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Dormencia Da Alma
Dormencia Da Alma
O adventismo afirma, pela “profetisa” Ellen e por Spicer, respectivamente, que: “Os que
descem à sepultura estão em silêncio. Não mais sabem de coisa alguma que se faz
debaixo do sol (Jó 14.21). Bendito descanso para o justo cansado! Seja longo ou breve o
tempo, não é para eles senão um momento. Dormem, e são despertados pela trombeta
de Deus para uma imortalidade gloriosa”(1). “O Estado a que somos reduzidos pela
morte é de silêncio, de inatividade e de inteira inconsciência”(2).
Pressupostos biopsíquicos
Pressupostos bíblicos
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(1)- White, Ellen, “O Conflito dos Séculos” 11ª Ed., C. P. Brasileira, SP, 1972, pág.
549).
(2)- Spicer, citado por J. K. Van Baalen em “O Caos das Seitas”, Imprensa Batista
Regular, 2ª Ed, 1974, S.P., pág. 151.
(3)- Berkhof, Louis, Teologia Sistemática, Luz Para o Caminho, 4ª Ed., 1996, S.P, pág.
695.
1. Estado de Consciência.
A morte, conseqüência do pecado, estabelece a temporária separação da unidade
original “corpo-espírito” ou “corpo-alma”( pneumossoma ou psicossoma). Deus, por
sua infinita misericórdia e inefável graça, não permitirá que os efeitos da queda
permaneçam danificando seus eleitos. Ele os reunificará, incorruptíveis, pela
ressurreição do último dia. Enquanto, porém, perdurar a separação, o espírito, dado pelo
Criador, ficará sob sua proteção, aguardando o dia da reunificação, quando se
restabelecerá a condição ideal, conforme a criação. O espírito, provisoriamente separado
de seu corpo pelo qual veio à existência e se expressou vitalmente como ser humano,
tendo voltado para Deus (Ec 12.7), encontra-se, no “Seio de Abraão”, em pleno gozo de
suas faculdades cognitivas e volitivas, esperando a promessa de sua idealidade, a
plenitude de sua realidade final: humanamente perfeito no ser ressurreto.
Do Velho Testamento:
Sl 16.11: “Tu me farás ver a vida; na tua presença há plenitude de alegria; na tua destra,
delícias perpetuamente.” Não pode haver plenitude de alegria e delícias perpetuamente
para uma alma dormente ou liquidada.
Sl 73.24: “Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória.” Deus recebe
na glória quem “fica dormindo no túmulo?
Sl 116.15 “Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos.” Seria preciosa ao
Senhor um morto no sepulcro com sua alma dormindo nele, inexplicavelmente presa à
matéria, somente saindo com ela na ressurreição?
Ec 12.7: “E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus que o deu.” Se volta a
Deus, não fica dormindo ” no leito” do corpo dissolvido.
Do Novo Testamento:
Em Dt 31.16 Deus predisse que Moisés, em breve, estaria “dormindo” com seus pais.
Na interpretação adventista, sua alma estaria dormente no sepulcro. No entanto, ele
aparece, transfigurado, no Monte da Transfiguração:
Mc 9.4: “Apareceu-lhes Elias e Moisés, e estavam falando com Jesus.” Não consta que
Moisés ressuscitou, maneira de se “despertar do sono”, conforme a tese adventista; e
mais, falou com Jesus. Elias foi transladado(II Rs 2.11), mas Moisés “dormia”, com
seus pais, isto é, estava morto. Como então apareceu “falando” com Jesus?
Mt 22.32: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? E ele não é
Deus de mortos, e sim, de vivos”(cf. Mt 8.11). Deus de vivos, não de almas letárgicas
inconscientes ou totalmente liquidadas, presas aos elementos físicos de seus cadáveres.
Lc 23.34: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. No paraíso, isto é,
no jardim do Rei, nos céus, não em sono sem sonhos na matéria putrefeita.
