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“Dimensionamento e Verificação de Uma Viga-Parede Complexa Utilizando o Método das

Bielas e Análise Não-Linear”

Rafael Alves de Souza (1); Túlio Nogueira Bittencourt (2); Joaquim Azevedo Figueiras (3) Mário
Jorge de Seixas Pimentel (4)

(1) Professor Assistente, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Maringá


e-mail: rasouza2@uem.br

(2) Professor Associado, Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações


Escola Politécnica, Universidade de São Paulo
e-mail: tulio.bittencourt@poli.usp.br

(3) Professor Catedrático, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


e-mail: jafig@fe.up.pt

(4) Assistente Estagiário, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto


e-mail: mjsp@fe.up.pt

Palavras Chaves: análise não-linear, concreto estrutural, método dos elementos finitos e método
das bielas

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo apresentar a análise e o dimensionamento de uma viga-parede
complexa utilizando o Método das Bielas. Para validação da resposta obtida recorreu-se ao Método
dos Elementos Finitos, nomeadamente aos recursos de análise não-linear disponíveis no programa
DIANA, que indicaram um desempenho satisfatório para o elemento estrutural dimensionado. No
entanto, as análises numéricas realizadas também levaram à conclusão de que o Método das Bielas
pode muitas vezes não ser uma solução adequada para o dimensionamento das “Regiões D”, tendo
em vista a armadura mínima normalmente exigida pela maioria dos códigos de concreto estrutural.

1. Introdução
A “Hipótese de Bernoulli” facilita muito o dimensionamento de elementos de concreto armado,
pois é possível assumir que a distribuição de deformações ao longo da altura da seção transversal
seja mantida linear, desde o início do carregamento até a ruptura, conforme ilustra a Figura 1.
εc

h Linha Neutra

εs

b
Figura 1 – Distribuição linear de deformações em uma viga de concreto armado

Na “Hipótese de Bernoulli”, costuma-se desprezar as deformações de distorção provocadas pelo


esforço cortante, o que permite um dimensionamento funcional e seguro para a maioria dos
elementos estruturais. Porém, essa hipótese simplificadora não pode ser estendida para todos os
tipos de elementos estruturais, ou mais especificamente, para todas as regiões de um elemento
estrutural.
1
Em pontos de aplicação de cargas ou em regiões com irregularidades geométricas, pode-se mostrar
com o recurso de métodos numéricos o aparecimento de singularidade de deformações em regiões
bem definidas, impedindo assim a adoção de deformações lineares, conforme pressupõe a
“Hipótese de Bernoulli”.

Nessas regiões de perturbação, as deformações por esforço cortante apresentam valores


significativos, o que obriga a sua consideração no dimensionamento do elemento estrutural.
Portanto, para estas regiões deixa de ser válida a “Hipótese de Bernoulli” e a aplicação dos métodos
convencionais de análise e dimensionamento podem conduzir a soluções inseguras.

De acordo com SCHÄFER & SCHLÄICH (1988, 1991), pode-se dividir uma estrutura em regiões
contínuas (“Regiões B”, em que a “Hipótese de Bernoulli” de distribuição linear de deformações ao
longo da seção transversal é válida) e regiões descontínuas (“Regiões D”, em que a “Hipótese de
Bernoulli” não pode ser aplicada, isto é, onde a distribuição de deformações ao longo do elemento é
não-linear).

Dessa maneira, a análise e dimensionamento estrutural das “Regiões D” deve ser feita recorrendo a
modelos que levem em consideração as deformações por esforço cortante. A maioria dos
pesquisadores têm recomendado para essa atividade o uso de ferramentas como o Método dos
Elementos Finitos e o Método das Bielas.

2. Método das Bielas


Talvez uma das idéias mais brilhantes dentro do concreto estrutural seja a “Analogia de Treliça”,
proposta por Ritter e Mörsh no início do século XX e até hoje utilizada para o dimensionamento de
armaduras transversais em vigas de concreto armado.

As idéias básicas da “Analogia de Treliça” foram adaptadas para outras estruturas, de maneira que
convencionou-se denominar essa generalização de "Método das Bielas" ou “Modelos de Escoras e
Tirantes”. Dessa maneira, vários elementos estruturais especiais que eram dimensionados no
passado a partir de regras empíricas passaram a ser dimensionados de maneira racional.

