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PARTE

UM

VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Iniciamos nosso estudo de Administração Financeira examinando o papel do


administrador financeiro e os objetivos da Administração Financeira. Descrevemos
também diversas modalidades de organização de empresas e as vantagens e desvantagens
de cada uma.
Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 2
Capítulo I

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA


OBJETIVOS:
Espera-se que, ao terminar a leitura do capítulo, você tenha adquirido boa noção sobre:
1. Os tipos básicos de decisões em administração financeira e o papel do administrador financeiro.
2. Os objetivos do administrador financeiro.
3. As implicações financeiras das diferentes modalidades de organização de empresas.
4. Os conflitos de interesse que podem surgir entre administradores e proprietários de empresas.

I.1 – Conceituação de Finanças

É a arte e a ciência de administrar fundos, isto é, aplicar princípios econômicos, contábeis e


conceitos do valor do dinheiro no tempo às tomadas de decisões em negócios.
A palavra “arte” implica que existem algumas oportunidades para ser criativo na administração de
dinheiro. E a palavra “ciência” implica que existem alguns fatos comprovados subjacentes às decisões
financeiras.
Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou
investem. O processo, as instituições, os mercados e os instrumentos envolvidos na transferência de
fundos entre pessoas, empresas e governos, formam os fundamentos do estudo das Finanças.

Tradicionalmente, os tópicos de finanças são agrupados em quatro áreas principais:


 Finanças Empresariais (Corporate Finance)1.
 Investimentos
 Instituições Financeiras
 Finanças Internacionais

As Finanças estão estreitamente relacionadas com


 Marketing
 Contabilidade
 Administração
 Você

I.2 – FINANÇAS e CONTABILIDADE

Para os Contadores, as Finanças é uma leitura obrigatória. Em pequenas empresas em especial, os


contadores geralmente são solicitados tanto a tomar decisões financeiras como cumprir as obrigações
tradicionais da contabilidade. Cada vez mais, como a complexidade do mundo financeiro continua a
crescer, os contadores precisam conhecer Finanças, para entender as implicações de muitos dos novos
tipos de contratos financeiros, e seu impacto sobre as demonstrações financeiras. Além disso, a
contabilidade de custos e as finanças empresariais estão intimamente relacionadas, dividindo muito dos
mesmos assuntos e preocupações.
Os analistas fazem uso intensivo das informações contábeis: são os seus usuários mais
importantes. Conhecer Finanças ajuda os contadores a reconhecerem os tipos de informações mais

1
Neste nosso curso, o tema principal é a primeira área – Finanças Empresariais.
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Capítulo I

valiosas e, mais genericamente, como as informações contábeis serão realmente usadas (e manipuladas)
na prática.

I.3 – FINANÇAS EMPRESARIAIS

Para poder sobreviver e prosperar, uma empresa precisa satisfazer seus clientes. Ela deve,
também, produzir e vender produtos e serviços obtendo um lucro. Para poder produzir, ela precisa de
muitos ativos – fábrica, equipamentos, escritórios, computadores, tecnologia, etc. A empresa precisa
decidir:
1. Quais ativos comprar e,
2. Como pagar por eles.
Em ambas as decisões o administrador (ou gestor) financeiro tem uma função importante. A decisão de
investimento, isto é, a decisão para investir em ativos do tipo fábrica, equipamentos e conhecimentos
práticos, é, em grande parte, responsabilidade do gestor financeiro. As decisões financeiras, a escolha de
como pagar esses tais investimentos, também são de responsabilidade do gestor financeiro.
Não devemos nos esquecer ainda das atividades financeiras cotidianas, como cobrança e
pagamento a fornecedores. A administração destas atividades chama-se administração de capital de giro.
As Finanças Empresariais consistem, em linhas gerais, no estudo destas decisões. É o que vamos
fazer a seguir.

I.4 – O ADMINISTRADOR FINANCEIRO.

A função do administrador financeiro freqüentemente está associada a um alto executivo da


empresa, geralmente denominado diretor financeiro ou vice-presidente de finanças (em inglês, Chief
Financial Officer
= CFO). O organograma simplificado abaixo destaca a atividade financeira em uma grande empresa.
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Capítulo I

O rg a n o g ra m a d e u m a C o rp o ra ç ã o

A c io n is ta s A c io n is ta s A c io n is ta s

C o n s e lh o d e
A d m in is tr a ç ã o

P r e s id e n te

V ic e - P r e s id e n te d e P r o d u ç ã o V ic e - P r e s id e n te F in a n c e ir o V ic e - P r e s id e n te d e M a r k e tin g

T e s o u r e ir o C o n tr o lle r

G e re n t e d e G e re n t e d e G e re n t e d e C a ix a G e re n t e d e G e re n t e d o G e re n t e d e G e re n t e d e G e re n t e d e T rib u t o s G e re n t e d e G e re n t e d e
In v e s t im e n t o d e C a p ita l P la n e ja m e n to d e F in a n ç a s e C ré d it o Fundo de P ensão C â m b io I n f o rm á t ic a C o n t a b ilid a d e C o n t a b ilid a d e
O b te n ç ã o d e F u n d o s F in a n c e ira d e C u s to s

Conforme ilustrado, o diretor financeiro coordena as atividades de tesouraria e controladoria. A


controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamentos de impostos e sistemas de
informações gerenciais. A tesouraria é responsável pela administração do caixa e dos créditos da
empresa, pelo planejamento financeiro e pelas despesas de capital. Essas atividades de tesouraria estão
todas relacionadas às questões levantadas acima, e o capítulo a seguir lida principalmente com esses
assuntos. Nosso estudo enfatiza principalmente as atividades em geral associadas com a tesouraria. Em
pequenas empresas, a tesouraria e a controladoria podem ser desempenhadas pela mesma pessoa, e
haverá apenas um departamento.
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Capítulo I

I.5 – ÁREAS DA ADMINISTRAÇÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS

 ORÇAMENTO DE CAPITAL ou ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Diz respeito aos investimentos a longo-prazo da empresa, mais especificamente, ao


planejamento e gerência destes investimentos a longo-prazo.
Nesta função, o administrador financeiro procura identificar oportunidades de investimentos que
possuem valor superior a seu custo de aquisição. Em termos gerais, isso significa que o valor
dos fluxos de caixa gerados pelo ativo excede o custo de tal ativo.
Independentemente do investimento em consideração, o administrador financeiro precisa
preocupar-se com o montante de fluxo de caixa que espera receber, quando irá recebe-lo e qual a
probabilidade de recebe-lo. A avaliação da magnitude, da distribuição no tempo e do risco dos
fluxos de caixa futuros é a essência do orçamento de capital.

 ESTRUTURA DE CAPITAL

Refere-se à combinação específica entre capital de terceiros a longo-prazo e capital próprio que
a empresa utiliza para financiar suas operações. O administrador financeiro possui duas
preocupações nessa área. Primeiro, qual o montante que a empresa deve tomar emprestado?.
Segundo, qual a fonte mais barata de fundos para a empresa?
Adicionalmente à combinação de recursos, o administrador financeiro deve decidir exatamente
sobre como e onde levantará os recursos. Cabe a ele então a tarefa de escolher as fontes e os
tipos de empréstimos.

 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

Refere-se à administração dos ativos de curto-prazo da empresa, tais como estoques, e aos
passivos de curto-prazo, tais como pagamentos devidos a fornecedores. É uma atividade
cotidiana que assegura que os recursos sejam suficientes para continuar a operação.
As questões seguintes devem ser respondidas sobre o capital de giro:
1. Quais devem ser os volumes disponíveis de caixa e estoque?
2. Devemos vender a crédito para os nossos clientes?
3. Como obteremos os recursos financeiros a curto-prazo que venham ser necessários?

