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PANORAMA
da situação das Instalações
elétricas prediais no Brasil
UM PERIGO
NÃO APARENTE
Como a situação das instalações
elétricas afeta a todos nós?
ÍNDICE
PREFÁCIO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
DEPOIMENTOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
APRESENTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
RESUMO EXECUTIVO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Normalização
e certificação de produto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
LEGISLAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
MÃO DE OBRA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
PREFÁCIO
O Procobre – Instituto Brasileiro do Cobre* é uma
instituição sem fins lucrativos, patrocinada por
empresas produtoras e transformadoras de cobre,
que tem como objetivo estimular o uso técnico e
econômico do cobre, promovendo sua utilização
correta e eficiente.
Antonio Maschietto Jr
Diretor Executivo
Walter Cover
presidente
Jorge Chaguri
PRESIDENTE
Renato Micheletti
PRESIDENTE
“
voluntário, mas que não têm sido suficientes para conscientizar a
sociedade e o governo para a importância do tema. Por isso, o
que identificamos no mercado são instalações inadequadas,
que oferecem risco à saúde e à vida das pessoas e à
segurança da própria construção.
A situação das instalações elétricas é tão crítica, que A situação das instalações
deveríamos ter no país uma regulamentação federal elétricas é tão crítica, que
exigindo que se faça a certificação das instalações deveríamos ter no país
elétricas de baixa tensão, assim como já ocorre uma regulamentação
em outros países. Trata-se, a nosso ver, da federal exigindo que se
adoção de uma política de Estado em torno faça a certificação das
da segurança, e não de um governo ou partido. instalações elétricas de
baixa tensão, assim como
já ocorre em outros países.
Para facilitar a implementação e para evitar
problemas no mercado e prejuízo aos cidadãos, a
sugestão é que a aplicação dessa certificação ocorra de
maneira escalonada, ao longo de vários anos. Num primeiro
momento, ela pode ocorrer em edifícios públicos. Depois de
um tempo pré-estabelecido, pode ser estendida aos prédios
com grande afluência de público (shoppings, hotéis, hospitais, etc.).
Depois, para edifícios residenciais novos, e assim por diante.
Sem dúvida, os maiores problemas se encontram nos imóveis mais antigos, principalmente
com mais de 20 anos, e na autoconstrução, onde, geralmente, as obras são executadas
sem a devida supervisão de um profissional habilitado, inclusive na parte elétrica (fig. 1).
No caso dos imóveis residenciais autogeridos, cuja maioria é formada por obras horizontais
(casas), mesmo quando se trata de uma construção nova, o atendimento às normas e
regulamentações técnicas não é comum. Ao contrário, na maior parte das situações a
instalação elétrica é feita sem projeto (fig. 2).
21
PARTICIPAM
fig. 1
NÃO PARTICIPAM
POSSUEM
fig. 2
NÃO POSSUEM
informalidade
Fonte: Estudo realizado pela empresa de pesquisa de mercado Soul, a pedido do Procobre,
divulgado em maio de 2014.
22
Esta situação aumenta os riscos na instalação elétrica, que via de regra não tem como
ser segura, visto que apresenta problemas que vão da divisão inadequada dos circuitos,
até a falta de dispositivos de proteção, dimensionamento equivocado dos condutores
elétricos e a falta do fio terra, exigido por lei.
Veja o quadro:
1.711
> estimativa macro
(“topdown”)
1.113
> Valor estimado
pela diferença entre
o mercado total e os
outros segmentos
395
> lançamentos de 203
unidades habitacionais
23%
12%
construções
total de construções construções com construções
1 residenciais no Brasil 2 gestão corporativa 3 residenciais 4 autogeridas
governamentais
No caso das construções efetuadas há mais de 20 anos, também há uma tendência natural
de inadequação em relação ao uso, pois as residências e escritórios de hoje reúnem
uma quantidade maior de dispositivos elétricos, como computadores, eletrodomésticos,
equipamentos de aquecimento e refrigeração.
Ou seja, estes locais demandam mais carga elétrica do que há duas décadas. Por isso,
mesmo que as instalações tenham sido projetadas e executadas em conformidade com
as normas técnicas válidas na época da construção, elas não previam o atual nível de
potências necessárias.
Sem contar que com o passar do tempo a instalação elétrica tem um envelhecimento
natural e seus vários dispositivos podem se deteriorar ou perder rendimento.
