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Objetivo

O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil, e as respectivas divulgações, relacionados aos ativos
biológicos e aos produtos agrícolas.
Alcance
1. Este Pronunciamento deve ser aplicado para contabilizar os seguintes itens relacionados com as atividades agrícolas:
(a) ativos biológicos, exceto plantas portadoras; (Alterada pela Revisão CPC 08)
(b) produção agrícola no ponto de colheita;
(c) subvenções governamentais previstas nos itens 34 e 35.
2. Este pronunciamento não é aplicável em:
(a) terras relacionadas com atividades agrícolas (ver CPC 27 – Ativo Imobilizado e CPC 28 – Propriedade para Investimento);
(b) plantas portadoras relacionadas com a atividade agrícola (ver CPC 27). Contudo, este pronunciamento aplica-se ao produto
dessas plantas portadoras;
(c) subvenção e assistência governamentais relacionadas às plantas portadoras (ver CPC 07);
(d) ativos intangíveis relacionados com atividades agrícolas (ver CPC 04 – Ativo Intangível).
Definições relacionadas com a área agrícola
5. Os seguintes termos são usados neste Pronunciamento com significados específicos:
Atividade agrícola é o gerenciamento da transformação biológica e da colheita de ativos biológicos para venda ou para
conversão em produtos agrícolas ou em ativos biológicos adicionais, pela entidade.
Planta portadora é uma planta viva que:
(a) é utilizada na produção ou no fornecimento de produtos agrícolas;
(b) é cultivada para produzir frutos por mais de um período; e
(c) tem uma probabilidade remota de ser vendida como produto agrícola, exceto para eventual venda como sucata. (Definição
incluída pela Revisão CPC 08)
Produção agrícola é o produto colhido de ativo biológico da entidade.
Ativo biológico é um animal e/ou uma planta, vivos.
Transformação biológica compreende o processo de crescimento, degeneração, produção e procriação que causam mudanças
qualitativa e quantitativa no ativo biológico.
Despesa de venda são despesas incrementais diretamente atribuíveis à venda de ativo, exceto despesas financeiras e tributos
sobre o lucro.
Grupo de ativos biológicos é um conjunto de animais ou plantas vivos semelhantes.
Colheita é a extração do produto de ativo biológico ou a cessação da vida desse ativo biológico.
5A. Não são plantas portadoras:
(a) plantas cultivadas para serem colhidas como produto agrícola (por exemplo, árvores cultivadas para o uso como madeira);
(b) plantas cultivadas para a produção de produtos agrícolas, quando há a possibilidade maior do que remota de que a entidade
também vai colher e vender a planta como produto agrícola, exceto as vendas de sucata como incidentais (por exemplo, árvores
que são cultivadas por seus frutos e sua madeira); e
(c) culturas anuais (por exemplo, milho e trigo). (Incluído pela Revisão CPC 08)
5B. Quando as plantas portadoras não são mais utilizadas para a produção de produtos, elas podem ser cortadas e vendidas
como sucata, por exemplo, para uso como lenha. Essas vendas de sucata incidentais não impedem a planta de satisfazer à
definição de planta portadora. (Incluído pela Revisão CPC 08)
5C. Produto em desenvolvimento de planta portadora é ativo biológico.
Reconhecimento e mensuração
10. A entidade deve reconhecer um ativo biológico ou produto agrícola quando, e somente quando:
(a) controla o ativo como resultado de eventos passados;
(b) for provável que benefícios econômicos futuros associados com o ativo fluirão para a entidade; e
(c) o valor justo ou o custo do ativo puder ser mensurado confiavelmente.
Ganhos e perdas
26. O ganho ou a perda proveniente da mudança no valor justo menos a despesa de venda de ativo biológico reconhecido no
momento inicial até o final de cada período deve ser incluído no resultado do exercício em que tiver origem.
Divulgação -Geral
40. A entidade deve divulgar o ganho ou a perda do período corrente em relação ao valor inicial do ativo biológico e do produto
agrícola e, também, os decorrentes da mudança no valor justo, menos a despesa de venda dos ativos biológicos.
41. A entidade deve fornecer uma descrição de cada grupo de ativos biológicos.
42. A divulgação requerida pelo item 41 pode ter a forma dissertativa ou quantitativa.
43. A entidade é encorajada a fornecer uma descrição da quantidade de cada grupo de ativos biológicos, distinguindo entre
consumíveis e de produção ou entre maduros e imaturos, conforme apropriado. Por exemplo, a entidade pode divulgar o total
de ativos biológicos passíveis de serem consumidos e aqueles disponíveis para produção por grupos. A entidade pode, além
disso, dividir aquele total entre ativos maduros e imaturos. Essas distinções podem ser úteis na determinação da influência do
tempo no fluxo de caixa futuro. A entidade deve divulgar a base para realizar tais distinções.