O Método das Bielas têm como idéia principal a substituição da estrutura real por uma estrutura
resistente na forma de treliça, que simplifica de maneira sistemática o problema original, conforme
ilustram os exemplos da Figura 2. Nessa treliça hipotética os elementos comprimidos são
denominados escoras e os elementos tracionados são denominados tirantes. Os pontos de
intersecção desses elementos no modelo, onde existe a mudança na direção das forças, se
constituem as chamadas “regiões nodais”.

Figura 2 – Exemplos de aplicação do Método das Bielas (fonte: TJHIN & KUCHMA (2002))

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Dentre vários trabalhos interessantes publicados na área citam-se aqueles escritos por SCHÄFER &
SCHLAICH (1988, 1991), MARTI & ROGOWSKY (1991), IABSE (1991) COLLINS et alli
(1991), MITCHELL & COOK (1988, 1991), McGREGOR (1997), FOSTER (1998), ASCE-ACI
(1998), FIB (2002) e MONTOYA et alli (2002).

Atualmente vários códigos normativos também têm recomendado a utilização do Método das
Bielas, merecendo destaque as publicações já históricas do CEB FIP Model Code 1990 (1993) e da
CSA (1994), bem como, publicações mais recentes e completas como a EHE (1999) e o ACI-318
(2002).

Também têm sido desenvolvidos programas para auxiliar o lançamento correto das escoras e dos
tirantes no interior da estrutura, uma das grandes dificuldades do método. Estes programas, na
maioria dos casos, utilizam técnicas de otimização estrutural obtidas através de programação
matemática e têm produzido ótimos resultados (OLIVEIRA et alli (1998), ALVES et alli (1998),
LADEIRA et alli (1993), PINHO & NEVES (1992), PINHO (1995), ALI (1997), GARCIA (1999),
LOURENÇO et alli (2000) e ALI & WHITE (2001))

O Método das Bielas também tem sido utilizado com sucesso nas tarefas de recuperação estrutural e
na determinação da capacidade resistente de elementos estruturais submetidos a processos
avançados de deterioração, conforme atesta o trabalho de KESNER & POSTON (2000).

3. Formato de Segurança para o Método dos Elementos Finitos


O problema da verificação da segurança de estruturas complexas utilizando o Método dos
Elementos Finitos acoplado à análise não-linear ainda é pouco documentado na literatura e
completamente ausente na maioria dos códigos normativos de concreto estrutural.

De acordo com LOURENÇO (1992), o simples fato de se considerar os materiais com as


propriedades de cálculo ou características em análises não-lineares pode conduzir com freqüência a
resultados inesperados. De acordo com o pesquisador a análise não-linear deve incluir uma
componente probabilística, de modo a permitir um formato de segurança consistente.

FIGUEIRAS et alli (1990, 2002) têm preconizado a utilização de um formato de segurança


simplificado para a verificação de segurança ao estado limite último, utilizando a análise não-linear.
A rotina dessa verificação é a seguinte:

• A estrutura é dimensionada utilizando os processos correntes, ou seja, faz-se uma análise linear
para a obtenção dos esforços e em seguida dimensionam-se as seções transversais utilizando
equações constitutivas não-lineares para o aço e para o concreto;
• A estrutura dimensionada é analisada de maneira não-linear, sendo que as relações constitutivas
são definidas com base nos valores médios das propriedades dos materiais que determinam a
flexibilidade da estrutura e com base nos valores característicos para as propriedades que
determinam a capacidade de resistência última da estrutura;
• As cargas são definidas pelos valores característicos Pk, sendo incrementadas até que se atinja o
estado de colapso da estrutura Pu. Dessa maneira, pode-se determinar um valor para o fator de
carga último dado por λu = Pu/Pk;
• A segurança da estrutura é considerada satisfeita desde que λu ≥ λc = γf*γm, sendo γm ditado
pelo aço ou pelo concreto, conforme o tipo de ruína esperado.

Dessa maneira, para que uma estrutura analisada utilizando a análise não-linear seja considerada
segura, os seguintes limites devem ser verificados, tendo em conta os coeficientes de segurança
estabelecidos pela NBR6118 (2003):
3
λu ≥ λc = γf*γm = 1,4.1,4 = 1,96 se o colapso é atribuído ao concreto;
λu ≥ λc = γf*γm = 1,4.1,15 = 1,61 se o colapso é atribuído ao aço.