23
1
conflito entre valores
2
Evolução dos
3 4
condições defasadas Falta de eficiência no
da carga atual e da critérios técnicos de segurança
capacidade projetada uso da energia elétrica
adotados nas aplicáveis aos usuários
da instalação nas instalações
diferentes épocas e equipamentos
de projeto
Os dados levantados pelo Programa Casa Segura comprovam que, nos edifícios antigos,
a realidade é crítica e, portanto, merece atenção especial. Entre 2005 e 2006, o Programa
realizou um censo e identificou que havia 16 mil edifícios residenciais com mais de 20 anos
na cidade de São Paulo. Deste total, estabeleceu uma amostra de 150 prédios para um
programa-piloto, com vistas à avaliação das instalações elétricas.
Falta de Evidência de
condutor aquecimento
de proteção excessivo dos
condutores
98% Falta de
53%
dispositivo
contra
sobretensão
100%
Quadro com
Dispositivo materiais
de proteção combustíveis
incompatível
93% com os 82%
condutores
Quadro de
distribuição
com partes
79% energizadas
acessíveis
Falta de Falha no
dispositivo sistema
de proteção de proteção
residual - DR contra
VUB
VPB
98% 85% descargas
atmosféricas
- SPDA
S (Aterramento,
descidas,
Fonte: Programa Casa Segura - 2005/2006 continuidade)
Este cenário é tão grave que muitos especialistas da área elétrica alertam que,
se nada for feito, corremos o risco de ter no país novas tragédias de grandes
proporções, como a que ocorreu recentemente no incêndio da boate Kiss, na
cidade de Santa Maria (RS).
Desse total, foi identificado que os choques elétricos causaram 592 mortes e
outros 165 acidentes que geraram sérias sequelas às pessoas. Ao todo, ocorreram
156 acidentes fatais dentro de residências. Além disso, a Abracopel identificou 234
ocorrências de curto-circuito no período, sendo que 200 delas evoluíram para incêndios
de diferentes proporções.
Acidentes envolvendo
eletricidade em 2013 1.015
592
tOtAl
165 curtos-circuitos
24
acidentes por
choques elétricos
com sequelas
descargas
atmosféricas
Fonte: Abracopel
26
16/04/2014
Fonte: Jornal do Commercio - Pernambuco
03/07/2014
Fonte: G1 - Santa Catarina
22/05/2012
Fonte: G1 - Mato Grosso do Sul
28
Um aspecto curioso e que reforça a necessidade de termos uma legislação que obrigue
a certificação das instalações elétricas é que, quando o usuário final de um determinado
imóvel tem informações sobre os riscos de sua instalação, ele geralmente age e acaba
investindo em reformas e atualizações.
Este comportamento fica evidente nos levantamentos do Programa Casa Segura junto
aos edifícios que são vistoriados no âmbito do programa. Após o diagnóstico, os síndicos
desses edifícios recebem um relatório detalhado sobre a condição de suas instalações
elétricas, inclusive com fotos e ilustrações que destacaram os principais problemas. E cabe
a eles levar os resultados obtidos aos moradores, bem como deflagrar o processo de
melhoria nas instalações.
De acordo com os dados levantados pelo Programa Casa Segura, entre 2005 e 2011 foram
realizadas vistorias nas instalações elétricas de 656 edifícios residenciais de seis capitais.
Desse montante, o programa constatou que, em média, 20% das edificações optaram por
realizar algum tipo de adequação das instalações, num período de até um ano após o
recebimento dos relatórios informando as não conformidades das instalações.
Essa percepção de que o usuário com informação acaba, na maioria das vezes, executando
trabalhos de atualização e modernização das instalações elétricas não ocorre apenas no
Brasil. Na França, onde é lei realizar a inspeção para habitações acima de 15 anos de
construção, essa prática é ainda mais comum.
Segundo levantamento feito a partir de uma parceria entre os franceses Consuel, que é
o Comitê Nacional para a Segurança dos Usuários de Energia Elétrica, e a Associação
Promotelec, que é focada em questões sociais para o conforto do lar, quando há uma
negociação de compra e venda de um imóvel na França é preciso fazer a inspeção das
instalações, embora não seja obrigatória a reparação da instalação elétrica quando ela
estiver em não conformidade. No entanto, 96% dos proprietários consultados afirmam ter
intenção de corrigir os defeitos, sendo que 72% deles o fazem no período de até um ano.