Lc 23.46: “Pai, na tua mão entrego o meu Espírito! E, dito isto, expirou”. Cristo, como
verdadeiro homem e não uma fantasia humana, no conceito adventista, deveria entrar
em profundo estado letárgico, entregar o seu espírito ao sono sepulcral. Pelo contrário,
entregou-o ao Pai, levando com ele o companheiro de cruz para o Paraíso celeste: “Hoje
estarás comigo no Paraíso.”
Fp 1.22-23: “Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o
que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de
partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.” Partir e estar com Cristo,
não ficar dormindo no leito tumular.
Ap 6.9-11: “Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas daqueles que
tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que
sustentavam. Clamavam em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor,
santo e verdadeiro, não julgar, nem vingas o nosso sangue dos que habitam a terra?
Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem
ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e
seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.”
Ap 20.4b: “Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem
como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem
tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e
reinaram com Cristo durante mil anos”. Almas dos que morreram por martírio, vivendo
e reinando com Cristo durante mil anos.
“Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo e que, todos
os dias, se regalava esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro,
coberto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimentar-se das migalhas que
caíam da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o
mendigo e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi
sepultado. No inferno, estando em tormentos, levantou os olhos e viu ao longe a Abraão
e Lázaro no seu seio. Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim! E
manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque
estou em tormento nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que
recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui,
ele está consolado; tu, em tormentos. E, além de tudo, está posto um grande abismo
entre nós e vós, de sorte que os que querem passar daqui para vós outros não podem,
nem os de lá passar para nós. Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha
casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não
virem também para este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os
Profetas; ouçam-nos. Mas ele insistiu: Não, Pai Abraão; se alguém dentre os mortos for
ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e
aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os
mortos”.
Negar esta parábola com o objetivo de rejeitar a situação dos mortos no estado
intermediário é menosprezar a revelação direta sobre a matéria, feita pelo próprio Deus
encarnado em Jesus Cristo. Deturpar-lhe o significado, como fazem alguns, é corromper
a Palavra de Deus. Aceita nos seus termos, como realmente deve ser, ficam
estabelecidas as seguintes doutrinas, rejeitadas pelos adventistas:
Na morte, Corpo e Alma separam-se: “Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos
anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi sepultado”(vs.22). Cristo, pois,
não defende a tese adventista de que a alma fica dormindo com o corpo: separa-se dele.
Tal separação, porém, dura somente enquanto durar o “Estado Intermediário”, que será
interrompido pela ressurreição tanto de justos como de injustos, e num único dia. Os
justos ressuscitarão para o gozo eterno; os ímpios para o juízo eterno.
Céu e Inferno: Jesus ensinou a existência do Céu, onde Lázaro recebe o consolo divino,
repousado no seio de Abraão, isto é, como comensal privilegiado do Pai (vs.22; cf. 25),
aguardando dias melhores ainda, quando a idealidade humana completar-se na
ressurreição; e do Inferno(hades), onde o rico se encontra em tormento (vs.22-23; cf.
25), aguardando dias piores.
Castigo Eterno: ” Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebestes os teus bens
em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, ele está consolado; e tu,
em tormentos”(vs. 25). O castigo imposto à alma pela justiça divina no Hades,
continuará na Geena depois da ressurreução.
a- O ex-ladrão convertido na cruz foi convidado por Cristo a estar com ele no Paraíso
imediatamente após a morte (Lc 23.43). E o Paraíso é o Céu: Conheço um homem em
Cristo que, há quatorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do
corpo, não sei, Deus o sabe); e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não
sei, Deus o sabe), foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é
lícito ao homem referir” (II Co 12. 2-4).
Veja a situação da alma do rico (Lc 16.23,25). Compare o ensino do divino Mestre na
parábola do Rico e Lázaro com o que nos revela Pedro em I Pe 3.19-20; II Pe 2.9.