4. Dimensionamento da Viga-Parede Complexa


A viga-parede investigada no presente trabalho é apresentada com maiores detalhes na Figura 3.
Deve-se observar que o problema em questão já havia sido sugerido hipoteticamente por ALLI
(1997), mas não havia sido investigado em termos práticos.
100 kN

50

140 40

50

30 50 40 100 30 100 40 50 30
470 cm
Figura 3 – Viga-parede sujeita a irregularidades estáticas e geométricas

A condição de carregamento apresentada na Figura 3 refere-se à carga de cálculo, isto é,


Fd = 1,4.Fk = 100 kN. A estrutura possui 25 cm de espessura e supõe-se que será construída com
concreto de resistência característica de 26 MPa e com barras de aço com resistência característica
de 500 MPa.

Aplicando o “Princípio de Saint Venant” à estrutura apresentada na Figura 3, observa-se que a


mesma é na sua integralidade uma “Região D”. Portanto, a viga-parede não deve ser dimensionada
utilizando os processos correntes. Dessa maneira, o Método das Bielas será empregado para a
determinação da posição e da quantidade de armaduras resistentes necessárias para o perfeito
funcionamento do elemento estrutural.

Para adquirir uma visão geral do encaminhamento das forças no interior da estrutura, é de bom
censo a utilização do Método dos Elementos Finitos. A partir das tensões principais de compressão
e das tensões principais de tração fornecidas por esse método podem ser estabelecidas algumas
propostas de modelos.

4.1 Análise Elástica-Linear da Estrutura

A partir da análise linear da viga-parede utilizando o programa ADINA, mais especificamente da


análise cuidadosa dos resultados apresentados nas Figuras 4, 5 e 6, pôde-se tirar algumas
conclusões relevantes a respeito do encaminhamento das forças no interior da estrutura:

• Junto ao canto superior esquerdo da abertura situada na extremidade direita da viga, surgem
concentrações de tensão que propiciam o aparecimento de tensões de tração de grande
intensidade nessa região;
• Na face inferior da viga, região central da estrutura, também surgem tensões de tração
significativas. Essas tensões ocupam grande parte do vão central e prolongam-se até os cantos
das duas aberturas, formando um ângulo de aproximadamente 45º com a direção horizontal. O
prolongamento das tensões de tração para a abertura situada na extremidade esquerda da viga se

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faz por dois caminhos: um deles provocando concentração de tensões no canto superior direito e
outro provocando concentração de tensões no canto inferior esquerdo da abertura;
• As tensões de compressão são mais significativas nas vizinhanças dos apoios e imediatamente
abaixo e ao lado direito do ponto de aplicação da carga de 100 kN;
• Uma escora horizontal se forma no topo da estrutura, dividindo-se em dois caminhos distintos
para o encaminhamento de forças internas até os apoios da estrutura;
• O caminho de compressão situado à direita do eixo central da estrutura leva as forças de
compressão da escora horizontal por uma escora inclinada de aproximadamente 75º diretamente
para o apoio;
• O caminho situado à esquerda do eixo central da estrutura divide-se em outros dois caminhos
para poder conduzir as forças internas de compressão: um dos caminhos inicia-se na
extremidade da escora superior horizontal, passando pelo canto superior esquerdo da abertura e
indo diretamente para o apoio, formando um ângulo de 45º.
• O outro caminho do caso anterior surge aproximadamente na metade do caminho entre o ponto
de aplicação da carga e a abertura e desce paralelamente ao caminho descrito anteriormente,
cruzando o canto inferior direito da abertura. Em seguida esse campo de compressão acaba se
dissipando.

Figura 4 – Fluxo das tensões principais

Figura 5 – Isotensões principais de tração

Figura 6 – Isotensões principais de compressão

4.2 Dimensionamento Utilizando o Método das Bielas

Após várias tentativas, baseando-se no campo das tensões principais elásticas e das conclusões
obtidas anteriormente, pôde-se idealizar dois Modelos de Escoras e Tirantes. Essa idealização foi
demasiadamente complicada, uma vez que havia a necessidade de não se afastar demasiadamente
do fluxo de tensões identificado e o interesse de se disponibilizar as armaduras resistentes em
posições adequadas com a prática.

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O primeiro modelo concebido, denominado aqui de “Modelo A” apresenta tirantes horizontais,
verticais e inclinados. O segundo modelo idealizado, aqui denominado de “Modelo B”, apresenta
apenas tirantes dispostos nas posições horizontal e vertical. As Figuras 7 e 8 apresentam os modelos
de treliça concebidos para o problema em análise.