Dados levantados pelo Procobre ao longo dos últimos anos ilustram bem os avanços nesses
imóveis, principalmente em função da utilização de dispositivos como o DR (Dispositivo
Diferencial Residual), que são dispositivos que evitam os choques elétricos, e da instalação
de fio terra e de tomadas de 3 polos.
29
Quanto à instalação do fio terra nos edifícios novos sob responsabilidade de construtoras,
os levantamentos do Procobre indicam que a cidade de São Paulo evoluiu de forma
consistente nos últimos anos. Em 1996, por exemplo, apenas 9% dessas edificações
contavam com o fio terra. Em 2004 esse percentual saltou para 69% e, desde 2008, ele
tem se mantido em níveis próximos a 100%.
%
30
A evolução identificada nas construções novas geridas por construtoras reforça a tese de
que, quando há informação e definição de responsabilidades, naturalmente as ações em
torno da segurança e da qualidade das instalações elétricas aparecem.
Essas empresas conhecem bem os riscos do seu negócio e sabem que, no caso de algum
acidente envolvendo a parte elétrica, podem ser responsabilizadas. Daí tomarem mais
cuidado.
No entanto, cabe observar que, sem o devido processo de avaliação das instalações nos
edifícios novos, é impossível afirmar que eles se encontram 100% seguros. Ou seja, mais
uma vez fica evidente a necessidade de adotarmos a certificação das instalações elétricas
de baixa tensão no país.
Fonte: www.fisuel.org
sul
E se engana quem imagina que a certificação das instalações se limita a países mais
desenvolvidos. Muitos dos casos envolvem países com nível de desenvolvimento parecido
com o do Brasil. Muitas vezes, até mais atrasados. Veja o quadro:
Fonte: www.fisuel.org
Um ponto em comum que observamos em todos estes países, sejam eles mais ou menos
desenvolvidos, é que existe algum tipo de legislação de apoio que torna a certificação das
instalações elétricas compulsória. A exceção, no caso, fica por conta da Argentina, onde
a legislação atual se restringe à cidade de Buenos Aires.
31
Uma observação importante é que o modelo de avaliação das instalações elétricas muitas
vezes varia de um país para outro, respeitando a tecnologia adotada em cada local e
as características das instalações elétricas. No entanto, seja qual for o país, não existem
conflitos de conceitos quando consideramos os aspectos de segurança das instalações
em relação a seus usuários, principalmente quanto à proteção contra choques elétricos.
Conheça alguns exemplos:
FRANÇA
O modelo francês realiza inspeções em instalações
novas ou reformadas em residências unifamiliares
com corpo próprio de aproximadamente
300 inspetores. Em edificações residenciais
multifamiliares e comerciais são contratadas
França empresas de inspeção especialmente designadas
e avaliadas como competentes e independentes
para tal atividade.
PORTUGAL
O modelo português dividiu o país em três
regiões, cada uma sob a responsabilidade de
um organismo de inspeção, que são autorizados
pela Certiel Portugal. A certificação envolve
várias etapas, começando pela análise do
projeto para instalações acima de 15 kVA de
potência instalada, seguida de inspeção por
amostragem. Somente de posse do certificado
portuGal da instalação é que o seu proprietário pode
solicitar a ligação de energia e o equivalente
“habite-se” ao governo local.
JAPÃO
O Japão convive com duas realidades de
avaliação, sendo uma compulsória, que é aplicável
às instalações de residências unifamiliares e
edifícios residenciais. A outra, que é voluntária, é
voltada para instalações comerciais e industriais.
Nessa última, atuam os principais organismos
Japão multinacionais de certificação de produtos e
serviços, como condição exigida por contratos
de seguros, locação e na aquisição de imóveis.
ALEMANHA
O país tem como exigência para a
comercialização de imóveis e contratação de
aluguéis a apresentação de laudo de inspeção
da instalação elétrica que garanta que ela é
segura e está adequada à norma nacional de
ALEMANHA instalações.
E isso é o que queremos no Brasil, onde, até o momento, o Estado não tem demonstrado
interesse em atuar nessa área. Em outras palavras, no país o assunto não tem recebido a
devida atenção, apesar dos requisitos técnicos aplicáveis serem basicamente os mesmos
e da infraestrutura nacional ter competência para permitir a adequada verificação.
