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Aula 10

Legislação Relativa ao DPRF p/ PRF - Policial - 2016 (com videoaulas) - Prof. Marcos
Girão

Professor: Marcos Girão


Legislação Relativa ao DPRF
Prof. Marcos Girão

Aula 10 - Crimes de Trânsito

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................... 2
I – OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE GERAL....................................... 3
1. Conceitos Iniciais .......................................................................... 3
2. Elementos Subjetivos da Conduta .................................................. 3
2.1. Crimes Dolosos ....................................................................... 4
2.2. Crimes Culposos ...................................................................... 4
3. Infração X Crime De Trânsito ........................................................ 5
4. Suspensões previstas no CTB ........................................................ 5
4.1. A Suspensão Administrativa .................................................... 5
4.2. A Suspensão Penal .................................................................. 6
4.3. Condições para o SUSPENSO voltar a dirigir ............................ 9
5. As Multas previstas no CTB .......................................................... 11
5.1. A Multa Administrativa .......................................................... 12
5.2. A Multa Reparatória .............................................................. 12
5.3. A Multa Penal ........................................................................ 13
6. Crimes de Dano e de Perigo no CTB ............................................. 14
7. Circunstâncias Agravantes e Aumentativas de Pena .................... 14
II – OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE ESPECÍFICA .......................... 21
1. Os Crimes de Trânsito.................................................................. 21
Questões de sua Aula ......................................................................... 82
GABARITO .......................................................................................... 93

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APRESENTAÇÃO

Olá, caro aluno!

Nesta aula, estudaremos um assunto bastante importante e sempre


muito badalado nos últimos anos: os Crimes de Trânsito.

É um assunto que volta e meia tem ocupado grande espaço na mídia,


mas que, em se tratando provas de concursos, ainda não tem sido um alvo
muito grande de questões. O Cespe é a banca que mais tem questões sobre o
assunto e ainda assim não são tantas! Apesar disso, temos quase 50
questões, mais do que suficientes para a consolidação do seu aprendizado!

Pois bem, mais do que descrever os todos os crimes de trânsito trazidos


pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), vamos dar qualidade ao tema,
aprofundando-o no limite necessário.

Abordarei primeiramente a Parte Geral do Capítulo XIX (arts. 291 a


301) e, em seguida, com a base dada pela parte geral, falarei sobre cada um
dos Crimes em Espécie (arts. 302 a 312), destacando as importantes
mudanças promovidas pela Lei nº 11.705/08, a famosa Lei Seca, e pelas
recentíssimas Lei nº 12.760/12, apelidada de “Lei da Tolerância Zero”, e Lei nº
12.971/2014.

Beleza?

Então, aperte o cinto e vamos em frente!

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I – OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE GERAL

1. Conceitos Iniciais

O Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97) – CTB - estabelece que


aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, nele previstos,
aplicam-se subsidiariamente as normas gerais do Código Penal e do Código de
Processo Penal, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que
couber.

Daí você já percebe que as consequências sofridas por quem comete


crimes no trânsito não se esgotam apenas nas disposições do referido Código.
A depender da gravidade e dos agravantes, o infrator pode também ser
submetido às imposições do Código Penal e do Código Processual Penal, assim
como da Lei nº 9.099/95 (Leis dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais).

Antes de mais nada, vamos trabalhar alguns conceitos que entendemos


serem importantes para a compreensão geral do assunto.

Tendo como referência o que diz o Código Penal, em se tratando de


crime de trânsito, o envolvido por ele responderá se o tiver cometido tanto em
via pública quanto em via particular, a não ser que no tipo penal venha de
maneira expressa o termo "via pública”.

Sendo assim, a primeira informação importante: aquele que pratica


homicídio culposo ou lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor responde pelo CTB, ainda que esses crimes tenham ocorrido em
vias particulares, uma vez que o CTB, em seus artigos 302 e 303, nada
menciona. Chegaremos já neles, guenta aí!

2. Elementos Subjetivos da Conduta

Para configuração do crime, é preciso que seja analisado se o agente


incorreu em dolo, em culpa, ou se esses elementos estavam ausentes, a fim
de que seja feita a correta tipificação do delito.

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2.1. Crimes DOLOSOS

O Código Penal Brasileiro define, em seu art.18, que um crime é doloso


quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
Assim:

 A punição por conduta dolosa nos crimes de trânsito é a


regra; os crimes de trânsito tipificados no CTB são, em sua
maioria, punidos apenas na modalidade DOLOSA , mais
especificamente os dos arts. 304 ao 312 do CTB.

2.2. Crimes CULPOSOS

No mesmo artigo 18, o Código Penal Brasileiro diz que um crime


culposo é aquele em que o agente deu causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.

Pois bem, a punição por conduta culposa, nos delitos em geral, constitui
regra de exceção. Assim, ao analisar um delito de trânsito qualquer, a
conduta será culposa se nele houver expressa previsão.

 No CTB temos apenas dois delitos de trânsito, cometidos na


direção de veículo automotor com previsão de punição das
condutas culposas que são:

HOMICÍDIO CULPOSO  Art. 302

LESÃO CORPORAL CULPOSA  Art. 303

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3. Infração X Crime De Trânsito

É importante perceber que na infração de trânsito, não há que se


falar na valoração, pelo agente de trânsito, dos elementos subjetivos da
conduta, dolo e culpa, como requisito para tipificação, ou seja, esses
elementos não são levados em consideração pelo agente de trânsito nas
autuações. O que ele de fato analisa é somente se o condutor está ou não
em uma situação proibida.

Já no crime de trânsito, o magistrado (autoridade judiciária) sempre


valora os elementos subjetivos da conduta, a fim de fazer a correta tipificação
do delito, e, por conseguinte, aplicar a pena correspondente à conduta lesiva.

4. Suspensões previstas no CTB

Uma das penalidades impostas pela autoridade de trânsito aos


condutores que cometem infrações é a suspensão do direito de dirigir
(art. 256, III, CTB). Trata-se de uma suspensão administrativa, já que é
aplicada pela autoridade de trânsito do órgão com circunscrição pela via.

Acontece que não temos apenas essa modalidade de suspensão prevista


no CTB. Há também um tipo de suspensão aplicada pela autoridade judiciária
em decorrência de crimes de trânsito. Esta pena é aplicável tanto ao
inabilitado quanto ao detentor da habilitação.

Vamos analisá-las e conhecer suas diferenças!

4.1. A Suspensão ADMINISTRATIVA

A penalidade de suspensão do direito de dirigir (art. 256, III c/c


art. 261) será aplicada nos casos previstos no CTB, pelo prazo mínimo de 01
mês até o máximo de 01 ano e, no caso de reincidência no período de 12
meses, pelo prazo mínimo de 06 meses até o máximo de dois anos, segundo
critérios estabelecidos por Resolução do Conselho Nacional de Trânsito
(CONTRAN).

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Será também suspenso (administrativamente) aquele que acumular 20


pontos em seu prontuário no período de 12 meses. E quem a aplica? A
autoridade de trânsito!

4.2. A Suspensão PENAL

Já a suspensão penal, prevista no art. 293 do CTB (esta interessa para


a sua prova!), proporciona ao magistrado uma possibilidade maior de sua
aplicação, se comparada com a suspensão administrativa aplicada pela
autoridade de trânsito.

 Pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto


quem tem o direito de dirigir quanto o inabilitado ,
pelo prazo variável de 02 meses a 05 anos.

Quando aplicada essa suspensão, o habilitado tem seu direito de dirigir


veículo automotor suspenso. O inabilitado (aquele que ainda não tem ou
nunca teve CNH) tem proibido o direito de obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor.

Essa suspensão somente pode ser aplicada por um Juiz de Direito, tem
natureza jurídica de pena restritiva de direito, apenas sendo possível aplicá-
la, em regra, após o trânsito em julgado da sentença penal
condenatória.

O CTB estabelece que a suspensão penal pode ser aplicada isolada


(apenas ela) ou cumulativamente (com a pena privativa de liberdade ou
com a multa), e com prazo a ser estipulado pela autoridade judiciária, sem
nenhuma correlação com os prazos da pena privativa de liberdade, devendo,
entretanto, o juiz observar um mínimo de 2 meses e um máximo de 5
anos.

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Lei nº 12.971/14

 Com o advento dessa norma, a suspensão ou a proibição de


se obter a habilitação ou a permissão para dirigir não mais
pode ser aplicada como pena principal (art. 292, CTB)!
Fique ligado com essa mudança, ok?

Como assim, professor?!

Bom, essa penalida só aparece expressamente descrita em quatro dos


doze crimes tipificados no CTB: no de homicídio culposo (art. 302); no de
lesão corporal culposa (art. 303); no de embriaguez ao volante (art. 306); e
no de promoção de competição esportvia (art. 308). Nesses crimes, ela
aparece de forma cumulativa com as respectivas penas restritivas de
liberdade (detenção ou reclusão).

Nenhum dos demais crimes do CTB sequer a prevê como penalidade! E


aí, a pergunta: como então ela pode ser aplicada de forma isolada professor,
já que só aparece junto com outra pena nos quatro crimes acima e não é
prevista em nenhum dos demais delitos?
É aí que vem pulo do gato! A restrição será aplicada isoladamente para
alguns delitos do CTB caracterizados como de menor potencial ofensivo, ou
seja, cujas penas restritivas de liberdade não tenham prazo máximo de 2
anos. Nesses casos, o juiz poderá oferecer a chamada transação penal (art. 76
da Lei nº 9.099/95), que, a grosso modo, significa subsituir a pena restritiva
de liberdade por uma restritiva de direitos, como essa que estamos a
estudar: suspensão ou a proibição de se obter a hanilitação ou a
permissão para dirigir.

Beleza?

Ah, e mais: diferentemente da suspensão administrativa, o


cumprimento da suspensão penal está condicionado à soltura do réu; sendo
assim, enquanto o condenado estiver recolhido em
estabelecimento prisional, não há de ser deflagrada a
contagem da suspensão penal, não havendo esse impedimento na
aplicação de sanções administrativas.

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Por exemplo: você foi condenado por um crime de trânsito a 02 anos de


reclusão que também previa, de forma cumulativa, a suspensão de sua
hablitação. O magistrado deciciu que seria de 3 anos o prazo dessa suspensão.
Transitada em julgado a sentença, você primeiro cumprirá a pena restritiva de
liberdade e, somente após a sua soltura, é que começa a contar o prazo de
cumprimento da suspensão da habilitação. Em tese, você ficará 05 anos (02 de
reclusão + 03 de suspensão) sem poder conduzir veículos.

Existe, em caráter de exceção, a previsão no art. 294 do CTB, de que


poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do
Ministério Público, ou ainda mediante representação da autoridade policial,
decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação
para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção em qualquer
fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para garantir
a ordem pública.

Nesse caso, o legislador deu ao judiciário a oportunidade de acalmar o


clamor público, a sensação de impunidade, e também uma maneira de calar a
imprensa, e outros meios de comunicação, em situações em que a
manutenção do direito de dirigir atente contra a tranquilidade social.

E sobre essa penalidade, mais um destaque:

 Se o réu for reincidente na prática de crime previsto


no CTB Código, o juiz aplicará a penalidade de
suspensão da permissão ou habilitação para dirigir
veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções
penais cabíveis (art. 296).

E você sabia que o CTB prevê condições para que esse condutor
suspenso volte a dirigir?

Vamos conhecê-las!

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4.3. Condições para o SUSPENSO voltar a dirigir

Segundo o art. 261, §2º, do CTB, aquele que for suspenso


administrativamente pela autoridade de trânsito terá como condição para
voltar a dirigir:

 o cumprimento do prazo da suspensão e;

 a participação em curso de reciclagem.

Pois bem, quanto ao suspenso penalmente, deve ser obedecida a regra


geral do artigo 160 do CTB, regulamentado pela Resolução CONTRAN nº
300/08. Tal regra estabelece que todo condenado por delito de trânsito, após
sentença definitiva, terá seu documento de habilitação apreendido, e só
após o cumprimento da decisão judicial e de submissão a novos exames, com
a devida aprovação neles, será emitido um novo documento de habilitação
mantendo-se o mesmo registro, sendo necessária também a participação em
curso de reciclagem.

 Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu


será intimado a entregar à autoridade judiciária, em 48
horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
 Depois de cumprida a pena o condenado por delito de
trânsito não precisa reiniciar todo o processo de
habilitação, apenas refaz os exames exigidos para primeira
habilitação, no DETRAN de registro da sua habilitação.

Para você não se esquecer das diferenças:

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Suspensão Administrativa:
 imposta pela autoridade de trânsito;

 01 mês a 01 ano;

 se reincidente em 12 meses  06 meses a 02 anos;


 cumprido o prazo da suspensão, faz curso de reciclagem e volta
a conduzir.

Suspensão Penal:
 imposta pelo magistrado

 02 meses a 05 anos

 começa a cumprir depois de transitada em julgado a


sentença

 cumprida a pena de suspensão, faz todos os exames da primeira


habilitação mantendo-se o primeiro registro + curso de
reciclagem.

Veja como essas primeiras informações foram cobradas:

01. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN.


OLINDA/PE – 2011] Qual a duração do prazo estabelecido pela
legislação de trânsito, quando da suspensão ou da proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor?

(A) De dois meses a cinco anos.


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(B) De dois meses a quatro anos.

(C) De três meses a cinco anos.

(D) De seis meses a quatro anos.

(E) De seis meses a cinco anos.

Comentário:

Questão bem simples, mas que lhe exige o conhecimento sobre a


suspensão para quem comete crimes de trânsito. A suspensão penal, prevista
no art. 293 do CTB, proporciona ao magistrado uma possibilidade maior de
sua aplicação, se comparada com a suspensão administrativa, aplicada pela
autoridade de trânsito.

Quando aplicada essa suspensão, o habilitado tem seu direito de dirigir


veículo automotor suspenso. O inabilitado (aquele que ainda não é habilitado)
tem proibido o direito de obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor. Pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto
quem tem o direito de dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo variável de 02
meses a 05 anos.

Gabarito: Letra “A”

02. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN.


OLINDA/PE – 2011] Se o réu for reincidente na prática de crimes previstos
na legislação, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou
habilitação para dirigir veículos automotores, sem prejuízos das demais
sanções penais cabíveis.

Comentário:

Exato! Vimos que, se o réu for reincidente na prática de crime previsto no


CTB, o juiz necessariamente terá que aplicar a penalidade de suspensão da
permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das
demais sanções penais cabíveis.

Gabarito: Certo

5. As Multas previstas no CTB

O termo multa torna-se relevante em virtude da confusão feita por


muitos candidatos, uma vez que no CTB existe a previsão de três tipos de
multas de naturezas diferentes:

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 a de natureza CIVIL;

 a de natureza PENAL e;

 a de natureza ADMINISTRATIVA.

Vamos aprender a diferenciá-las!

5.1. A Multa ADMINISTRATIVA

A multa administrativa é uma sanção a ser imposta pela autoridade de


trânsito com circunscrição sobre a via onde tenha ocorrido uma infração de
trânsito (art. 256, II, CTB).

Poderíamos defini-la também como uma receita de natureza não tribu-


tária de arrecadação vinculada, uma vez que tem destino certo, pois o CTB
determina que a receita arrecadada com a cobrança das multas de transito
será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego de
campo, policiamento, fiscalização e educação de transito.

Cabe ressaltar que 5% do total da receita de multa arrecadada pelo


país são destinados ao FUNSET (Fundo Nacional de Segurança e Educação
para o Trânsito), que é administrado pelo DENATRAN.