As três áreas que acabamos de descrever – orçamento de capital, estrutura de capital e


administração de capital de giro – são categorias amplas. Cada uma inclui uma variedade de tópicos.
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Capítulo I

I.6 – MODALIDADES DE ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS

Examinaremos aqui as 3 modalidades principais em que as empresas se organizam:

 FIRMA INDIVIDUAL (Sole Proprietorships)

É uma empresa com um único dono. É a maneira mais simples de se começar uma empresa, e é
a menos regulamentada das modalidades, por isso há mais firmas nesta modalidade do que nas
outras e, muitos negócios que posteriormente se transformam em grandes sociedades por ações
(corporações) começam assim.
O proprietário tem direito a todo o lucro da empresa (boa notícia). Entretanto, também tem
responsabilidade ilimitada pelas dívidas da empresa. Isso significa que os credores podem
recorrer aos bens pessoais do proprietário para pagamento de seus direitos.
A vida da firma individual é limitada à vida do proprietário e, o que é mais importante, o
montante do patrimônio líquido que pode ser obtido está limitado à riqueza pessoal do
proprietário, incapacitando a empresa de explorar novas oportunidades em vista da insuficiência
de capital. Ainda mais, é difícil transferir a propriedade de uma firma individual.

 SOCIEDADE POR COTAS (Partnerships)

Aqui existem dois ou mais donos (sócios). Todos os sócios dividem lucros e prejuízos e
possuem responsabilidade ilimitada por todas as dívidas da empresa. O contrato da sociedade
estabelece como os lucros (e os prejuízos) são divididos. Numa sociedade limitada, um ou mais
sócios gerais serão responsáveis pela gestão da empresa e terão responsabilidade ilimitada, mas
haverá um ou mais sócios limitados que não terão participação ativa no negócio.
As vantagens e as desvantagens desta sociedade são basicamente as mesmas de uma firma
individual.

 SOCIEDADE POR AÇÕES (Corporations)

Empresa criada como uma entidade legal distinta, possuída por um ou mais indivíduos, ou
entidades. A sua formação envolve a preparação de um documento de incorporação e um
estatuto.
Geralmente os acionistas e os administradores são grupos distintos. Os acionistas elegem o
conselho de administração, que por sua vez seleciona os administradores.Esta separação entre
propriedade e administração traz diversas vantagens: pode ser prontamente transferida, e a vida
da empresa, portanto, é ilimitada. Ela toma dinheiro emprestado em seu próprio nome, fazendo
com que os acionistas tenham responsabilidades limitadas pelas dívidas da empresa. O máximo
que podem perder está limitado ao seu investimento.

Resumindo, temos para as modalidades de organização de empresas:


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Capítulo I

Firma Sociedade Corporação


Individual
Quem é o dono da O gestor Sócios Acionistas
empresa?
Os gestores e os Não Não Geralmente
proprietários são
pessoas distintas?
Qual é a Ilimitada Ilimitada Limitada
responsabilidade do (exceções)
proprietário?
O proprietário e a Não Não Sim
empresa são
tributados
separadamente?

I.7 – OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Em 1993, Michael Eisner, presidente da Disney, recebeu 230 milhões, uma das maiores quantias
pagas por uma empresa a um executivo em um único ano, quantia esta maior que o PIB de alguns países.
O curioso é que os acionistas dessa empresa não reclamaram da quantia paga a seu principal executivo,
dado que, sob seu comando, os lucros da Disney nesse período saltaram de US$ 60 milhões para US$ 2
bilhões entre 1984 a 1995. O valor de mercado da empresa aumentou em mais de US$ 25 bilhões,
provocando um aumento de 14 vezes no valor do investimento dos acionistas.
Roberto Goizueta, da Coca-Cola, aumentou o valor da empresa em um período de dez anos em
aproximadamente US$ 50 bilhões.
Andy Grave, da Intel, obteve lucros em torno de 40% ao ano para os acionistas da empresa na
década de 90.
O que esses extraordinários executivos fizeram?
Cumpriram a missão básica a eles confiada: aumentaram o valor das respectivas empresas para os
seus acionistas e assim foram remunerados em níveis bastante superiores às médias salariais que o
mercado pratica.
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Capítulo I

Carreira Salário Anual (em US$)


Banco
Presidente, banco de porte médio 225.000
Vice-Presidente, câmbio 150.000
Controller 160.000
Finanças Corporativas
Assistente de Tesoureiro 110.000
Controller Corporativo 165.000
Executivo Financeiro Principal (CFO) 250.000
Banco de Investimento
Corretores Institucionais 200.000
Vice-Presidente, vendas institucionais 190.000 + bônus
Diretor Administrativo 400.000 +
Chefe de Departamento 750.000 +
Administração Monetária
Gerente de Carteira 136.000
Chefe de Departamento 200.000
Seguros
Executivo de investimento principal 191.000 + bônus
Executivo financeiro principal 168.000 + bônus
Fonte: http://careers.wsj.com http://www.cob.ohio-state.edu/~fin/osujobs.htm (abril de 1999)

Os objetivos da administração financeira são, portanto:

 MAXIMIZAÇÃO DE LUCROS

Maximizar o valor corrente de cada ação existente. O que significa o mesmo que maximizar o
preço de mercado da ação.

 MAXIMIZAR O VALOR DE MERCADO DO CAPITAL DOS PROPRIETÁRIOS

As boas decisões financeiras aumentarão o valor de mercado do capital próprio dos donos, e as
decisões ruins o diminuirão.

Os administradores financeiros servem melhor aos donos da empresa identificando produtos e


serviços que agregam valor à empresa, porque eles são desejados e valorizados no mercado. Mas numa
grande sociedade por ações (corporações) a propriedade pode estar repartida por um grande número de
acionistas. Esta dispersão da propriedade significa na prática, que os administradores financeiros, na
maioria das vezes, controlarão a empresa. Nesse caso, será que eles (administradores financeiros) agirão
de acordo com o melhor interesse dos acionistas ou atenderão os seus próprios objetivos? A relação entre
os acionistas e administradores é denominada relação de representação (agency). Tal relação existe toda
vez que alguém (principal) contrata outra pessoa (agente) para cuidar de seus interesses.. Existe a
possibilidade desta relação gerar conflito, denominado problema de representação (agency).
Suponha que uma sociedade por ações esteja considerando um novo investimento. Espera-se que
o novo investimento afete favoravelmente o preço da ação, mas, por outro lado, esse também é um
investimento relativamente arriscado. Os donos da empresa (acionistas) gostariam de realizar o
investimento, já que o preço da ação irá aumentar, mas os administradores talvez não queiram, pois existe
a possibilidade de que as coisas saiam erradas e, neste caso, haverá demissões. Se os administradores não
realizarem o investimento, os acionistas poderão ter desperdiçado uma oportunidade valiosa. Isto é um
exemplo de custo de agency.
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Capítulo I

A atuação efetiva dos administradores de acordo com o interesse dos acionistas depende de dois
fatores. Primeiro: até que ponto os objetivos dos administradores estão alinhados com os objetivos dos
acionistas? Essa questão está relacionada à maneira pela qual os administradores são remunerados.
Segundo: os administradores podem ser substituídos se não atendem aos objetivos dos acionistas? Essa
questão refere-se ao controle da empresa.
Outra maneira pela qual a administração pode ser substituída é por meio de um takeover. As
companhias mal geridas são alvos mais atrativos para aquisições do que aquelas bem gerenciadas, pois
existe um potencial de aumento da lucratividade.
Será que somente os administradores e acionistas são as únicas partes que têm interesse nas
decisões da empresa? Não, os empregados, os clientes, os fornecedores e até o governo possuem interesse
financeiro na empresa. Esses vários grupos, em conjunto, são denominados grupos de interesses (ou
stakeholders) associados à empresa. Portanto, é alguém que tem direito potencial sobre os fluxos de caixa
da empresa e que não é nem acionista e nem credor.

