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Morgan Mila Tradução 2015
Morgan Mila Tradução 2015
Dissertação de Mestrado
1. Introdução ................................................. 9
Referências ................................................. 95
A ausência dos muito ricos no Brasil de inquéritos tem sido uma preocupação
crescente, dada a aleatoriedade na amostragem das pesquisas domiciliares e que os bens
de capital de que geralmente dependem não são bem medidos ou não são observados,
devido à relutância da Mais ricos para divulgar todos os seus ativos. Székely & Hilgert
(1999) descobriram que a principal pesquisa de domicílios do Brasil (PNAD) tinha uma
cobertura relativamente boa de altos rendimentos para meados da década de 1990, e ainda
a maior parte da renda dos 10% Trabalhadores independentes, semelhante à média latino-
americana. Mas, dado o que se sabe atualmente sobre países como a Colômbia, isso
parece ser um quadro altamente distorcido. De fato, os autores ressaltam que sua análise
não exclui a possibilidade de que a desigualdade latino-americana seja o resultado de
indivíduos no topo vivendo da renda do capital. Eles são cuidadosos ao afirmar que o que
ela revela é que "a desigualdade que podemos medir com as pesquisas domiciliares nos
países latino-americanos é informativa sobre um espectro da sociedade que não inclui as
famílias mais ricas". Da mesma forma, ao avaliar o declínio acreditado da desigualdade
latino-americana desde os anos 2000, López-Calva e Lustig (2010b) focalizam sua análise
nas mudanças na desigualdade da renda do trabalho e nas mudanças na dimensão e
distribuição das transferências governamentais, Subnotificadas nos inquéritos às famílias.
Os limites do uso de pesquisas domiciliares para avaliar a extensão da desigualdade de
renda são assim bem compreendidos, mas a crença na "história de sucesso" brasileira
permanece inquestionável. Este artigo busca colmatar essas desvantagens empíricas
usando uma nova fonte de dados para avaliar adequadamente as crenças convencionais
sobre a desigualdade no país.
Pesquisas recentes sobre o tema descobriram que, para a maioria dos países
pesquisados, as maiores partes de renda seguiram um de dois padrões desde o início do
século XX (quando a maioria dos sistemas de imposto de renda foi fundada). Há um grupo
de países "em forma" (países anglo-saxões e países em desenvolvimento como a
Argentina, a Índia e a África do Sul), caracterizado por uma concentração de rendimentos
muito elevada no início do século, uma grande queda das ações durante os trinta anos O
século e um rápido aumento da desigualdade desde a década de 1980 atingindo os níveis
observados no início do século XX no novo século XXI. E há um grupo de países em
forma de "L" (Europa continental, Japão e países vizinhos de médio alcance asiático),
caracterizado por altos níveis de concentração no início do século, um declínio em
meados do século, seguido por um ligeiro aumento, Se não a evolução quase estável,
desde a década de 1980 até o presente (ver Atkinson et al., 2011). Para ver como o Brasil
se compara a essas evoluções é uma das principais questões.
Em quarto lugar, a carga tributária relativa dos principais grupos de renda revela
as diferenças entre a distribuição de renda tributável e a distribuição de renda total. As
alíquotas efetivas atuais pagas pela parte superior da distribuição são extremamente
baixas (3-4 por cento), e podem ser explicadas pelas reduções fiscais associadas às fontes
mais importantes de renda de capital - lucros e dividendos.