44. Ativos biológicos consumíveis são aqueles passíveis de serem colhidos como produto agrícola ou vendidos como ativos
biológicos. Exemplos de ativos biológicos consumíveis são os rebanhos de animais mantidos para a produção de carne, rebanhos
mantidos para a venda, produção de peixe, plantações de milho e trigo, produto de planta portadora e árvores para produção
de madeira. Ativos biológicos para produção são os demais tipos como, por exemplo: rebanhos de animais para produção de
leite; árvores frutíferas, das quais é colhido o fruto. Ativos biológicos de produção (plantas portadoras) não são produtos
agrícolas, são, sim, mantidos para produzir produtos. (Alterado pela Revisão CPC 08)
45. Ativos biológicos podem ser classificados como maduros ou imaturos. Os maduros são aqueles que alcançaram a condição
para serem colhidos (ativos biológicos consumíveis) ou estão aptos para sustentar colheitas regulares (ativos biológicos de
produção).
46. As demonstrações contábeis devem divulgar, caso isso não tenha sido feito de outra forma:
(a) a natureza das atividades envolvendo cada grupo de ativos biológicos; e
(b) mensurações ou estimativas não financeiras de quantidade físicas:
(i) de cada grupo de ativos biológicos no final do período; e
(ii) da produção agrícola durante o período.
49. A entidade deve divulgar:
(a) a existência e o total de ativos biológicos cuja titularidade legal seja restrita, e o montante deles dado como garantia de
exigibilidades;
(b) o montante de compromissos relacionados com o desenvolvimento ou aquisição de ativos biológicos; e
(c) as estratégias de administração de riscos financeiros relacionadas com a atividade agrícola.
CPC 07 Definições
3. Os seguintes termos são usados neste Pronunciamento Técnico com as definições descritas a seguir:
Governo refere-se a Governo federal, estadual ou municipal, agências governamentais e órgãos semelhantes, sejam locais,
nacionais ou internacionais.
Assistência governamental é a ação de um governo destinada a fornecer benefício econômico específico a uma entidade ou a
um grupo de entidades que atendam a critérios estabelecidos.
Não inclui os benefícios proporcionados única e indiretamente por meio de ações que afetam as condições comerciais gerais,
tais como o fornecimento de infraestruturas em áreas em desenvolvimento ou a imposição de restrições comerciais sobre
concorrentes.
Subvenção governamental é uma assistência governamental geralmente na forma de contribuição de natureza pecuniária, mas
não só restrita a ela, concedida a uma entidade normalmente em troca do cumprimento passado ou futuro de certas condições
relacionadas às atividades operacionais da entidade. Não são subvenções governamentais aquelas que não podem ser
razoavelmente quantificadas em dinheiro e as transações com o governo que não podem ser distinguidas das transações
comerciais normais da entidade.
Subvenções relacionadas a ativos são subvenções governamentais cuja condição principal para que a entidade se qualifique é a
de que ela compre, construa ou de outra forma adquira ativos de longo prazo. Também podem ser incluídas condições
acessórias que restrinjam o tipo ou a localização dos ativos, ou os períodos durante os quais devem ser adquiridos ou mantidos.
Subvenções relacionadas a resultado são as outras subvenções governamentais que não aquelas relacionadas a ativos.
Isenção tributária é a dispensa legal do pagamento de tributo sob quaisquer formas jurídicas (isenção, imunidade, etc.).
Redução, por sua vez, exclui somente parte do passivo tributário, restando, ainda, parcela de imposto a pagar. A redução ou a
isenção pode se processar, eventualmente, por meio de devolução do imposto recolhido mediante determinadas condições.
Empréstimo subsidiado é aquele em que o credor renuncia ao recebimento total ou parcial do empréstimo e/ou dos juros,
mediante o cumprimento de determinadas condições. De maneira geral, é concedido direta ou indiretamente pelo Governo,
com ou sem a intermediação de um banco; está vinculado a um tributo; e caracteriza-se pela utilização de taxas de juros
visivelmente abaixo do mercado e/ou pela postergação parcial ou total do pagamento do referido tributo sem ônus ou com
ônus visivelmente abaixo do normalmente praticado pelo mercado. Subsídio em empréstimo é a parcela do empréstimo ou do
juro renunciado e a diferença entre o juro ou ônus de mercado e o juro ou o ônus praticado.