5.2. A Multa REPARATÓRIA

Essa é uma multa de natureza civil, indenizatória, e exigida no juízo


penal. É, na verdade, uma antecipação de um ressarcimento imposta pelo
juiz da esfera penal, após reclamação da vítima ou seus sucessores.

Para que a multa reparatória se torne exigível, é necessária a ocorrência


de um crime de transito, já que é aplicada no juízo penal, e também um dano
material - apenas este é indenizável a título de multa reparatória.

O destino da multa reparatória é, portanto, diferente do destino da multa


administrativa, pois esta vai para o Estado e aquela é paga à vítima ou aos
seus sucessores.

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Convém ressaltar que o valor da multa reparatória terá como limite o do


prejuízo demonstrado no processo; porém, se posteriormente a vítima se
achar insatisfeita com o valor pago, poderá ainda reclamar o mesmo objeto, a
mesma indenização, na esfera cível, recebendo evidentemente apenas a
diferença (art. 297).

A forma de pagamento dessa multa está prevista no Código Penal, entre


seus arts. 49 e 52, devendo ser paga em dia-multa, a ser fixado pelo juiz. A
multa deve ser paga dentro de 10 dias depois de transitada em julgada a
sentença.

A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz


pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais, inclusive
mediante desconto no vencimento ou salário, sendo que o desconto não
deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e
da sua família.

5.3. A Multa PENAL

A pena de multa, também conhecida como pena pecuniária, é uma


sanção penal que consiste na imposição ao condenado da obrigação de pagar
ao Fundo Penitenciário determinada quantia em dinheiro, calculada na forma
de dias-multa, atingindo o patrimônio do condenado.

O CTB prevê que a pena de multa pode ser cominada e aplicada


cumulativamente com a pena privativa de liberdade ou ainda de forma
alternativa com a pena de prisão (art. 292).

Quando a multa é punição única (comum na lei de contravenções


penais), ou nos casos em que ela se encontra cumulada com a pena de prisão,
ao magistrado, no caso de condenação, será obrigatória a sua aplicação,
sob pena de ferir o princípio da legalidade ou da inderrogabilidade da pena.

Nos casos em que a pena de multa estiver prevista de forma


alternativa com a pena privativa de liberdade, o juiz terá uma
discricionariedade para escolher entre uma ou outra, conforme seja necessário
e suficiente para reprovação e prevenção do crime.

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6. Crimes de Dano e de Perigo no CTB

Para entendermos melhor a dinâmica dos crimes de trânsito, é preciso


entender os conceitos de crimes de dano e de crimes de perigo (abstrato e
concreto).

Crime de dano é aquele que não se consuma apenas com o perigo,


pois é necessário que ocorra uma efetiva destruição a um bem jurídico
penalmente protegido. Na legislação de trânsito, mais especificamente no
capítulo dos crimes de trânsito, encontramos como crimes de dano apenas os
culposos, previstos nos artigos 302 e 303. São eles os crimes de homicídio
culposo e lesão corporal culposa.

Crime de perigo é aquele que se consuma com o simples perigo criado


para o bem jurídico. Divide-se em crime de perigo em concreto ou em
abstrato.

O crime de perigo concreto é aquele que precisa ser comprovado, isto é,


deve ser demonstrada a situação de risco corrida pelo bem juridicamente
protegido. Exemplos desse crime são o “crime de excesso de velocidade” e o
de “trânsito com veículos sobre calçadas”. Nos crimes de perigo em abstrato,
a situação de perigo não precisa ser provada, pois a lei contenta-se com a
simples prática da ação que pressupõe perigosa.

Os crimes de perigo estão previstos nos artigos 304 ao 312, ora de


perigo em concreto, ora de perigo em abstrato, em ambos os casos sempre
dolosos. Você entenderá melhor essas diferenças quando tratarmos
individualmente cada um dos crimes previstos.

7. Circunstâncias Agravantes e Aumentativas de Pena

O CTB traz algumas condutas que, caso praticadas por alguém na


condução de veículo, agravam as penas impostas aos crimes de trânsito.
Algumas dessas circunstâncias, além de agravarem a pena, também
aumentam o tempo máximo estabelecido para determinados crimes no CTB.

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Quando eu digo que alguma circunstância agrava a pena de um crime,


eu quero dizer que o magistrado (o juiz), ao aplicar a sentença condenatória
por determinado crime de trânsito e observar que uma dessas circunstâncias
estava presente no ato do crime, ele tenderá a não aplicar a pena mínima e,
sim, a depender do caso, aplicará a pena máxima ou a mais próximo dela.

Quando eu digo que alguma circunstância é aumentativa de pena de


um crime, eu quero dizer que a pena restritiva de liberdade prevista para
aqueles tipos penais será aumentada de um terço à metade.

Se, por exemplo, um crime de trânsito prevê a pena máxima de 04 anos,


em havendo circunstância aumentativa de pena no cometimento desse crime,
o juiz poderá decidir em sua sentença por aplicar uma pena de até 06 anos!

 As circunstâncias AUMENTATIVAS de pena aplicam-se


apenas aos crimes de homicídio culposo (art. 302) e de
lesão corporal culposa (art. 303);

 As circunstâncias AGRAVANTES aplicam-se a todos os


demais delitos (arts. 304 a 312).

Aí você me pergunta: e quais são então as circunstâncias agravantes


de pena estabelecidas pelo CTB?

A resposta você encontra no art. 298 do nosso querido Código, ao


estabelecer que são circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos
crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:

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 com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande


risco de grave dano patrimonial a terceiros;

 utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou


adulteradas;

 sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

 com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria


diferente da do veículo;

 quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais


com o transporte de passageiros ou de carga;

 utilizando veículo em que tenham sido adulterados


equipamentos ou características que afetem a sua segurança
ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade
prescritos nas especificações do fabricante;

 sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente


destinada a pedestres.

E as aumentativas de pena, professor?

De todas as circunstâncias acima citadas, apenas três delas são


aumentativas de pena. Não é necessário que você tente decorá-las, pois se
você der uma lida cuidadosa em cada uma, perceberá que há algumas que,
pela sua gravidade, destacam-se frente às outras. São situações
aumentativas de pena, ter o condutor cometido crime (art. 302, §1º):

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 sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

(fácil de imaginar o quão sério é alguém cometer um crime de


trânsito sem sequer possuir habilitação, não é mesmo?).

 no exercício de sua profissão ou atividade estiver conduzindo


veículos de transporte DE PASSAGEIROS;

(Como agravante de pena, tanto faz ser condutor que exerce


atividade remunerada de veículo de carga e de passageiros.
Agora, essa agravante não será aplicada para motoristas de veículos
de transporte de PASSAGEIROS nos casos de lesão corporal ou
homicídio culposo, pois ela é uma situação aumentativa de pena).

 sobre faixa de pedestres ou na calçada;

(cometer crime de trânsito em faixa de pedestre você há de


concordar comigo que é, sem dúvida nenhuma, boa razão para se
aumentar a pena!!)

 deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco


pessoal, à vítima do acidente.

(Bom, você deve ter estranhado esse item aparecer apenas como
aumentativo de pena e não ser sequer um agravante. É isso
mesmo! Esse é o único dos itens que só é aumentativo de pena. As
razões são bastante óbvias!!)

As agravantes deverão ser consideradas na 2 ª fase da fixação da pena


(art. 68 do Código Penal) em relação às penas privativas de liberdade, multa e
de suspenso ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir
veículo automotor.

Saiba ainda que as circunstâncias agravantes não serão consideradas


quando constituírem elementar, qualificadora ou causa de aumento de pena
do delito em espécie. Caso contrário, haveria bis in idem.

E antes de tratarmos dos crimes, mais uma informação importante:

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 Ao condutor de veículo, casos de acidentes de


nos
trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão
em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto
e integral socorro àquela (art. 301).

Veja como foi cobrado:

03. [IUAPE – MOTORISTA - PREF. MUN. SURUBIM/PE – 2009] O


condutor de um veículo cometeu um crime de trânsito sobre a faixa de
trânsito temporária destinada a pedestres. Nesta circunstância, a pena
será

(A) atenuada.

(B) agravada.

(C) aumentada em dobro.

(D) agravada apenas com multa.

(E) atenuada em um terço da pena.

Comentário:

O enunciado da questão nos diz que o condutor de um veículo cometeu


um crime sobre a faixa de trânsito temporária destinada a pedestres. Ele não
cita que crime foi esse. Poderá ter sido um dos dois únicos crimes culposos
previstos no CTB (homicídio culposo ou lesão corporal culposa), cuja situação
ensejaria um aumentativo de pena de um terço à metade ou poderá ter sido
um crime de trânsito doloso (todos os demais crimes) que ensejaria em
agravantes de pena.

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Como não está tão claro no enunciado, vamos buscar o item que melhor
se encaixa para uma possível resposta correta:

Item A - O CTB não prevê circunstâncias atenuantes de pena para crimes de


trânsito, e sim circunstâncias aumentativas ou agravantes. (Errado)

Item B - Opa! A situação descrita na questão pode nos levar sim a uma pena
agravada. A priori, o item está correto. Vamos checar os demais! (Certo)

Item C - Pode ser também uma circunstância aumentativa de pena, mas não
há previsão no CTB para que penas sejam aumentadas em dobro!! (Errado)

Item D - Não há agravantes de pena de multa, e sim de penas restritivas de


liberdade. (Errado)

Item E - Já vimos que não há circunstâncias atenuantes de pena previstas no


Código. (Errado)

Bom, diante do enunciado da questão e das opções que nos foram


apresentadas, o item “B” é a melhor resposta.

Gabarito: Letra “B”

04. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2008] De acordo com o


CTB, assinale a opção correta acerca das ações penais por crimes
cometidos na direção de veículos automotores.

(A) Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de


disposições previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais.

(B) A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para


dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, mas
sempre de forma isolada, sendo vedada a aplicação cumulativa com outras
penalidades.

(C) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a


habilitação para dirigir veículo automotor tem a duração de dois anos.

(D) Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a


entregar à autoridade judiciária, em 24 horas, a permissão para dirigir ou a
CNH.

(E) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte


vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se ele
prestar pronto e integral socorro àquela.

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Comentário:

Item A - Essa é uma das primeiras e mais importantes informações que você
deve ter ao estudar os crimes de trânsito:

O CTB, em seu primeiro artigo da Parte Geral dos Crimes de Trânsito, o


art. 291, estabelece que aos crimes cometidos na direção de veículos
automotores, nele previstos, aplicam-se subsidiariamente as normas gerais
do Código Penal e do Código de Processo Penal, bem como a Lei nº
9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais), no que couber.

Daí você já percebe que as consequências sofridas por quem comete


crimes no trânsito não se esgotam apenas nas disposições do referido Código.

A depender da gravidade e dos agravantes, o infrator pode também ser


submetido às imposições do Código Penal e do Código Processual Penal, assim
como da Lei nº 9.099/95 (Leis dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais). O
item em estudo afirma exatamente o contrário do que nos ensina o Código.
(Errado)

Item B - Vimos que, pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto
quem tem o direito de dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo variável de 02
meses a 05 anos.

O habilitado tem seu direito de dirigir veículo automotor SUSPENSO.

O inabilitado (aquele que ainda não é habilitado) tem PROIBIDO o


direito de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Com as mudança promovidas no art. 292 do CTB pela Lei nº


12.971/14, a suspensão penal pode ser aplicada ISOLADA (apenas ela) ou
CUMULATIVAMENTE (com a pena privativa de liberdade ou com a multa) e com
prazo a ser estipulado pela autoridade judiciária, sem nenhuma correlação com
os prazos da pena privativa de liberdade.

O item erra, portanto, duas vezes: ao afirmar que a suspensão ou a


proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor pode ser imposta como penalidade principal; e ao asseverar que tal
pena terá que ser imposta sempre de forma isolada, sendo vedada a aplicação
cumulativa com outras penalidades. Acabamos de ver que ela pode sim ser
aplicada de forma cumulativa! (Errado)

Item C – Errado! Para a aplicação da penalidade de suspensão ou de proibição


de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, o juiz
deve observar um prazo variável de no mínimo 2 meses a um máximo de
5 anos. Não é um prazo fixo de 2 anos! (Errado)

Item D – Cuidado com esses prazos! Transitada em julgado a sentença


condenatória e tendo sido aplicada pena de suspensão da habilitação para
dirigir veículo automotor, o réu será intimado a entregar à autoridade

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judiciária, em 48 horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de


Habilitação. O item fala em um prazo de 24 horas. As bancas gostam muito
de trocar esse prazo! (Errado)

Item E - Exatamente! Se você for envolvido em algum acidente e dele resultar


alguma vítima, caso preste pronto e integral socorro a ela, estará livre de ser
preso em flagrante ou de pagar fiança. Essa é a disposição estabelecida pelo
art. 301 do CTB. (Certo)

Gabarito: Letra “E”

II – OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE ESPECÍFICA

1. Os Crimes de Trânsito

Neste tópico, vamos estudar quais são os crimes de trânsito tipificados


no CTB e quais são suas principais peculiaridades para fins de provas de
concursos.

Estudaremos artigo por artigo, crime por crime, mas antes, precisamos
fazer algumas considerações doutrinárias, dando especial destaque às
importantes mudanças trazidas pela Lei 11.705/08 (A Lei Seca) para este
tema.

Para começar, vamos voltar ao disposto no primeiro artigo da PARTE


GERAL do capítulo XIX do CTB (crimes de trânsito).

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores,


previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do
Código de Processo Penal; se este Capítulo não dispuser de modo
diverso, bem como a Lei nº 9,099 de 26 de setembro de 1995, no que
couber.

A Lei nº 9.099/95 acima citada trata dos Juizados Especiais Cíveis e


Criminais (JEC). Logo em breve você entenderá o porquê de sua relevância
para o tema.
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Bom, a persecução penal, ou seja, os caminhos processuais a serem


seguido pelos crimes de trânsito são dois:

 ou lavra-se um termo circunstanciado e encaminha-se o réu


para o JEC (Juizado Especial Criminal),

 ou é instaurado um inquérito policial e o réu é encaminhado


para a Vara Criminal .

Importante você saber que os crimes de trânsito são, em sua maioria,


crimes de menor potencial ofensivo, que pedem procedimento sumário, no
mais das vezes, dispensando, inclusive, o procedimento preparatório do
inquérito policial. Como eu já ventilei anteriormente, a Lei nº 9.0999/95 assim
define:

 Consideram-se infrações penais de menor potencial


ofensivo as contravenções penais e os crimes a que a lei
comine pena máxima não superior a 02 anos, cumulada
ou não com multa.

Pois bem, fica fácil você entender que os crimes de menor potencial, por
agredirem menos a sociedade, não necessitam de um procedimento
preparatório do processo mais detalhado, como no inquérito policial. No termo
circunstanciado a materialidade é reduzida a termo, e uma vez assinada pelo
indiciado, tem-se a consignação de materialidade e autoria do delito, sendo,
portanto, dispensável o inquérito policial.

Em crimes de menor potencial, portanto, o processo perante o Juizado


Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia
processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos
danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.

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 TODOS os crimes de trânsito são crimes de menor potencial


ofensivo, exceto:

 o HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo automotor (art.


302 do CTB);

 o crime de EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (art.306 do CTB) e;

 o crime de RACHA (art. 308 do CTB) e;

 em alguns casos (estudaremos esses casos em detalhes), a


LESÃO CORPORAL CULPOSA.

Vamos então aos crimes propriamente ditos e aos seus desdobramentos:

Art. 302. Praticar HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo


automotor.

Penas - detenção, de 02 a 04 anos, e suspensão ou proibição de


se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor.

§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo


automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade ,
se o agente:

I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;

III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco


pessoal, à vítima do acidente;

IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo


veículo de transporte de passageiros.

