Você está na página 1de 14

ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP

Ciências Humanas & Tecnologias


Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015

Objetivo: Desenvolver capacidades e competências para o entendimento do arranjo espacial do mundo moderno, suas
peculiaridades, transformações da sociedade e as atividades produtivas.
“Espaço Geográfico” – DEMOGRAFIA – POPULAÇÃO & AMBIENTE ECONOMICO.
ANO
2º Ano A B C D E F G H Aproveitamento I R B MB
4ºBimestre 2015

Grupo de estudos
Nº de chamada

Proposta: Tema / Demografia – População.

CONCEITOS BÁSICOS EM DEMOGRAFIA


A Demografia é uma ciência que tem por finalidade o estudo de populações humanas, enfocando aspectos

tais como sua evolução no tempo, seu tamanho, sua distribuição espacial, sua composição e características

gerais. Uma preocupação fundamental no estudo das populações humanas é com o seu tamanho em

determinado momento e com os possíveis fenômenos que determinam ou afetam esse tamanho, tais como

os nascimentos, os óbitos e fenômenos migratórios. É importante investigar de que modo cada um desses

componentes pode ser afetado por mudanças nos demais e como esses fenômenos se relacionam entre si.

Além da preocupação com o tamanho e crescimento da população, é de fundamental importância em

Demografia o estudo da composição da população por idade e sexo, principalmente pela sua repercussão

sobre os fenômenos demográficos, sociais e econômicos. Existem outras características populacionais que

merecem destaque pela sua importância na compreensão de outros fenômenos de natureza social e

econômica, entre elas, a estrutura populacional segundo estado civil, região geográfica de residência ou de

nascimento, condição de atividade econômica etc. O tamanho e a composição são considerados aspectos

estáticos de uma população. No entanto, a Demografia trata também dos aspectos dinâmicos das

populações, ou seja, das mudanças e inter-relações entre as variáveis demográficas básicas – fecundidade,

mortalidade e migração.

1
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015

 Após a leitura atenta dos Conceitos Básicos da Demografia indico elementos


complementares aos estudos e solicito a elaboração de uma descrição técnica dos
mesmos:
1. População Absoluta: População absoluta é o número total de habitantes de um
lugar (país, cidade etc.). Quando um determinado lugar possui um grande número
de habitantes, dizemos que é populoso ou de grande população absoluta; e quando
possui um pequeno número de habitantes, dizemos que é não-populoso ou de
pequena população absoluta.
Também pode ser definida como população fixa, que tem suas casas ou moradias
fixas. Assim, o país que apresenta um elevado número de população absoluta é
chamado de populoso. A população mundial hoje é de cerca de 6.612.835.211, e os
cinco países mais populosos do mundo são: China, Índia, Estados Unidos, Indonésia
e Brasil.
2. População Relativa: População relativa é também chamada de densidade
demográfica, e algumas pessoas confundem população absoluta com densidade
demográfica. Densidade demográfica é a média de habitantes por km2, para obtê-
la basta dividir a população absoluta pela área. Quando um lugar possui elevada
densidade demográfica dizemos que é densamente povoado; e quando possui
baixa densidade dizemos que é fracamente povoado.
3. Crescimento Vegetativo ou Natural: Crescimento vegetativo ou natural é a
diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de um determinado
local ou país geralmente expressa em porcentagem.
Então podemos dizer que para o crescimento vegetativo ser positivo, a taxa de
fecundidade, ou seja, de natalidade, precisa ser superior a dois filhos por mãe.
Leva-se em conta, porém, que o crescimento vegetativo está diretamente ligado à
atualidade sócio-econômica do país, afinal quanto melhor a infra-estrutura, as
condições sociais do país, tende a ser menor o crescimento vegetativo. Um
crescimento vegetativo negativo, típico de países com alto IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano), e antiga industrialização não pode ser visto como
benéfico. Tal fato, traz conseqüências futuras ruins para o país como previdência
social sobrecarregada, afinal a população ativa não é suficiente para "suportar o
país" e também o fato dos altos gastos do governo com a terceira idade. Sendo que
cada vez mais se percebe o crescimento dessa faixa etária e uma diminuição
relativa da faixa mais jovem.
4. Pirâmides Etárias & Gêneros: Pirâmide etária é um gráfico organizado para
classificar a população de uma determinada localidade conforme as faixas de idade,
dividindo-as por sexo. Esse gráfico é formado por barras superpostas que se
concentram em torno de um eixo. As barras inferiores representam a população