No nosso entendimento, é essencial e urgente que seja planejado e implementado um
modelo brasileiro, alinhado ao Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade e com
os critérios internacionais, que responda à sociedade com um mecanismo tecnicamente
correto, confiável e independente, que melhore as condições de segurança e eficiência das
instalações.
Normalização
e certificação
de produto
35
Produtos apresentam
situação melhor
TER NORMAS,
É PRECISO
APLICA-LAS
36
A partir desse momento, fica clara a melhoria no nível de qualidade e segurança dos
produtos. Mais que isso, como destaca a Certiel Brasil, o acompanhamento dos materiais
certificados há mais tempo demonstra que a evolução da qualidade dos produtos
encontrados no mercado está diretamente ligada à vigência da certificação.
Ou seja, seria bastante realista afirmar que o mesmo comportamento tende a ocorrer a
partir do momento em que avançarmos na certificação das instalações elétricas. E, mais
uma vez, fica evidente a contribuição que a compulsoriedade dessa certificação, mesmo
que aplicada de forma escalonada ao longo dos anos, pode trazer para o mercado,
principalmente em relação à segurança das pessoas e das construções.
Este aspecto também vale para quem compete no mercado internacional. Com a aceleração
da globalização, as empresas que desejam estabelecer relações de comércio com outros
países precisam seguir as normas técnicas internacionais relacionadas a seus produtos. Da
mesma forma, as companhias que querem atuar no mercado brasileiro precisam atender
às mesmas regras.
Ou seja, a questão técnica tornou-se também uma questão estratégica, onde a avaliação
da conformidade atua como ferramenta estratégica nas relações econômicas, facilitando
o livre comércio entre países e blocos econômicos.
É preciso avançar no
processo de fiscalização
Além de ampliar a gama de materiais elétricos com certificação compulsória, também é
importante que o Inmetro continue melhorando as ações de fiscalização do mercado,
para checar eventuais irregularidades.
“
que atua há mais de dez anos no setor eletroeletrônico,
indicam que entre 15% e 20% dos produtos elétricos com
certificação compulsória apresentam problemas de não
conformidade no Brasil.
Caso seja identificada alguma não conformidade, a Qualifio efetua uma denúncia às
autoridades competentes, onde são emitidas correspondências registradas e encaminhadas
ao Inmetro, à empresa certificadora responsável pelo controle da qualidade e pela autorização
de comercialização do material e ao fabricante do produto.
39
1/3
Os dados levantados pela Qualifio
em 2013 confirmam que ainda há
sérios problemas no setor. De um
total de 149 empresas monitoradas
no mercado neste ano, praticamente
Se a aplicação da NBR 5410 ainda está longe de ser realidade no Brasil em todos os
projetos de instalações elétricas, o mesmo não pode se dizer das normas técnicas de
produtos. Nesse campo o país tem avançado de forma contínua e consistente nas duas
últimas décadas, embora seja necessário evoluir ainda mais.
Um dos fatores que explicam o progresso nessa área foi a opção brasileira em se alinhar
com a IEC (International Electrotechnical Commission), que é a principal entidade mundial
que desenvolve normas técnicas no setor elétrico. Graças a esta iniciativa, o país construiu
uma base normativa que está entre as mais modernas do mundo, abrangendo grande
parte dos produtos elétricos disponíveis no mercado.
Hoje, o nível de exigência das normas técnicas brasileiras é adequado, coerente e ajustado
às normas internacionais. E este é um aspecto essencial para garantir a qualidade e
segurança dos produtos e equipamentos elétricos, desde que corretamente dimensionados
e aplicados.
Outro ponto relevante é que os ganhos em termos de normas técnicas para produtos e
serviços na área elétrica não ocorrem apenas na qualidade do sistema normativo nacional.
O avanço também se dá na quantidade. Atualmente, o Brasil possui quase mil normas
técnicas em vigor voltadas para a área elétrica. Ou seja, não é por falta de base normativa
que uma grande parte das nossas instalações elétricas de baixa tensão encontra-se em
situação perigosa.
33
normas técnicas
brasileiras de produtos elétricos
Legislação
45
“
A regulamentação
é uma ação fundamental
para a aplicação das leis.