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2º Se o agente conduz veículo automotor:

 com capacidade psicomotora alterada em razão da influência


de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência; ou

 participa, em via, de corrida, disputa ou competição


automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de
perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada
pela autoridade competente:

Penas - reclusão, de 02 a 04 anos e suspensão ou proibição de


se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veiculo
automotor.

A primeira informação que considero relevante sobre esse crime é que


ele é o único no CTB que trata de homicídio . Para o crime se
configurar, deve ser praticado na direção de veículo e o veículo tem que ser
automotor. Grave bem essa informação!

E mais: como se pode inferir no destaque do qudro acima, deve haver a


condicionante do §2º para que o crime seja de todo consumado com base no
CTB! Essa é uma novidade da recente Lei nº 12.971/2014!

Outra novidade é que a pena passou a ser de reclusão quando o


condutor comete o crime de homicídio culposo nessas circunstâncias
do §2º. É mais uma figura de homicídio culposo qualificado na direção de
veículo automotor! Se não estiver sob essas circunstâncias, a pena é de
detenção, não esqueça!

Além disso, já te adianto que você não há tipificação no CTB de crime de


homicídio doloso. Já citamos, inclusive, que esse é um dos dois únicos crimes
na modalidade culposa tipificados no Código.

Mas professor, e nos casos em que a pessoa atropela alguém


propositadamente?? Não responderá por homicídio doloso??

Responderá sim, mas não por crime tipificado como tal no CTB e, sim, no
Código Penal Brasileiro (art. 121).

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No entanto, cabe destacar que recentemente, em outrubro de 2015, o


STF teve o seguinte entendimento:

 STF - nova qualificadora do CTB não exclui dolo eventual


em homicídio no trânsito

Como assim, professor?

Segura aí que explico já, quando estudarmos o crime do art. 308, ok?
Por enquanto guarde com carinho esse recente entendimnento!

Outro detalhe importante é que esse é o único dos crimes do CTB


que tem pena restritiva de liberdade com duração máxima de até 04
anos. Anota aí! Perceba também que não temos a pena de multa prevista
para esse crime.

E não se esqueça, vou reforçar, de que nesse crime a pena é aumentada


de um terço à metade, se o agente se enquadrar em uma daquelas situações
aumentativas por nós já estudadas!

Veja como o homicídio foi cobrado:

05. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN.


OLINDA/PE – 2011] A pena de detenção de dois a quatro anos será
imputada ao condutor que praticar homicídio culposo na direção dos veículos
automotores.

Comentário:

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Exatamente! Lembre-se que esse é o único dos crimes do CTB que tem
pena restritiva de liberdade com duração máxima de até 04 anos.
Interessante perceber também que não está prevista a pena de MULTA para
esse crime. Como a questão não foi restritiva, trazendo o tipo genérico desse
crime, ela está certinha. No entanto, você deve se lembrar da última
alteração no art. 302 (§2º), que trouxe situações em que, se comprovadas no
curso da investigação, poderão levar à pena de reclusão.

Gabarito: Certo

[CESPE – CABO SELEÇÃO INTERNA – PM/DF - 2003] José e Geraldo,


maiores de idade que não possuem habilitação para dirigir, resolveram
participar de um racha com os automóveis de seus pais, sem o
conhecimento deles. Durante o racha, realizado na avenida principal da
cidade em que residem, o veículo conduzido por Geraldo, que não
utilizava cinto de segurança, desgovernou-se e atropelou Maria, que
ficou gravemente ferida. Desesperados com o ocorrido, os dois jovens
fugiram sem prestar socorro à vítima, que faleceu no hospital algumas
horas após identificar as placas dos veículos conduzidos por José e
Geraldo. Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue o
item a seguir, à luz do CTB.

06. Se, após o devido processo legal, Geraldo for condenado por homicídio
culposo pela morte de Maria, a pena será aumentada de, no mínimo, dois
terços.

Comentário:

Na situação hipotética da questão, temos um caso de homicídio culposo


em via pública, típico crime de trânsito (art. 302).

Vimos aqui que, com relação aos tipos penais previstos no CTB, os
aumentativos de pena aplicam-se apenas aos crimes de homicídio culposo e
de lesão corporal culposa, caso a conduta do agente se enquadre em uma das
seguintes situações:

 sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;

 no exercício de sua profissão ou atividade estiver conduzindo veículos


de transporte DE PASSAGEIROS;

 sobre faixa de pedestres ou na calçada;

 deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco


pessoal, à vítima do acidente.

Das informações acima, já podemos perceber que para a conduta de


Geraldo (homicídio culposo) cabe o aumentativo de pena, não é verdade? Até
aí, tudo bem, mas a pena aumentará de quanto?

Segundo o art. 302, parágrafo único, do CTB, as circunstâncias acima,


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principalmente a destacada em vermelho, aumentam a pena restritiva de


liberdade de um terço à metade. A questão afirma de forma equivocada que
a pena de Geraldo será aumentada de, no mínimo, dois terços.

Gabarito: Errado

07. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2002] Ao passar em


frente a uma parada de ônibus, conduzindo o seu veículo em avançada hora da
madrugada, Tício avistou um desafeto. Assim, retornou na avenida, de modo a
passar novamente em frente ao inimigo. Quando se aproximava, então, da
parada, acelerou o veículo, arremessando-o contra o pedestre, causando-lhe
morte instantânea. Para essa situação, há, no CTB, tipo específico que descreve
a conduta de Tício, no qual se prevê, ainda, o atropelamento ocorrido em
calçada como causa de aumento de pena do homicídio.

Comentário:

Ao atropelar intencionalmente o seu desafeto, Tício agiu com dolo, pois


quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Acontece que, até os dias
atuais, o CTB não tipificou no rol de seus crimes, o de homicídio doloso. Apenas
o de homicídio CULPOSO, no art. 302.

Ele deverá responder por homicídio doloso, mas não com base no CTB, e
sim no Código Penal Brasileiro (art. 121).

Gabarito: Errado

Continuemos:

Art. 303. Praticar LESÃO CORPORAL CULPOSA na direção de


veículo automotor.

Penas - detenção, de 06 meses a 02 anos e suspensão ou


proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veiculo automotor.

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à


metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302.

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Estamos diante de mais um dos dois únicos crimes de natureza culposa


tipificados no CTB. Assim como o crime anterior, ele só será configurado se for
praticado na direção de um veículo e de um veículo automotor.

Quero chamar sua especial atenção para disposições específicas do CTB e


da Lei nº 11.705/08 sobre esse crime o qual, com a referida Lei, tomou
desdobramentos mais complexos, interessantes e, diga-se de passagem, bons
de prova!

Vamos analisar os desdobramentos para as diversas variações do crime


de lesão corporal culposa tipificado no CTB:

 Lesão corporal culposa SEM os benefícios da Lei 9.099/95

Começamos pela análise do disposto no § 1º, do art. 291, do CTB:

 Art. 291. (...)

§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o


disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de
1995, exceto se o agente estiver:

I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que


determine dependência;

II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição


automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de
veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;

III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via


em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).

§ 29 Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser


instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.

Vamos entender!

Preste bastante atenção no parágrafo primeiro do artigo acima


transcrito! Ele cita os arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099/95. Por que esses
artigos especificamente? Vamos responder a essa pergunta mostrando as
correlações deles com o crime de lesão corporal culposa praticado na
direção de veículo automotor.
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Veja:

Lei nº 9.099/95:

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e,


homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de
título a ser executado no juízo civil competente.

Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de


ação penal pública condicionada à representação, o acordo
homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
representação.

A composição civil de danos trata-se da possibilidade de acordo


homologado por juiz entre a vítima e o réu, tendo esse acordo eficácia de título
a ser executado e também acarretando, portanto, a renúncia ao direito de
queixa ou representação.

Para crimes de menor potencial ofensivo, o réu, de acordo com esse


artigo, pode ser beneficiado com essa possibilidade de fazer um acordo com
a vítima, esse acordo ser homologado pelo juiz e ter então a queixa ou
representação retirada.

Lei nº 9.099/95:

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação


penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o
Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz


poderá reduzi-la até a metade.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à


pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco


anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste
artigo;

III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a


personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
ser necessária e suficiente a adoção da medida.

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§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será


submetida à apreciação do juiz.

§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da


infração, o juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que
não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação


referida no art. 82 desta Lei.

§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não


constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins
previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos
interessados propor ação cabível no juízo cível.

O que essas regras querem nos dizer?

Que nos crimes considerados de menor potencial ofensivo, pode o


Ministério Público negociar com o acusado sua pena. Ou seja, é um “bem
bolado” entre a acusação e a defesa, para evitar que o processo corra,
poupando o réu (e o Estado também) de todas as cargas consequentes
(sociais, psicológicas, financeiras etc.).

É a famosa transação penal, que deve ser proposta antes do


oferecimento da denúncia. A aceitação da proposta não pode ser considerada
reconhecimento de culpa ou de responsabilidade civil sobre o fato, não pode
ser utilizada para fins de reincidência e não consta de fichas de antecedente
criminal. O fato só é registrado para impedir que o réu se beneficie novamente
do instituto antes do prazo de 05 anos definidos na lei.

As propostas podem abranger só duas espécies de pena: multa e


restritiva de direitos. A primeira é obviamente pecuniária, a segunda pode
ser prestação de serviços à comunidade, impedimento de comparecer a certos
lugares, proibição de gozo do fim de semana etc., depende da criatividade dos
promotores (que atualmente só conhecem o pagamento de cesta básica).

Lei nº 9.099/95:

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial,


dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de
lesões corporais leves e lesões culposas.

Há quatro tipos de ação no Processo Penal brasileiro: a ação penal


pública incondicionada, a ação penal pública condicionada à representação, a
ação penal de iniciativa privada e a ação penal privada subsidiária da pública.

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O art. 88, da Lei nº 9.099/95, nos traz a ação penal pública


condicionada à representação da vítima. Segundo deixa bem claro esse
dispositivo, os crimes de lesões corporais leves e de lesão corporal culposa
(esse que estamos a tratar!), dependerão da representação da vítima
para instauração do inquérito policial ou para o oferecimento da
denúncia, caso o inquérito seja desnecessário por já haver provas suficientes.

Olhando agora para esses três dipsositivos e fazendo um resumo bem


práticos, temos que a Lei nº 9.099/95 nos traz os seguintes benefícios para
aqueles que cometem crimes de menor potencial ofensivo:

composição civil de danos

transação penal

ação penal pública condicionada à representação

Em termos práticos, o que isso significa então professor?

Significa que quem comete o crime de lesão corporal culposa na


direção de veículo autormotor, via de regra, tem grande possibilidade de ter
o direito a tais benefícios. Digo "via de regra", porque, esse indivíduo pode
perder essas prerrogativas caso cometa o crime estando enquadradro em
derminadas situações. E que situações são essas? Aquelas previstas no §1º
do art. 291, abaixo transcritas:

Ter cometido o crime:

 sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa


que determine dependência;

 participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição


automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em
manobra de veículo automotor não autorizada pela autoridade
competente;

 transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via


em 50km/h.

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Antes de qualquer coisa, não confunda: tais situações em nada têm a ver
com aquelas agravantes e aumentativas de pena que aqui estudanos!

As do quadro acima são aquelas situações que, cometidas


conjuntamente com o crime de lesão corporal culposa na direção de
veículo automotor, fazem com que o réu perca os direitos à composição
civil, à transação penal e a ação penal condicioada a representação. Não
esqueça!

Importante ressaltar que o crime continua sendo de menor potencial


ofensivo, ainda que combinado com as circunstâncias acima. O processo
ainda ocorrerá no JEC (Juizado Especial Criminal), porém não será
lavrado termo circunstanciado e passará NECESSARIAMENTE por
inquérito policial.

Duas questões interessantes:

08. [CESPE – ANALISTA DE TRANSITO – DETRAN/DF – 2009] Considere


que Gustavo conduza o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a
sinalização do local aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h e, de
forma culposa, tenha atropelado Maria, que teve lesão corporal leve. Nesse
caso, Gustavo deverá responder por crime de lesão corporal culposa, desde que
haja representação da vítima.

Comentário:

Gustavo conduz o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a


sinalização do local aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h. Veja
que ele está transitando com velocidade de 60 km/h a mais do que a permitida
pela via. Ao atropelar Maria de forma culposa, ele de fato cometeu o crime de
lesão corporal culposa na direççao de veículo automotor, tipificado no art. 303
do CTB.

E o pior: por atropelar alguém transitando em velocidade superior à


máxima permitida da via em 50 km/h, Gustavo perde, conforme vimos, os
direitos à composição civil e à transação penal além do que a ação penal
passará a ser incondicional à representação. A assertiva erra, portanto, ao

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afirmar que, nesse caso haveria a necessidade de representação da vítima.

Gabarito: Errado

09. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2008 - Adapt.] Em


nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de disposições
previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais.

Comentário:

Você acabou de estudar que a Lei nº 9.099/95 é sim aplicável aos


crimes de trânsito, principalmente no que diz respeito ao crime de lesão
corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 291 c/c art. 303).

Gabarito: Errado

 Lesão corporal culposa COM AUMENTATIVO de pena

Vamos pensar agora em duas situações:

Situação 1:

Imaginemos que alguém cometera o crime de lesão corporal culposa


na direção de determinado veículo automotor. Ao cometer o crime, não
estava sob influência de álcool, nem disputando corrida com outro veículo,
muito menos transitando com velocidade superior à máxima para a via em
50 km/h.

Acontece que esse motorista praticou o crime em faixa de pedestres,


e o pior: deixou de prestar socorro à vítima. O que temos nessa situação?
Duas situações aumentativas de pena. Sendo situações aumentativas de
pena, a pena máxima prevista para esse crime (que é de 02 anos) ficará ,
segundo o que dispõe o parágrafo único do art. 303, aumentada de um
terço à metade e, por consequência, o crime deixa de ser de menor
potencial ofensivo e passa a ser de maior potencial ofensivo.

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Nesses casos, não há que se falar em procedimento sumário,


deendo necessariamente ocorrer o inquérito policial e o respectivo processo
em vara criminal. Mesmo assim, por força do que acabamos de estudar sobre
as regras do § 1º do art. 291, esse réu terá ainda o direito de gozar das
prerrogativas estabelecidas pelos artigos 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099/95. Ou
seja, mesmo tendo cometido o crime sob uma das circunstâncias aumentativas
de pena, terão direito à composição civil, à transação penal e que a ação penal
seja condicioada a representação, obedecidos os demais requisitos
estabelecidos na Lei nº. 9.099/95, obviamente.

Situação 2:

Vamos supor que o mesmo motorista da situação 1 tenha cometido o


crime de lesão croporal culposa em faixa de pedestre (situação aumentativa de
pena), estando ele ainda sob a influência de álcool.

Aí, meu amigo, o rapaz estará bem enroladão, porque vai responder a
processo criminal, perderá o direito à composição civil de danos, à transação
penal e a ação penal pública será incondicionada à representação.

Sigamos em frente!

 Lesão corporal com aplicação da Lei nº 9.099/95 na ÍNTEGRA

Esse é o caso mais simples!

Sempre que o agente praticar lesão corporal culposa na direção de


veículo automotor em situações diferentes das especificadas acima, a lesão
corporal culposa será considerada um crime de menor potencial ofensivo, com
a aplicação da Lei nº 9.099/95 na íntegra (bastará termo circunstanciado;
terá direito à transação penal, à composição civil de danos; a ação será
condicionada à representação; e etc.).

Tranquilo?