2
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015
mais jovem e as barras superiores representam a população mais velha. Do lado
direito do eixo, sempre se quantifica a população feminina e, do lado esquerdo, a
popula Existem quatro tipos principais de pirâmides populacionais, que são
classificadas conforme a idade predominante da população.
Pirâmide Jovem: possui uma base mais larga, em virtude dos altos índices de
natalidade e um topo muito estreito, em função da alta mortalidade e da baixa
natalidade em tempos anteriores. Esse tipo de pirâmide é visto com mais
frequência em países subdesenvolvidos.
Pirâmide Adulta: possui uma base também larga, porém com uma taxa de
natalidade menor em face da população infantil e jovem. A pirâmide brasileira
acima representada é um exemplo de pirâmide adulta.
Pirâmide Rejuvenescida: apresenta um relativo aumento do número de jovens em
relação a um período anterior, em função do aumento da fecundidade, geralmente
em países desenvolvidos que estimulam a natalidade.
Pirâmide Envelhecida: a população adulta é predominante e a base bem reduzida,
apresentando uma quantidade de idosos significativamente maior em comparação
às demais pirâmides. Esse tipo de pirâmide é mais comum em países desenvolvidos.
ção masculina

5. Distribuição espacial da população:


 Ecúmeno, Anecúmeno: areas ecumenos, que significa "habitada (a Terra)",
ou seja, a área habitável ou já habitada da Terra - e o anecúmenos , que é
composto por áreas desprovidas de povoamento ou que, devido às suas
condições naturais, abrigam pouquíssimos indivíduos. O termo ecúmeno,
portanto, refere-se às áreas da superfície terrestre que já foram, estão
sendo ou ainda virão a ser ocupadas pelo homem - com a finalidade de ali se
instalar ou, então, de explorá- las economicamente. Geralmente, essas
regiões têm boas condições para a ocupação: relevo plano, latitudes médias
e proximidade às bacias hidrográficas
 Populoso, Povoado: Populoso (população absoluta): é a quantidade total de
habitantes de um determinado lugar.
Povoado (população relativa): refere-se à distribuição da população pelo
território, isto é, a sua densidade demográfica, ou número de habitantes por
quilômetro quadrado (km²).
6. PEA - População Economicamente Ativa & Distribuição de renda: PEA – População
Economicamente Ativa – é um conceito elaborado para designar a população que
está inserida no mercado de trabalho ou que, de certa forma, está procurando se
inserir nele para exercer algum tipo de atividade remunerada.]

3
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015
Assim, a parte da população que está desempregada e que não busca empregos,
como crianças menores que 10 anos, estudantes que não trabalham, donas de casa
que exercem apenas funções domésticas não remuneradas, entre outros, é incluída
naquilo que se denomina por População Economicamente Inativa.

7. Índices: IDH e GINI:


IDH significa Índice de Desenvolvimento Humano, uma medida importante
concebida pela ONU (Organização das Nações Unidas) para avaliar
a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico de uma população.
Anualmente é elaborado o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com base em
três pilares (Saúde, Educação e Renda) que são medidos da seguinte forma:

 Uma vida longa e saudável (Saúde): expectativa de vida ao nascer


 O acesso ao conhecimento (Educação): média de anos de estudo (adultos) e
anos esperados de escolaridade (crianças)
 Um padrão de vida decente (Renda): medido pela Renda Nacional Bruta
(RNB) com base na Paridade de Poder de Compra (PPC) por habitante

O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instrumento


para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo.Ele aponta a
diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente,
varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a
situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um (ou cem) está
no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza. Na prática, o Índice
de Gini costuma comparar os 20% mais pobres com os 20% mais ricos. No Relatório
de Desenvolvimento Humano 2004, elaborado pelo Pnud, o Brasil aparece com
Índice de 0,591, quase no final da lista de 127 países. Apenas sete nações
apresentam maior concentração de renda.