I.8 - O MERCADO FINANCEIRO

Vimos que as principais vantagens da sociedade por ações (corporations) como modalidade de
organização de empresa, são:
 A transferência de propriedade, que pode ser feita de maneira mais rápida e mais simples
do que nas outras modalidades, e
 O capital, que pode ser levantado de maneira mais rápida.
Essas duas vantagens são significativamente acentuadas pela existência de MERCADOS
FINANCEIROS que desempenham papel de extrema importância nas finanças das sociedades por ações
(corporações).
Suponha que iniciemos nosso processo com a empresa vendendo ações e tomando dinheiro
emprestado para levantar recursos. Os recursos fluem dos mercados financeiros para a empresa. A
empresa investe os recursos em ativos fixos (a longo-prazo) e a curto-prazo. Esses ativos geram caixa.
Uma parcela do caixa gerado serve para pagar os impostos da pessoa jurídica. Após o pagamento de
impostos, uma parte do caixa é reinvestida na empresa. O restante volta para os mercados financeiros,
como pagamentos a credores e acionistas.
O mercado financeiro, assim como qualquer mercado (de peixe, barraquinhas, etc.), é apenas uma
forma de reunir compradores e vendedores. Nos mercados financeiros, os produtos vendidos e comprados
são títulos de dívida e ações. Os mercados financeiros, no entanto, são diferentes entre si em alguns
detalhes. Essas diferenças são discutidas a seguir.
Os mercados financeiros funcionam tanto como mercados primários quanto como mercados
secundários para títulos de dívidas e ações.
O mercado primário refere-se à venda original dos títulos por governos e empresas. O mercado
secundário é aquele onde os títulos são comprados e vendidos após a venda original. Existem dois tipos
de mercado secundário: bolsas organizadas e mercados de balcão (mercado OTC = Over-The-Counter).
Em termos gerais, os distribuidores no mercado de balcão compram e vendem a seu próprio risco. Um
distribuidor, ou revendedor de carros, por exemplo, compram e vendem automóveis. Já corretores e
agentes procuram casar compradores e vendedores, e não necessariamente possuem a mercadoria que
será comprada ou vendida. Um corretor de imóveis, por exemplo, normalmente não compra e vende
casas.
O mercado de distribuidores de ações e dívidas à longo prazo é denominado mercado de balcão. A
maior parte dos negócios de títulos de dívida acontece no mercado de balcão. A expressão mercado de
balcão refere-se aos tempos antigos, quando os títulos eram literalmente comprados e vendidos em
balcões de escritórios por todo o país. Hoje, uma parcela significativa do mercado de ações e quase todo
o mercado de dívidas à longo prazo não têm localização central; os diversos distribuidores estão ligados
eletronicamente.
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Capítulo I

As bolsas de valores diferem dos mercados de balcão de duas maneiras. Em primeiro lugar, a
bolsa de valores possui uma localização física (como, por exemplo, Wall Street). Em segundo lugar, no
mercado de balcão, a maior parte da compra e venda é realizada por distribuidores. O primeiro objetivo
de uma bolsa de valores, por outro lado, é juntar os que desejam vender àqueles que desejam comprar. Os
distribuidores desempenham papel limitado.
A maior bolsa de valores do mundo é a Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE = New York
Stock Exchange). No Brasil, a maior é a BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo).
Além das bolsas de valores, existe um grande mercado de balcão para negociação de ações. A
NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations) tem um número de
empresas três vezes maior do aquele registrado na NYSE, mas o valor total das ações do NASDAQ
corresponde a apenas 20% do valor total das ações da NYSE.
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Capítulo I

1.9 - RESUMO E CONCLUSÕES

Este capítulo apresentou a você algumas das idéias básicas em negócios financeiros. Nele, vemos que:
1. Os negócios financeiros têm três áreas principais de concentração:
a. Orçamento de Capital. Quais investimentos de longo prazo a empresa deveria fazer?
b. Estrutura de Capital. Onde a empresa obteria financiamentos de longo prazo para saldar seus
investimentos? Em outras palavras, que mistura de débitos e patrimônio líquido deveríamos
usar para financiar as nossas operações?
c. Administração de Capital de Giro. Como a empresa deveria administrar suas atividades
financeiras diárias?
2. A meta da administração financeira num negócio com fins lucrativos é tomar decisões que aumentem o
valor das ações, ou, mais genericamente, aumente o valor de Mercado do patrimônio líquido.
3. A forma de organização em corporação é superior às outras formas quando ela volta-se para acumular
dinheiro e transferir interesses dos proprietários, mas ela tem a desvantagem significativa da dupla
tributação.
4. Existe a possibilidade de conflitos entre acionistas e administradores numa grande corporação.
Chamamos estes conflitos de problemas de representação (agency) e discutimos como eles poderiam
ser controlados e reduzidos.

Dos tópicos discutidos até aqui, o mais importante é a meta do administrador financeiro. Por todo o
texto, analisaremos muitas decisões financeiras diferentes, mas sempre perguntaremos a mesma coisa: Como
as decisões sob consideração afetam o valor do patrimônio líquido da empresa?
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Capítulo I

Questões Verdadeiro/Falso

1. A responsabilidade de um proprietário único está limitada à quantia do seu investimento na empresa.


Resposta: Falso Dificuldade:Fácil

2. Os sócios coletivos têm responsabilidade pessoal limitada por dívidas empresariais em uma sociedade
limitada
Resposta: Falso Dificuldade:Médio

3. A forma de organização de negócios em corporação é freqüentemente acompanhada pela separação dos


proprietários e administradores.
Resposta: Verdadeiro Dificuldade:Fácil

4. A maior desvantagem das sociedades é aquela em que elas têm “dupla taxação” dos lucros.
Resposta: Falso Dificuldade:Fácil

5. Decisões de orçamento de capital são usadas para determinar o quanto se deve aumentar o caixa
necessário para investimentos.
Resposta: Falso Dificuldade:Médio

6. Um investimento bem sucedido é aquele que aumenta o valor da empresa.


Resposta: Verdadeiro Dificuldade:Fácil Página: 8, 6º parágrafo.

7. As obrigações de um controlador (“controller”) da corporação incluem tipicamente uma preparação de


demonstrações financeiras.
Resposta: Verdadeiro Dificuldade:Médio Página: 14, 3º parágrafo.

8. IPOs para pequenas corporações são vendidos nos mercados secundários.


Resposta: Falso Dificuldade:Médio

9. A meta principal de uma empresa deveria ser maximizar o lucro do período corrente.
Resposta: Falso Dificuldade:Médio

10. Maximizar lucros é o mesmo que maximizar o valor da empresa.


Resposta: Falso Dificuldade:Médio

11. Tomadas de decisões éticas nos negócios podem ser vistas como um investimento de longo-prazo em
reputação.
Resposta: Verdadeiro Dificuldade:Fácil

12. Os problemas de representação (agency) atuam como um obstáculo à meta de maximizar o valor da
empresa.
Resposta: Verdadeiro Dificuldade:Médio

Questões de Múltiplas Escolhas

13. Os acionistas de uma firma individual são representados por:


A) o proprietário de uma empresa.
B) os sócios coletivos de uma empresa.
C) o Conselho de Diretores de uma empresa.
D) ninguém; firma individual não têm acionistas.

Resposta:D Dificuldade:Fácil

14. Qual do seguinte deveria ser considerado como uma vantagem da firma individual na sua forma de
organização?
A) Largo acesso aos mercados de capitais.
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Capítulo I

B) Responsabilidade ilimitada.
C) Um pool de especialistas.
D) Lucros tributados em somente um nível.

Resposta: D Dificuldade:Fácil

15. Numa forma de organização em sociedade, a responsabilidade de impostos sobre os lucros, se existir, é
incorrida:
A) na sociedade em si.
B) nos sócios individualmente.
C) ambos na sociedade e nos sócios.
D) nem na sociedade nem nos sócios.

Resposta: B Dificuldade:Médio

16. Qual do seguinte diferenciaria corretamente os sócios coletivos dos sócios limitados numa sociedade
limitada?
A) Sócios coletivos tem mais experiências de trabalho.
B) Sócios coletivos tem um interesse de proprietários.
C) Sócios coletivos estão sujeitos a dupla taxação.
D) Sócios gerais tem responsabilidade pessoal ilimitada.

Resposta: D Dificuldade:Médio

17. Uma razão comum para as sociedades converterem-se para a forma de organização em corporação é
que a sociedade:
A) enfrenta rapidamente exigências de financiamento crescentes.
B) deseja evitar a dupla taxação dos lucros.
C) emitiu todas as suas ações.
D) contratos expiram após dez anos de uso.

Resposta: A Dificuldade:Fácil

18. Responsabilidade ilimitada é encarada pelos proprietários de:


A) corporações.
B) sociedades e corporações.
C) firmas individuais e sociedades.
D) todas as formas de organização de negócios.

Resposta: C Dificuldade:Fácil

19. Qual das seguintes afirmações geralmente não pode ser correta para um investidor que tem
responsabilidade ilimitada sobre um investimento?
A) O investidor possui ações na empresa.
B) O investidor não tem sócio.
C) O investidor está sujeito a dupla taxação.
D) O investidor é responsável pelo gerenciamento da empresa.

