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0 µX
hx,t = (1 − µ)hx,t + hy,t , (1.1)
4 y∈V
x
0
onde, hx,t e hx,t representam as densidades dos insetos na posição x = (i, j) antes e depois
da movimentação respectivamente, µ a fração de indivı́duos que abandona o sı́tio de origem
e se dispersa para os quatro sı́tios vizinhos mais próximos (vizinhança de Neumann) e
1 − µ é a fração de indivı́duos que permanece no sı́tio original.
Aqui estamos considerando que os indivı́duos se movimentam de maneira aleatória,
ou seja, não são influenciados por fatores como a densidade local dos indivı́duos.
Para a etapa de reação temos a seguinte equação:
0 0
hx,t+1 = hx,t eλx −hx,t . (1.2)
distribuição espacial das plantas, isto é, irá depender de x. Deste modo definimos λx por
λ se x for um sı́tio da cultura principal,
1
λx =
λ se x for um sı́tio da cultura com antibiose, onde λ2 < λ1 .
2
Figura 1.1: Cultura secundária (em preto) disposta em torno do domı́nio principal (em
branco).
Figura 1.2: Diferentes arranjos da cultura secundária distribuı́da na forma de listras entre
a cultura principal.
tk P tk P
h̄tx − htx
P P
t=1 x∈Ω t=1 x∈Ω
E= tk P
, (1.3)
P
h̄tx
t=1 x∈Ω
domı́nio composto somente pela cultura principal, htx representa a densidade das pragas
no sı́tio x ∈ Ω e tempo t mas com o domı́nio composto pelas duas culturas e Ω é o domı́nio
formado pelos sı́tios da cultura principal (Dalmolin, 2017).
Assim, o percentual de redução da população de insetos na cultura principal com
a presença da cultura com antibiose é dado pelo valor E. Portanto, quanto maior for a
redução da população de pragas do caso homogêneo para o caso heterogêneo, maior será
o valor de E.
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1.2 SIMULAÇÕES
Vamos implementar as equações (1.1) e (1.2) para um domı́nio n × n, onde as
dimensões irão variar de acordo com a configuração que a cultura secundária apresentar.
Consideramos o habitat com condições de fronteira reflexivas e 600 gerações em todas as
simulações.
Como condição inicial, para as simulações com a cultura secundária disposta ao
redor do domı́nio consideramos um pequena inoculação da espécie de insetos no sı́tio
x0 = ( n2 , 1). Agora, quando a cultura com antibiose se encontra distribuı́da na forma de
fileiras entre a cultura principal analisamos dois casos para a condição inicial: no primeiro
caso, inserimos uma pequena densidade de insetos no sı́tio x0 = ( n2 , n2 ) e no segundo caso
consideramos que pequenas densidades de insetos estão distribuı́das de forma aleatória
no domı́nio. Para os demais sı́tios a densidade inicial é nula e também desconsideramos
densidades de indivı́duos abaixo da ordem de 10−10 .
Na cultura principal fixamos o parâmetro λ1 = 0, 1, para a cultura com antibiose
usaremos os parâmetros λ2 = 0, 01 e λ2 = −1. A fração de indivı́duos que abandona cada
sı́tio será tomada como µ = 0, 1 e µ = 0, 6.
Figura 1.3: Distribuição espacial dos indivı́duos na cultura principal para diferentes etapas
de tempo com os indivı́duos são liberados no centro do domı́nio. Parâmetros: (a) - (c)
λ = 0, 1 e µ = 0, 6 e (d) - (f) λ = 0, 1 e µ = 0, 1 .
Figura 1.4: Distribuição espacial dos indivı́duos na cultura principal para diferentes etapas
de tempo com os indivı́duos liberados de forma aleatória no domı́nio. Parâmetros: (a) -
(c) λ = 0, 1 e µ = 0, 6 e (d) - (f) λ = 0, 1 e µ = 0, 1 .
Após 600 geração, nas figuras 1.3 e 1.4, notamos que cada um dos 1600 sı́tios
do domı́nio composto somente pela cultura principal possui densidade máxima igual a
0, 1. Desta forma, a densidade total de insetos assume valor máximo igual a 160, como
observamos nas figuras 1.5 e 1.6. Na figura 1.6, a população total atinge o equilı́brio
mais rapidamente em virtude da distribuição inicial ter sido tomada em diversos sı́tios do
domı́nio.