Figura 7 – “Modelo A” : constituído de tirantes horizontais, verticais e inclinados

Figura 8 – “Modelo B” : constituído apenas de tirantes horizontais e verticais

Os Modelos A e B foram dimensionados utilizando o programa CAST (TJHIN & KUCHMA


(2002)), que verifica automaticamente as escoras e as regiões nodais, bem como, fornece a
quantidade de armadura necessária para os tirantes. Para a verificação dos Modelos A e B foram
adotados os parâmetros recomendados no Apêndice A do ACI-318 (2002).

Uma fez feita a verificação dos dois modelos, o padrão de armação do “Modelo B” foi escolhido
para ser investigado utilizando os recursos de análise não-linear do programa DIANA. Esse modelo
foi escolhido pela simplicidade de execução, ou seja, por só apresentar armaduras nas direções
horizontal e vertical.

A Tabela 1 apresenta os esforços nos tirantes e as respectivas armações obtidas para o “Modelo B”,
enquanto a Figura 9 apresenta o aspecto final da armação da viga-parede, que levou em
consideração um cobrimento de armaduras de 4 cm.

Tabela 1 – Determinação das armaduras resistentes para o “Modelo B”


Tirante Posição do Tirante Esforço (kN) Armadura Adotada
N1 Face inferior da viga 72,8 2φ10 mm
N2 Abaixo da abertura esquerda 43,1 2φ10 mm
N3 Acima da abertura direita e esquerda 151,4 3φ10 mm + 1φ12,5 mm
N4 À esquerda da abertura esquerda 17,2 2φ10 mm
N5 À direita da abertura esquerda 32,8 2φ10 mm
N6 À esquerda da abertura direita 76,2 3φ10 mm
N7 À direita da abertura direita 50,0 2φ10 mm
*Obs: Os esforços apresentados são apenas os maiores valores de cada armadura discretizada. De maneira a evitar
armaduras diferenciadas ao longo da estrutura, tomou-se o maior esforço e dimensionou-se a armadura de cada tirante
com bitola constante.

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Figura 9 – Panorama final de armação para o “Modelo B” utilizando CAST

A Figura 10 apresenta a análise do “Modelo B” no programa CAST, indicando que os elementos do


Modelo de Escoras e Tirantes proposto se ajustam perfeitamente no interior da estrutura e que os
níveis de tensão são respeitados tanto nas escoras quanto nas regiões nodais.

Figura 10 – Análise do “Modelo B” utilizando o programa CAST

Observa-se que o nível de tensão desenvolvido nas escoras é baixo, indicando que existe uma
grande segurança para esses elementos e que para cargas mais elevadas ainda existiria a
possibilidade de alargamento das escoras visando manter a integridade desses elementos.

Deve-se observar que no Método das Bielas costuma-se admitir dois tipos de regiões nodais: nós
contínuos e nós singulares. De maneira geral, os nós contínuos não apresentam problemas de
resistência uma vez que a transferência de forças é feita numa região relativamente grande e de
forma gradual, não provocando grandes concentrações de tensão.

Já para os nós concentrados é necessária uma análise criteriosa de resistência e de detalhamento das
armaduras aí concorrentes, uma vez que a região de transferência das forças possui dimensões
reduzidas. Para o dimensionamento desses nós há que se obter a sua geometria, caracterizar o
estado de tensão instalado, definir a resistência do concreto e verificar as condições de ancoragem
das armaduras.

Observa-se, portanto, que a definição geométrica dos nós singulares e sua verificação pode ser às
vezes demasiadamente complicada. No entanto, no presente trabalho não houve tal dificuldade, uma
vez que o programa CAST definiu automaticamente as regiões nodais e forneceu o nível de tensões
instalado.

Deve-se observar que no problema em questão, a segurança dos nós também poderia ser garantida
de maneira indireta, isto é, sem a verificação formal das regiões nodais, uma vez que a tensão no
ponto mais carregado é inferior a 0,6.fcd, conforme recomendação de SCHLAICH & SCHÄFER
(1988, 1991). Esta condição pode ser sempre adotada, desde que os tirantes principais estejam
adequadamente ancorados.