Resposta: C Dificuldade:Médio

20. No caso de uma corporação profissional, ________ tem responsabilidade limitada.


A) somente os profissionais.
B) somente o negócio.
C) ambos os profissionais e o negócio.
D) nem os profissionais nem o negócio.

Resposta: B Dificuldade:Médio

21. Um Conselho de Diretores é eleito como um representante das corporações pelo:


A) administrador chefe.
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Capítulo I

B) grupos de interesse (stakeholders).


C) acionistas.
D) usuários.

Resposta: C Dificuldade:Médio

22. A “vida” legal de uma corporação é:


A) coincidente com aquela do seu Chief Executive Officer
(CEO).
B) igual a vida do Conselho Diretor.
C) permanente, tão longa enquanto os acionistas não mudarem.
D) permanente, a despeito dos proprietários atuais.

Resposta: D Dificuldade:Médio

23. Quando o administrador de um negócio é conduzido por outros indivíduos ao invés dos proprietários, o
negócio mais provavelmente será uma:
A) corporação.
B) firma individual.
C) sociedade.
D) sociedade coletiva.

Resposta: A Dificuldade:Fácil

24. “Dupla tributação” se refere a:


A) todos os sócios pagarem impostos iguais sobre os lucros.
B) as corporações pagarem impostos sobre os dividendos e os lucros retidos.
C) pagarem impostos sobre os lucros no nível de corporação e sobre os dividendos no nível pessoal.
D) o fato de que as taxas de impostos marginais são dobradas para corporações.

Resposta: C Dificuldade:Médio

25. Uma corporação é considerada fechada quando:


A) somente poucos acionistas existirem.
B) o valor de mercado das ações é estável.
C) opera numa pequena área geográfica.
D) o administrador também serve como o conselho de diretores.

Resposta: A Dificuldade:Fácil

26. Corporações são referidas como companhias públicas quando seus:


A) acionistas não tem responsabilidade de impostos.
B) ações são mantidas pelos governos federal ou estadual.
C) ações são largamente negociadas.
D) produtos ou serviços estão disponíveis ao público.

Resposta: C Dificuldade:Fácil

27. Um problema comum para as corporações fechadas é:


A) falta de acesso às quantias substanciais de capital.
B) que os acionistas recebam somente um voto cada.
C) a separação de proprietários e administradores.
D) uma abundância de problemas de representação (agency).

Resposta: A Dificuldade:Médio

28. Dos administradores das corporações esperam-se que sejam tomadas decisões corporativas que são do
melhor interesse do(s):
A) administrador principal da corporação.
B) o conselho diretor da corporação.
C) acionistas da corporação.
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Capítulo I

D) todos os empregados da corporação.

Resposta: C Dificuldade:Médio

29. Quais dos seguintes não deveriam ser considerados um ativo real?
A) Um bônus corporativo.
B) Uma máquina.
C) Uma patente.
D) Uma fábrica.

Resposta: A Dificuldade:Médio

30. Quais das seguintes afirmações distingue melhor a diferença entre ativos real e financeiro?
A) Ativos reais tem menos valor que os ativos financeiros.
B) Ativos reais são tangíveis; ativos financeiros não são.
C) Ativos financeiros representam exigências de rendimento que é gerado por ativos reais.
D) Ativos financeiros valorizam; ativos reais depreciam de valor.

Resposta: C Dificuldade:Médio

31. Os mercados financeiros são usados para negociarem:


A) ambos os ativos, reais e financeiros.
B) as mercadorias e os serviços produzidos por uma empresa.
C) títulos, tais como as ações da IBM.
D) a material prima usada na fabricação.

Resposta: C Dificuldade:Médio

32. Corporações que não emitem títulos financeiros tais como as ações ou obrigações de débitos:
A) não são capazes de aumentarem as vendas.
B) não podem ser rentáveis.
C) geram fundos suficientes para cobrir as suas necessidades.
D) não enfrentam dupla taxação de seus lucros.

Resposta: C Dificuldade:Médio

33. Qual da seguinte afirmação seria considerada uma decisão de orçamento de capital?
A) Planejar a emissão de ações ordinárias ao invés da emissão de ações preferenciais.
B) Uma decisão de expandir para uma nova linha de produtos, a um custo de $ 5 milhões.
C) Recompra de lotes de ações ordinárias.
D) Emissão de débitos na forma de bônus de longo-prazo.

Resposta: B Dificuldade:Médio

34. Um administrador financeiro diante de uma decisão de orçamento de capital deve decidir se:
A) emite ações ou títulos de débitos.
B) usa o mercado de dinheiro ou Mercado de capital.
C) usa mercados primários ou mercados secundários.
D) compra novas máquinas ou reparar as velhas.

Resposta: D Dificuldade:Médio

35. O melhor critério para o sucesso numa decisão de orçamento de capital deveria ser:
A) minimizar o custo do investimento.
B) maximizar o número de projetos de orçamento de capital.
C) maximizar a diferença entre entrada de caixa e custos.
D) financiar todos os projetos de orçamento de capital com débitos.

Resposta: C Dificuldade: Médio

36. A meta principal dos projetos de orçamento de capital deveria ser:


Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 16
Capítulo I

A) diminuir a dependência da empresa sobre os seus débitos.


B) aumentar as vendas da empresa.
C) aumentar a excelência dos lotes de ações da empresa.
D) aumentar o valor dos acionistas da empresa.

Resposta: D Dificuldade: Fácil

37. Um exemplo de uma decisão de financiamento da empresa incluiria:


A) aquisição de uma empresa competitiva.
B) quanto pagar por um ativo específico.
C) a emissão de bônus de dez anos versus vinte anos.
D) se aumentar ou não os preços de seus produtos.

Resposta: C Dificuldade: Médio

38. O arranjo de financiamento a longo-prazo ocorre nos:


A) mercados de dinheiro.
B) mercados de capitais.
C) mercados secundários.
D) mercados primários.

Resposta: B Dificuldade: Fácil

39. O termo “estrutura de capital” se refere:


A) a maneira em que uma empresa obtém suas fontes de recursos de longo-prazos.
B) a quantidade de tempo necessária para reembolsar os débitos.
C) se a empresa investe no projeto de orçamento de capital.
D) àqueles ativos específicos que a empresa deveria investir.

Resposta: A Dificuldade: Fácil

40. Empresas podem alterar sua estrutura de capital:


A) não aceitando qualquer projeto de orçamento de capital.
B) investindo em ativos não tangíveis.
C) emitindo ações para compensar dívidas.
D) tornando-se uma companhia de responsabilidade limitada.

Resposta: C Dificuldade: Fácil

41. Quando uma corporação decide lançar um débito de longo-prazo a fim de pagar pela aquisição de ativos
reais, ela tomou uma:
A) decisão de orçamento de capital.
B) decisão de financiamento.
C) decisão de Mercado de dinheiro.
D) decisão de mercado secundário.

Resposta: B Dificuldade: Fácil

42. A empresa decide pagar por um pequeno projeto de investimento até $1 milhão, para aumentar
empréstimos bancários de curto-prazo. Isto é descrito melhor como um exemplo de uma:
A) decisão de financiamento.
B) decisão de investimento.
C) decisão de orçamento de capital.
D) decisão de Mercado de capital.

Resposta: A Dificuldade: Fácil

43. As decisões de financiamento de curto-prazo dos administradores são compreendidas como:


A) Decisões de estrutura de capital.
B) Decisões de investimento.
C) Decisões de financiamento.
Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 17
Capítulo I

D) Decisões de ambos investimento e financiamento.

Resposta: D Dificuldade: Médio

44. Qual do seguinte representa uma decisão de financiamento?


A) Uma decisão de tomar emprestado $10 milhões através de um empréstimo bancário.
B) Uma decisão de investir nas ações ordinárias de uma outra corporação.
C) Uma decisão de comprar um novo computador de grande porte (mainframe).
D) Uma decisão de pagar $1 milhão de contas pagáveis.

Resposta: A Dificuldade: Fácil

45. A principal distinção entre títulos vendidos nos mercados primários e secundários é a (o):
A) risco dos títulos.
B) preço dos títulos.
C) emissão prévia dos títulos.
D) rentabilidade da emissão da corporação.

