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I Encontro de Profissionais de Saúde para Abordagem e

Tratamento do Tabagismo na rede SUS


12/09/2012 – RJ - INCA

Abordagem do Paciente Tabagista Hospitalizado

Cristina Cantarino
Coordenadora do Centro de Estudos para Tratamento da Dependência à Nicotina
do INCA
Membro do Comitê Científico da Comissão de Tabagismo da SBPT
Coordenadora de Controle de Tabagismo de Niterói

ccantarino@inca.gov.br
Tabagismo em pacientes internados
Estudos internacionais

Alta prevalência de tabagismo ativo e sintomas de abstinência

Prevalência de 25%, entre estes 55% com sintomas de abstinência e


29% fissura nas 1ª 48 horas após internação.
Rigotti N A et al. Prev Med. 2000;31(2Pt1):159-66

Fumantes com suporte por 4 ou + semanas após a alta tem mais chance de
permanecerem abstinentes após 1 ano do que os sem suporte 1.65 (CI 1.44–1.90)
Cochrane Database Syst Rev 2007, (3):CD001837.

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Tabagismo em pacientes internados
Estudos internacionais

Apenas 14% (222/1631) dos fumantes com IAM receberam prescrição


para tratamento do tabagismo na alta hospitalar

TRN não aumenta o risco de eventos adversos em pac. com DAC estável
Existem evidências preliminares que o uso de TRN é seguro em
hospitalizados com síndrome coronariana aguda.

Conclusão: Fumantes que sobreviveram ao IAM recebem


infrequentemente a prescrição recomendada pelas diretrizes de
tratamento do tabagismo. Os mais idosos, com menor escolaridade e
fumantes mais leves tem menor chance de receber tratamento mais
intensivo

Prevalence and Correlates of Smoking CessationPharmacotherapy in Hospitalized Smokers with Acute Myocardial
InfarctionKatz, DA et al.Am Heart J. 2011 July ; 162(1): 74–80. doi:10.1016/j.ahj.2011.03.010

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Tabagismo na UTI : Revisão - Estudo internacional

A prevalência de tabagismo na UTI varia de 22–46% em estudos


prospectivos. ( população geral: 25 – 28)

Tabagismo aumenta o risco do tempo de hospitalização. Este


risco diminui em ex fumantes evidenciando os
benefícios da cessação

A admissão na UTI representa uma janela de oportunidade.


Mais estudos são necessários para estudar o tipo e o
momento da intervenção

Secondary Prevention in the Intensive Care Unit: Does ICU Admission Represent a “Teachable Moment?”
Brendan J. Clark Crit Care Med. 2011 June ; 39(6): 1500–1506. doi:10.1097/CCM.0b013e31821858bb.

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Estudos nacionais
Avaliação do conhecimento sobre tabagismo em pacientes internados

N = 186 - Internados em maio /2008


59% de homens; média de idade = 51,3 ± 16,8 anos
22,6% fumantes, 34,4% ex-fumantes, 43% não fumantes.
73% fumantes passivos

Apenas 19% dos fumantes e 32% dos ex fumantes acreditavam que o


tabagismo tivesse afetado sua saúde

Embora 96% dos pacientes acreditassem que o tabagismo cause


dependência, apenas 60% identificavam o tabagismo como uma
doença.
O estudo revela desconhecimento de que o tabagismo atual e
pregresso é um fator de risco para o desenvolvimento e a
evolução de doenças.
Tanni S. E. et al. J Bras Pneumol. 2010;36(2):218-223

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Estudos nacionais
Tabagismo entre pacientes internados num hospital geral

17% de fumantes entre pacientes internados e


15 % referindo sintomas de abstinência

58% com sintomas respiratórios

42% com níveis de CO > 6 ppm apesar de internados há mais de 8


horas

Oliveira MV et al, J Bras Pneumol. 2008;34(11)936-41

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Estudos nacionais
O período de internação é uma janela de oportunidade
para mudar comportamento ?

Tabagismo entre pacientes internados em um hospital universitário no sul do Brasil:


prevalência,grau de dependência e estágio motivacional
J Bras Pneumol. 2012;38 – ISSN 1806-3756versão on line. Barreto RB et al

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Hospitais Psiquiátricos

A prevalência de tabagismo pode chegar a quase 50% !!!!!!!

Manual de condutas e práticas em tabagismo.


SBPT; Araujo AJ. São Paulo: AC Farmacêutica, 2012

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Principais preditores da cessação do tabagismo em
internados

Idade avançada
Grande motivação
Tempo para fumar o 1º cigarro após acordar > 5 min
Nº de tentativas prévias < 3
Mais de 1 semana sem fumar antes da internação
Intenção firme de não fumar
Ausência de dificuldade de ficar sem fumar durante a internação

Manual de condutas e práticas em tabagismo. SBPT; Araujo AJ. São Paulo: AC Farmacêutica, 2012

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Abordagem do Paciente Tabagista Hospitalizado
Internação -- paciente mais sensível para mudar o comportamento
Janela de oportunidade -Hospitais devem ter um planejamento para o
controle do tabagismo durante a internação

Internação propicia estímulos facilitadores e dificultadores

Dificultadores: estresse, incerteza sobre o tratamento

Facilitadores: necessária abstinência no ambiente hospitalar ,


agudização da doença tornando fumar + difícil, medo de
complicações, aceitação da conduta necessária para a melhora
clínica.

Manual de condutas e práticas em tabagismo. SBPT; Araujo AJ. São Paulo: AC Farmacêutica, 2012
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Tratamento farmacológico

Não difere do ambulatorial nas indicações e contra indicações

TRN: é o mais utilizado por ter uma ação mais rápida e segura e
flexibilizar a individualização da dosagem.

Bupropiona: pode ser utilizada mas o tempo necessário para iniciar a


ação pode limitar o uso quando precisamos minimizar os efeitos da
abstinência mais rapidamente durante a internação.

Vareniclina: ainda carece de estudos com foco na eficácia e segurança


em fumantes internados.

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Protocolos internacionais em andamento
conclusão em maio 2013

Health and economic effects from linking bedside and outpatient


tobacco cessation services for hospitalized smokers in two large
hospitals: study protocol for a randomized controlled trial
Trials 2012, 13:129 doi:10.1186/1745-6215-13-129 Jeffrey L F et al.

Web-based smoking cessation intervention that


transitions from inpatient to outpatient: study protocol
for a randomized controlled trial
Trials 2012, 13:123 doi:10.1186/1745-6215-13-123

Using "warm handoffs" to link hospitalized smokers with tobacco


treatment after discharge: Study protocol of a randomized
controlled trial
Trials 2012, 13:127 doi:10.1186/1745-6215-13-127

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Abordagem do Paciente Tabagista Hospitalizado

Conduta no INCA

Fumante hospitalizado

Abordagem individual Enfermagem


Assistente social
Encaminhamento / parecer Médico
Fisioterapeuta
Psicóloga

Atendimento no leito até a alta

Encaminhamento para o atendimento ambulatorial após a alta

Acompanhamento ambulatorial em conformidade com o PNCT

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Para reflexão no mundo real

0 – Sensibilização da equipe de saúde para abordar o fumante


internado tratar ou encaminhar

1 - Criação de um fluxograma de atendimento do paciente internado à


partir do momento da admissão

2 - Criação de um fluxograma de atendimento do paciente com


programação de internação eletiva. Início do tratamento quanto
tempo antes ?

3 – Acompanhamento após a alta: presencial ou por telefone ?


Por quanto tempo ?

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