8. Movimentos Migratórios: IDH significa Índice de Desenvolvimento Humano, uma


medida importante concebida pela ONU (Organização das Nações Unidas) para
avaliar a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico de uma população.
Anualmente é elaborado o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com base em três
pilares (Saúde, Educação e Renda) que são medidos da seguinte forma:
Uma vida longa e saudável (Saúde): expectativa de vida ao nascer

4
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015
O acesso ao conhecimento (Educação): média de anos de estudo (adultos) e anos
esperados de escolaridade (crianças)
Um padrão de vida decente (Renda): medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) com
base na Paridade de Poder de Compra (PPC) por habitante

The Demographic Transition model

http://www.geographylwc.org.uk/GCSE/igcse/population/popgrowth.html

 Questionamentos & Reflexões:

DEMOGRAFIA - Dinâmicas estruturais e sócio econômicas

5
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015

- Levando em conta o detalhamento proposto pelo texto sobre conceito de


DEMAGRAFIA e os indicadores da Tabela de Transição podemos indicar os
tópicos abaixo como relevantes em “Q&R” para o desenvolvimento do tema.
Discorra sobre cada um.
 O rápido aumento da população do mundo nos últimos tempos, “A explosão
populacional".
No século XIX, verificou-se um crescimento muito rápido e acentuado da população
mundial e, em especial, da Europa industrializada, falando-se, por isso, de uma explosão
demográfica.
No século XIX impôs-se o modelo demográfico moderno, cujas características eram:
. O recuo da mortalidade (geral e, em especial, infantil).
. O declínio da elevada natalidade (a partir de cerca de 1870).
. A descida da idade do casamento (invertendo a tendência para o casamento tardio,
típica do modelo demográfico do Antigo Regime).
. O aumento da esperança média de vida para ambos os sexos.
. O aumento da densidade populacional.
Estas características revelam-se mais precocemente nos países industrializados da Europa
(Inglaterra, Alemanha, França) e, mais tardiamente, na Europa do leste e do sul, pois a
expansão da Revolução Industrial correspondeu a uma expansão da população. Assim, os
demógrafos e historiadores, na tentativa de interpretar a exploração populacional do
século XIX, apontam um conjunto de factores:
os melhores cuidados médicos (difusão da vacina da varíola, inventada no século XVIII por
Jenner e criação de novas vacinas; prática da desinfecção);
a maior abundância de bens alimentares (produzidos em larga escala pela agricultura
mecanizada e fornecidos pela revolução dos transportes);
o investimento social e afectivo na criança, tornada o centro da família burguesa;
os progressos na higiene (uso do sabão e do vestuário de algodão; substituição da madeira
pelo tijolo nos edifícios; construção de redes de esgotos e de abastecimento de água
potável).
No século XVIII, Thomas Malthus havia alertado, no seu Ensaio sobre o Princípio da
População, para a necessidade de “um controlo forte e constantemente activo da

6
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015
população, em virtude da dificuldade de subsistência”. Por isso, no século XIX e inícios do
século XX, face à explosão populacional, os neo-malthusianos lutaram pela contenção da
natalidade, em especial junto dos proletários. Porém, foi nos meios mais abast ados, onde
a satisfação das necessidades básicas permitia o surgimento do sentimento de
paternidade, que começou a difundir-se a limitação voluntária dos nascimentos.