Resposta: C Dificuldade: Médio

46. Quando as corporações precisarem de obter fundos através de emissões de ações, elas contam com o:
A) mercado primário.
B) mercado secundário.
C) mercado Over-The-Counter (ou mercado de balcão).
D) trocas centralizadas da NASDAQ.

Resposta: A Dificuldade: Médio

47. Um lote de ações da IBM é comprado por um investidor individual a $75 e mais tarde é vendido a outro
investidor por $125. De quem foi o lucro desta venda?
A) da IBM.
B) do primeiro investidor.
C) do segundo investidor.
D) O lucro é desdobrado entre a IBM e o investidor.

Resposta: B Dificuldade: Médio

48. Decisões de financiamentos de curto-prazo comumente ocorrem nos:


A) mercados primários.
B) mercados secundários.
C) mercados de capital.
D) mercados de dinheiro.

Resposta: D Dificuldade: Fácil

49. Um mercado primário seria utilizado quando:


A) investidores compram ou vendem os títulos existentes.
B) lotes ações ordinárias são trocados.
C) títulos são emitidos inicialmente.
D) uma comissão deve ser paga sobre a transação.

Resposta: C Dificuldade: Fácil

50. Mercados primários podem ser distinguidos dos mercados secundários no fato que os mercados primários
vendem:
A) Ações de baixo valor.
B) Ações anteriormente não vendidas.
C) somente as ações das grandes empresas.
D) Ações com grande potencial de lucratividade.

Resposta: B Dificuldade: Fácil


Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 18
Capítulo I

51. Qual dos seguintes ativos financeiros deveriam ser provavelmente no mínimo um ativo do mercado
secundário?
A) Ações ordinárias de uma grande empresa.
B) Empréstimos bancários feitos para pequenas empresas.
C) Bônus de uma corporação multinacional maior.
D) Débitos emitidos pelo Tesouro dos Estados Unidos.

Resposta: B Dificuldade: Difícil

52. Quando Patrícia vende suas ações ordinárias da General Motors ao mesmo tempo que Brian compra a
mesma quantidade de ações da General Motors, a General Motors recebe:
A) o valor do dólar da transação.
B) a quantia de dólares da transação, menos a comissão de corretagem.
C) somente o valor nominal das ações ordinárias.
D) nada.

Resposta: D Dificuldade: Difícil

53. Quais dos seguintes mercados financeiros não está localizado em uma localização centralizada?
A) NYSE.
B) AMEX.
C) NASDAQ.
D) AT&T.

Resposta: C Dificuldade:Médio

54. Instrumentos de dívidas de corporação são mais comumente negociados no:


A) NYSE.
B) Mercado de dinheiro.
C) Mercado Over-The-Counter (ou Mercado de balcão).
D) Centro de operações da corporação.

Resposta: C Dificuldade: Médio

55. Quais dos seguintes intermediários financeiros mostram uma preferência por investirem em ativos
financeiros de longo-prazos?
A) Bancos comerciais.
B) Companhias de seguro.
C) Companhias de Finanças.
D) Associações de poupança-e-empréstimos.

Resposta: B Dificuldade: Médio

56. Qual do seguinte não é considerado tipicamente uma função de intermediários financeiros?
A) Providing a payment mechanism
B) Investimento em ativos reais.
C) Acumulação de fundos dos pequenos investidores.
D) Risco de espalhamento ou fusão entre os indivíduos.

Resposta: B Dificuldade: Médio

57. Um exemplo de como intermediários financeiros podem assistir um deslocamento do consumo dos
indivíduos para o futuro é:
A) emprestando dinheiro para o indivíduo.
B) fornecendo uma conta bancária.
C) abrindo caderneta de poupança.
D) exigindo que se compre com dinheiro.

Resposta: C Dificuldade: Difícil


Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 19
Capítulo I

58. Qual dos seguintes mercados financeiros está numa localização centralizada?
A) NYSE.
B) NASDAQ.
C) Mercado Over-The-Counter (ou Mercado de balcão).
D) European Monetary Union.

Resposta: A Dificuldade: Médio

59. Uma das razões que sugerem que os bancos possam ser melhores que os indivíduos na combinação
emprestar e tomar emprestado é que os bancos:
A) podem deslocar o risco do empréstimo para seus clientes depositantes.
B) são motivados pelo potencial para lucros.
C) não tem qualquer responsabilidade de tributação sobre os lucros.
D) tem informações para avaliarem a capacidade creditícia.

Resposta: D Dificuldade: Médio

60. A meta principal de um administrador de corporação deveria ser:


A) maximizar o número de acionistas.
B) maximizar o lucro da empresa.
C) minimize os custos da empresa.
D) maximizar o valor dos acionistas.

Resposta: D Dificuldade: Médio

61. Dentro do domínio da tomada de decisão ética, os administradores deveriam tentar maximizar:
A) o valor de mercado dos acionistas.
B) seus planos de compensação.
C) as ações de mercado da empresa.
D) os lucros da empresa.

Resposta: A Dificuldade: Médio

62. Quais dos seguintes parece ser a meta mais apropriada para o administrador da corporação?
A) Maximizar o valor de mercado das ações da empresa.
B) Maximizar as ações de mercado da empresa.
C) Maximizar os lucros atuais da empresa.
D) Minimizar as dívidas da empresa.

Resposta: A Dificuldade: Médio

63. Quanto uma redução em dividendos será do melhor interesse dos acionistas atuais?
A) Dividendos são tributados duplamente ao contrário dos outros ganhos.
B) A empresa terá dinheiro disponível para aumentar investimentos atuais e lucros futuros.
C) Dividendos reduzidos aumentam a compensação administrativa, aumentando assim sua motivação.
D) Uma redução dos dividendos não deve ser o melhor interesse dos acionistas atuais.

Resposta: B Dificuldade: Difícil

64. Um objetivo administrativo de aumentar as ações de Mercado é mais provavelmente bem sucedido à
longo prazo se a empresa está:
A) vendendo ações no mercado secundário.
B) produtores de baixo custo na indústria.
C) administrada pelo conselho de diretores.
D) investindo no projeto de orçamento de capital.

Resposta: B Dificuldade: Médio

65. Um plano de compensação administrativo que ofereçam incentivos financeiros para aumentar
trimestralmente a rentabilidade pode criar problemas de representação (agency) em que:
A) os administradores não são motivados pelo ganho pessoal.
Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 20
Capítulo I

B) o Conselho de Diretores pode exigir o crédito.


C) lucros de curto-prazo, e não de longo-prazo, tornam-se o foco.
D) investidores desejam lucros estáveis.

Resposta: C Dificuldade: Difícil

66. Um primeiro passo na determinação de objetivos administrativos é:


A) desenvolver políticas de compensação apropriadas.
B) eliminar problemas de representação (agency).
C) servir as necessidades dos clientes.
D) selecionar uma estrutura apropriada de capital.

Resposta: C Dificuldade: Médio

67. Tomada de decisões éticas por administradores tem um benefício para os acionistas em termos de:
A) estrutura de capital melhorada.
B) aumenta o valor da reputação.
C) aumentar benefícios administrativos.
D) pagamentos de dividendos maiores.

Resposta: B Dificuldade: Médio

68. Tomada de decisão ética nos negócios:


A) reduz o lucro da empresa.
B) requer aderência às regras implícitas como também regras escritas.
C) não é o mais interessante para os acionistas.
D) é menos importante que boas decisões de orçamento de capital.

Resposta: B Dificuldade: Difícil

69. As ações de Salomon Brothers durante 1991 Treasury bond bidding sugere que uma reputação da
empresa:
A) não se pode esperar que afete a lucratividade.
B) é determinada pelos portadores de títulos (bondholders) da empresa.
C) está além do controle administrativo.
D) deve causar impacto no valor dos acionistas.

Resposta: D Dificuldade: Médio

70. Em qual das organizações seguintes seria menos provável encontrar a existência de problemas de
representação (agency)?
A) Uma firma individual.
B) Uma sociedade.
C) Uma corporação.
D) Uma corporação fechada (closely held).

Resposta: A Dificuldade: Fácil

71. Firma individual resolve os problemas de representação (agency) por:


A) evitando as despesas contábeis excessivas.
B) descartando aqueles que violam as regras.
C) permitindo os proprietários trocarem os custos de suas ações com outros.
D) forçando os proprietários a produzirem o custo total de suas ações.

