hídrico normal para a região de Dourados. Período de 1979 a 1998.
Ocorrência de geadas
A ocorrência e a intensidade das geadas foram definidas em função da
temperatura mínima do ar no abrigo meteorológico (Tm), com base no critério
apresentado pelo IAPAR (Geadas..., 2006), a saber: geada fraca ocorre
quando a Tm situa-se entre 3,1oC a 4,0 C; geada moderada para valores de
o
Tm entre 1,1 a 3,0 C e geada forte quando a Tm for igual ou abaixo de 1oC.
o
12
11
10
9
Número de geadas
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006
Ano
70
Total de ocorrências
60 Intensidade forte
Número de geadas
50
40
30
20
10
0
Maio Jun. Jul. Ago. Set.
Mês
Fig. 12. Ocorrência de geadas ao longo do ano na região de Dourados no período de
1979 a 2006.
Classificação climática
A classificação climática da região de Dourados segundo Köppen foi
elaborada com base nos dados normais de temperatura média e de
precipitação da região de Dourados (Tabela 1). Na literatura, a região de
Dourados é classificada como do tipo Cfa, Cwa e Aw de köppen. No entanto,
analisando-se a Tabela 1, verifica-se que o clima da região é de fato do tipo
Cwa (clima mesotérmico úmido, verões quentes e invernos secos), pois a
temperatura do mês mais frio (junho e julho) é inferior a 18ºC e a do mês mais
quente (janeiro) é superior a 22ºC. Além disso, o total de chuva no verão
supera em mais de dez vezes a menor precipitação mensal (julho).
Referências
ALLEN, R. G.; PEREIRA, L. S.; RAES, D.; SMITH, M. Crop
evapotranspiration: guidelines for computing crop water requirements.
Rome: FAO, 1998. 297 p. (FAO. Irrigation and drainage paper, 56).
Maio 82 120 38 0 56 0 82 0 38
Jun 69 75 6 0 56 0 69 0 6
Jul 87 43 -44 -44 25 -31 73 14 0
Ago 107 54 -53 -98 10 -16 69 38 0
Set 129 104 -25 -122 6 -4 108 21 0
Out 149 154 5 -89 11 5 149 0 0
Nov 156 157 0 -88 12 0 156 0 0
Dez 158 181 23 -28 34 23 158 0 0