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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


CAMPUS BELÉM
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL E ENERGIAS RENOVÁVEIS

ALBERTINO MONTEIRO NETO


KEMUEL MACIEL FREITAS
LUCAS MOTA BATISTA
LUCIANE GOMES FIEL
MARINA COSTA DE SOUSA

RELATÓRIO DE PROJETO

Belém/PA
2018
ALBERTINO MONTEIRO NETO
KEMUEL MACIEL FREITAS
LUCAS MOTA BATISTA
LUCIANE GOMES FIEL
MARINA COSTA DE SOUSA

RELATÓRIO DE PROJETO

Projeto de Pesquisa apresentado no curso de


Engenharia Ambiental e Energias Renováveis
da Universidade Federal Rural da Amazônia –
UFRA, como requisito para a conclusão da
disciplina de Sistemas Ciberfísicos, sob
orientação da Professora Celine Marques.

BELÉM
2018
INTRODUÇÃO
A chegada das primeiras centrais hidrelétricas no Brasil aconteceu no final do século
XIX e início do século XX e foi marcada pela presença de pequenos aproveitamentos
hidroenergéticos. Até a década de 1950, o país apoiou a sua eletrificação nas pequenas e médias
centrais, sendo estas pertencentes à iniciativa privada ou ao município. Dessa forma, foram
criadas verdadeiras malhas com a interligação de pequenos sistemas municipais, com o objetivo
de obter confiabilidade e melhor operação desses empreendimentos, tal como citam Bajay e
Santos (1986).

A política tarifária da época associada a uma inflação significativa atenuou os


investimentos privados no setor elétrico. Isto impôs ao Estado ter maior participação no setor,
garantindo a expansão do parque gerador. Segundo Viana e Viana (2005), “toda a filosofia de
suprimento de energia elétrica estava sendo mudada com o surgimento dos grandes sistemas
elétricos de natureza estatal ao invés dos pequenos sistemas com características regionais e
pertencentes à iniciativa privada ou municipal”.

Hoje a realidade energética é diferente. Para implantar a livre concorrência e a


competitividade, privatizaram-se as concessionárias de energia elétrica, através da implantação
de uma regulação e fiscalização, em busca de transparência para atrair o capital estrangeiro.
Dentro dessa nova realidade, com o trauma da crise energética de 2001, a centralização do
planejamento energético do país no MME e o programa de universalização de energia, os
pequenos aproveitamentos hidroenergéticos voltaram a receber atenção dentro do cenário
energético nacional.

De modo geral, as políticas voltadas para este setor avançam. O intuito principal é a
regularização, devido a necessidade de revisar os antigos critérios, estabelecidos para Pequenas
Centrais Hidrelétricas, pautados exclusivamente na potência instalada, sem levar em
consideração o impacto global da central ao meio ambiente e aspectos relacionados à segurança.

PRODUÇÃO DE ENERGIA HIDRELÉTRICA


O processo de geração de energia hidrelétrica é uma aplicação da Lei de Conservação
de Energia, de modo que a energia gerada pela usina é produto da conversão da energia cinética
ou potencial em energia elétrica, através de turbinas que realizam essa “conversão”.
Considerando que a energia cinética exige uma certa velocidade e a potencial um diferencial de
altura, os locais mais adequados para a instalação desse tipo de usina seriam rios com uma
vazão considerável e/ou com um desnível significativo. (SOSNOSKI, 2015)
𝑃𝑛 = 𝑄. 𝐻. 𝑔. 𝜌á𝑔𝑢𝑎 (Equação 1)

A equação 1 fornece uma ideia de como a vazão (Q) e a altura (H) se relacionam para
determinar o Potencial de geração. (SOSNOSKI, 2015). No entanto, a empresa Belga Turbulent
desenvolveu uma turbina que pode ser usada em situações que diminuem os possíveis impactos
causados ao meio ambiente e que trabalham em menor escala, os dados fornecidos pelo site da
empresa indicam que com um desnível de apenas 2 metros e uma vazão de 2m3/s é possível
gerar até 210kWh.

A aplicação dessa tecnologia em áreas rurais ou até mesmo em perímetros urbanos que
tenham rios próximos é altamente viável, visto que é possível instalar a turbina com um mínimo
de impactos ao curso do rio, desviando um canal ou instalando-a no próprio curso do rio, de
forma que as limitações quanto ao desnível podem ser solucionadas pela altura do desvio,
considerado no projeto ambiental.

FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO
A utilização de um sistema de minicentral hidrelétrica como geradora de energia,
principalmente em áreas isoladas ou no meio rural, representa um dos processos mais
importantes a serem incentivados no Brasil, pois é fato que a eletrificação dessas áreas é
fundamental para levar adiante programas de desenvolvimento de uma região. Dessa forma, ela
deve ser vista não só como um fator capaz de permitir a melhoria das condições de trabalho,
mas também elevar as condições de vida da comunidade.