Atualização monetária é o reconhecimento de ajuste no valor de ativo e passivo da entidade com base em índice de inflação.
Juro é a remuneração auferida ou incorrida por recurso aplicado ou captado pela entidade.
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo em uma
transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração.
Subvenção governamental
7. Subvenção governamental, inclusive subvenção não monetária a valor justo, não deve ser reconhecida até que exista razoável
segurança de que:
(a) a entidade cumprirá todas as condições estabelecidas e relacionadas à subvenção; e
(b) a subvenção será recebida.
8. A subvenção governamental não deve ser reconhecida até que exista uma razoável segurança de que a entidade cumprirá
todas as condições estabelecidas e relacionadas à subvenção e de que ela será recebida. O simples recebimento da subvenção
não é prova conclusiva de que as condições a ela vinculadas tenham sido ou serão cumpridas.
9. A forma como a subvenção é recebida não influencia no método de contabilização a ser adotado. Assim, por exemplo, a
contabilização deve ser a mesma independentemente de a subvenção ser recebida em dinheiro ou como redução de passivo.
10. Subsídio em empréstimo é reconhecido como subvenção governamental quando existir segurança de que a entidade
cumprirá os compromissos assumidos. Essa segurança de atendimento a compromissos assumidos geralmente pode ser
demonstrada pela administração apenas nos casos em que esses compromissos dependem exclusivamente de providências
internas da entidade, por serem mais confiáveis e viáveis ou, ainda, melhor administráveis do que requisitos que envolvam
terceiros ou situação de mercado. Desse modo, é provável que as condições históricas ou presentes da entidade demonstrem,
por exemplo, que pagamentos dentro de prazos fixados podem ser realizados e dependem apenas da intenção da
administração. Por outro lado, requisitos que dependem de fatores externos, como a manutenção de determinado volume de
venda ou nível de emprego, não podem ser presentemente determináveis e, portanto, a subvenção apenas deve ser
reconhecida quando cumprido o compromisso.
10A. O benefício econômico obtido com empréstimo governamental por uma taxa de juros abaixo da praticada pelo mercado
deve ser tratado como subvenção governamental. O empréstimo deve ser reconhecido e mensurado de acordo com o CPC 48 –
Instrumentos Financeiros. O benefício econômico advindo da taxa de juros contratada abaixo da praticada pelo mercado deve
ser mensurado por meio da diferença entre o valor contábil inicial do empréstimo, apurado conforme o CPC 48, e o montante
recebido. O benefício econômico obtido deve ser contabilizado de acordo com este pronunciamento. A entidade deve
considerar as condições e obrigações que foram ou que devem ser atendidas ao identificar os custos que o benefício do
empréstimo pretende compensar.
15. O tratamento contábil da subvenção governamental como receita deriva dos seguintes principais argumentos:
(a) uma vez que a subvenção governamental é recebida de uma fonte que não os acionistas e deriva de ato de gestão em
benefício da entidade, não deve ser creditada diretamente no patrimônio líquido, mas, sim, reconhecida como receita nos
períodos apropriados;
(b) subvenção governamental raramente é gratuita. A entidade ganha efetivamente essa receita quando cumpre as regras das
subvenções e cumpre determinadas obrigações. A subvenção, dessa forma, deve ser reconhecida como receita na
demonstração do resultado nos períodos ao longo dos quais a entidade reconhece os custos relacionados à subvenção que são
objeto de compensação;
(c) assim como os tributos são despesas reconhecidas na demonstração do resultado, é lógico registrar a subvenção
governamental que é, em essência, uma extensão da política fiscal, como receita na demonstração do resultado.
38. Neste Pronunciamento, a assistência governamental não inclui o fornecimento de infraestruturas por meio da melhoria da
rede de transportes e de comunicações gerais e o fornecimento de recursos desenvolvidos, tais como, exemplificativamente,
irrigação ou rede de águas que fiquem disponíveis em base contínua e indeterminada para benefício de toda comunidade local.
Conjunto completo de demonstrações contábeis
10. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:
(a) balanço patrimonial ao final do período;
(b1) demonstração do resultado do período;
(b2) demonstração do resultado abrangente do período;
(c) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;
(d) demonstração dos fluxos de caixa do período;
(e) notas explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e outras informações elucidativas;
(ea) informações comparativas com o período anterior, conforme especificado nos itens 38 e 38A;
(f) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado, quando a entidade aplicar uma
política contábil retrospectivamente ou proceder à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou
quando proceder à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis de acordo com os itens 40A a 40D; e
(f1) demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por
algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente. (Alterada pela Revisão CPC 03)
A entidade pode usar outros títulos nas demonstrações em vez daqueles usados neste Pronunciamento Técnico, desde que não
contrarie a legislação societária brasileira vigente.
