Façamos guerra, não contra outras pessoas, mas contra a nossa própria
incredulidade. Essa é a raiz da ansiedade, que, por sua vez, é a raiz de muitos
outros pecados.
E se nenhum dos seus propósitos pode ser frustrado, então ele deve ser o
mais feliz de todos os seres.
Todos nos relacionaríamos com Deus como filhos que têm um pai frustrado,
abatido, triste e descontente. Eles não conseguem desfrutar dele. Eles só
podem tentar não incomodá-lo, ou talvez tentar trabalhar para ele a fim de
ganhar algum pequeno favor.
No dia em que troquei a América por três anos na Alemanha, meu pai me fez
uma ligação de longa distância e me deu essa promessa ao telefone. Por três
anos, eu devo ter citado essa promessa para mim mesmo umas quinhentas
vezes ao passar por períodos de grande estresse.
Quando fico ansioso pelo fato do meu ministério ser inútil e vazio, luto
contra a incredulidade com a promessa de Isaías 55.11: “Assim será a
palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que
me apraz e prosperará naquilo para que a designei”.
Quando fico ansioso por ser fraco demais para fazer meu trabalho, luto
contra a incredulidade com a promessa de Cristo: “A minha graça te basta,
porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12.9).
Quando fico ansioso pelo bem-estar daqueles que amo, luto contra a
incredulidade com a promessa de que se eu, sendo mau, sei dar coisas boas
aos meus filhos, quanto mais o “Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos
que lhe pedirem?” (Mateus 7.11).
Jesus não está apenas dizendo: Se as coisas correrem mal, não se preocupe,
já que você está morto de qualquer modo. Ele está dizendo: Escolha morrer
comigo. Escolha odiar a sua vida neste mundo da maneira que eu escolhi a
cruz.
Isso é o que Jesus quis dizer quando afirmou: “Se alguém quer vir após mim,
a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16.24). Ele nos
convoca a escolhermos a cruz. As pessoas só faziam uma coisa numa cruz.
Elas morriam nela. “Tome a sua cruz” significa: “Como um grão de trigo, caia
na terra e morra”. Escolha isso.
Mas, por que? Por causa do compromisso radical com o ministério: “Em nada
considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha
carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o
evangelho da graça de Deus” (Atos 20.24). Parece que ouço Paulo dizendo:
“Não importa o que aconteça comigo, se eu apenas puder viver para a glória
de sua graça”.
Ideias têm consequências
Versículo do dia: O intuito da presente admoestação visa ao amor. (1 Timóteo
1.5)
Victor Frankl foi preso nos campos de concentração nazistas de Auschwitz e
Dachau durante a Segunda Guerra Mundial. Como professor judeu de
neurologia e psiquiatria, tornou-se mundialmente conhecido por seu
livro, Man’s Search for Meaning [A Busca do Homem por Significado], que
vendeu mais de oito milhões de cópias.
Nesse livro, ele desvenda a essência de sua filosofia, que passou a ser
chamada logoterapia, a qual afirma que o motivo humano mais fundamental
é encontrar significado na vida. Ele observou em meio aos horrores dos
campos que o homem pode suportar quase qualquer “modo” de vida, se ele
tiver um “porquê”. Mas a citação que me comoveu recentemente foi esta:
Uma das maneiras pelas quais a Bíblia esclarece a verdade de que as ideias
têm consequências práticas é dizendo coisas como: “tudo quanto, outrora,
foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que… tenhamos
esperança” (Romanos 15.4). As ideias apresentadas nas Escrituras produzem
a consequência prática da esperança.
Outra maneira pela qual as Escrituras nos mostram que as ideias têm
consequências é usando as palavras “portanto”, “pois” e outras semelhantes
(a palavra grega que essas palavras traduzem aparece 499 vezes no Novo
Testamento). Por exemplo: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com
Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5.1). “Agora, pois, já
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1).
“Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã” (Mateus 6.34).
Se quisermos viver no poder desses grandes e práticos “portantos” e “pois”,
devemos nos agarrar às ideias — às visões da realidade — que ocorrem antes
deles e estão sob eles.