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DISCUTINDO A METODOLOGIA DO ENSINO DE CIENCIAS E

MATEMÁTICA: críticas e possibilidades à prática docente

RESUMO
Aluna: Thuanny Castro

Há uma baixa qualidade educativa do aluno nos componentes curriculares


de ciências e matemática, nos vários níveis de escolarização do nosso país.
Vários indicadores do governo têm revelado que o desempenho dos alunos em
tais componentes é insatisfatório e isso levanta questões de discussões
profundas sobre as propostas metodológicas necessárias para sanar esse
problema. Os conhecimentos científicos e em matemática são fundamentais
para que o indivíduo exerça adequadamente sua cidadania e conviva de modo
satisfatório em meio as mudanças vividas no contexto social e cultural atual.
No entanto, para que a qualidade da educação científica, matemática e
tecnológica seja elevada, faz-se necessário uma abordagem metodológica de
ensino que acompanhe o processo de ensino-aprendizagem, valorizando
esquemas conceituais autônomos, espontâneos e propondo experiências
significativas em que o objeto do conhecimento seja construído e percebido pelo
aluno. Isto é, uma prática de ensino que alcance de fato o objetivo de alfabetizar
cientificamente os alunos nas escolas brasileiras.
O ponto de partida é a educação infantil onde historicamente a educação
preocupa-se mais com o quão rápido um aluno deve aprender a ler e escrever,
em vez de focar no desenvolvimento cognitivo e científico de cada aluno. O
professor acaba deixando de lado, em sua metodologia, as atividades
investigativas de fenômenos que aguçam a curiosidade dos indivíduos e que
possibilitam a construção de conceitos e passam a adotar somente uma prática
repleta de exercícios motores e cópias mecanizadas de letras e números. Em se
tratando da disciplina de matemática e ciências, especialmente, os problemas
perpassam por muitos caminhos. Os professores, geralmente, seguem conceitos
e metodologias “prontas” nos livros didáticos e o aluno que não acompanha ou
os entende de maneira diferente da qual o professor o ensinou e encontra
caminhos alternativos para alcançar o saber acaba sendo reprovado.
Nos anos seguintes os problemas só crescem pois, embora o enfoque
dado a estas disciplinas seja maior, a metodologia do professor continua
mecanizada e baseada tão somente no uso do livro didático. Nas aulas de
matemática, o professor passa conteúdo e cita exemplos no quadro e em
seguida espera que os alunos resolvam uma lista de exercícios. Nas aulas de
ciências não é muito diferente, além de ser tratada como uma disciplina de cunho
mais decorativo, quando somadas às aulas práticas, as aulas de ciências são
tidas como muito distante da realidade dos alunos, apenas seguindo um roteiro
para demonstração de determinado fenômeno, falta contextualização e
interdisciplinaridade.
Portanto, quando este aluno chega ao ensino médio, ele enfrenta sérias
dificuldades em entender os fenômenos e as relações conceituais das áreas de
química, física, biologia e matemática. Especialmente, porque o aluno não
enxerga a aplicabilidade e nem atribui um significado real aos conteúdos
ministrados. Nesta etapa do ensino, a interdisciplinaridade e contextualização
dos conteúdos é ainda mais fundamental para que o aluno alcance uma
compreensão ampla das relações existentes entre ciências, tecnologia e
sociedade, para desenvolver sua cidadania e inseri-lo no contexto social e de
trabalho do seu país. No entanto, os conteúdos científicos e matemáticos são,
novamente, tratados como verdades imutáveis e totalmente distantes da
realidade social e cultural na qual o aluno está inserido causando assim mais
falta de interesse e, por conseguinte, alienação.
Outro problema encontrado se diz respeito à formação dos professores
da ciclo básico. A LDB garante a formação mínima em nível de profissionalização
na modalidade média normal, podendo causar o retrocesso na qualidade de
formação necessária para este âmbito já que, para os outros níveis, é exigido
formação universitária. E, mesmo na formação universitária, a educação ainda
enfrenta sérias dificuldades na formação de seus profissionais pois os cursos de
licenciatura plena não atendem aos seus licenciandos de maneira efetiva quando
se diz respeito às disciplinas pedagógicas. Não obstante, falta também
oportunidades para a realização da formação continuada do professor e até
mesmo incentivo à pesquisa em educação.
A utilização de projetos didáticos permite uma versatilidade de orientação
ao professor e também uma autonomia reflexiva por parte dos alunos em realizar
as atividades propostas e portanto, há ganhos para ambas as partes. Os projetos
didáticos auxiliam na criação de estratégias de organização dos conteúdos
escolares visando o tratamento da informação, a relação entre os diferentes
conteúdos e na construção do conhecimento do próprio aluno. Sendo assim, os
projetos didáticos podem ser utilizados como alternativas metodológicas
eficazes para driblar os problemas encontrados no processo de ensino-
aprendizagem de ciências e matemática no ciclo básico.
As questões evidenciadas por esses problemas no ensino de ciências e
matemática devem ser alvo de intensas discussões de propostas e
possibilidades de novas práticas metodológicas que venham a sanar este o
grande déficit que há no desempenho dos alunos brasileiros nestas disciplinas,
desde as séries iniciais até o ensino médio. Para tanto, faz-se necessário aliar
um conjunto de metas tais como: uma formação de professores de maior
qualidade, espações escolares onde haja condições pra para os professores
desenvolverem suas atividades e discussões, envolvimento de políticas públicas
de valorização profissional e incentivo a formação continuada de professores,
dentre outros.

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