Bom, antes de continuar a estudar os outros crimes, sugiro que você,


caro aluno, dê mais uma revisada no que acabamos de mostrar, pois é muito
importante para sua prova que tenha consolidado esse conhecimento sobre
as nuances do crime de LESÃO CORPORAL CULPOSA na direção de veículo
automotor, art. 303 do CTB.

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E agora vamos ver como esse delito foi cobrado:

10. [FUNRIO – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2009 – Adapt.] No dia


15 de junho de 2007, por volta das 09h, pela Avenida Canal, proximidades do
"Atacadão Rio do Peixe”, José Antônio, guiando o veículo ônibus, ano 1998, de
cor branca, provocou atropelamento contra Marinalva, que pedalava uma
bicicleta próximo à guia da calçada, sofrendo traumatismos generalizados. O
socorro foi prestado por solicitação de populares do SAMU ao Hospital Regional
de Urgência e Emergência de Campina Grande, e o infrator se evadiu. No que
se refere à conduta praticada, uma vez que o infrator se evadiu sem prestar
socorro à vítima, é correto afirmar que o condutor não merece aplicação do
aumento de pena daí decorrente, uma vez que a vítima não era pedestre,
conforme estipulado pela Lei nº 9503/97.

Comentário:

Ao ser atropelada, Marinalva não veio a falecer, mas sofreu traumatismos


generalizados. Com isso, podemos concluir que João Antônio cometeu o crime
de lesão corporal culposa an condução de seu veículo. Esse crime, como vimos,
é tipificado no art. 303 do CTB e é um de dois crimes culposos previstos no
Código. Para esses crimes culposos não se fala em situações agravantes de
pena, e sim em circunstâncias aumentativas de pena.

Pois bem, o enunciado nos fala ainda que o infrator evadiu-se sem
prestar socorro à vítima, ou seja, omitiu socorro. A omissão de socorro é
uma das situações aumentativas de pena para o crime de trânsito ora em
análise. Assim, ao contrário do que afirma a assertiva, o condutor merece a
aplicação, em tese, do aumento de pena daí decorrente, conforme
estipulado pela Lei nº 9.503/97 (art. 302, §1º, III).

Gabarito: Errado

Continuando:

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Art. 304. DEIXAR O CONDUTOR DO VEÍCULO, na ocasião do


acidente, de PRESTAR IMEDIATO SOCORRO À VITIMA, ou,
não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, DEIXAR DE
SOLICITAR AUXILIO DA AUTORIDADE PÚBLICA:

Penas - detenção , de 06 meses a 01 ano OU multa, se o fato


não constituir elemento de crime mais grave.

Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o


condutor do veículo ainda que a sua omissão seja suprida por
terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com
ferimentos leves.

Quanto ao crime de omissão de socorro, não há muito o que se falar,


com exceção de dois detalhes importantes:

1) mesmo que a vítima tenha morrido instantaneamente ao acidente ou


tenha apenas tido ferimentos leves, o motorista ainda assim responderá pelo
crime. Tais situações, por não ensejarem necessidade de socorro, não tornam
atípica a conduta do motorista, ok?

2) a pena pode ser a de detenção OU a de multa, certo? A multa, nesse


caso, não será cumulativa. Não esqueça!

AFASTAR-SE o condutor do veículo DO LOCAL DO


Art. 305.
ACIDENTE, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe
possa ser atribuída:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

Não se pode confundir o delito acima exposto com o de omissão de


socorro do artigo anterior, uma vez que aqui o bem jurídico tutelado é a
administração da justiça (querer burlar a apuração do delito ou coisa
parecida). Na omissão de socorro, por sua vez, o bem jurídico tutelado é a
vida, a saúde ou a integridade física.

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Dessa forma, existe a possibilidade de se cometer o crime de afastar-


se do local, em acidente com vítima, sem, contudo, cometer a omissão de
socorro. Basta que, por exemplo, o condutor envolvido leve a vítima até um
hospital e lá a deixe sem se identificar para fugir da responsabilidade penal.

Ainda que, em um primeiro momento, não tenha ocorrido crime, como


no caso de acidentes envolvendo apenas danos materiais, é possível que o
condutor que fuja do local do acidente seja responsabilizado com fulcro no
artigo acima, se o seu objetivo é fugir da responsabilidade pela batida, ou
melhor, de impedir que a justiça ocorra.

Beleza?

Agora vamos para um dos mais importantes crimes tipificados no CTB:


o de embriaguez ao volante, art. 306. Muita atenção a ele!

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora


alterada EM RAZÃO DA INFLUÊNCIA de álcool ou DE OUTRA
SUBSTÂNCIA PSICOATIVA QUE DETERMINE
DEPENDÊNCIA:

Penas: detenção de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão


ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor.

Como eu disse, estamos diante de um dos principais, senão o principal,


crime de trânsito para as organizadoras de prova, justamente por toda a
polêmica em torno dele. Vamos tentar entendê-lo direitinho!

Graças ao nosso bom Deus, este artigo vem sofrendo alterações


significativas nos últimos anos, sempre no intuito de diminuir o espantoso
número de acidentes e mortes no trânsito de nosso país, provocados pela
embriaguez ao volante.

Comecemos nossa análise por aquelas alterações promovidas pela Lei


Federal nº 11.705/08, a tão famosa e conhecida Lei Seca. Com o advento
dessa norma, o crime de embriaguez deixou de ser um crime de perigo em
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concreto para ser um crime de perigo em abstrato.

Antes, para consumação do delito, era necessário que o condutor


estivesse ziguezagueando, transitando sobre calçadas, roletando cruzamentos,
ou seja, atentando objetivamente contra incolumidade pública. O perigo de sua
conduta tinha que ser concretamente demonstrado para que o condutor fosse
enquadrado!

Com as novas alterações, ainda que um condutor esteja conduzindo


adequadamente, se tiver acima dos índices permitidos de alteor alcoólico,
será enquadrado no crime acima tipificado.

O STJ já vinha decidindo e continua reiteirando em vários de seus


julgados esse entendimento de que o crime do art. 306 era de perigo em
abstrato. Quer ver só alguns dos mais importantes desses julgados?

STJ DIREÇÃO. EMBRIAGUEZ. PERIGO ABSTRATO.


A Turma reiterou que o crime do art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro é
de perigo abstrato, pois o tipo penal em questão apenas descreve a
conduta de dirigir veículo sob a influência de álcool acima do limite
permitido legalmente, sendo desnecessária a demonstração da efetiva
potencialidade lesiva do condutor. Assim, a denúncia traz indícios concretos
de que o paciente foi flagrado conduzindo veículo automotor e apresentando
concentração de álcool no sangue superior ao limite legal, fato que sequer é
impugnado pelo impetrante, não restando caracterizada a ausência de justa
causa para a persecução penal do crime de embriaguez ao volante. Logo, a
Turma denegou a ordem. Precedentes citados: HC 140.074-DF, DJe 22/2/2010,
e RHC 26.432-MT, DJe 14/12/2009. HC 175.385-MG, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 17/3/2011

STJ - HC HC 231566 RJ 2012/0013418-9

PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. REMÉDIO CONSTITUCIONAL


SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. NÃO
CONHECIMENTO. CRIME DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. DELITO DE PERIGO
ABSTRATO. DESNECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE POTENCIALIDADE
LESIVA NA CONDUTA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. (...)

3. Conforme reiterada jurisprudência desta Corte, o crime do art. 306 do


Código de Trânsito Brasileiro é de perito abstrato e dispensa a
demonstração de potencialidade lesiva na conduta, configurando-se pela
simples condução de veiculo automotor em estado de embriaguez.

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4. No caso, a paciente foi submetida a teste em aparelho de ar alveolar pulmonar


(etilômetro) e ficou constatado que dirigia veículo automotor com concentração
alcoólica igual a 0,37 mg/l de ar expelido pelos pulmões, valor este que supera o
limite legal. Assim, o fato é típico e não há que se falar em trancamento da ação
penal. 5. Habeas corpus não conhecido.

STJ - RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 1. EMBRIAGUEZ AO


VOLANTE. 2. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. 3. TESTE DO BAFÔMETRO.
OCORRÊNCIA. 4. RECURSO IMPROVIDO. 14/10/2013

1. É prescindível à consumação do delito de embriaguez ao volante a


prova da produção de perigo concreto à segurança pública, bastando a
prova da embriaguez, por se tratar de delito de perigo abstrato.
Precedentes.
2. A Terceira Seção deste Tribunal Superior assentou entendimento, quando do
julgamento do REsp n.º 1.111.566/DF, realizado no dia 28 de março de 2012, no
sentido de que "apenas o teste do bafômetro ou o exame de sangue podem
atestar o grau de embriaguez do motorista para desencadear uma ação penal".
Hipótese ocorrente na espécie. 3. Recurso a que se nega provimento.

E mais: antes da Lei nº 11.705/08, a diferença entre a infração de


trânsito da embriaguez e o crime de embriaguez era a situação de
perigo, ou seja, para ocorrência do crime, era necessária a ocorrência da
infração mais uma situação de perigo em concreto. Com as novas disposições, a
diferença entre a infração de trânsito e o crime de trânsito passou a ser a
concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar.

E as boas notícias não param por aí!

Com a entrada em vigor da Lei nº 12.760/12, atualmente o crime já


estará configurado se também for provada que a capacidade psicomotora
do motorista foi alterada em razão da influência de ÁLCOOL ou de outra
SUBSTÂNCIA PSICOATIVA que determine dependência. Veja o que estabelece
o §1º do art. 306:

Pois bem, para que você entenda bem como se dá a diferença entre
infração e crime, precisamos entender como se configura uma infração de
trânsito relativa à embriaguez. Para isso, vamos ao importante e polêmico
artigo 165 do CTB, transcrito a seguir:

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 Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra


substância psicoativa que determine dependência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (10 vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12


(doze) meses.

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e


retenção do veículo, observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei no
9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro.

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de


reincidência no período de até 12 (doze) meses.

De posse das informações acima, vamos agora para o que estabelece o


art. 276 do CTB:

Esse artigo nos diz o seguinte:

 Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por


litro de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art.
165.

Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância


quando a infração for apurada por meio de aparelho de medição,
observada a legislação metrológica.

Ok, professor, mas como se prova que alguém está sob a influência de
álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência? Como
identificar se há alguma concentração de álcool por litro de sangue ou por litro
de ar alveolar?

Bom, o artigo acima, em seu parágrafo único, estabelece que o


CONTRAN disciplinará as margens de tolerância quando a infração for
apurada por meio de aparelho de medição, não é verdade?

Pois bem, o CONTRAN já o fez no passado, mas em 2103, por conta da


Lei nº 12.760/2012, editou a Resolução nº 432/13. Nela, ele regulamenta
não só tais margens de tolerância como também os meios para a
caracterização da infração de trânsito do art. 165.

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Segundo esta Resolução, a confirmação da alteração da capacidade


psicomotora em razão da influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência dar-se-á por meio de, pelo menos,
um dos seguintes procedimentos a serem realizados no condutor de
veículo automotor:

 exame de sangue;

 exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo


órgão ou entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária,
em caso de consumo de outras substâncias psicoativas que
determinem dependência;

 teste em aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar


alveolar (etilômetro);

 verificação dos sinais que indiquem a alteração da capacidade


psicomotora do condutor.

 Além dos meios dispostos acima, também poderão ser


utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo ou
qualquer outro meio de prova em direito admitido.

Perceba, caro aluno, como agora ficou muito mais difícil alguém
negar que está alcoolizado! Se ficou mais difícil para o condutor, ficou mais
fácil para o agente de trânsito autuar alguém suspeito de estar
embriagado. Segundo ainda o que dispõe a Resolução nº 432/13, a infração
prevista no art. 165 do CTB será caracterizada por:

 exame de sangue que apresente qualquer concentração de


álcool por litro de sangue;

 teste de etilômetro (bafômetro) com medição realizada igual ou


superior a 0,05 miligrama de álcool por litro de ar alveolar
expirado (0,05 mg/L), descontado o erro máximo admissível.

 sinais de alteração da capacidade psicomotora.


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E se o condutor não quiser submeter-se a nenhum desses exames?

A resposta:

 SERÃO APLICADAS AS PENALIDADES E MEDIDAS


ADMINISTRATIVAS PREVISTAS NO ART. 165 DO CTB ao
condutor que recusar a se submeter a qualquer um dos
procedimentos previstos acima, sem prejuízo da incidência
do crime previsto no art. 306 do CTB caso o condutor
apresente os sinais de alteração da capacidade psicomotora.

Revisando: não há margem de tolerância no exame de sangue nem nos


sinais de aliteração da capacidade motora para que seja configurada a
infração de trânsito. Se o teste for o do bafômetro, basta que a medição
desse aparelho seja igual ou superior à 0,05mg/L para que a infração já
esteja caracterizada. Por fim, se houver recusa do condutor a se submeter a
qualquer dos procedimentos, será também autuado com base no art. 165.

Tal recusa, a depender da constatação da capacidade motora, poderá


ainda o condutor reponder pelo crime do art. 306!!!

Bom, a pergunta agora é? E quando é que o uso do álcool deixa de ser


apenas uma infração e passa a também ser considerado um crime de
trânsito? Os parágrafos 1º a 3º do art. 306 do CTB assim nos respondem:

Art. 306 (...)

§ 1o As condutas previstas no caput serão CONSTATADAS por:

I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por


litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar; ou

II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran,


alteração da capacidade psicomotora.

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§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante


teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo,
prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos,
observado o direito à contraprova.

§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos


testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização
do crime tipificado neste artigo.

E é também a Resolução nº 432/13 que regulamenta essa equivalência


entre os distintos testes de alcoolemia para efeito de caracterização do crime
de embriaguez no trânsito. Para falar bem a verdade, em seu art. 7º, ela só
detalha um pouco mais as disposições do quadro acima, estabelecendo que o
crime previsto no art. 306 do CTB será caracterizado por qualquer um dos
procedimentos abaixo:

 exame de sangue que apresente resultado igual ou superior a 6


(seis) decigramas de álcool por litro de sangue (6 dg/L);

 teste de etilômetro com medição realizada igual ou superior a


0,34 miligrama de álcool por litro de ar alveolar expirado
(0,34 mg/L), descontado o erro máximo admissível;

 exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo


órgão ou entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária,
em caso de consumo de outras substâncias psicoativas que
determinem dependência;

 sinais de alteração da capacidade psicomotora obtido


conforme já estudamos.

Isso significa que os valores de 06 dg/l (exame de sangue) e de 0,34


mg/l (bafômetro) representam aqueles que, se detectados, incriminam o
condutor, ou seja, são suficientes para que ele, além de ser enquadrado na
infração de trânsito do art. 165 (dirigir embriagado), responda também
pelo crime de trânsito (embriaguez ao volante) tipificado no art. 306 do
CTB.

Para facilitar o seu entendimento, extraímos o seguinte quadro-resumo a


respeito das dosagens de álcool detectadas em condutores por meio de exame
clínico ou do etilômetro (bafômetro):

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A precisão das medidas acima, respeita, é claro, o percentual tolerável


de erro do equipamento.

É, caro aluno, perceba que a coisa agora ficou difícil para quem bebe e
em seguida conduz um veículo...

Sobre a embriaguez ao volante era o que tínhamos a dizer. É mais do


que suficiente para a sua prova! Veja agora como isso foi cobrado:

[CESPE – ASSIST. TÉCNICO DE TRÂNSITO – DETRAN/ES – 2010] Com


relação às infrações de trânsito, julgue os itens subsecutivos.

11. Comprovada a embriaguez, o condutor terá seu veículo apreendido e sua


CNH cancelada pelo período de um ano e, caso queira voltar a conduzir veículo
automotor, terá de realizar, após este período, todos os exames para a
obtenção de nova habilitação.