Figura 1.5: Densidade total de indivı́duos presentes na cultura principal sem a presença
da cultura secundária (indivı́duos inseridos no centro do domı́nio). Parâmetros: µ = 0, 1
(cinza) e µ = 0, 6 (preto).
Figura 1.6: Densidade total de indivı́duos presentes na cultura principal sem a presença
da cultura secundária (indivı́duos inseridos de forma aleatória no domı́nio). Parâmetros:
µ = 0, 1 (cinza) e µ = 0, 6 (preto).
Figura 1.7: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária ao redor do domı́nio. (a) - (c)
Correspondem a 1 fileira, (d) - (f) correspondem a 2 fileiras, (g) - (i) correspondem a 3
fileiras, (j) - (l) correspondem a 4 fileiras, (m) - (o) correspondem a 5 fileiras, (p) - (r)
correspondem a 6 fileiras. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 1.
Figura 1.8: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária ao redor do domı́nio. (a) - (c)
Correspondem a 1 fileira, (d) - (f) correspondem a 2 fileiras, (g) - (i) correspondem a 3
fileiras, (j) - (l) correspondem a 4 fileiras, (m) - (o) correspondem a 5 fileiras, (p) - (r)
correspondem a 6 fileiras. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 6.
Através da distribuição espacial dos indivı́duos ilustrada nas figuras 1.7 e 1.8,
percebemos que a densidade dos insetos na cultura principal é maior do que a densidade
na cultura secundária. Esse fato ocorre pois a cultura secundária apresenta resistência do
tipo antibiose e isto reduz o fator de crescimento dos indivı́duos.
Como podemos observar na figura 1.9 que compara a densidade total de inse-
tos presentes somente na cultura principal sem a presença da cultura secundária (linha
contı́nua preta) com casos em que a cultura secundária está presente em torno do domı́nio
principal, o acréscimo de plantas com antibiose ao redor da cultura principal retarda o
crescimento da população. No entanto, os valores totais atingidos são levemente menores
do que aquele obtido sem a aplicação do controle.
Figura 1.9: População total de indivı́duos na cultura principal, domı́nio composto somente
pela cultura principal (linha contı́nua), 1 fileira (pontilhado), 2 fileiras (tracejado bem
pequeno), 3 fileiras (tracejado pequeno), 4 fileiras (tracejado médio), 5 fileiras (tracejado
grande), 6 fileiras (tracejado bem grande).
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
164
γ= 1600
≈ 0, 1025.
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
as dimensões variam de acordo com o número de fileiras da cultura secundária que são
adicionadas em torno do domı́nio com a cultura principal. Considerando µ = 0, 1 (figura
1.11), µ = 0, 6 (figura 1.12) e λ2 = −1.
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Figura 1.11: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária ao redor do domı́nio. (a) - (c)
Correspondem a 1 fileira, (d) - (f) correspondem a 2 fileiras, (g) - (i) correspondem a 3
fileiras, (j) - (l) correspondem a 4 fileiras, (m) - (o) correspondem a 5 fileiras, (p) - (r)
correspondem a 6 fileiras. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 1.
Figura 1.12: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária ao redor do domı́nio. (a) - (c)
Correspondem a 1 fileira, (d) - (f) correspondem a 2 fileiras, (g) - (i) correspondem a 3
fileiras, (j) - (l) correspondem a 4 fileiras, (m) - (o) correspondem a 5 fileiras, (p) - (r)
correspondem a 6 fileiras. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 6.
Figura 1.13: População total de indivı́duos na cultura principal, domı́nio composto so-
mente pela cultura principal (linha contı́nua), 1 fileira (pontilhado), 2 fileiras (tracejado
bem pequeno), 3 fileiras (tracejado pequeno), 4 fileiras (tracejado médio), 5 fileiras (tra-
cejado grande), 6 fileiras (tracejado bem grande).
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
Veremos agora, os efeitos que a cultura secundária causa na densidade dos insetos,
quando ela se encontra distribuı́da na forma de listras entre a cultura principal.
• Vamos considerar o parâmetro λ2 = 0, 01 fixo e para os parâmetros de movi-
mentação µ = 0, 1 e µ = 0, 6.