 A relação entre crescimento e recursos da população e o porquê dos


problemas que podem resultar em algumas áreas, como o excesso de
população e subpopulação.
Segundo projeções demográficas, a população mundial atingirá, muito em breve, a marca
de sete bilhões de habitantes. O primeiro bilhão de habitantes foi alcançado no inicio do
século XIX.
O crescimento desenfreado da população mundial traz muitas preocupações,
principalmente quando se observa a demanda por alimentos, por recursos naturais e pela
geração de energia.
A partir da Revolução Industrial é possível observar um aumento significa tivo do consumo
de água per capita. Ao mesmo tempo em que se vê o aumento desse recurso, contempla -
se a setuplicação do número de pessoas no planeta, ou seja, há cada vez mais pessoas
consumindo muito mais recursos naturais, principalmente a água.
A demanda por novas áreas agrícolas tem provocado a devastação de inúmeras áreas
florestais, causando danos irreparáveis à fauna e à flora. A expansão de culturas
comerciais provoca a devastação de ecossistemas e, do ponto de vista social, a supressão
de áreas destinadas às culturas alimentares e à agricultura familiar, que estão sendo
substituídas por monoculturas.
No estado de São Paulo, motivadas pela expansão dos carros flex, as lavouras de cana
tornaram-se hegemônica, o que eliminou o cultivo de arroz, feijão, milho e outras culturas
alimentares.
Quantos aos impactos sociais e ambientais como o desmatamento, a competição entre
áreas bicombustíveis e de alimentos, a erosão do solo, a pressão sobre os recursos hídricos
e a ditadura das multinacionais que impõe produtos que não oferecem segurança
biológica, como é o caso das plantas transgênicas, esse modelo capitalista de produção e

7
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015
ocupação do espaço preocupa muito.
Torna-se salutar mensurar as conquistas tecnológicas alcançadas no setor agropecuário,
principalmente no tocante a biotecnologia. Todavia, não podemos ocultar os impactos
sociais e ambientais causados pela necessidade de produção de energia limpo.
Por trás desse discurso está a sombra do modelo capitalista, está a mão invisível do
mercado que precisa garantir a continuidade hegemônica da multinacionais e a garantia do
lucro.

 As razões para os padrões de crescimento da população em diferentes áreas


do mundo contrastantes como influenciados por diferenças na taxa de
natalidade, mortalidade, movimentos migratórios.
O crescimento populacional no mundo é caracterizado como o aumento do número de
habitantes no planeta. Esse fenômeno é consequência do crescimento vegetativo, obtido
através do saldo entre as taxas de natalidade (nascimentos) e de mortalidade (mortes).
Quando a taxa de natalidade é superior à taxa de mortalidade, temos um crescimento
vegetativo positivo, caso contrário, a taxa é negativa.
Somente no final do século XVII e início do século XVIII, o crescimento populacional no
mundo se intensificou, visto que antes desse período a expectativa de vida era muito
baixa, fato que elevava as taxas de mortalidade. Em 1930, a Terra era habitadas por cerca
de 2 bilhões de pessoas e, em 1960, esse número atingiu a marca de 3 bilhões, com média
de crescimento populacional de 2% ao ano. Durante a década de 1980, a população
mundial ultrapassou a marca de 5 bilhões de pessoas.
Atualmente, a taxa de crescimento populacional mundial, inferior a 1,2% ao ano, está em
constante declínio. Porém, a expectativa de vida está em ascensão em virtude dos avanços
na medicina, saneamento ambiental, maiores preocupações com a saúde, entre outros
fatores. Sendo assim, o número de habitantes no mundo continua aumentando.
De acordo com dados divulgados em 2010 pelo Fundo de População das Nações Unidas
(Fnuap), a população mundial é de 6,908 bilhões de habitantes. Segundo estimativas da
Organização das Nações Unidas (ONU), o contingente populacional do planeta atingirá a
marca de 9 bilhões de habitantes em 2050, ou seja, um acréscimo de aproximadamente
2,1 milhões de habitantes, sendo a taxa de crescimento de 0,33% ao ano.

