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Composição do Fruto:
Todo fruto tem Gosto, cheiro, formato, cor, consistência, textura, etc. que são características do fruto e que
o definem como aquele fruto em particular. Assim também é com o fruto do Espírito.
Todos sabem que no original grego não havia pontuação. No texto de Gálatas, seria melhor traduzido como:
“O fruto do Espírito é AMOR: paz, alegria, longanimidade, benignidade, bondade, mansidão, domínio
próprio; contra essas coisas não há lei!” Em outras palavras o fruto do Espírito é descrito pelas partes ou
características que o compõe.
Da mesma maneira é com o famoso 1 Coríntios 13. Poderia se dizer que este capítulo é um paralelo poético
de Gálatas (texto mencionado acima). Enquanto Gálatas está preocupado em fazer contraste entre a
natureza carnal (obras da carne) e a natureza espiritual (fruto do Espírito), 1 Coríntios está com o foco
completamente no Amor em si e nas características que o compõe.
Veja o leitor, que se o AMOR fosse um dom como os outros do capítulo 12, ele precisaria inevitavelmente
seguir a lógica dos outros dons, certo? No entanto ao entender o AMOR em outra categoria, sou levado a
uma postura menos passiva e mais ativa. Não é algo que eu recebo apenas… É muito mais do que algo que
vem de Deus para nós, é algo que Deus é, e gostaria que fôssemos também. É claro que eu não consigo
produzir esse amor e que ele vem de Deus: “nós amamos por que Ele nos amou primeiro!” diz a palavra,
para que não tenhamos dúvidas sobre a origem. O que Paulo quer deixar claro que o AMOR não é um dos
dons como na lista do capítulo 12.
Quero concluir que o Apóstolo nos desafia a muito mais do que exercer um dom, muito mais do que fazer
isso ou aquilo ele nos convida a ser! Sim, ser AMOR. Ser o AMOR ÁGAPE em carne e osso ambulante.
Apesar de ter sido usado por outro Apóstolo, João, creio que Paulo quer utilizar a mesma expressão de
João: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade…” (cf. Jo. 1:14).
Claro que estou filosofando aqui na tentativa de estimular o leitor e a mim mesmo a buscar viver o amor
como um princípio básico de funcionamento da vida. Atos de amor separados e dependentes das
circunstâncias que nos envolvem todos os dias parece não ser o que o apóstolo Paulo tem em mente aqui.
Outra coisa que parece não ser a intenção de Paulo aqui é que você tem ou não tem um dom do amor.
Esse raciocínio transfere a responsabilidade que é nossa para Deus, o que tende a gerar cristãos
irresponsáveis e dependentes de uma certa “mágica” desempenhada por Deus.
O Paralelo
Como o AMOR se desenvolve em nós? É como uma casa, ela não é construída de uma vez… As partes
precisam ser feitas uma a uma ao longo de um processo. O amor precisa ser construído em suas partes:
paz, alegria, ânimo longo, etc. Ao eu me desenvolver nas partes, eu vou me desenvolvendo no todo.
Quem será que vai conseguir amar mais, quem está se desenvolvendo na paciência ou quem nem quer
saber de ter paciência? Quem vai conseguir expressar mais amor, alguém que está cultivando a paz, ou
alguém que vive com um turbilhão dentro de si? Onde o amor será mais percebido, na vida de alguém que
compreende e se desenvolve na prática da alegria vinda de Deus, ou uma pessoa que vive derrubada,
desesperada, ou mesmo em assim chamadas “alegrias” completamente passageiras, marcadas apenas pelas
circunstâncias?
É claro que sabe amar mais quem está crescendo nas características descritas em Gálatas 5 e 1 Coríntios 13.
Sem desenvolver cada uma dessas características do FRUTO, nunca ele se desenvolverá em nós.