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Para o problema em questão existiu o cuidado de se garantir a perfeita condição de ancoragem dos
tirantes principais nas regiões nodais singulares, uma vez que na análise utilizando o Método dos
Elementos Finitos é considerada uma situação de aderência perfeita entre o aço e o concreto. Dessa
maneira, o programa não é capaz de identificar um possível escorregamento das armaduras devido
uma ancoragem ineficiente.

4.3 Carga de Escoamento Teórica do Tirante Principal


Conforme observado nas simulações numéricas a serem apresentadas adiante, o tirante N3
apresentado na Tabela 1 e situado acima da abertura direita se constitui no tirante principal da
estrutura e praticamente comanda toda a capacidade resistente do elemento dimensionado.

Levando-se em consideração as condições de simetria e equilíbrio do lado direito da treliça


concebida e apresentada na Figura 9, bem como as distâncias dos braços de alavanca internos,
conforme ilustra a Figura 11, pode-se obter a carga teórica que produz o escoamento do tirante N3.

36 cm

FN3 P/2
50 cm 59 cm

Figura 11 – Determinação da força atuante no tirante N3

Efetuando-se a somatória de momentos em torno do ponto A, pode-se escrever uma equação em


que a força no tirante N3 é dada em função da carga P aplicada à estrutura. Levando-se em
consideração a força máxima que pode suportar o tirante N3 e a somatória de momentos em torno
de A, a carga P que produz o escoamento do tirante N3 é dada por:

FN3,max = A s .f yk
FN3,max = 3,58.50 = 179,16 kN
∑M A =0
36.FN3,max = (P/2).109
2.36.FN3,max 2.36.179,16
P= = = 118,34 kN
109 109

Logo, a carga teórica que aplicada na estrutura provoca o escoamento do tirante N3 é de 118,34 kN.
Deve-se observar que esse valor foi calculado considerando a resistência característica ao
escoamento do aço, uma vez que essa mesma propriedade foi utilizada nas simulações
computacionais, conforme o formato de segurança proposto.

4.4 Análise Não-Linear do “Modelo B” Utilizando DIANA

Inicialmente foi conduzida uma análise não-linear para o “Modelo B” sem levar em consideração as
armaduras de controle de fissuração, freqüentemente exigidas pelos códigos normativos. Para o
concreto foram utilizados elementos retangulares de oito nós do tipo “CQ16M” e para as armaduras
discretas foram utilizados elementos do tipo “embedded reinforcement”.
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No modelo de elementos finitos aplicou-se uma carga do tipo “pressure” de 100 N/mm ao longo da
placa de 30 cm e as condições de vinculação foram descritas de maneira a se obter uma viga-parede
biapoiada. Adicionalmente foram definidas propriedades características para os materiais na
condução da análise não-linear, conforme recomendações de FIGUEIRAS et alli (1990, 2002).

Para concreto utilizou-se o modelo “Total Strain Rotating Crack” com “Linear Softening” em
tração e com diagrama parabólico em compressão, conforme as recomendações de FEENSTRA &
BORST (1993), ROTS et alli (1985) e ROTS & BLAAUWENDRAAD (1989). Para o critério de
ruptura do aço foi utilizado o “Modelo de VonMises” considerando o material com comportamento
elasto-plástico perfeito. A Tabela 2 apresenta as propriedades definidas para os materiais.

Tabela 2 – Propriedades definidas para os materiais no programa DIANA


Ec ft fc Gf Gc Es fy
(MPa) (MPa) (MPa) (N.mm/mm2) (N.mm/mm2) (MPa) (MPa)
29.624,00 2,06 26,00 0,0585 2,928 210.000,00 500,00

As primeiras fissuras surgiram para uma carga concentrada de 36,30 kN e deram-se logo acima da
abertura localizada no lado direito da viga. Essas fissuras começaram a se intensificar e para a carga
concentrada de 137,40 kN as armaduras do tirante horizontal, situadas acima da abertura direita,
entram em regime de escoamento.

Figura 12 – Panorama de fissuração da viga-parede na ruptura

Para a carga concentrada de 147,60 kN, o tirante vertical situado à esquerda da abertura direita
também entra em regime de escoamento e a estrutura acaba chegando definitivamente à ruptura,
com o panorama de fissuração apresentado na Figura 12. Observou-se que nas outras regiões as
tensões nas armaduras permaneceram baixas, bem como, não houve o aparecimento de fissuras.