12. A chamada Lei Seca diz respeito à fiscalização de condutores sob efeito de
álcool e também de qualquer outra substância psicoativa que cause
dependência. Portanto, o condutor que apresentar sintomas de torpor ou
euforia, mesmo que não se evidencie a existência de álcool em seu organismo
pelo bafômetro, pode ser submetido a outros exames pelas autoridades de
trânsito e sofrer as mesmas penalidades.

Comentário 11:

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Agora o cerco apertou, mas também não chega a ser assim! Comprovada
a embriaguez, o art. 165 do CTB prevê que condutor será autuado, incorrerá
nas penalidades de multa no valor de R$ 1.915,00 (10 vezes o da infração
gravíssima) e de suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses. Mas
tudo, é claro, deverá respeitar o devido processo legal não havendo, portanto,
o cancelamento automático da CNH pelo período de um ano.

Gabarito: Errado

Comentário 12:

Exatamente! Foi o que acabamos de estudar!

Com as mudanças promovidas pela Lei 12.760/12, mesmo que o


condutor se negue a realizar o exame clínico ou o teste de bafômetro, outros
exames poderão ser realizados para comprovar os sinais de alteração de sua
capacidade psicomotora. E não esqueça: a simples negativa do condutor já é
suficiente para que ele seja enquadrado na infração de trânsito do art. 165 do
CTB, sem prejuízo de também ser enquadrado no crime de embriaguez caso
apresente sinais de diminuição da capacidade psicomotora.

Gabarito: Certo

13. [CESPE - AGENTE DE TRANSITO – DETRAN/DF – 2003] O condutor


que, ao receber ordem de um agente de trânsito, se nega a realizar teste em
aparelho de ar alveolar para avaliar a concentração de álcool em seu
organismo, não apenas pratica infração administrativa, mas também comete
crime de desacato.

Comentário:

Vamos analisar essa questão à luz dos regramentos atuais:

O agente de trânsito, ao desconfiar que o condutor apresenta sintomas


de embriaguez, pode pedir que ele realize o teste de bafômetro. O art. 277 do
CTB dá essa prerrogativa ao agente, assim como também a Resolução
CONTRAN nº 432/13. Acabamos de ver que a recusa do condutor em realizar
qualquer dos testes já é suficiente para enquadrá-lo na infração administrativa
prevista no art. 165 do Código. Agora, o fato de recusar a fazer os testes não
significa necessariamente que cometa o crime de desacato. Não há na assertiva
outros elementos que possam garantir isso!

Gabarito: Errado

14. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004 – Adapt.] A


conduta de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, em nível
superior ao permitido, não configura, necessariamente, crime perante a lei

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brasileira, sendo punida administrativamente como infração gravíssima, com


penalidade de multa e suspensão do direito de dirigir. Para ser enquadrada na
categoria de crime, a embriaguez do condutor deve expor a dano potencial a
incolumidade de outrem.

Comentário:
Perceba que essa questão foi elaborada no ano de 2004. Nesta época,
ainda não estavam em vigor todos os desdobramentos do crime de embriaguez
trazidos pelas Leis nº 11.705/08 e 12.760/12.
O principal desses desdobramentos é exatamente o fato de que hoje a
embriaguez no trânsito é um crime de perigo abstrato, ou seja, não é
necessário que haja um dano para que um condutor embriagado seja
enquadrado nesse crime. Basta que esteja ao volante e a embriaguez seja
constatada pelos testes regulamentados ou por outros meios permitidos em lei.
Para os dias de hoje, portanto, a questão está errada.
Gabarito: Errado

15. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004 - Adapt.] A


embriaguez pode ser constatada por provas técnicas e periciais, como exame
de sangue e teste em bafômetro, mas nunca, por prova testemunhal.

Comentário:

Claro que a prova testemunhal é válida sim e esta validade é um dos


maiores ganhos trazidos pela recentíssima Lei nº 12.760/12, que acrescentou o
§ 2º, no art. 306 do CTB, assim determinando:

Art. 306. (...)

§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida


mediante teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo,
prova testemunhal ou outros meios de prova em direito
admitidos, observado o direito à contraprova. (Incluído pela Lei
nº 12.760, de 2012)

A assertiva erra ao afirmar o contrário.

Gabarito: Errado

Vamos continuar a análise dos demais crimes:

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Art. 307 - VIOLAR A SUSPENSÃO OU A PROIBIÇÃO DE SE OBTER


A PERMISSÃO OU A HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO
AUTOMOTOR imposta com fundamento neste Código:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano e multa, com nova


imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de
proibição.

Parágrafo único - Nas mesmas penas incorre o CONDENADO


que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293
(em 48 horas), a permissão para dirigir ou a Carteira de
Habilitação.

O que está sendo punido, verdadeiramente, é a desobediência à ordem


judicial, de forma específica. Num primeiro momento, viola-se a ordem, ou
seja, a suspensão imposta, se o condutor dirige após a aplicação dessa pela
autoridade judiciária; em outro momento, quando o condutor deixa de
entregar a CNH, em 48 horas, após imposição da pena pelo magistrado,
também viola o disposto no referido artigo.

Para que os agentes de trânsito tenham maior controle da imposição


da pena imposta pelo juiz, temos as seguintes previsões, no artigo 295 do
CTB e no artigo 41 da Resolução n° 168/04 do CONTRAN:

- CTB -

Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a


proibição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre
comunicada pela autoridade judiciária no Conselho Nacional de
Transito - CONTRAN, ao órgão de trânsito do Estado em que o
indiciado ou réu for domiciliado ou residente.

- Resolução nº 168/04 -

Art. 41. A Base Indíce Nacional de Condutores - BINCO conterá


um arquivo de dados onde será registrada toda e qualquer
restrição no direito de dirigir de obtenção do ACC e da CNH,
que será atualizado pelo órgão ou entidade executivo de trânsito
do Estado e do Distrito Federal.

§3º A suspensão do direito de dirigir ou a proibição de se obter a


habilitação, imputada pelo Poder Judiciário, será registrada na
BINCO.

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Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via


pública, de CORRIDA, DISPUTA ou COMPETIÇÃO
AUTOMOBILÍSTICA NÃO AUTORIZADA pela autoridade
competente, GERANDO SITUAÇÃO DE RISCO à
incolumidade pública ou privada:

Penas - detenção, de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão


ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor.

O crime do artigo 308, por participação em corrida, disputa ou


competição não autorizada, teve uma ligeira alteração redacional, ao substituir
a expressão “desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou
privada” por “gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada”,
dando a entender que bastará a presença do risco abstrato à coletividade
(e não uma condição específica).

É um dos 02 únicos crimes tipificados no CTB que trazem as


TRÊS PENAS possíveis previstas em sua parte geral. O outro crime que
também traz as três penas é o de embriaguez ao volante (art. 306).

A pena para este crime, hoje máxima de dois anos, passará a ser de
seis meses a três anos; o que fará com que esteja fora da alçada dos Juizados
Especiais Criminais, de acordo com o artigo 61 da Lei n. 9.099/95, não sendo,
portanto, registrado mediante Termo Circunstanciado, e acarretando a prisão
em flagrante do autor, quando presentes os indícios de autoria e
materialidade, nos termos do artigo 302 do Código de Processo Penal.

Ademais, este crime passará a ter duas formas qualificadas:

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§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão


corporal de natureza grave , e as circunstâncias demonstrarem
que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a
pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo.

§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar MORTE, e as


circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem
assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de
reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas
previstas neste artigo.

Caro aluno, muita atenção! É importante não confundir esse crime com
a seguinte infração de trânsito:

 Art. 174. Promover, na via, competição, eventos organizados,


exibição e demonstração de perícia em manobra de veículo, ou
deles participar, como condutor, sem permissão da autoridade de
trânsito com circunscrição sobre a via:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e
apreensão do veículo;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e
remoção do veículo.
Parágrafo único. As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos
condutores participantes.
§ 1o As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores
participantes.
§ 2o Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior.

Neste delito, diferentemente da infração de trânsito, punem-se


apenas os condutores e não os promotores do evento, uma vez que não
têm uma ingerência direta no resultado lesivo. Para configuração desse tipo
penal devem estar presentes alguns requisitos, como:

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 veículo automotor;

 via pública; e

 a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.

O sujeito passivo desse delito é a coletividade e, de forma


secundária, a pessoa exposta a risco em virtude da disputa. Como os
eventos "corrida", "disputa" ou "competição” explicitados no caput do artigo
308 do CTB, pressupõem a participação de pelo menos 02 (dois) veículos,
devemos entendê-lo como um crime de concurso necessário.

E agora, você já está pronto para voltarmos àquele recente


entendimento jurisprudencial do STF a respeito daa existência de dolo
eventual em hom[cidios no trânsito.

Vamos lá!

 STF - nova qualificadora do CTB não exclui dolo eventual


em homicídio no trânsito

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF),


considerou incabível (negou seguimento) o Habeas Corpus (HC) 131861
impetrado, com pedido de medida liminar, por um réu denunciado pela prática,
por duas vezes, do crime de homicídio na condução de veículo automotor.
Conforme os autos, na madrugada do dia 7 de maio de 2009 ao dirigir seu
veículo em alta velocidade e aparentemente embriagado, ele teria batido em
outro carro em um cruzamento na cidade de Curitiba (PR) e dois jovens
morreram.

A defesa alegou que a Lei 12.971/2014, que incluiu o artigo 302,


parágrafo 2º, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), impede o tratamento do
homicídio na condução de veículo automotor como crime doloso, na
modalidade dolo eventual, pois introduziu a forma qualificada do crime
culposo.

Só lembrando, segundo a legislação penal brasileira, dolo eventual é


um tipo de crime que ocorre quando o agente, mesmo sem querer
efetivamente o resultado, assume o risco de o produzir.

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Legislação Relativa ao DPRF
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Pois bem, o ministro ressaltou que, segundo as novas figuras do crime


de racha do CTB, o agente que, ao tomar parte na prática e causar lesão
corporal de natureza grave ou morte, responde pelo crime em modalidade
qualificada, desde que o resultado tenha sido causado apenas
culposamente.
De acordo com o relator, "a lei deixa claro que as figuras qualificadas são
aplicáveis apenas se as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o
resultado nem assumiu o risco de produzi-lo” (parágrafos 1º e 2º). “Logo, se o
agente assumiu o risco de causar o resultado (lesão corporal grave ou
morte), por eles responde na forma dos tipos penais autônomos do
Código Penal”, afirmou.

Além disso, o ministro Gilmar Mendes destacou que o agravamento de


pena promovido pela modificação legislativa é modesto (pena passa de
detenção para reclusão, lembra?!). A leitura da lei não aponta para supressão
ou redução do espaço de aplicação do dolo eventual a crimes praticados na
direção de veículos automotores.

Beleza? Guarda com carinho essa informação, ok?

Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, SEM A


DEVIDA PERMISSÃO PARA DIRIGIR OU HABILITAÇÃO ou,
ainda, SE CASSADO O DIREITO DE DIRIGIR , gerando
perigo de dano:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

Para a ocorrência do delito acima, alguns elementos são essenciais:

 deve haver condução de veículo automotor;

 é crime de via pública;

 é crime de perigo em concreto, e, por fim, o condutor deve ser


inabilitado ou estar cassado.

É de perigo em concreto, porque basta que o agente conduza veículo


automotor, em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou
habilitação e, de forma anormal e irregular, sendo inconsequente de modo
a atingir o nível de segurança de trânsito, que é o objeto jurídico tutelado pelo
dispositivo.

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Art. 310. PERMITIR, CONFIAR OU ENTREGAR A DIREÇÃO


DE VEICULO AUTOMOTOR à pessoa não habilitada, com
habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou,
ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por
embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com
segurança:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

O crime de “permitir", "entregar" ou "confiar" é um crime de perigo em


abstrato, punível apenas na modalidade dolosa, sendo, portanto, necessário
que o magistrado avalie sempre os elementos subjetivos da conduta.

Já sei que você vai me perguntar: professor, as condutas acima não são
as mesmas que estudei lá no capítulo sobre infrações de trânsito? São infrações
ou crimes?

É verdade! Nos artigos 163, 164 e 166 do CTB, temos a descrição das
mesmas condutas previstas acima, passíveis de ser punidas
administrativamente. Entretanto, precisamos apontar algumas diferenças a fim
de diferenciarmos a infração de trânsito da infração penal.

A primeira diferença a ser apontada está nas autuações por cometimento


de infrações de trânsito, em que os critérios adotados pelo agente autuadores
devem ser puramente objetivos, ou seja, não são valorados os elementos
subjetivos dolo e culpa. Na tipificação do artigo acima citado, por sua vez,
pune-se a conduta praticada apenas na modalidade dolosa.

A segunda diferença é quanto à avaliação das responsabilidades.


Administrativamente, apenas serão punidos os proprietários dos veículos
que, por força do art. 257 do CTB, são os responsáveis pela habilitação legal
de seus condutores; porém, penalmente, o tratamento é outro, pois será
punido quem efetivamente entregou a direção a pessoa inabilitada, ou
seja, aquele que teve a vontade de praticar o delito, como um vendedor de
uma agência de automóveis, por exemplo, que sabia que o provável
comprador era inabilitado, e ainda assim entregou-lhe as chaves do veículo
pertencente à pessoa jurídica "agência de automóveis".

Observe que o crime acima é crime de perigo em abstrato. Isto quer


dizer que não se exige que o condutor inabilitado, com habilitação
cassada ou com o direito de dirigir suspenso, necessariamente dirija
indevidamente para que o crime seja tipificado. Se dirigir indevidamente,
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ele poderá responder ao crime do art. 309 e não ao do art. 310!

Art. 311. Trafegar em VELOCIDADE INCOMPATÍVEL COM A


SEGURANÇA NAS PROXIMIDADES de escolas, hospitais,
estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros
estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de
pessoas, gerando perigo de dano:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

O crime da velocidade incompatível é um crime de perigo em concreto,


de via pública e doloso.

Perigo em concreto? Como assim, professor?

É o seguinte:

 Para que o condutor responda pelo delito não é necessário


que ele esteja com excesso de velocidade , BASTA
QUE ESSA VELOCIDADE SEJA INCOMPATÍVEL COM
A SEGURANÇA , podendo causar um dano superveniente.

 Com isso, NÃO É EXIGIDO que a prova seja feita por


meio de radares ou equivalentes, podendo ser suprida
por provas testemunhais.

E atenção! Neste delito, após sofrer uma avaliação subjetiva de provável


dano superveniente, ainda que constatado o perigo de dano, é necessário
que a ocorrência se dê nos locais considerados perigosos pelo
legislador, como nas proximidades de escolas; hospitais, estações de
embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja
grande movimentação ou concentração de pessoas.

Veja como foi cobrado:

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16. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – SEAD/TO – 2008] Os crimes de


lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição
não autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por
meio de termo circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer
hipótese, a prisão em flagrante em tais condutas, nos termos dispostos na Lei
dos Juizados Especiais Criminais.

Comentário:

Só os crimes de menor potencial ofensivo podem ser alcançados pelas


vantagens trazidas na Lei de Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95).
Dentre os crimes elencados no CTB, o de “lesão corporal culposa”, por ser de
menor potencial ofensivo, pode ser apurado por meio de termo circunstanciado
de ocorrência.

O erro da questão foi incluir o crime de embriaguez ao volante (art. 306)


e participação em competição não autorizada (art. 308) dentre o rol dos
beneficiados pela Lei 9.099/95. De jeito nenhum, pois esses são crimes de
maior potencial ofensivo (ambos têm penas restritivas de liberdade com prazos
máximos marioes que 2 anos). E no de lesão corporal culposa, vimos que, a
depender de outras condutas do condutor, ele pode perder o direito à
composição civil, à transação penal e a ação penal passará a ser incondicional à
representação.