Resposta: D Dificuldade: Médio

72. Problemas de representação (agency) podem ser caracterizados como:


A) antipatia dos portadores de títulos (bondholders) da empresa pelos seus acionistas.
B) diferenciando-se os incentivos entre administradores e proprietários.
C) desperdícios de recursos da corporação.
D) atrito entre os mercados primários e secundários.
Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 21
Capítulo I

Resposta: B Dificuldade: Médio

73. Qual do seguinte é menos provável para representar um problema de representação (agency)?
A) despesas abundantes nas contas de despesas.
B) remodelagem sofisticada das suítes dos executivos.
C) investimento excessivo in “safe” projetos.
D) planos de compensação de incentives de executivos.

Resposta: D Dificuldade: Difícil

74. Quando os planos de compensação dos administradores estão amarrados de uma maneira significativa
aos lucros da empresa, os problemas de representação (agency):
A) podem ser reduzidos.
B) serão criados.
C) são desviados a outros grupos de interesse (stakeholders).
D) são inteiramente eliminados da empresa.

Resposta: A Dificuldade: Médio

75. O termo “corporate stakeholder” refere-se tipicamente a:


A) um cliente da empresa.
B) qualquer um com interesse financeiro na empresa.
C) os acionistas da empresa.
D) o administrador e o Conselho de Diretores da empresa.

Resposta: B Dificuldade: Médio

76. Quais dos seguintes grupos é menos provável ser considerado um grupo de interesse (stakeholder) da
empresa?
A) Governo.
B) Obrigacionistas.
C) Competidores.
D) Empregados.

Resposta: C Dificuldade: Fácil

77. Um problema contínuo com planos de compensação de incentivos administrativos é que:


A) os planos aumentam os problemas de representação (agency).
B) Administradores preferem salários garantidos.
C) a efetividade dos planos é dificultar a avaliação.
D) os planos não recompensam os acionistas.

Resposta: C Dificuldade: Médio

78. Planos de participação nos lucros poderiam ser benéficos quando usados para:
A) reduzir o impacto dos impostos sobre os rendimentos da corporação.
B) melhorar os incentivos dos administradores para tomada de decisão efetiva.
C) desviar recursos financeiros dos acionistas.
D) reduzir os pagamentos dos dividendos.

Resposta: B Dificuldade: Médio

79. Um Conselho de Diretores de uma corporação deverá fornecer suporte para a equipe de administradores
chefes:
A) sob todas as circunstâncias.
B) em todas decisões relacionadas aos dividendos de caixa.
C) somente quando o quadro tem confiança nas ações do administrador.
D) se os acionistas estão satisfeitos com a performance da empresa.

Resposta: C Dificuldade: Médio


Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 22
Capítulo I

80. Um conselho de diretores de uma corporação:


A) é selecionado por e pode ser removido pelo administrador.
B) pode ser votado fora do poder pelos acionistas.
C) tem um tempo de vida indicado pelo conselho.
D) é selecionado por um voto de todos os grupos de interesse (stakeholders) da corporação.

Resposta: B Dificuldade: Médio

81. Quais dos administradores financeiros da empresa está mais provavelmente envolvido com a obtenção de
financiamento para a empresa?
A) Tesoureiro.
B) Controller
C) Diretor executivo.
D) Conselho de Diretores.

Resposta: A Dificuldade: Fácil

82. Numa grande corporação, a preparação do orçamento deveria mais provavelmente ser conduzida pelo:
A) tesoureiro.
B) controller.
C) diretor financeiro.
D) administrador financeiro.

Resposta: B Dificuldade: Fácil

83. Numa empresa tendo ambos um tesoureiro e um controller, qual do seguinte seria mais provavelmente
manipulada pelo controller?
A) Auditoria interna.
B) Administrador de crédito.
C) Relações bancárias.
D) Seguro.

Resposta: A Dificuldade: Médio

84. Um diretor financeiro tipicamente teria de:


A) relatar ao tesoureiro, mas supervisionar o controller.
B) relatar ao controller, mas supervisionar o tesoureiro.
C) relatar a ambos o tesoureiro e o controller.
D) supervisionar ambos o tesoureiro e controller.

Resposta: D Dificuldade:Fácil

85. Uma atividade corporativa que é especificamente reservada para o Conselho de Diretores é a:
A) declaração de dividendos.
B) registros de custódia.
C) preparação de orçamentos.
D) operações do dia-a-dia da empresa.

Resposta: A Dificuldade: Fácil

86. Opções são instrumentos importantes no mercado financeiro e têm sido negociadas no mínimo desde:
A) 1800 a.C.
B) 1000 a.C.
C) 1929.
D) 1972.

Resposta: B Dificuldade: Médio

87. Instrumentos de dívidas são considerados indexados à taxa de inflação quando os pagamentos sobre os
débitos:
Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 23
Capítulo I

A) são suspensos se a inflação ocorrer.


B) aumentarem quando a taxa de inflação diminui.
C) aumentarem quando a taxa de inflação aumenta.
D) forem iguais à taxa de inflação.

Resposta: C Dificuldade :Difícil

88. Qual do seguinte é menos provavelmente a ser discutido nos artigos de incorporação?
A) O número máximo de ações que podem ser emitidas.
B) O propósito do negócio.
C) O intervalo de preço do lotes de ações.
D) O número de membros do Conselho Diretor.

Resposta: C Dificuldade:Fácil

89. Quando uma corporação “quebra”, o máximo que pode ser perdido por um investidor protegido pela
responsabilidade limitada é:
A) a quantia do investimento inicial.
B) a quantia do lucro sobre o investimento.
C) a quantia necessária para pagar os débitos da corporação.
D) a quantia do valor pessoal do investidor.

Resposta: A Dificuldade: Fácil

90. Qual do seguinte não é vantajoso ao se incorporar um negócio?


A) Acesso mais fácil aos mercados financeiros.
B) Responsabilidade limitada.
C) Tornar-se uma entidade legal permanente.
D) Lucros tributados no nível de corporação e no nível de acionista.

Resposta: A Dificuldade: Fácil

Questões de Discussão e Problemas

91. Que fatores gerais fatores podem influenciar a decisão de se organizar como uma firma individual, uma
sociedade, ou uma corporação?

Resposta: Fatores que podem influenciar a decisão envolvendo a forma organizacional incluiria: a quantia
de capital necessária em relação a quantia de capital que pode ser levantada, volume de vendas
estimado, a extensão da especialidade administrativa, a disposição para rendimento de ações, a
importância de dívidas limitadas, um desejo de permanecer na organização, a emissão de dupla
tributação.

92. Discuta por que as corporações exibem tipicamente a separação dos proprietários e administradores,
distinguindo-se da firma individual ou sociedades.

Resposta: Uma das razões das corporações exibirem tipicamente uma separação dos proprietários e
administradores é que os proprietários freqüentemente incluem uma quantia variada de investidores
relativamente pequenos. Assim, poderia ser aproximadamente impossível coordenar estes proprietários
nas tomadas de decisões. Também, muitos investidores pequenos estão satisfeitos em estar sendo
aliviados das responsabilidades administrativas. Além disso, a qualidade do administrador é
provavelmente melhor se aqueles administradores fossem contratados especificamente para aquela
função. Finalmente, a separação minimiza as interrupções administrativas que ocorreriam com a
mudança ou falecimento dos investidores. A maioria das firmas individuais e sociedades are empresas
menores que não precisam, podem não se permitir, e podem mesmo não desejar se pudessem se
permitir, a existência de um administrador separado.

93. Por que a responsabilidade limitada é um aspecto tão importante para os investidores?
Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 24
Capítulo I

Resposta: Muitos investidores não estariam com vontade de passarem para as mãos de outrem os seus
fundos de investimento em projetos se soubessem que eles estavam arriscando mais do que naqueles
fundos específicos. Especificamente no caso de proprietário e administrador separados, os acionistas
poderiam estar relutantes em permanecerem responsáveis por decisões que eles não tomaram parte.
Com a aversão ao risco que é testemunhada em geral para muitos investidores, é questionável se os
investidores converteriam seus fundos em ativos financeiros que não oferecessem responsabilidades
limitadas. Assim, a existência da responsabilidade limitada poderia afetar bastante a demanda por ações
corporativas.

94. Forneça no mínimo três exemplos de cada um dos ativos, reais e financeiros, que poderiam aparecer no
balanço patrimonial da General Motors.