Uma minicentral hidrelétrica apresenta um aproveitamento hidroenergético de 100 kW


< P ≤ 1000 kW e pode gerar energia elétrica para alimentar até sessenta casas. Segundo Stano
(2002), estima-se que haja hoje mais de 1.000 minicentrais e microcentrais com potências
médias de 300kW, entre centrais desativadas e em funcionamento.

A distribuição da energia proveniente desse sistema é realizada através de uma linha de


transmissão, esta é responsável pelo transporte da energia gerada até o ponto de consumo, que
geralmente são as residências locais. No caso de linhas aéreas de transmissão, tanto em baixa-
tensão quanto em média-tensão, deve ser dada preferência pela utilização de cabos de alumínio
nu, que são mais baratos e mais leves. A bitola do cabo deve ser escolhida em função da corrente
nominal e da queda de tensão. No caso de potências muito pequenas, a bitola do cabo pode
resultar muito pequena, o que implica em pequena resistência mecânica do condutor. Nesses
casos o critério de especificação passa a ser a resistência mecânica. De forma geral não devem
ser especificados condutores com bitola inferior a 10 mm² (HORTA & FILHO, 2007).
VANTAGENS SOCIOECONÔMICAS E AMBIENTAIS
A produção de energia hidrelétrica enfrenta uma crescente restrição a sua expansão, em
grande parte relacionada a fatores ambientais e a definição de locais economicamente
vantajosos. Com isso, o uso de usinas mini hidrelétricas são uma forma de aproveitar o potencial
de uma fonte hidro energética natural, renovável e gratuita de rios e igarapés, aproveitando a
correnteza e as quedas d’água. As fontes de energias renováveis, ou seja, limpas, denominada
assim por fornecer energia sem poluição ao ambiente, são uma alternativa sustentável para
atender a demanda energética de um país.

Segundo Nilton (2005) a implementação de mini usinas hidrelétricas como qualquer


empreendimento que gera impactos ambientais, para ser realizada necessitará estudos que
atestem esses impactos, e assim se possibilitará o uso de medidas compensatórias no local em
que a pequena central será instalada. O desenvolvimento de uma região depende fortemente da
energia elétrica, contudo é impossível produzir energia em quantidade suficiente para suprir a
necessidade atual sem que com isso ocorram impactos ambientais.
A implementação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) torna-se positiva, pois pode
auxiliar no desenvolvimento social e econômico de regiões isoladas que têm dificuldade de
acesso a energia elétrica proveniente das grandes centrais. É importante enfatizar que nem
sempre a melhor alternativa energética para uma região seja a construção de uma PCH, visto
que dependendo da localidade e de suas condições climáticas e hídricas, outra fonte renovável
como a energia solar ou eólica pode ser mais satisfatória. (PERIUS e CARREGARO, 2012)
Assim, para implementação de mini usinas hidrelétricas são vantagens aparentes: o não
alagamento de grandes áreas, diminuindo assim a perda de biodiversidade local; o não
deslocamento de comunidades da região, diminuindo os problemas sociais e de saúdes;
aumento do acesso a energia por comunidades rurais ou afastadas; e melhora da qualidade de
vida local. As limitações são; gastos com estudos para analisar velocidade e vazão da água na
região de instalação; encarecimento com manutenção e instalação.

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS
HORTA, Fábio José N., FILHO, Geraldo Lúcio T. “SÉRIE ENERGIAS RENOVÁVEIS:
MICROCENTRAIS HIDRELÉTRICAS”. 1º Edição. Itajubá, 2007. Acesso em: 12
mar.2018
NILTON, C.L. O impacto das Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCH no meio ambiente.
2009.Disponível em: <http://www.solenerg.com.br>. Acesso em: 12 março de 2018.

PERIUS, Marlon Roger; CARREGARO, Juliano Bonfim. Pequenas Centrais Hidrelétricas


como Forma de Redução de Impactos Ambientais e Crises Energéticas. Ensaios e Ciência:
Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, Valinhos- Sp, v. 16, n. 2, p.135-150, ago. 2012.
Acesso em: 12 mar. 2018
SOSNOSKI, André Sandor Kajdacsy-Balla. Produção de energia por mini e micro
hidrelétricas na rede de distribuição de água. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo
(USP), São Paulo, p. 167. 2015.
VIANA, Fabiana Gama; VIANA, Augusto Nelson Carvalho. Microcentrais hidrelétricas:
alternativa às comunidades rurais isoladas. Campinas: UNICAMP, 2005.

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