Gabarito: Errado

17. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2002] A prova da


velocidade incompatível pode ser feita por testemunhas, não se exigindo a
prova de radares ou equivalentes.

Comentário:

Fácil demais! É só reler o que diz o quadro-destaque acima e você


constatará que a assertiva está corretinha!

Gabarito: Certo

[CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004] O CTB, em seu art.


311, censura a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a
segurança nos locais considerados pelo legislador como perigosos,
elegendo essa conduta como criminosa e impondo-lhe a pena de
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detenção de 6 meses a 1 ano ou multa. Acerca desse assunto, julgue os


itens que se seguem.

18. Ter domínio do veículo significa que o condutor tem o controle do mesmo,
podendo, assim, detê-lo quantas vezes for necessário, diante de obstáculos
previsíveis.

19. Para a consumação do delito tipificado no referido artigo, não é


estritamente necessário que ocorra dano, ou seja, as pessoas sejam lesionadas
ou mortas em virtude da velocidade incompatível.

Comentário 18:

Você tem alguma dúvida disso, caro aluno? Claro que não! Essa assertiva foi
um presentinho dado pela banca aos candidatos! De fato, ter domínio do
veículo significa que o condutor tem o controle do mesmo, podendo, assim,
detê-lo quantas vezes for necessário, diante de obstáculos previsíveis.

Gabarito: Certo

Comentário 19:

Exato! Vamos repetir: para que o condutor responda pelo delito do art.
311 do CTB, não é necessário que ele esteja com excesso de velocidade, basta
que essa velocidade seja incompatível com a segurança, podendo
causar um dano superveniente.

Gabarito: Certo

E por fim, o útlimo delito tipificado no CTB:

Art. 312 - INOVAR ARTIFICIOSAMENTE em caso de acidente


automobilístico com vítima, na pendência do respectivo
procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo
penal, O ESTADO DE LUGAR, DE COISA ou DE PESSOA, a fim
de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que


não iniciados quando da inovação, o procedimento preparatório,
o inquérito ou o processo aos quais se refere-

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Para este crime, a intenção do legislador foi punir aquele que, em


acidente com vítima, mexe no local do acidente para prejudicar, ou melhor,
atrapalhar a administração da justiça. A intenção do agente é sempre
prejudicar a apuração da verdade dos fatos; dessa forma, ainda que a regra
seja preservar o local, e este não é preservado, mas justificadamente, no
intuito de prestar socorro à vítima, por exemplo, aí não há que se falar em
cometimento deste delito. Tranquilo?

Vamos rever a infração correspondente a esse crime, analisando o art.


176 do CTB:

 Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima:

I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;

II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar


perigo para o trânsito no local;

III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da


polícia e da perícia;

IV - de adotar providências para remover o veículo do local,


quando determinadas por policial ou agente da autoridade de
trânsito;

V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações


necessárias à confecção do boletim de ocorrência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.

Com relação a essa infração e ao crime em questão, analisemos as


seguintes situações:

1º - O condutor que deixa de preservar o local, em acidente


com vítima, com a intenção de ajudar:

Ainda assim pode responder com base na infração de trânsito do art.


176, uma vez que nas infrações de trânsito o agente de trânsito não
valora os elementos subjetivos (dolo e culpa). Nesse caoss, ele nunca
responderá pelo crime do art. 312;

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2º - Responsabilidades pela conduta:

No que se refere às responsabilidades, perceba que o art. 176 abrange


apenas os condutores envolvidos em acidente com vitima, e no art.
312, qualquer pessoa que teve a intenção de prejudicar a
administração da justiça;

3º - O condutor que deixou de preservar o local, para evitar


perigo, para prestar socorro, ou por determinação de algum
policial:

Esse não responde nem pela infração do art. 176 nem pelo crime do
art. 312!

As situações mais comuns em que temos a incidência do artigo 312 são:

 apagar a marca de derrapagem;

 retirar placas de sinalização;

 alterar o local dos carros;

 limpar estilhaços do chão;

 alterar o local do corpo da vítima;

 antes de apresentar seu veículo para perícia, alterar o local onde


ocorreu o abalroamento, sempre com a intenção de prejudicar.

Prontooooo!

Concluímos enfim a análise dos crimes de trânsito previstos no CTB!

Para revisarmos ainda mais sobre os crimes, “pesquei” da relevante obra


do professor Leandro Macedo, “Legislação de Trânsito Descomplicada”, a
tabela-resumo a seguir:

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TABELA - RESUMO DOS CRIMES EM ESPÉCIES

SUSPEN-
INFRAÇÃO
ELEMENTO
ART. RESUMO AÇÃO PENAL DETENÇÃO SÃO/ MULTA
SUBJETIVO
ADMINISTRATIVA
PROIBIÇÃO

2 a 4 anos
302 homicídio culposo pub.incond E
(RECLUSÃO,
se §2º)

pub. cond
lesão
303 culposo 6m a 2 anos E
corporal
(em geral)

omissão
304 doloso pub.incond 6m a 1 ano OU Art. 176,1
socorro

305 afastar-se doloso pub.incond 6m a 1 ano OU 176, V

306 álcool doloso pub.incond 6m a 3 anos E E 165

Nova
violar imposição
307 doloso pub.incond 6m a 1 ano E -
suspensão da
suspensão

participar de
308 doloso pub.incond 6m a 3 anos E E 173,174
corrida

Suspensa ou
309 doloso Pub.incond 6m a 1 ano OU 162,1 e II
cassada

permitir, 163,164
310 confiar, doloso pub.incond 6m a 1 ano OU
entregar e 166

velocidade 218,220
311 doloso pub.incond 6m a 1 ano OU
incompatível XIV

Inovar ac.
312 doloso pub.incond 6m a 1 ano OU 176,III
c/ vítima

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E antes de finalizar, mais umas superdicas para você:

CRIMES CULPOSOS  homicídio e lesão corporal (arts. 302 e 303).

Pena de detenção e reclusão (§2º) de 02 a 04 anos  só o de


homicídio (art. 302).

Pena de detenção de 06 meses a 03 anos  embriaguez (art.306) e


de disputa de racha (art. 308).

Pena de detenção de 06 meses a 02 anos  o de lesão corporal (art.


303).

Pena de detenção de 06 meses a 01 ano  todos os demais.

DETENÇÃO+MULTA+SUSPENSÃO CNH  o de embriaguez, o de violar


suspensão e o de disputar racha (arts. 306, 307 e 308).

Para finalizarmos de vez, mais umas questõezinhas de revisão:

20. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN.


OLINDA/PE – 2006] Leia atentamente as seguintes sentenças:

1. crime: cometer homicídio culposo na direção de veículo automotor – pena:


detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

2. crime: afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à


responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída – pena:detenção, de
seis meses a um ano, ou multa.

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3. crime: conduzir veículo automotor, na via pública, sob a influência de álcool


ou substância de efeitos análogos, expondo a dano potencial a incolumidade de
outrem – pena: detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

4. crime: participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de


corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade
competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou
privada – pena: detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor.

Diante do exposto, assinale a alternativa que enumera as sentenças


corretas quanto à correspondência entre as espécies de crime de
trânsito e as suas respectivas penas, de acordo com o disposto no
Código Brasileiro de Trânsito.

(A) 1, 2, 3 e 4.

(B) 1, 2 e 3.

(C) 2, 3 e 4.

(D) 1, 2 e 4.

(E) 1, 3 e 4.

Comentário:

Essa questão é uma revisão literal de alguns crimes previstos no CTB e


esquematizados na tabelinha cima. Abaixo de cada item vou reproduzir o
crime, tal qual disposto no CTB e checar sua conformidade.

Vamos lá!

Item 1. crime: cometer homicídio culposo na direção de veículo automotor –


pena: detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Art. 302. Praticar HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo automotor.

Penas - detenção, de 02 a 04 anos e suspensão ou proibição de se obter a


permissão ou a habilitação para dirigir veiculo automotor.

Os termos “cometer” e “praticar” são sinônimos! Item correto!

Item 2. crime: afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para


fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída – pena:
detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

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Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à


responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:

Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.

Item correto também!

Lembrando que não se pode confundir o delito acima exposto com a


omissão de socorro do art. 304 do CTB, uma vez que aqui o bem jurídico
tutelado é a administração da justiça, e na omissão de socorro, o bem jurídico
tutelado é a vida, a saúde ou a integridade física.

Dessa forma, existe a possibilidade de se cometer o crime de afastar-se


do local, em acidente com vítima, sem, contudo, cometer a omissão de socorro.
Basta que, por exemplo, o condutor envolvido leve a vítima até um hospital e
lá a deixe sem se identificar para fugir da responsabilidade penal.

Item 3. crime: conduzir veículo automotor, na via pública, sob a influência de


álcool ou substância de efeitos análogos, expondo a dano potencial a
incolumidade de outrem – pena: detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Atenção, muita atenção para as novas disposições do crime citado


nesse item!

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada


EM RAZÃO DA INFLUÊNCIA de álcool ou de outra substância psicoativa que
determine dependência:

Penas: detenção de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de se


obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

À época que a questão foi elaborada, o item estava correto, mas para os
dias de hoje, você já sabe, está erradíssimo!

Item 4. crime: participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de


corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade
competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou
privada – pena: detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor.

Depois das mudanças efetivadas no CTB pela Lei nº 12.971/2014, o item


passa a estar errado. Vamos rever a nova redação do crime (as mudanças em
vermelho):

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Art. 308 - Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de


corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela
autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública
ou privada:

Penas - detenção, de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de


se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Pois bem, o gabarito oficial dessa questão foi, à época, a letra “A”, mas,
pelos motivos expostos quando da análise dos itens “3” e “4”, não há opções de
respostas plausíveis, tonando-se nula a questão.

Gabarito: Nula (para os dias atuais)

[CESPE – SARGENTO CURSO FORMAÇÃO – PM/DF - 2003] Os membros


de uma família reuniram-se para um churrasco em uma pequena
chácara localizada na zona rural de um município brasileiro. Após
beberem muita cerveja, José, filho do proprietário da chácara, e o
chacareiro discutiram, causando uma grande confusão, que só
terminou com a intervenção do proprietário, que deu razão ao seu
empregado e repreendeu publicamente o filho embriagado.

Completamente descontrolado, José, que é maior de idade e tem


habilitação para dirigir, conduziu seu próprio veículo pela estrada que
dá acesso à chácara, totalmente sem sinalização de trânsito, a 60
km/h. Já em via urbana de entrada da cidade, igualmente sem
sinalização e considerada de trânsito rápido, acelerou para 100 km/h.
Nesse momento, sentindo-se tonto, enjoado, freou bruscamente o
veículo e o parou com apenas as rodas direitas no acostamento, abriu a
porta do veículo sem cautela alguma e correu para o matagal à direita
da via. Em face dessa situação hipotética, julgue o item subsequente à
luz do CTB.

21. José cometeu crime de trânsito para o qual está estipulada pena de
detenção.

Comentário:

Aqui não há a mínima dúvida que o filho de José, conduzindo embriagado


um veículo, comete sim crime de trânsito!

Dou um doce se você adivinhar!

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Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada


EM RAZÃO DA INFLUÊNCIA de álcool ou de outra substância psicoativa que
determine dependência:

Penas: detenção de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de se


obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Lembrando que o crime de embriaguez deixou de ser um crime de


perigo em concreto para ser um crime de perigo em abstrato. Antes, para
consumação do delito, era necessário que o condutor estivesse
ziguezagueando, transitando sobre calçadas, roletando cruzamentos, ou seja,
atentando objetivamente contra incolumidade pública (como está na redação
do nosso item em estudo).

Com as novas alterações promovidas pela Lei Seca, ainda que um


condutor esteja conduzindo adequadamente, se tiver acima dos índices
permitidos para embriaguez, será enquadrado no crime acima tipificado.

Caro aluno, esse é o mais famoso, e porque não o mais importante, dos
crimes previstos no CTB! Tenho absoluta certeza que ele lhe será cobrado em
sua prova!

Gabarito: Certo

22. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2006]


Os crimes definidos no CTB são, em sua maioria, de ação penal pública
condicionada à representação do ofendido para que haja a instauração de
processo contra o autor do delito.

Comentário:

Dessa informação você não pode se esquecer: quase todos os crimes


previstos no CTB são de ação penal pública incondicionada.

Apenas um deles é, em geral, de ação penal pública condicionada à


representação da vítima: o crime de trânsito de lesão corporal culposa no
trânsito, art. 303 do CTB. Digo em geral, porque o art. 88 da Lei nº 9.099/95
estabelece que, além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial,
dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões
corporais leves e lesões culposas.

Pois bem, o art. 291 do Código de Trânsito diz que aplica-se aos crimes de
trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº
9.099/95.

Esse crime só será de ação pública incondicionada se o agente estiver:

 sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que


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determine dependência;

 participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição


automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra
de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;

 transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em


50 km/h (cinquenta quilômetros por hora).

Nas hipóteses acima, deverá ser instaurado inquérito policial para a


investigação da infração penal.

Logo, podemos concluir que erra a assertiva ao afirmar que oss crimes
definidos no CTB são, em sua maioria, de ação penal pública condicionada à
representação do ofendido para que haja a instauração de processo contra o
autor do delito.

Gabarito: Errado

23. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – SEAD/TO – 2008] Os crimes de


lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição
não autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por
meio de termo circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer
hipótese, a prisão em flagrante em tais condutas, nos termos dispostos na Lei
dos Juizados Especiais Criminais.

Comentário:

Só os crimes de menor potencial ofensivo podem ser alcançados pelas


vantagens trazidas na Lei de Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95). quase
todos os crimes do CTB são de menor potencial ofensivo. No entanto, dentre os
crimes citados no enunciado da questão, só o de lesão corporal culposa é,
na sua forma mais simples, de menor potencial ofensivo e, por isso, pode
ser apurado por meio de termo circunstanciado de ocorrência.

Assim, quem comete os crimes de embriaguez ao volante (art. 306) e de


disputa de corrida (art. 308), por não serem esses de menor potencial
ofensivo, não pode ser beneficiado pela Lei 9.099/95. Lembre-se, no entanto,
que, a depender de outras condutas do condutor quando do cometimento da
lesão corporal culposa ao volante, pode ele perder o direito à composição civil,
à transação penal e o de ser a ação penal condicionada à representação.

Gabarito: Errado

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011] Em


relação à legislação que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro, julgue
os itens subsequentes.

24. É admissível a denominação de crime de trânsito para a conduta de dano


cometida com dolo, a exemplo daquele que, intencionalmente, utiliza o seu
veículo para a prática de um crime.

t t i b | P f M Gi ã 64 de 93
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25. Os crimes de entregar a direção de veículo automotor a pessoa não


habilitada e de falta de habilitação se aperfeiçoam com a simples conduta, sem
que se exija prova da efetiva probabilidade de dano.

26. Considere a seguinte situação hipotética. Cláudia, penalmente responsável,


ao dirigir veículo automotor sem habilitação, em via pública, atropelou e matou
um pedestre. Nessa situação hipotética, Cláudia responderá por homicídio
culposo em concurso material com o delito de falta de habilitação.

27. Considere a seguinte situação hipotética. Lúcio, penalmente responsável,


ao dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, deu ensejo ao
capotamento do veículo e à morte de um dos passageiros. Logo após o
acidente, Lúcio foi conduzido à delegacia de polícia, onde se recusou a
submeter-se ao teste do bafômetro. Nessa situação hipotética, Lúcio será
punido pela figura do homicídio culposo em sua forma simples, sem a figura
cumulativa da embriaguez ao volante.