8
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015
É importante ressaltar que o aumento populacional ocorre de forma distinta conforme
cada continente do planeta. A África, por exemplo, registra crescimento populacional de
2,3% ao ano. A Europa, por sua vez, apresenta taxa de 0,1% ao ano. América e Ásia
possuem taxa de 1,1% ao ano e a Oceania, 1,3% ao ano.
 Padrões de Vida: Políticas sociais > Saúde, Educação.
A política social é uma política, própria das formações econômico-sociais capitalistas
contemporâneas, de ação e controle sobre as necessidades sociais básicas das pessoas não
satisfeitas pelo modo capitalista de produção. É uma política de mediação entre as
necessidades de valorização e acumulação do capital e as necessidades de manutenção da
força de trabalho disponível para o mesmo. Nesta perspectiva, a política social é uma
gestão estatal da força de trabalho e do preço da força de trabalho. Ressaltamos que
entendemos, por força de trabalho todos os indivíduos que só têm a sua força de trabalho
para vender e garantir sua subsistência, independente de estarem inseridos no mercado
formal de trabalho.
Como o capital e o trabalho se constituem nas duas categorias fundamentais do modo
capitalista de produção, a política social transita entre ambos. Ou seja, ainda que,
prioritariamente, respondendo às necessidades do capital, esta resposta deve produzir
algum grau de satisfação às necessidades do trabalho.
Portanto, há uma problematicidade na política social, dado que ela se insere no âmbito da
tentativa de buscar um certo grau de compatibilidade entre o capital e o trabalho.
Inicialmente, os beneficiários diretos da política social, em prática no Brasil, seriam os
trabalhadores assalariados. Porém, o Estado, ao garantir à camada necessitada alguns
direitos sociais que ele mesmo impôs (através das normas jurídicas), exige que, para tanto,
seja efetuada uma contraprestação por parte dos trabalhadores.
Esclarecendo: a política social, de qualquer forma que seja manifestada, é garantida e
efetivada apenas com o custeio dos próprios beneficiários, ou seja, dos trabalhadores
assalariados.
Tal custeio é imposto ao trabalhador ante a justificativa de ser ele o mantenedor de todo
um conjunto de “benefícios concedidos” pelo Estado em prol da classe trabalhadora.
Vislumbramos alguns exemplos: ao garantir a previdência (desconto do INSS sobre os
vencimentos), e o direito a um serviço de saúde mais eficiente (cobrança da CPMF sobre a
movimentação bancária).

9
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015
No entanto, quando o poder público mantém uma política social como a que se encontra
vigente, contrariamente ao que aparenta, sua intenção não é a de propiciar uma vida digna
à força de trabalho, mas, na realidade, está o Estado incluindo um plus na remuneraçã o do
empregado, porém, não em espécie.
Com isso, observa-se ações governamentais que garantem um mínimo de subsistência ao
empregado, o que, conseqüentemente, reflete no preço da força de trabalho que a ele é
pago pelo empregador.
Outrossim, com a política social implantada pelo Estado e garantida ao trabalhador, torna-
se possível a perpetuação deste último, despendendo-se um mínimo em dinheiro pela
classe empregadora, possibilitando-se, de efeito, um aumento em sua margem de lucro.
Todo o recurso que é apropriado pelo Estado, quando este visa garantir o bom
funcionamento da política social, por ser gerenciado pelo próprio poder público, não se
torna necessária e obrigatória a utilização do montante arrecadado em sua totalidade, já
que, para dar ensejo às garantias asseguradas ao trabalhador assalariado, objetiva-se um
serviço, ao menos, satisfatório.
Ocorre que a preocupação primordial do Estado (leia-se: os detentores e gerenciadores do
capital, ora auxiliados pelo Governo) é assegurar a perpetuação da força física
trabalhadora e, para isso, desnecessário priorizar a destinação dos recursos financeiros
arrecadados em benefício dos empregados.
Com tal política (latu sensu) adotada, torna-se por ideal o investimento do capital
recolhido em benefício da classe empregadora, perpetuando-se, portanto, essa
apropriação pecuniária, diga-se de passagem, quase que imperceptível aos menos
instruídos, onde figura como parte prejudicada a grande massa de trabalhadores.
Não se exige um gerenciamento eficaz dos recursos arrecadados perante a classe de
empregados, mas sim uma reciprocidade por parte do Estado via serviços e garantias (não
necessariamente exemplares), de cunho social, a fim de que esteja garantida, como foi
dito anteriormente, a mantença da força física do trabalhador, por prazo de tempo
razoável, em um Estado que satisfaça as exigências de um regime de produção capitalista,
ora em uma economia neoliberal.
Objetiva a política social posta (iniciada na ditadura militar de 1964) transferir parte do
preço da força de trabalho que é devido ao empregado para outros fins, visando,
principalmente, o investimento no capital privado lucrativo. Vide exemplos como o rombo

