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a-necessaria-diz-prefeito-.html

PPP da iluminação não é necessária, diz prefeito


Próximo do término do prazo para comissão avaliar contrato de R$ 712 milhões,
prefeito diz que tendência é cancelar parceria

22/04/2017 14h51 Atualizada em 30/11/-0001 00h00

O prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) disse ao Circuito Mato Grosso esta semana que
não há necessidade de contrato para serviços de iluminação pública em Cuiabá. Ele afirma
que a arrecadação atual do município com o setor, cerca de R$ 4 milhões mensais, é o
suficiente para a execução serviços, desde que haja planejamento na administração direta
pelo Executivo.

A prefeitura realiza auditoria no contrato de R$ 712 milhões assinado no fim do ano


passado pelo então prefeito Mauro Mendes (PSB), que autorizou parceria público-privada
(PPP) pelo período de trinta anos com o consórcio Cuiabá Luz. Um relatório de avaliação
do contrato deve ser divulgado na próxima semana e a “tendência” é que parceria seja
cancelada.

“Estou buscando mais informações, mais dados sobre o contrato, mas a tendência é que
o contrato seja cancelado. Não vejo necessidade de um contrato por tanto tempo para os
serviços de iluminação pública. A arrecadação que o município tem hoje com iluminação,
de 3,5 a 4 milhões de reais, é o suficiente para fazer os serviços que são precisos, desde
que haja planejamento para isso”, afirmou.

A comissão instituída para avaliar o contrato tem 120 dias, que se completam no fim de
abril, para concluir os trabalhos e apresentar um relatório.

Pinheiro disse ainda que há previsão para a apresentação de uma nova proposta de
licitação de iluminação pública de transferência dos serviços para a iniciativa privada.
Segundo ele, a intenção é elaborar um planejamento para a administração direta da
prefeitura, dentro do prazo proposto no edital.
O cancelamento pode pôr fim à polêmica sobre a legalidade da contratação milionária.
Além da decisão do prefeito Emanuel Pinheiro, o contrato está suspenso hoje por
determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), que identificou erros graves,
como desequilíbrio no risco de perdas, falta de garantia de restituição dos cofres públicos
e maior peso financeiro para a prefeitura, com o pagamento de contrapartidas.

A avaliação é de um parecer do Ministério Público de Contas (MPC) divulgado em


novembro do ano passado, antes da assinatura do contrato pelo ex-prefeito Mauro
Mendes, mas que só foi julgado em fevereiro deste ano pelo conselheiro substituto Luiz
Carlos Pereira.

O TCE deve julgar o parecer do MPC ainda no primeiro semestre, visto que os pedidos
feitos pela prefeitura para assegurar o trâmite venceram na primeira semana deste mês.
Os pedidos haviam sido feitos pelo prefeito Emanuel Pinheiro para o protocolamento de
informações extras ao parecer do Ministério de Contas sobre a legalidade do contrato.

Direcionamento

Uma fonte consultada pela reportagem afirmou que “é evidente que o contrato foi
direcionado para favorecer a concorrência” ao consórcio Cuiabá Luz. O contrato teria
vícios desde o início do processo com lançamento do edital, que já dificultou a ampla
concorrência.

O desvio já tinha sido identificado pela empresa Engeluz Iluminação e Eletricidade Ltda.,
do Paraná, que tentou suspender o edital no começo de 2016, com recursos no Tribunal
de Justiça e no TCE-MT.

Segundo o gerente de administração e licitação da empresa, Rivail Feliciano, havia no


edital a exigência de que empresas concorrentes apresentassem histórico de instalação de
30 mil lâmpadas LED (tecnologia contratada pela prefeitura) em algum município
brasileiro como garantia de capacidade de realizar os serviços em Cuiabá. Lastro que
demanda a presença de uma fábrica de LED ligada à concorrente.

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