Resposta: Exemplos de ativos reais para General Motors: dinheiro, inventário de matéria prima,
facilidades de produção, ferramentas e máquinas, inventário final dos automóveis. Exemplos de ativos
financeiros que poderiam ter sido emitidos pela General Motors: ações ordinárias (classes diferentes),
ações preferenciais, bônus corporativos, empréstimos bancários, et cetera. É claro, GM poderia mostra
os ativos financeiros do lado esquerdo do seu balanço patrimonial também, tais como: investimentos de
curto-prazo dos títulos do governo dos U.S.A., contratos recebíveis dos financiamentos dos seus
automóveis, ou possíveis hipotecas residenciais (GM, através de suas subsidiárias, é uma grande
criadora de hipotecas residenciais, embora a maioria eventualmente devesse serem vendidas no
mercado secundário).

95. Faça a distinção entre a decisão de orçamento de capital de uma empresa e a decisão de financiamento.

Resposta: Exemplos da decisão de orçamento de capital para uma empresa deveria incluir: a decisão de
trocar todos os computadores pessoais da empresa, a decisão para expandir o tamanho da produção, a
decisão de comprar um jato para a corporação, a decisão de expandir a produção em duas novas linhas
de produto, et cetera. Exemplos da decisão de financiamento para uma empresa poderia incluir: a
decisão de emitir bônus corporativos ao invés de expandir um empréstimo bancário, uma decisão de
vender na bolsa de valores uma nova emissão de ações ordinárias, a decisão realizar um empréstimo em
yen Japonês ao invés de dólares U.S. A., a decisão de rolar sobre financiamento de curto-prazo ao invés
de tomar emprestado por longo prazo, et cetera.

96. Discuta a inter-relação entre um financiamento da empresa e as decisões de estrutura de capital.

Resposta: Embora a decisão de orçamento de capital considere que investir em e especificamente


quanto investir, esta decisão está relacionada de maneira importante em como os fundos necessários
deveriam ser levantados. Por exemplo, se muitas outras empresas de riscos similares recentemente
emitiram bônus, o suprimento de fundos disponíveis para empréstimos poderia ser baixo, o que poderia
afetar a taxa de juros de tais fundos. Ou, o valor de mercado atual das ações ordinárias poderia ser tão
baixo que o administrador não preferiria emitir ações adicionais neste instante. Alternativamente, a
existência de empréstimos ou contratos de bônus deveria restringir certas formas de empréstimos.
Finalmente, embora certas formas de financiamentos possam parecer atrativas, elas podem não
representar a estrutura de capital almejada. Assim, os elementos da decisão de financiamento precisam
ser considerados simultaneamente com a decisão de orçamento de capital.

97. Por que as transações do mercado secundário são de importância para as corporações?

Resposta: Embora as corporações não gerem fluxos de caixa nas transações do mercado secundário
(outras além daquelas que eles iniciaram), é a existência de mercados secundários que colocam muito
dos investidores numa situação confortável o suficiente para investirem nas ofertas de mercado primário.
Em outras palavras, se os investidores percebessem que não seria um mercado convenientemente
organizado no que alterar em suas carteiras de títulos, as suas decisões de investimento originais
poderiam ser bem diferentes. Também, o mercado secundário atua como uma forma de “cartão de
marcação” para as decisões do administrador e os prospectos grais da empresa. Valores de mercado
são, na maioria das vezes, muito mais importantes do que os valores contábeis, assim os valores no
mercado secundário dão aos investidores e analistas igualmente a habilidade para avaliar a empresa.
Estas avaliações também afetariam as ofertas futuras do mercado primário.
Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 25
Capítulo I

98. Forneça exemplos de outras metas administrativas além daquelas da maximização do valor de mercado.

Resposta: Administradores podem tentar maximizar os lucros, ou maximizar as ações de mercado, ou


mesmo maximizar seus próprios benefícios! Problemas com a maximização dos lucros podem incluir o
método de maximização (i.e., ela está no interesse de longo-prazo ou curto-prazo da empresa?), a
manutenção da qualidade do produto, tomada de decisão ética, satisfação dos clientes, et cetera.
Problemas com ações de Mercado podem incluir economia de escala (i.e., custo médio de produção
baixo), manutenção da lucratividade, aumentar débitos, et cetera. Problemas de representação (agency)
que se relacionam com as compensações administrativas ou gratificações que não são de interesse de
longo-prazo dos acionistas são um outro exemplo de metas enganosas.

99. Desenvolva um caso para a inter-relação da tomada de decisão ética pelo administrador da empresa e a
lucratividade da empresa.

Resposta: Tomada de decisão ética podem ter um importante impacto nas atitudes dos empregados,
ações dos investidores, e retenção de clientes. Ainda mais, todos estes fatores podem ter um grande
impacto no ponto principal. A lista dos benefícios potenciais para uma empresa que tenha desenvolvido
uma reputação em operações éticas pode ser longa – facilidade no recrutamento dos empregados,
retorno dos empregados, emissão mais fácil de títulos primários, repetição dos negócios, boa imagem, et
cetera. Em outras palavras, as ações de todos os acionistas podem ser positivamente afetadas quando
eles percebem que a empresa é ética nas suas decisões.

100. Descreva problemas de representação (agency) em geral, e ofereça no mínimo três exemplos de
corporações.

Resposta: Sempre que os administradores da empresa forem diferentes dos proprietários empresa,
existe um potencial para problemas de representação (agency). Administrador pode levar vantagem do
fato que os proprietários da corporação são geralmente muito diversos, tal que nenhum dos proprietários
pareça estar “vigiando a casa”. Naqueles casos, pode ser fácil para o administrador chefe escolher por si
próprio um aumento excessivo, ou decorar as salas da corporação, ou ser omisso na justificativa dos
relatórios de despesas, ou mesmo investir em projetos que são “bem seguros”. Por que deveriam os
administradores escolher projetos seguros? Por exemplo, o executivo pode permanecer um ano com um
contrato de trabalho e estar mais envolvido com lucros estáveis do que com a elevação dos lucros.
Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 26
Capítulo I

“Por que aumentar o valor dos Acionistas?”

Na Companhia Coca-Cola, nossa missão estabelecida publicamente é criar valor ao longo do