Demonstrações contábeis - Finalidade das demonstrações contábeis
9. As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da
entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de CPC_26_R1 proporcionar informação acerca da posição patrimonial e
financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e
tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da
administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. Para
satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte:
(a) ativos;
(b) passivos;
(c) patrimônio líquido;
(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;
(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; e
(f) fluxos de caixa.
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas, ajudam os usuários das
demonstrações contábeis a prever os futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua
geração.
Considerações gerais
16. A entidade cujas demonstrações contábeis estão em conformidade com os Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e
Orientações do CPC deve declarar de forma explícita e sem reservas essa conformidade nas notas explicativas. A entidade não
deve afirmar que suas demonstrações contábeis estão de acordo com esses Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e
Orientações a menos que cumpra todos os seus requisitos.
PME- Demonstrações contábeis para fins gerais
P4 Os Pronunciamentos, Interpretações e Orientações são projetados para serem aplicados às demonstrações contábeis para
fins gerais e outros relatórios financeiros de todas as empresas com fins lucrativos. As demonstrações contábeis para fins gerais
são dirigidas às necessidades comuns de vasta gama de usuários externos à entidade, por exemplo, sócios, acionistas, credores,
empregados e o público em geral. O objetivo das demonstrações contábeis é oferecer informação sobre a posição financeira
(balanço patrimonial), o desempenho (demonstração do resultado) e fluxos de caixa da entidade, de modo que seja útil aos
usuários para a tomada de decisões econômicas.
P5 Demonstrações contábeis para fins gerais são aquelas direcionadas às necessidades de informação financeira gerais de vasta
gama de usuários que não estão em posição de exigir relatórios feitos sob medida para atender suas necessidades particulares
de informação. As demonstrações contábeis de uso geral incluem aquelas que são apresentadas separadamente ou dentro de
outro documento público como um relatório anual ou um prospecto.
Contabilidade para pequenas e médias empresas (PMEs)
P6 O CPC está emitindo em separado este Pronunciamento Técnico PME para aplicação às demonstrações contábeis para fins
gerais de empresas de pequeno e médio porte (PMEs), conjunto esse composto por sociedades fechadas e sociedades que não
sejam requeridas a fazer prestação pública de suas contas. Este Pronunciamento é denominado: Contabilidade para Pequenas e
Médias Empresas (PMEs).
P7 O termo empresas de pequeno e médio porte adotado neste Pronunciamento não inclui
(i) as companhias abertas, reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM;
(ii) as sociedades de grande porte, como definido na Lei nº. 11.638/07;
(iii) as sociedades reguladas pelo Banco Central do Brasil, pela Superintendência de Seguros Privados e outras
sociedades cuja prática contábil é ditada pelo correspondente órgão regulador com poder legal para tanto.
P8 As PMEs muitas vezes produzem demonstrações contábeis apenas para o uso de proprietários-administradores ou apenas
para o uso de autoridades fiscais ou outras autoridades governamentais. Demonstrações contábeis produzidas apenas para
esses propósitos não são, necessariamente, demonstrações contábeis para fins gerais.

P9 As leis fiscais são específicas, e os objetivos das demonstrações contábeis para fins gerais diferem dos objetivos das
demonstrações contábeis destinadas a apurar lucros tributáveis. Assim, não se pode esperar que demonstrações contábeis
elaboradas de acordo com este Pronunciamento para PMEs sejam totalmente compatíveis com as exigências legais para fins
fiscais ou outros fins específicos. Uma forma de compatibilizar ambos os requisitos é a estruturação de controles fiscais com
conciliações dos resultados apurados de acordo com este Pronunciamento e por outros meios.
Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis
Compreensibilidade
2.4 A informação apresentada em demonstrações contábeis deve ser apresentada de modo a torna-la compreensível por
usuários que têm conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e de contabilidade, e a disposição de estudar
a informação com razoável diligência. Entretanto, a necessidade por compreensibilidade não permite que informações
relevantes sejam omitidas com a justificativa que possam ser de entendimento difícil demais para alguns usuários.
Relevância
2.5 A informação fornecida em demonstrações contábeis deve ser relevante para as necessidades de decisão dos usuários. A
informação tem a qualidade da relevância quando é capaz de influenciar as decisões econômicas de usuários, ajudando-os a
avaliar acontecimentos passados, presentes e futuros ou confirmando, ou corrigindo, suas avaliações passadas.