A Figura 13 apresenta a evolução dos deslocamentos para um nó situado na face inferior da viga, na
mesma linha de aplicação do carregamento. Registrou-se um deslocamento vertical no pico da
resistência de aproximadamente 6,0 mm.

Figura 13 – Evolução dos deslocamentos para um nó situado na face inferior da viga e na linha de
ação do carregamento aplicado, sendo cada fator de carga unitário igual a 30 kN
9
A análise não-linear conduzida com DIANA indicou que a ruptura ocorre pelo rompimento dos
tirantes situados acima e à esquerda da abertura direita, com um fator de carga λu ≈ 2,06. Dessa
maneira, como λu > λc = 1,61, pode-se assegurar que a estrutura apresentará boas condições de
segurança no estado limite último, conforme as recomendações de FIGUEIRAS et alli (1990,
2002).

Adicionalmente, observa-se que a carga numérica que provocou o escoamento do tirante principal é
cerca de 16% superior àquela prevista teoricamente, o que indica uma boa aproximação do modelo
físico adotado em relação à análise numérica. Essa diferença se deve ao fato de que o braço de
alavanca das forças internas acima da abertura direita é cerca de 45 cm no modelo numérico, em
vez do braço de 36 cm adotado no modelo físico.

4.5 Análise Não-Linear do “Modelo B” com Armaduras de Fissuração


Em seguida, optou-se por efetuar uma nova análise não-linear da estrutura, considerando a presença
das armaduras mínimas para o controle de fissuração exigidas pelos códigos normativos. As
armaduras de fissuração foram calculadas levando-se em consideração uma armadura mínima igual
a 0,1%.bw.h em cada face, conforme ilustram os cálculos a seguir:

As,malha = 0,1%.bw.h = 0,1/100.25.100 = 2,5 cm²/m

Para disponibilizar a armadura calculada anteriormente, foi adicionada na viga-parede uma malha
ortogonal constituída por barras de φ 8,0 mm espaçadas a cada 20 cm. As propriedades utilizadas
para os materiais foram as mesmas da simulação relatada anteriormente, com a diferença que foi
introduzido um elemento de armadura do tipo “grid”, visando representar as armaduras de controle
de fissuração.

As primeiras fissuras surgiram para uma carga concentrada de 43,20 kN e deram-se acima da
abertura localizada no lado direito da viga-parede. Essas fissuras começaram a se intensificar e
predominaram até a carga concentrada de 187,50 kN, quando o tirante acima da abertura direita
entrou em escoamento e surgiram fissuras na parte inferior da viga.

A Figura 14 apresenta o panorama de fissuração da viga-parede no momento do escoamento do


tirante principal. Deve-se observar as fissuras em vermelho são as mais pronunciadas, possuindo
aberturas na ordem de 0,68 mm. As fissuras de cor verde possuem aberturas entre 0,68 e 0,34 mm e
as fissuras de cor azul apresentam aberturas inferiores a 0,34 mm.

Figura 14 – Fissuração para a carga concentrada de 187,50 kN

A Figura 15 apresenta as tensões principais de compressão e de tração para a carga concentrada de


179,10 kN, ou seja, momentos antes do escoamento do tirante principal. Essas tensões atestam que
o modelo idealizado para o dimensionamento da viga-parede foi razoavelmente desenvolvido,
apesar das armaduras em malha fornecerem uma resistência adicional que não pode ser ignorada no
pré-dimensionamento.

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Figura 15 – Tensões principais de compressão e de tração para a viga-parede
antes do escoamento do tirante principal

Para a carga concentrada de 209 kN a armadura principal vertical situada à esquerda da abertura
direita está na eminência de entrar em regime de escoamento, no entanto, a estrutura acaba
chegando ao colapso provavelmente devido ao rompimento do tirante horizontal que já se
encontrava em escoamento.

A Figura 16 apresenta a evolução do deslocamento vertical de um nó situado na face inferior da


viga, na mesma linha de ação do carregamento aplicado. O deslocamento medido no momento da
ruptura foi de aproximadamente 7,0 mm e a forma de evolução desse resultado atesta o bom
comportamento da análise não-linear efetuada.

Figura 16 – Evolução dos deslocamentos para um nó situado na face inferior da viga e na linha de
ação do carregamento aplicado, sendo cada fator de carga unitário igual a 30 kN

A análise não-linear para este caso, indicou que a estrutura provida de armaduras adicionais de
controle de fissuração chegará ao colapso pelo rompimento dos tirantes situados nas proximidades
da abertura direita com um fator de carga λu ≈ 2,92. Como verifica-se que λu > λc = 1,61 é de se
supor que a estrutura dimensionada apresentará boas condições de segurança.