10
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015
de mais de R$ 40 bilhões na previdência social, onde o Estado (em especial os governos
militares), ao seu bel prazer, utilizou-se dos recursos disponíveis desvairadamente, tendo
como beneficiário prioritário a iniciativa privada, obedecendo, claro, os interesses estatais
(que não inclui, necessariamente, os interesses sociais dos trabalhadores).
O raciocínio aqui exposto é facilmente comprovado tomando como exemplos outros casos
de malversação dos recursos públicos visando interesses do capital privado (vide o PROER
e os investimentos a grandes grupos estrangeiros efetuados pelo BNDES).
Isto posto, denota-se uma verdadeira contradição entre os relevantes fins objetivados pela
real política social, em oposição àqueles alcançados pela vigente política maniqueísta
implementada, e eficazmente, utilizada pelo Estado, e maquiada sob o rótulo de “social”.
Não menos vislumbrante é o vergonhoso fato, e a priori, carregado de obviedade
(considerando-se as explanações acima), de que o controle legal do preço da força de
trabalho, e a perpetuação da subordinação do trabalhador (ambos os casos mantidos pela
política social atual) são custeados, sob o aspecto econômico, por toda a sociedade, sendo
tal injusta situação quase que imperceptível por grande parte da população, incluindo -se aí
não somente os leigos por má formação nos bancos escolares, mas, também, os dit os
críticos e formadores de opinião, dantes privilegiados pelo grau de instrução de que são
detentores, que até o presente não despertaram e visualizaram objeto do estudo aqui
apresentado, visto a notável evidência política manipuladora, institucional e le galmente,
imposta por este Estado.
A política e a política social, portanto, apresentam claro e inequívoco conteúdo de classe
social, e respondem, em última instância, aos interesses das classes dominantes. Isto não
significa que se deve, neste momento histórico, negar uma ou outra – ou ambas. O que é
fundamental é o fortalecimento daqueles que se encontram fora dos processos decisórios
que se dão, em última instância, no âmbito político. Os espaços políticos já existentes –
sindicatos, associações, conselhos – e a busca incessante de criação de novos espaços de
participação, podem se constituir em um caminho possível de fortalecimento dos
indivíduos para que reconheçam sujeito coletivo e imponham mudanças importantes em
ambas as políticas, mudanças estas que venham a favorecer a maioria da população.

11
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015
 Movimentos migratórios na atualidade, causas e efeitos.
Os movimentos migratórios atuais rela-cionam-se, principalmente, a duas causas:
• A busca por melhores condições de vida – caracteriza os deslocamentos populacionais
provocados pela miséria que se concentra em algumas partes do mundo. Por-tanto, têm
caráter econômico, constituindo fluxos ou correntes migratórias de países pobres para
países ricos. Exemplos: pós-década de 60 (século XX), da Europa Mediterrânea para a
Euro-pa Ocidental; na atualidade, do norte da África para países europeus, de regiões da
América Latina para os EUA e Canadá, do extremo oriente para as Américas. Essas
migrações são vistas como o efeito colateral mais perverso da globalização.
• A fuga de regiões em conflito – trata-se de migrações provocadas por guerras locais,
portanto, têm motivação político-bélica, constituindo um verdadeiro êxodo para os países
que recebem os refugiados. Esses deslocamentos ocorrem por uma questão de
sobrevivência às perseguições motivadas por conflitos étnicos e às atrocidades cometidas
contra as populações ci-vis. Os exemplos mais recentes fo-ram os que ocorreram na
Bósnia-Herzegovina e Kosovo.
• Mas é no continente africano que se desencadeia a maior quantida-de de movimentos
migratórios: são legiões de refugiados vagando pelo espaço local, à procura de abrigo,
fugindo de guerras tribais, instabilidades políticas, questões raciais e religiosas e golpes
mili-tares.

Dentre as muitas consequências das migrações podem ser mencionadas as seguintes:


Contribuição e influência no processo de ocupação e povoamento na distribuição
geográfica da população e, é claro, no próprio desenvolvimento econômico.
Contribuição no processo de miscigenação étnica e na ampliação e difusão cultural entre
os povos. Quando a emigração significa a perda de trabalhadores adultos qualificados,
bem como de técnicos e cientistas de alto nível, os prejuízos para o país emigratório são
enormes, ao passo que aos países imigratórios as vantagens econômicas são muito
grandes.Isso porque os países imigratórios estão recebendo indivíduos prontos para
produzir sem que tenham arcado com os elevados custos de sua criação e formação.
Podem acarretar mudanças de costumes, problemas à concorrência de mão de obra e
surgimento de problemas políticos, ideológicos, raciais (formação de grupos raciais
minoritários e socialmente isolados os quistos raciais), etc.