Materialidade
2.6 A informação é material – e, portanto, tem relevância – se sua omissão ou erro puder influenciar as decisões econômicas de
usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis. A materialidade depende do tamanho do item ou imprecisão julgada
nas circunstâncias de sua omissão ou erro. Entretanto, é inapropriado fazer, ou deixar sem corrigir, desvios insignificantes das
práticas contábeis para se atingir determinada apresentação da posição patrimonial e financeira (balanço patrimonial) da
entidade, seu desempenho (resultado e resultado abrangente) ou fluxos de caixa.
Confiabilidade
2.7 A informação fornecida nas demonstrações contábeis deve ser confiável. A informação é confiável quando está livre de
desvio substancial e viés, e representa adequadamente aquilo que tem a pretensão de representar ou seria razoável de se
esperar que representasse.
Demonstrações contábeis não estão livres de viés (ou seja, não são neutras) se, por meio da seleção ou apresentação da
informação, elas são destinadas a influenciar uma decisão ou julgamento para alcançar um resultado ou desfecho pré-
determinado.
Primazia da essência sobre a forma
2.8 Transações e outros eventos e condições devem ser contabilizados e apresentados de acordo com sua essência e não
meramente sob sua forma legal. Isso aumenta a confiabilidade das demonstrações contábeis.
Prudência
2.9 As incertezas que inevitavelmente cercam muitos eventos e circunstâncias são reconhecidas pela divulgação de sua natureza
e extensão e pelo exercício da prudência na elaboração das demonstrações contábeis. Prudência é a inclusão de certo grau de
precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas exigidas de acordo com as condições de incerteza, no sentido
de que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados. Entretanto, o
exercício da prudência não permite subvalorizar deliberadamente ativos ou receitas, ou a superavaliação deliberada de passivos
ou despesas. Ou seja, a prudência não permite viés.
Integralidade
2.10 Para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis deve ser completa, dentro dos limites da
materialidade e custo. Uma omissão pode tornar a informação falsa ou torná-la enganosa e, portanto, não confiável e deficiente
em termos de sua relevância.
Comparabilidade
2.11 Os usuários devem ser capazes de comparar as demonstrações contábeis da entidade ao longo do tempo, a fim de
identificar tendências em sua posição patrimonial e financeira e no seu desempenho. Os usuários devem, também, ser capazes
de comparar as demonstrações contábeis de diferentes entidades para avaliar suas posições patrimoniais e financeiras,
desempenhos e fluxos de caixa relativos. Assim, a mensuração e a apresentação dos efeitos financeiros de transações
semelhantes e outros eventos e condições devem ser feitas de modo consistente pela entidade, ao longo dos diversos períodos,
e também por entidades diferentes.
Adicionalmente, os usuários devem ser informados das políticas contábeis empregadas na elaboração das demonstrações
contábeis, e de quaisquer mudanças nessas políticas e dos efeitos dessas mudanças.
Tempestividade
2.12 Para ser relevante, a informação contábil deve ser capaz de influenciar as decisões econômicas dos usuários.
Tempestividade envolve oferecer a informação dentro do tempo de execução da decisão. Se houver atraso injustificado na
divulgação da informação, ela pode perder sua relevância. A administração precisa ponderar da necessidade da elaboração dos
relatórios em época oportuna, com a necessidade de oferecer informações confiáveis. Ao atingir-se um equilíbrio entre
relevância e confiabilidade, a principal consideração será como melhor satisfazer as necessidades dos usuários ao tomar
decisões econômicas.
Equilíbrio entre custo e benefício
2.13 Os benefícios derivados da informação devem exceder o custo de produzi-la. A avaliação dos custos e benefícios é, em
essência, um processo de julgamento. Além disso, os custos não recaem necessariamente sobre aqueles usuários que usufruem
dos benefícios e, frequentemente, os benefícios da informação são usufruídos por vasta gama de usuários externos.
2.14 A informação derivada das demonstrações contábeis auxilia fornecedores de capital a tomar melhores decisões, o que
resulta no funcionamento mais eficiente dos mercados de capital e no menor custo de capital para a economia como um todo.
Entidades, individualmente, também usufruem dos benefícios, incluindo melhor acesso aos mercados de capital, efeitos
favoráveis nas relações públicas e, talvez, custos menores de capital. Os benefícios também podem incluir melhoria no processo
de tomada de decisões da administração, porque a informação financeira utilizada internamente é frequentemente baseada, ao
menos em parte, em informações elaboradas para os propósitos de apresentar demonstrações contábeis para fins gerais.

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