tempo para os proprietários do nosso negócio. De fato, na nossa sociedade, esta é a missão de
qualquer negócio: criar valor para os seus proprietários.
Por quê? A resposta pode ser resumida em três razões.
Primeiro, aumentar a riqueza do acionista ao longo do tempo é o trabalho que o nosso
sistema econômico demanda para nós. Vivemos numa sociedade capitalista democrática, e aqui, as
pessoas criam instituições específicas para ajudar a encontrar necessidades específicas. Governos
são criados para ajudarem a manter as necessidades cívicas. Filantropias são criadas para ajudarem
a manutenção das necessidades sociais e companhias são criadas para ajudarem a manutenção das
necessidades econômicas. Os negócios distribuem o sangue que flui através do nosso sistema
econômico não somente na forma de bens e serviços, mas também na forma de impostos, salários e
filantropias.
Criar valor é o objetivo principal no qual nosso sistema econômico está baseado; é o trabalho
que nós devemos àqueles que nos confiaram com seus ativos. Trabalhamos para os nossos
acionistas. Este é – literalmente – a razão deles nos colocarem no negócio.
Dizer que trabalhamos para nossos acionistas pode soar simplista – mas vemos
freqüentemente companhias que esqueceram a razão do porque elas existem. Elas podem mesmo
tentar em vão ser todas as coisas para todas as pessoas e servirem muitos senhores de muitas
maneiras diferentes. Em qualquer evento, elas perdem sua ambição principal, que é fixar o negócio
de criação de valor para seus proprietários.
Além disto, devemos sempre estar conscientes do fato que enquanto uma Companhia
saudável pode ter um impacto positivo e aparentemente infinito nos outros, uma Companhia doente
é um obstáculo na ordem social das coisas. Ela não pode sustentar emprego, muito menos ampliar
as oportunidades disponíveis a seus empregados. Ela não pode servir os clientes. Ela não pode se
doar às causas filantrópicas.
E não pode contribuir em nada para a sociedade, que é a segunda razão de trabalharmos
para criar valor aos nossos acionistas: Se fizermos nosso trabalho, poderemos contribuir para a
sociedade de muitas maneiras significativas. Nossa Companhia investiu milhões de dólares na
Europa Oriental desde a queda do Muro de Berlin, e as pessoas lá não esquecerão tão cedo que
chegamos cedo ao encontro dos seus desejos, necessidades de trabalho e habilidades
administrativas. No processo, eles tornaram-se consumidores fiéis dos nossos produtos, enquanto
estamos construindo valores para os nossos acionistas – que foi nosso trabalho desde o início.
Certamente, entendemos – como uma Companhia – em fazermos boas ações que aumentem
diretamente a qualidade de vida das comunidades nas quais estamos fazendo o negócio. Mas o
benefício real e duradouro que nós criamos não vem porque fazemos boas ações, mas porque
fazemos um bom trabalho – trabalhamos focados na nossa missão de criar valor ao longo do tempo
para as pessoas a quem a Companhia pertence. Entre aqueles proprietários, por exemplo, estão as
fundações universitárias, fundações filantrópicas e outras organizações sem fins lucrativos. Se a
Companhia Coca-Cola enriquece mais, aquelas fundações são similarmente enriquecidas para
fortalecerem posteriormente as operações das instituições educacionais; se a Companhia Coca-Cola
enriquece mais, aquelas fundações têm mais para dar, e assim por diante. Há um efeito onda de
benefícios por toda a sociedade.
Por gentileza note que Eu disse criação de valor “ao longo do tempo”, não durante a noite.
Estas duas palavras estão no coração da terceira razão por detrás da nossa missão: Focar na criação
de valor sobre longo período mantém-nos agindo de forma míope.
Eu acredito que os acionistas queiram colocar seu dinheiro em companhias que eles possam
contar com elas, diariamente. Se nossa missão fosse simplesmente criar valor em uma noite,
poderíamos tomar centenas de decisões rapidamente que devolvesse uma incrível sorte inesperada
de curto prazo. Mas aquele tipo de comportamento não tem nada a ver com a criação de valor
sustentado ao longo do tempo. Para ser de valor único aos nossos proprietários sobre considerável
tempo, devemos também ser de valor único para os nossos clientes, nossos usuários, sócios de
envasamento, nossos amigos empregados e todos os outros detentores de ações – sobre aquele
período de tempo considerável .
Conseqüentemente, isto é como os interesses de longo prazo dos grupos de interesse são
servidos – como também os interesses de longo prazo dos acionistas são servidos. Da mesma
forma, a menos que os interesses de longo prazo dos acionistas sejam servidos, os interesses de
Bertolo ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 27
Capítulo I

longo prazo dos grupos de interesse não serão servidos. A possibilidade real para conflito, então,
não está entre os acionistas e os grupos de interesse, mas entre os interesses de longo prazo e de
curto prazo de ambos. No final das contas, cada um que se beneficia quando uma Companhia tem
uma visão de longo prazo. No final das contas, ninguém se beneficia quando uma Companhia tem
uma visão de curto prazo.
A criação de valor único para todos os grupos de interesse, incluindo acionistas, sobre um
tempo considerável, pressupõe uma sociedade saudável e estável. Somente num tal ambiente pode
uma Companhia lucrativa crescer e ser sustentável. Assim, o exercício daquela é referido
comumente como “responsabilidade corporativa” é um corolário lógico e supremamente racional de
uma Companhia de responsabilidade essencial aos interesses de longo prazo dos seus acionistas.
Uma Companhia somente exercitará esta responsabilidade essencial efetivamente se ela promover
aquele bem-estar social necessário para um ambiente de negócios sadios. È tão irracional supor
que uma Companhia é principalmente uma agência de prosperidade como supor que uma
Companhia não deveria absolutamente estar envolvida com o bem-estar social. Ambas visões
sacrificam o bem comum a longo prazo em função dos benefícios de curto prazo – se benefícios dos
acionistas ou benefícios dos grupos de interesse.
Certamente, situações competitivas duras podem algumas vezes pedir remédios cruéis. Mas
na essência, nossos acionistas olharão para nós entregando valores de longo prazo sustentados.
Nós fazemos isso construindo nossos negócios e fazendo-os crescer lucrativamente.
Na Companhia Coca-Cola, construímos nosso negócio e crescemos lucrativamente por mais
de 110 anos, porque temos nos mantidos disciplinados à nossa missão.
Not long ago, we came up with an interesting set of facts: A billion hours ago, human life
appeared on Earth. Há um bilhão de minutos atrás, o Cristianismo surgiu. Um bilhão de segundos
atrás, os Beatles mudaram a música para sempre. Um bihão de Coca-Colas, atrás era ontem de
manhã.
A questão que nos perguntamos é: O que devemos fazer com que um bilhão de Coca-Colas
atrás seja esta manhã? Levantando esta questão, disciplinamo-nos para uma visão de longo prazo.
No final das contas, a missão deste homem de vendas de refrigerantes da Atlanta – e meus
26.000 associados – não é simplesmente vender um caso extra da Coca-Cola. Nossa missão é criar
valor sobre um tempo considerável para os proprietários da nossa Companhia.
Isto é o que o nosso sistema econômico demanda para nós. Isto é o que permite-nos
contribuir significativamente para a sociedade. Isto é o que nos mantém atuando. Isso é o que nos
mantém agindo de forma míope. Como homem de negócios ou mulher de negócios, nunca
deveríamos esquecer que o melhor caminho para nós é servir todos os nossos grupos de interesse –
não apenas os nossos proprietários, mas nossos amigos empregados, nossos sócios no negócio e
nossas comunidades – é criando valor ao longo do tempo para aqueles que tem contratados os
nossos serviços.

Isto é, no final das contas, o nosso trabalho.

Roberto C. Goizueta
Chairman, Board of Directors,
e Chief Executive Officer
20 de Fevereiro de 1997

[Este ensaio apareceu originalmente no relatório anual de 1997 da Companhia Coca-Cola.]


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Capítulo I

ESTUDO DE CASO

A Apple Computer surgiu como uma sociedade entre duas pessoas, sendo no início uma empresa
de “fundo de quintal”. Cresceu rapidamente e, por volta de 1985, já era uma grande empresa de capital
aberto (corporation), com 60 milhões de ações negociadas em Bolsa e um valor de mercado superior a
US$ 1 bilhão. Na época, o mais conhecido co-fundador da empresa, Steven Jobs, de 30 anos, possuía 7
milhões de ações da Apple, as quais estavam avaliadas em US$ 120 milhões.
Não obstante seu interesse e seu papel no sucesso da fundação da empresa, Jobs foi forçado a
abrir mão de suas responsabilidades operacionais em 1985, quando o desempenho financeiro da Apple
piorou. Em seguida, ele renunciou.
Naturalmente, você não pode manter um bom empreendedor em baixa. Jobs então fundou a Pixar
Animation Studios, empresa responsável pela animação do bem-sucedido filme Toy Story. A Pixar
tornou-se uma empresa de capital aberto em 1995 e, depois de uma recepção entusiasmada do mercado
de capitais, a participação de 80% de Job passou a valer por volta de US$ 1,1 bilhão. Por fim, apenas para
mostrar que o mundo é redondo, em 1997, o futuro da Apple ainda estava duvidoso, e a empresa, lutando
por um lugar no mundo “Wintel”, contratou Steven Jobs como presidente!
A carreira de Jobs, que começa como um empreendedor de “fundo de quintal”, torna-se um
eecutivo de empresa, ex-empregado e, finalmente, presidente, ilustra assuntos relacionados a modalidades
de organização de empresas, objetivos organizacionais e controle de organizações, todos eles discutidos
neste capítulo. De fato, independentemente de seu interesse principal ser contabilidade, finanças,
administração, marketing ou alguma outra área, este capítulo o coloca diante da questão mais
fundamental no mundo dos negócios: Por que estamos aqui? Colocado de maneira mais precisa, qual é o
objetivo do negócio? Embora o foco desse capítulo seja o objetivo do negócio com base em uma
perspectiva financeira, esperamos que vocês reconheçam que o assunto discutido e as conclusões a que
chegamos são na realidade muito mais amplos e aplicam-se a todos os participantes do processo
decisório. Para aqueles que estiverem interessados em abrir um pequeno negócio de qualquer tipo, este
capítulo também fornece informações (e alertas) importantes sobre os diferentes tipos de organização de
empresas que venham a escolher.

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