12
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015
Vantagens econômicas para os países que não possuem condições de atender às
necessidades básicas de sua população, tais como emprego, moradia, saúde e educação.

 Bônus demográfico: O caso mundial e brasileiro. Causas e reflexos


Bônus demográfico é o momento em que a estrutura etária da população atua no sentido
de facilitar o crescimento econômico. Isso acontece quando há um grande contingente da
população em idade produtiva e um menor número de idosos e crianças.
Durante os anos de 1950 e 1980 a economia brasileira cresceu, em números redondos, a
uma média de 7%, enquanto a população cresceu 2,8% ao ano. A renda per-capita cresceu
4,2% ao ano. Esses trinta anos marcaram o melhor período de crescimento de toda a
história brasileira.
As duas décadas seguintes (1980 a 2000) foram marcadas, em grande parte por crises
econômicas , alta inflação, perda de dinamismo social e por um agravamento da violência
e da insegurança.
Porém, o ano de 2004 voltou a apresentar números positivos. Tem crescido a consciência
de que o país não está condenado ao fracasso se adotar políticas econômicas e sociais
corretas.Por diante entra o fator Bônus demográfico, ainda é difícil afirmar com exatidão
quanto ao período de solidez do bônus, mas fato é que a expectativa de vida dos
brasileiros aumentou demasiadamente e ao longo dos próximos anos teremos uma
população economicamente ativa maior, por isso o otimismo para com nosso país não é
nenhum absurdo infundado.
Existem algumas linhas de raciocínio, mas é claro que para tudo dar certo é necessário
uma série de transformações sociológicas e culturais, mas mesmo assim os números são
favoráveis, como podemos analisar houve uma redução das taxas brutas de mortalidade e
natalidade, e guardada as devidas proporções a média de filhos gerados pelos casais
diminuiu acentuadamente.
E a mulher é peça fundamental deste crescimento, pois as décadas passadas eram do lar e
agora se tornaram economicamente ativas. A taxa de atividade total das mulheres com
mais de 10 anos de idade subiu de 13,6% em 1950 para 26,9% em 1980 e para 44,1% em
2000.
Outro fator relevante é a taxa de urbanização, que nos mostram que em média, 50% das
pessoas viviam nas cidades e esse número passará para mais de 87% nas próximas

13
ETEc Júlio de Mesquita – Santo André/SP
Ciências Humanas & Tecnologias
Ensino Médio - Geografia / Prof. Luiz Henrique
Ano letivo: 2015
décadas. Ao mesmo tempo, a percentagem de analfabetos que era maior de 40% vai ficar
abaixo de 10%.
Esses acontecimentos demonstram um dos fatores estruturais que explicam o otimismo
dos investidores internacionais com o Brasil. Sabemos que o Bônus demográfico é um item
pouco explorado e uma expressão ainda pouco conhecida, mas o importante é saber que
ele existe.
Porem devemos ter algumas preocupações e atenções tais como para o momento pós
bônus demográfico, especialmente no que se refere à sustentabilidade do sistema
brasileiro de previdência. Esse se não o mais importante será o mais crítico de todos no
pós bônus.
A verdade é que este fenômeno só acontece uma vez na história. Sendo assim devemos
empresários e empreendedores ficar atentos às transformações que com certeza gerarão
condições favoráveis de crescimento a todos.

DEMOGRAFIA – Dinâmicas Sócio - econômicas

. Concluídos os estudos dos temas que se referiram a DEMOGRAFIA, desenvolva


uma abordagem teórica de cada tópico abaixo (Mencionar ao menos 2 exemplos em
cada tópico) utilizando os conhecimentos adquiridos pelos conceitos e destaque a
importância desta base de dados para melhor entendimento das atividades
profissionais:
 No Mercado de trabalho,
 No Papel político e social,
 No Desenvolvimento econômico.

14

Você também pode gostar