“
46
%
Existência de
manutenção
prévia e
ocorrência de SIM
‘Comunique-SE”
NÃO
ESFERA MUNICIPAL
PROJETO/AUTORIA
PROPOSTA
STATUS
Lei nº 8616/2003
-Contém o Código de Posturas do Município de Belo Horizonte (MG)
Regulamentada pelo Decreto nº 14.060/2010
ESFERA ESTADUAL
PROJETO/AUTORIA
PROPOSTA
STATUS
ESFERA FEDERAL
PROJETO/AUTORIA
PROPOSTA
STATUS
INICIATIVAS DE FOMENTO À
CERTIFICAÇÃO DE CONSTRUÇÕES
No Brasil, uma série de ações que visam à obtenção de melhores níveis de eficiência
energética tem contribuído para difundir a questão da certificação de construções entre
a população.
O Procel Edifica é uma dessas iniciativas. Entre os objetivos do programa está a atração
de um número cada vez maior de parceiros ligados aos diversos segmentos da construção
civil, para melhorar a qualidade e a eficiência das edificações. Também existe a proposta
de estimular a pesquisa e o desenvolvimento de soluções que ajudem a reduzir o consumo
de energia nas construções.
Outro trabalho importante é desenvolvido pelo World Green Building Council, que mantém
a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).
A energia elétrica é um dos aspectos avaliados para pleitear a certificação, que pode
proporcionar benefícios como modernização, menor obsolescência da edificação e
melhora na segurança.
Claro que todas essas iniciativas são válidas, afinal, parte-se do princípio que, para uma
instalação ser considerada eficiente, ela deve primeiramente ser segura. Entretanto, é
preciso deixar claro que a qualificação do imóvel dentro das iniciativas citadas e de outras
do gênero não elimina a necessidade de certificação das instalações elétricas, que envolve
uma avaliação mais específica, necessária para aumento da segurança.
53
Portaria nº 51/2014–Inmetro
MÃO DE OBRA
55
Desta forma, para o profissional ser considerado habilitado, é preciso possuir diploma de
curso reconhecido pela autoridade governamental competente (Ministério da Educação)
e registrado no CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia).
“
habilitados conforme definido anteriormente.
Toda essa situação expõe tanto quem executa o serviço quanto o próprio cliente a uma série
de riscos, conforme comprovam as estatísticas de choques elétricos e incêndios decorrentes
de problemas nas instalações elétricas.
57
Voltando à questão central - a situação da mão de obra dedicada ao serviço com instalações
elétricas -, a situação descrita evidencia não só a importância, mas a necessidade de
implantar no país um esquema de certificação de eletricistas, tendo em vista o relevante
papel deste profissional para a segurança das pessoas e das edificações.
Um grande passo nessa direção foi dado com a publicação da Portaria nº 10 do Inmetro
(Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). O documento,
datado de 4 de janeiro de 2011, institui a certificação voluntária para profissionais da área
da construção civil em geral, dentre os quais os eletricistas.
Por outro lado, em 2013 a ABNT publicou a NBR 16215 - Qualificação de pessoas no
processo construtivo de edificações – Perfil profissional do eletricista instalador de
baixa tensão. Esse documento estabelece, entre outros aspectos, os requisitos de
competências do eletricista.
Dessa forma, o Inmetro precisa fazer a revisão da portaria nº 10 para incluir um anexo
regulamentando especificamente a certificação de eletricistas.
Embora exista uma norma pronta e uma portaria publicada que regulamenta o assunto, o
mecanismo de certificação voluntária ainda não foi colocado em prática, devido a alguns
empecilhos.
O processo esbarra ainda no fato de que a certificação, seja de qualquer tipo de profissional,
deverá ser realizada por um Organismo de Certificação de Pessoas acreditado pelo
Inmetro. Só que ainda não existem no Brasil instituições com esse status. Mesmo que um
eletricista quisesse pleitear sua certificação, hoje não teria a quem recorrer.
O fato é que todos têm a ganhar quando o sistema estiver funcionando: haverá a
valorização do trabalho do eletricista certificado, que contará com um diferencial perante
os demais profissionais; as empresas (construtoras, empreiteiras, escritórios de engenharia,
etc.) terão a chancela de que a mão de obra contratada é devidamente preparada; e os
clientes (proprietários dos imóveis) poderão usufruir de instalações elétricas mais seguras,
eficientes e com maior qualidade - que é o objetivo principal de toda essa propositura.
58
EXEMPLO INTERNACIONAL