As figuras 1.16 e 1.17 mostram a distribuição espacial dos indivı́duos no domı́nio
de dimensões que variam de acordo com o número de fileiras da cultura secundária que
serão inseridas.
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Figura 1.16: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 1.
Figura 1.17: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 6.
A figura 1.18 ilustra a densidade total dos indivı́duos na cultura principal, para di-
ferentes arranjos das fileiras cultura com antibiose entre a cultura principal. O percentual
de decrescimento é mostrado na figura 1.19.
Figura 1.18: População total de indivı́duos na cultura principal. Sem antibiose (linha
contı́nua), 4 fileiras de antibiose (pontilhado), 9 fileiras de antibiose (tracejado pequeno),
19 fileiras de antibiose (tracejado), 39 fileiras de antibiose (tracejado grande). Parâmetro
λ2 = 0, 01.
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
Figura 1.20: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 1.
Figura 1.21: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 6.
Figura 1.22: População total de indivı́duos na cultura principal. Sem antibiose (linha
contı́nua), 4 fileiras de antibiose (pontilhado), 9 fileiras de antibiose (tracejado pequeno),
19 fileiras de antibiose (tracejado), 39 fileiras de antibiose (tracejado grande). Parâmetro
λ2 = −1.
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) (b)
Pela análise da figura 1.24, notamos que os arranjos apresentaram um maior per-
centual de decrescimento da população para o caso λ2 = −1 quando comparado ao caso
λ2 = 0, 01.
Os resultados obtidos sugerem que, quanto maior for a área da cultura secundária,
ou seja, quanto mais fileiras inserirmos no domı́nio maior, será o percentual de decres-
cimento da população de insetos. Ainda, os maiores percentuais de decrescimento são
obtidos quando consideramos o caso λ2 = −1 do que o caso λ2 = 0, 01, pois uma cultura
que apresenta um alto grau de resistência é mais eficiente quando comparada a uma cul-
tura que apresenta uma resistência moderada. Notamos também que, quando os insetos
apresentam uma taxa de movimentação alta, sua densidade é menor, pois desta forma
mais insetos deixam a cultura principal e migram para a cultura com antibiose.
parâmetros µ = 0, 1 e µ = 0, 6.
As figuras 1.25 e 1.26 mostram as distribuições espaciais dos indivı́duos para dife-
rentes etapas de tempo e diferentes arranjos da cultura secundária.
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Figura 1.25: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 1.
Figura 1.26: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = 0, 01 e µ = 0, 6.
Figura 1.27: População total de indivı́duos na cultura principal. Sem antibiose (linha
contı́nua), arranjo 1 (pontilhado), arranjo 2 (tracejado pequeno), arranjo 3 (tracejado),
arranjo 4 (tracejado grande). Parâmetro λ2 = 0, 01.
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
Analisando os resultados obtidos, notamos que à medida que são inseridas as fileiras
da cultura secundária, a população total de insetos diminui, ou seja, quanto maior for
o número de fileiras inseridas, maior é o percentual de decrescimento dos indivı́duos.
Novamente este percentual é ainda maior quando µ = 0, 6, isto ocorre pois os insetos têm
uma movimentação maior e assim mais indivı́duos migram para a cultura secundária, que
apresenta resistência do tipo antibiose e ficam expostos por mais tempo aos efeitos da
mesma.
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Figura 1.29: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 1.
Figura 1.30: Distribuição espacial dos indivı́duos em diferentes etapas de tempo e para
diferentes distribuições espaciais da cultura secundária no domı́nio. (a) - (c) Arranjo 1,
(d) - (f) arranjo 2, (g) - (i) arranjo 3, (j) - (l) arranjo 4. Parâmetros λ2 = −1 e µ = 0, 6.
Figura 1.31: População total de indivı́duos na cultura principal. Sem antibiose (linha
contı́nua), arranjo 1 (pontilhado), arranjo 2 (tracejado pequeno), arranjo 3 (tracejado),
arranjo 4 (tracejado grande). Parâmetro λ2 = −1.
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
(a) µ = 0, 1 (b) µ = 0, 6
Através das figuras 1.31 e 1.32, observamos que quanto maior for a área da cul-
tura secundária, maior será a redução da população de insetos. Como anteriormente, o
parâmetro µ = 0, 6 causa maior redução na população de insetos quando comparado a
µ = 0, 1.
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(a) (b)