28. No caso de réu reincidente em crime de trânsito, é obrigatório que o


magistrado, ao julgar a nova infração, fixe a pena prevista no tipo, associada à
suspensão da permissão ou habilitação de dirigir veículo automotor.

Comentário 24:

O simples fato de se utilizar um veículo para a prática de um crime


qualquer, seja doloso ou não, não significa necessariamente que esse seja um
crime de trânsito. Para que seja configurando crime de trânsito, a conduta
dolosa deve estar expressamente tipificada no Capítulo XIX do CTB.

Se eu uso um veículo para sequestrar uma pessoa e matá-la dentro dele,


não significa que estarei praticando um crime doloso de trânsito. O crime de
trânsito de homicídio culposo (art. 302), por exemplo, só se configurará como
crime se for praticado na direção de veículo e o veículo tem que ser automotor.
Além disso, você já sabe: não há tipificação de homicídio doloso no CTB!

Gabarito: Errado

Comentário 25:

O crime de “permitir", "entregar" ou "confiar" é um crime de perigo em


abstrato, punível apenas na modalidade dolosa, sendo, portanto, necessário
que o magistrado avalie sempre os elementos subjetivos da conduta. Isto quer
dizer que não se exige que o condutor inabilitado, com habilitação cassada ou
com o direito de dirigir suspenso, necessariamente dirija indevidamente para
que o crime seja tipificado. A simples conduta já configura o crime.

Já o crime de dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida


permissão para dirigir ou habilitação, gerando perigo de dano, é crime de
perigo em concreto, ou seja, o agente tem que estar conduzindo veículo
automotor, em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou habilitação
e, de forma anormal e irregular, ser inconsequente de modo a atingir o nível

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de segurança de trânsito, que é o objeto jurídico tutelado pelo dispositivo.

Perceba que só no segundo crime (e não nos dois citados) é que temos a
exigência de prova da efetiva probabilidade de dano.

Gabarito: Errado

Comentário 26:

O concurso de crimes pode ser material ou real, formal ou ideal, e


continuado. As hipóteses de concurso podem ocorrer entre crimes dolosos e
culposos, consumados ou tentados, comissivos ou omissivos.

O concurso material ou real ocorre quando há duas ou mais condutas


(comissivas ou omissivas), que resultam em dois ou mais crimes, idênticos
ou não. As penas são somadas de acordo com o sistema da cumulatividade.

Já o concurso formal ou ideal ocorre quando há uma única conduta em


uma pluralidade de crimes. Aplica-se uma única pena, aumentada de um
sexto até a metade.

No caso em tela, Cláudia teve uma só conduta comissiva em um único


momento: assumiu o controle de um veículo. Ao atropelar um pedestre e matá-
lo, comete homicidio culposo. Por não estar habilitada (e ter causado um
situação de perigo em concreto), comete outro crime. O caso aqui é de
concurso formal de crimes, e não material como afimra a assertiva.

Gabarito: Errado

Comentário 27:

Primeira coisa: não nos consta que Lúcio tenha tido a intenção de matar
um dos passageiros. Logo, o crime de homicídio não será doloso, e sim
culposo.

Agora, ao recusar a fazer o teste de bafômetro, Lúcio, pelas regras


atuais, pode mesmo ser incriminando com base no crime de embriaguez
tipificado no art. 306 do CTB. À época, a questão estava correta, pois não
havia ainda as disposições da Lei 12.760/12 e, nesse caso, ele poderia recusar
o teste, livrando-se, com isso, de ser enquadrado no crime de embriaguez ao
volante. Para os dias atuais, a assertiva está errada, pois o agente de trânsito
pode usar de outras provas para enquadrar Lúcio no citado delito. Lembre-se:

CTB:

Art. 306. (...)

§2º. A verificação da influência de álcool ou de substância


psicoativa que cause dependência poderá ser obtida também
mediante perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios
de prova em direito admitidos, observado o direito à
contraprova.

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Dessa forma, a questão vai bem ao afirmar que Lúcio será punido pela
figura do homicídio culposo em sua forma simples, mas erra ao asseverar que
ele não poderá ser enquadrado no crime de embriaguez ao volante.

Gabarito: Errado (para os dias atuais)

Comentário 28:

Exatamente o que estabelece o art. 296 do CTB: se o réu for


reincidente na prática de crime previsto no CTB, o juiz aplicará a
penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo
automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis.

Gabarito: Certo

29. [FGV – EXAME DE ORDEM – OAB - 2009] Guiando o seu automóvel


na contramão de direção, em outubro de 2010, Tício é perseguido por
uma viatura da polícia militar. Após ser parado pelos agentes da lei,
Tício realiza, espontaneamente, o exame do etilômetro e fornece aos
militares sua habilitação e o documento do automóvel. No exame do
etilômetro, fica constatado que Tício apresentava concentração de
álcool muito superior ao patamar previsto na legislação de trânsito.
Além disso, os policiais constatam que o motorista estava com a
habilitação vencida desde maio de 2009.

Com relação ao relatado acima, é correto afirmar que o promotor de


justiça deverá denunciar Tício

(A) pela prática dos crimes de embriaguez ao volante e direção sem habilitação

(B) apenas pelo crime de embriaguez ao volante, uma vez que o fato de a
habilitação estar vencida constitui mera infração administrativa.

(C) apenas pelo crime de direção sem habilitação, uma vez que o perigo gerado
por tal conduta faz com que o delito de embriaguez ao volante seja absorvido,
em razão da aplicação do Princípio da Consunção.

(D) apenas pelo crime de direção sem habilitação, pois o delito de embriaguez
ao volante só se configura quando ocorre acidente de trânsito com vítima.

Comentário:

Pelo descrito na questão, não há dúvidas que Tício cometeu o crime de


embriaguez ao volante, tipificado no art. 306 do CTB. Estava conduzindo
veículo embriagado, cuja embriaguez foi devidamente testada por teste de
bafômetro.

Tício também apresentou habilitação vencida há mais de 30 dias. O crime


tipificado no art. 309, "dirigir sem habilitação gerando perigo de dano", não é
bem o caso do exposto na questão. Para essa úlitma conduta de Tício, não há
crime algum tipificado no CTB. A bem da verdade, trata-se de uma infração
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administrativa prevista no art. 162, inciso IV, do referido Código.

Veja:

Art. 162. Dirigir veículo:

(..)

V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida


há mais de trinta dias:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa.

Logo, é correto afirmar que o promotor de justiça deverá denunciar Tício


apenas pelo crime de embriaguez ao volante, uma vez que o fato de a
habilitação estar vencida constitui mera infração administrativa.

Gabarito: Letra "B"

30. [FGV – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/RJ - 2008] Segundo o Código


de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), não constitui crime o seguinte
procedimento:

(A) conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de


segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as
normas e especificações aprovadas pelo Contran.

(B) afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à


responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída.

(C) deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato


socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar
de solicitar auxílio da autoridade pública.

(D) praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.

(E) dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para
Dirigir ou Habilitação, gerando perigo de dano.

Comentário:

Item A - Pergunto: dentre os crimes aqui estudados, há esse citado no item?


De jeito nenhum! Na verdade, conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem
usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de
acordo com as normas e especificações aprovadas pelo Contran é uma infração
administrativa prevista no art. 244, inciso I, do CTB. Essa já é a nossa
resposta!

Item B - afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à


responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída -> Ok -> art. 305,

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CTB .

Item C - deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar


imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa
causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública. -> Ok -> art. 304,
CTB .

Item D - praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. ->


Ok -> art. 303, CTB .

Item E - dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para
Dirigir ou Habilitação, gerando perigo de dano. -> Ok -> art. 305, CTB .

Gabarito: Letra "A"

[FUNIVERSA – SOLDADO MILITAR – PM/DF - 2013] Relativamente aos


crimes cometidos na direção de veículos automotores, segundo o
Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens a seguir.

31. Ao autor do homicídio culposo, ainda que tenha socorrido a vítima, caberá
a prisão em flagrante.

32. A Lei autoriza a aplicação indistinta da transação penal aos crimes de


trânsito.

33. Participar de um “racha”, sem resultar dano potencial à incolumidade


pública ou privada, caracteriza o crime previsto na Lei.

34. No crime de trânsito de lesão corporal culposa, sob a influência de álcool, é


exigida a instauração de inquérito policial.

35. A multa reparatória em favor da vítima, ou de seus sucessores, poderá ser


superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.

Comentário 31:

Errado e você não deve se esquecer dessa tecla que tantas vezes já
batemos aqui:

Gabarito: Errado
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Comentário 32:

A Lei NÃO autoriza a aplicação indistinta da transação penal aos crimes


de trânsito. A transação penal só é prevista nos crimes de menor potencial
ofensivo e em determinadas situações no crime de lesão corporal culposa.

Gabarito: Errado

Comentário 33:

À época a questão estava errada, pois na redação anterior do crime


citado, havia a necessidade de resultado de dano potencial à incolumidade
pública ou privada para que o crime fosse caracterizado.

No entanto, à luz das modificações trazidas pela Lei nº 12.971/2014 para


configuração desse tipo penal, alguns requisitos devem estar presentes para o
enquadramento no delito, como:

 veículo automotor,

 via pública e;

 a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.

Ou seja, basta que esteja provada a situação de risco, para que o crime
já possa ser configurado. Assim, participar de um “racha” mesmo sem resultar
dano potencial à incolumidade pública ou privada, já pode caracterizar o citado
crime.

Gabarito: Certo (para os dias atuais)

Comentário 34:

Exatamente! Vimos exaustivamente aqui que, se o autor do crime de


lesão corporal culposa tiver sob a influência de álcool, ele não terá direito às
vantagens trazidas pela Lei nº 9.099/95 e, por isso, deverá haver inquérito
policial para a sua apuração.

Gabarito: Certo

Comentário 35:

Erradíssima! Você já está cansado de saber que a multa reparatória em


favor da vítima, ou de seus sucessores, NÃO poderá ser superior ao valor do
prejuízo demonstrado no processo.

Gabarito: Errado

[FUNIVERSA – DELEGADO DE POLICIA – PC/DF - 2015 - Adapt.] Em


relação à Lei n.º 9.503/1997, que trata dos crimes de trânsito, julgue
os itens subsecutivos.

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36. De acordo com a referida lei, constitui crime de trânsito punido com
detenção a conduta do agente que trafegue em velocidade incompatível com a
segurança nas proximidades de escolas, gerando perigo de dano.

37. Não há, na lei, previsão de pena de reclusão, sendo os crimes previstos
puníveis com detenção e(ou) multa.

38. Não é prevista, entre as penalidades constantes na lei, multa reparatória.

39. Consoante essa norma, é circunstância que pode agravar a penalidade do


crime de trânsito, conforme a apreciação subjetiva do juiz, ter o condutor do
veículo cometido a infração sobre faixa de trânsito destinada a pedestre.

40. Uma das críticas que a doutrina faz ao legislador em relação aos crimes de
trânsito se relaciona à ausência de previsão legal de benefício ao condutor do
veículo que, após a prática da infração, preste pronto e integral socorro à
vítima.

Comentário 36:

Certíssima e foi o que vimos aqui ao estudar o art. 311 do CTB:

Gabarito: Certo

Comentário 37:

Se você prestou atenção direitinho nas recentes mudanças promovidas


pela Lei nº 12.971/2014, aqui estudadas, não caiu na bobagem dessa questão!

Como o advento dessa norma, o crime de homicídio culposo no trânsito,


tipificado no art. 302 do CTB, passou a prever a pena de reclusão, caso o
agente conduza veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência ou participe, em via, de corrida, disputa ou competição
automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra
de veículo automotor.

Assim, erra a questão ao afirmar que não há no CTB previsão de pena de


reclusão, sendo os crimes previstos puníveis com detenção e (ou) multa.

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Gabarito: Errado

Comentário 38:

É prevista multa reparatória sim!

Trata-se de multa de natureza civil, indenizatória, e exigida no juízo


penal. É, na verdade, uma antecipação de um ressarcimento imposta pelo juiz
da esfera penal, após reclamação da vítima ou seus sucessores. Segundo o que
nos ensina o art. 297 do CTB:

Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no


pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus
sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do
art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material
resultante do crime.

§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do


prejuízo demonstrado no processo.

§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do


Código Penal.

§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória


será descontado.

Gabarito: Errado

Comentário 39:

Consoante o CTB, é sim circunstância que pode agravar a penalidade do


crime de trânsito o condutor do veículo cometido a infração sobre faixa de
trânsito destinada a pedestre. Mas não conforme a apreciação subjetiva do
juiz!! Ou seja, não é o juiz quem decide se a situação é ou não uma
agravante!

Segundo o mandamento do art. 298 do CTB, são circunstâncias que


sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do
veículo cometido a infração:

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Gabarito: Errado

Comentário 40:

Muito pelo contrário!

Há sim previsão legal de benefício ao condutor do veículo que, após a


prática da infração, preste pronto e integral socorro à vítima. Lembre-se do que
aqui estudamos:

Gabarito: Errado

[VUNESP – ESCRIVÃO DE POLICIA – PC/CE - 2015 - Adapt.] Julgue os


itens a seguir no tocante à Lei no 9.503/97 (CTB).

41. Mesmo sem resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada, é


crime (art. 308) participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de
disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade
competente (“racha”).

42. É crime (art. 311) trafegar em velocidade incompatível com a segurança


nas proximidades de escolas, gerando perigo de dano.

43. O condenado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor

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(art. 303), além da pena privativa de liberdade sujeitar-se-á, obrigatoriamente,


à pena criminal de suspensão ou proibição de obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.

44. A única possibilidade de configuração do crime de embriaguez ao volante


(art. 306) é por meio da constatação de concentração igual ou superior a
6decigramas de álcool por litro de sangue, ou igual ou superior a 0,3 miligrama
de álcool por litro de ar alveolar.

45. A conduta de dirigir veículo automotor em via pública, sem a devida


permissão para dirigir ou habilitação, configura crime (art. 309), gerando ou
não perigo de dano.

Comentário 41:

Não, não! A prática do crime tem que ter sim como resultado dano
potencial à incolumidade pública ou privada. Vamos relembrá-lo:

Como você pode ver, para configuração desse tipo penal, devem estar
presentes alguns requisitos, como:

 veículo automotor,

 via pública e;

 a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.

O contrário do que afirma a questão!

Gabarito: Errado

Comentário 42:

Certíssima e foi o que acabamos de ver em comentário de questão


anterior! Como nunca é demais memorizar:

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Gabarito: Certo

Comentário 43:

Muito cuidado com essa afirmação, pois, se você bem está lembrado, a
pena criminal de suspensão ou proibição de obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor não é imposta de forma obrigatória, mesmo
sendo prevista no crime de lesão corporal culposa do art. 303 do CTB.

O CTB estabelece em seu art. que a suspensão penal pode ser aplicada
isolada (apenas ela) ou cumulativamente (com a pena privativa de
liberdade ou com a multa), e com prazo a ser estipulado pela autoridade
judiciária, sem nenhuma correlação com os prazos da pena privativa de
liberdade, devendo, entretanto, o juiz observar um mínimo de 2 meses e
um máximo de 5 anos.

É bom relembrar que, com o advento da Lei nº 12.971/2014, a suspensão


ou a proibição de se obter a hanilitação ou a permissão para dirigir não mais
pode ser aplicada como pena principal.

Gabarito: Errado

Comentário 44:

De jeito nenhum!