As condições de serviço da estrutura são consideradas satisfatórias, baseando-se nas recomendações


do CEB-FIP Model Code 1990 (1993). Esse código permite que não sejam feitas as verificações
para as condições de serviço, desde que o elemento tenha sido dimensionado a partir do fluxo de
tensões elásticas no estado limite último.

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5. Conclusões
Com base nos resultados apresentados anteriormente, pode-se dizer que o Modelo de Escoras e
Tirantes concebido para a estrutura em análise atende com segurança o desenvolvimento da carga
limite. A grande vantagem observada na carga de ruptura numérica de 209 kN (obtida com o
programa DIANA e baseada em valores característicos das propriedades dos materiais) em relação
a carga última de projeto de 100 kN pode ser explicada pela disposição de armaduras adicionais
para o controle de fissuração.

Tudo indica que as armaduras de controle de fissuração acabam participando como tirantes
adicionais, que enrijecem ainda mais a estrutura acima da abertura direita e que contribuem para um
comportamento global ainda mais dúctil da estrutura. Esse fato fica evidente a partir da carga de
ruptura de 147,60 kN obtida numericamente para a viga desprovida de armaduras de controle de
fissuração.

Através de uma nova análise não-linear verificou-se que a parede constituída apenas de armaduras
de controle de fissuração, suporta cerca de 60% da carga de ruptura. Verificou-se ainda que a ruína
da viga-parede se dá pelo esgotamento das armaduras situadas na região da abertura direita e pela
formação intensa de fissuras nessa região.

Dessa maneira, observa-se que a maneira mais simples de armar a estrutura seria utilizar uma
armadura em malha mínima em conjunto com um único tirante principal, posicionado acima da
abertura direita.

Uma solução alternativa de dimensionamento, e que parece ser a mais adequada para a viga-parede
em estudo, é a de reforçar todo o elemento com armaduras em malha obtidas através da
metodologia proposta por LOURENÇO & FIGUEIRAS (1993, 1995), FIGUEIRAS (2002) e
FIGUEIRAS et alli (1994).

Um dimensionamento tomando partido dessa metodologia em conjunto com o Método dos


Elementos Finitos parece conduzir a resultados mais próximos da realidade por tomar partido das
armaduras mínimas exigidas pelos códigos normativos. Além disso, trata-se de uma solução mais
rápida, uma vez que a definição de um Modelo de Escoras e Tirantes nem sempre é uma tarefa
trivial.

Deve-se observar que existem várias outras soluções parecidas com a proposta anteriormente. Essas
formulações são bem fundamentadas e bem documentadas na literatura: GUPTA (1984), NIELSEN
(1984), FIALKOW (1991) e CEB-FIP Model Code 1990 (1993).

Um problema que fica evidente com as análises realizadas é que às vezes a armadura de fissuração
estabelecida pelos códigos pode ser maior do que as armaduras dos tirantes e, nesse caso, a
disponibilização da armadura em malha pode alterar profundamente o Modelo de Escoras e Tirantes
idealizado. A presença das armaduras em malha pode descaracterizar o modelo concebido e alterar
completamente o fluxo de tensões na estrutura.

O presente trabalho vem a comprovar a potencialidade do Método dos Elementos Finitos e do


Método das Bielas para a análise e dimensionamento de regiões sujeitas a perturbações de ordem
estática e/ou geométrica. No entanto, alerta para o fato de que o Método das Bielas não pode ser
tomado como uma “panacéia” dos problemas de dimensionamento em concreto estrutural devido a
presença constante das armaduras mínimas exigidas pelos códigos normativos.

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Os autores do presente trabalho têm se esforçado para difusão do Método das Bielas, bem como,
têm proposto soluções alternativas utilizando o Método dos Elementos Finitos e o Método Corda-
Painel. Para maiores informações recomenda-se a leitura dos trabalhos desenvolvidos por SOUZA
(2003a,b), SOUZA & BITTENCOURT (2003a,b,c) e FIGUEIRAS et alli (1994).

6. Referências Bibliográficas
[01] ACI Committee 318, “Building Code Requirements for Structural Concrete (ACI 318-2002)
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