Segundo o que dispõe o art. 306 do CTB, em seu §2º, além do exame por
bafômetro e exame clínico, também poderão ser utilizados prova
testemunhal, imagem, vídeo ou qualquer outro meio de prova em
direito admitido.

Gabarito: Errado

Comentário 45:

Errada e vou corrigir: a conduta de dirigir veículo automotor em via


pública, sem a devida permissão para dirigir ou habilitação, configura crime
(art. 309), desde que gere perigo de dano. Confira:

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Gabarito: Errado

[VUNESP – INSPETOR DE POLICIA – PC/CE - 2015 - Adapt.] Sobre o


Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens a seguir:

46. O crime do artigo 311 exige perigo de dano para a conduta de trafegar em
velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas.

47. A conduta de violar ordem de suspensão para dirigir veículo automotor é


punida, administrativamente, com nova suspensão.

Comentário 46:

Exatamente e já é a terceira vez, em provas diferentes, que é cobrado o


crime do art. 311 do CTB!

De fato, o crime citado exige perigo de dano para a conduta de


trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de
escolas.

Gabarito: Certo

Comentário 47:

A punição não é administrativa para quem comete esse crime, e sim


penal!

A conduta de violar ordem de suspensão para dirigir veículo automotor é


punida, penalmente, com nova suspensão. Não esqueça:

Gabarito: Errado

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48. [PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE –


2016] Sobre os crimes cometidos no trânsito, é CORRETO afirmar:

(A) Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor é punível com


detenção, de um a dois anos, e suspensão ou proibição de se obter a ermissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor;

(B) No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é


aumentada de 1/4 (um quarto) à metade, se o agente não possuir permissão
para Dirigir ou Carteira de Habilitação praticá-lo em faixa de pedestres ou na
calçada, deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
vítima do acidente, ou, no exercício de sua profissão ou atividade, estiver
conduzindo veículo de transporte de passageiros;

(C) Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora


alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que
determine ependência ou participa, em via, de corrida, disputa ou competição
automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra
de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, a pena é de
reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor;

(D) Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à


responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída, a pena é de
detenção, de seis meses a um ano, ou multa;

(E) Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato


socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar
de solicitar auxílio da autoridade pública, a pena é de 1 (um) a 2 (dois) anos de
detenção, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.

Comentário:

Item A - Não, não! Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor


é punível com detenção, de 2 a 4 anos de um a dois anos, e suspensão ou
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor (art. 302). É o unico delito do CTB que tem esse quantum de epna
restritiva de liberdade, lembra? (Errado)

Item B - Errado! No homicídio culposo cometido na direção de veículo


automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade de 1/4 (um
quarto) à metade, se o agente não possuir permissão para Dirigir ou Carteira
de Habilitação praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada, deixar de prestar
socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente, ou, no
exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de
transporte de passageiros (art. 302, §1º). (Errado)

Item C - Cuidado com a leitura rápida! Se o agente conduz veículo automotor


com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
outra substância psicoativa que determine ependência ou participa, em via, de

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corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou


demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada
pela autoridade competente, a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos de 1 (um) a 2 (dois) anos, e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor (art. 302, §2º).
(Errado)

Item D - Aaah, agora sim!! Afastar-se o condutor do veículo do local do


acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser
atribuída, a pena é de detenção, de seis meses a um ano, ou multa (art. 305).
(Certo)

Item E - Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar


imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa
causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública, a pena é de 6 (seis)
meses a 1 (um) ano 1 (um) a 2 (dois) anos de detenção , ou multa, se o fato
não constituir elemento de crime mais grave. (Errado)

Gabarito: Letra "D"

49. [PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE –


2016] Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida
Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de
dirigir, gerando perigo de dano, é punido com pena de:

(A) Detenção, de seis meses a um ano;

(B) Detenção, de um a dois anos, ou multa;

(C) Multa;

(D) Detenção, de seis meses a um ano, ou multa;

(E) Detenção, de um a dois anos.

Comentário:

Questão saidinha do forno e bem simples. Vamos replicar o tipo do art.


311 do CTB:

Gabarito: Letra "D"

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50. [FUNRIO – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2009] Constitui


infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito do Código de
Trânsito Brasileiro, da legislação complementar ou das resoluções do
CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas
administrativas. Com relação aos crimes relacionados no Código de
Trânsito Brasileiro, é correto afirmar que

(A) ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte


vítima, se imporá a prisão em flagrante e se exigirá fiança, independente dele
prestar pronto e integral socorro àquela.

(B) é crime conduzir veículo automotor, na via pública, estando com


concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis)
decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência, contudo, com relação aos testes de alcoolemia, para
efeito de caracterização do crime tipificado, o Poder Executivo Federal não
poderá estipular a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, devendo
estes ser regulados pelo CONTRAN.

(C) no homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é


aumentada de um terço à metade, se o agente não possuir Permissão para
Dirigir ou Carteira de Habilitação; praticá-lo em faixa de pedestres ou na
calçada; se deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à vítima do acidente; se o praticar no exercício de sua profissão ou
atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.

(D) é considerado crime participar, na direção de veículo automotor, em via


pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, mesmo que
autorizada pela autoridade competente, já que sempre pode resultar dano
potencial à incolumidade pública ou privada.

(E) a multa reparatória poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado


no processo.

Comentário:

Item A - De jeito nenhum! Caso um condutor seja envolvido em algum acidente


e deste resulte alguma vítima, estará livre de ser preso em flagrante ou de
pagar fiança, se prestar pronto e integral socorro à vítima. (Errado)

Item B – Para responder ao item e fixar bem a nova redação do art. 306 do
CTB (crime de embriaguez ao volante).

Vamos revisá-lo:

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora


alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância
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psicoativa que determine dependência:

Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão


ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor.

Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a


equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito
de caracterização do crime tipificado neste artigo.

§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por:

I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por


litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar; ou

II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran,


alteração da capacidade psicomotora.

§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida


mediante teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, prova
testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos,
observado o direito à contraprova.

§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos


testes de alcoolemia para efeito de caracterização do crime
tipificado neste artigo.

Se antes da Lei 12.760/12, o item já estava errado, por contradizer o


parágrafo único do artigo acima citado, imagine agora com a nova redação
desse dispositivo promovida pela citada norma! Aí é que está errado mesmo!

Item C - Exatamente! E para reforçar, vamos rever as circunstâncias


aumentativas de pena para os crimes de trânsito. São elas, praticar o crime:

 sem possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação;

 quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o


transporte de passageiros ou de carga;

 sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a


pedestres;

 e omitir o socorro.

Lembre-se que esses aumentativos de pena serão aplicados para os


crimes culposos previstos no CTB (homicídio culposo e lesão corporal culposa).
(Certo)

Item D - Vimos que para ser considerado crime, a participação na direção de


veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição
automobilística, deverá ter acontecido sem a autorização da autoridade
competente, e a conduta necessariamente terá que gerar um dano

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potencial à incolumidade pública ou privada. (Errado)

Item E - A multa reparatória, prevista no art. 297 do CTB, é uma multa de


natureza civil, indenizatória, e exigida no juízo penal; é, na verdade, uma
antecipação de um ressarcimento imposta pelo juiz da esfera penal, após
reclamação da vítima ou seus sucessores.

Para que a multa reparatória se torne exigível é necessária a ocorrência


de um crime de transito, já que é aplicada no juízo penal, e também um dano
material - apenas este é indenizável a título de multa reparatória.

Cabe destacar que o valor da multa reparatória terá como limite o do


prejuízo demonstrado no processo; porém, se posteriormente a vítima se
achar insatisfeita com o valor pago, poderá ainda reclamar o mesmo objeto, a
mesma indenização, na esfera cível, recebendo evidentemente apenas a
diferença. O erra ao afirmar que o valor da referida multa poderá ser superior
ao valor do prejuízo demonstrado no processo. (Errado)

Gabarito: Letra “C”

***

Caro aluno, com essa aula, praticamente finalizamos o estudo do CTB!

Eu disse praticamente, porque lançarei, nos próximos dias, logo após a


nossa Aula 12 e antes do Simuladão, um material bônus com umas
atualizações do CTB não contempladas em nosso curso. São algumas regras
que, por serem um tanto complexas, resolvi não inclui-las nas aulas (para
poupá-lo mesmo!), e reservá-las para publicação em um material separado,
esse que você receberá logo em breve!

Com esse bônus, você terá tido acesso a TODAS as últimas mudanças
ocorridas no nosso querido Código de Trânsito Brasiliero!

E pensa que vou parar por aí! Não, não!

Todas as demais inovações que aparecerem até o fim da disponibilização


de nosso curso no site (nov/16), ou até mesmo depois da publicação do
próximo Edital PRF (se Deus quiser ainda esse ano!), estarão também
disponíveis para você em tantos materiais bônus quanto forem necessários,
combinado?

Até a próxima e bons estudos!

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QUESTÕES DE SUA AULA

01. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN.


OLINDA/PE – 2011] Qual a duração do prazo estabelecido pela
legislação de trânsito, quando da suspensão ou da proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor?
(A) De dois meses a cinco anos.
(B) De dois meses a quatro anos.
(C) De três meses a cinco anos.
(D) De seis meses a quatro anos.
(E) De seis meses a cinco anos.

02. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN.


OLINDA/PE – 2011] Se o réu for reincidente na prática de crimes previstos
na legislação, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou
habilitação para dirigir veículos automotores, sem prejuízos das demais
sanções penais cabíveis.

03. [IUAPE – MOTORISTA - PREF. MUN. SURUBIM/PE – 2009] O


condutor de um veículo cometeu um crime de trânsito sobre a faixa de
trânsito temporária destinada a pedestres. Nesta circunstância, a pena
será
(A) atenuada.
(B) agravada.
(C) aumentada em dobro.
(D) agravada apenas com multa.
(E) atenuada em um terço da pena.

04. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2008] De acordo com o


CTB, assinale a opção correta acerca das ações penais por crimes
cometidos na direção de veículos automotores.
(A) Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de
disposições previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais.
(B) A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade principal, mas

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sempre de forma isolada, sendo vedada a aplicação cumulativa com outras


penalidades.
(C) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor tem a duração de dois anos.
(D) Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a
entregar à autoridade judiciária, em 24 horas, a permissão para dirigir ou a
CNH.
(E) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se ele
prestar pronto e integral socorro àquela.

05. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN.


OLINDA/PE – 2011] A pena de detenção de dois a quatro anos será
imputada ao condutor que praticar homicídio culposo na direção dos veículos
automotores.

[CESPE – CABO SELEÇÃO INTERNA – PM/DF - 2003] José e Geraldo,


maiores de idade que não possuem habilitação para dirigir, resolveram
participar de um racha com os automóveis de seus pais, sem o
conhecimento deles. Durante o racha, realizado na avenida principal
da cidade em que residem, o veículo conduzido por Geraldo, que não
utilizava cinto de segurança, desgovernou-se e atropelou Maria, que
ficou gravemente ferida. Desesperados com o ocorrido, os dois jovens
fugiram sem prestar socorro à vítima, que faleceu no hospital algumas
horas após identificar as placas dos veículos conduzidos por José e
Geraldo. Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue
o item a seguir, à luz do CTB.
06. Se, após o devido processo legal, Geraldo for condenado por homicídio
culposo pela morte de Maria, a pena será aumentada de, no mínimo, dois
terços.

07. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2002] Ao passar em


frente a uma parada de ônibus, conduzindo o seu veículo em avançada hora da
madrugada, Tício avistou um desafeto. Assim, retornou na avenida, de modo a
passar novamente em frente ao inimigo. Quando se aproximava, então, da
parada, acelerou o veículo, arremessando-o contra o pedestre, causando-lhe
morte instantânea. Para essa situação, há, no CTB, tipo específico que
descreve a conduta de Tício, no qual se prevê, ainda, o atropelamento ocorrido
em calçada como causa de aumento de pena do homicídio.

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08. [CESPE – ANALISTA DE TRANSITO – DETRAN/DF – 2009] Considere


que Gustavo conduza o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a
sinalização do local aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h e, de
forma culposa, tenha atropelado Maria, que teve lesão corporal leve. Nesse
caso, Gustavo deverá responder por crime de lesão corporal culposa, desde
que haja representação da vítima.

09. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2008 - Adapt.] Em


nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de disposições
previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais.

10. [FUNRIO – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2009 – Adapt.] No dia


15 de junho de 2007, por volta das 09h, pela Avenida Canal, proximidades do
"Atacadão Rio do Peixe”, José Antônio, guiando o veículo ônibus, ano 1998, de
cor branca, provocou atropelamento contra Marinalva, que pedalava uma
bicicleta próximo à guia da calçada, sofrendo traumatismos generalizados. O
socorro foi prestado por solicitação de populares do SAMU ao Hospital Regional
de Urgência e Emergência de Campina Grande, e o infrator se evadiu. No que
se refere à conduta praticada, uma vez que o infrator se evadiu sem prestar
socorro à vítima, é correto afirmar que o condutor não merece aplicação do
aumento de pena daí decorrente, uma vez que a vítima não era pedestre,
conforme estipulado pela Lei nº 9503/97.

[CESPE – ASSIST. TÉCNICO DE TRÂNSITO – DETRAN/ES – 2010] Com


relação às infrações de trânsito, julgue os itens subsecutivos.
11. Comprovada a embriaguez, o condutor terá seu veículo apreendido e sua
CNH cancelada pelo período de um ano e, caso queira voltar a conduzir veículo
automotor, terá de realizar, após este período, todos os exames para a
obtenção de nova habilitação.
12. A chamada Lei Seca diz respeito à fiscalização de condutores sob efeito de
álcool e também de qualquer outra substância psicoativa que cause
dependência. Portanto, o condutor que apresentar sintomas de torpor ou
euforia, mesmo que não se evidencie a existência de álcool em seu organismo
pelo bafômetro, pode ser submetido a outros exames pelas autoridades de
trânsito e sofrer as mesmas penalidades.

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13. [CESPE - AGENTE DE TRANSITO – DETRAN/DF – 2003] O condutor


que, ao receber ordem de um agente de trânsito, se nega a realizar teste em
aparelho de ar alveolar para avaliar a concentração de álcool em seu
organismo, não apenas pratica infração administrativa, mas também comete
crime de desacato.

14. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004 – Adapt.] A


conduta de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, em nível
superior ao permitido, não configura, necessariamente, crime perante a lei
brasileira, sendo punida administrativamente como infração gravíssima, com
penalidade de multa e suspensão do direito de dirigir. Para ser enquadrada na
categoria de crime, a embriaguez do condutor deve expor a dano potencial a
incolumidade de outrem.

15. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004 - ADAPT] A


embriaguez pode ser constatada por provas técnicas e periciais, como exame
de sangue e teste em bafômetro, mas nunca, por prova testemunhal.

16. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – SEAD/TO – 2008] Os crimes de


lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição
não autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por
meio de termo circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer
hipótese, a prisão em flagrante em tais condutas, nos termos dispostos na Lei
dos Juizados Especiais Criminais.

17. [CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2002] A prova da


velocidade incompatível pode ser feita por testemunhas, não se exigindo a
prova de radares ou equivalentes.

[CESPE – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2004] O CTB, em seu art.


311, censura a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a
segurança nos locais considerados pelo legislador como perigosos,
elegendo essa conduta como criminosa e impondo-lhe a pena de
detenção de 6 meses a 1 ano ou multa. Acerca desse assunto, julgue
os itens que se seguem.

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18. Ter domínio do veículo significa que o condutor tem o controle do mesmo,
podendo, assim, detê-lo quantas vezes for necessário, diante de obstáculos
previsíveis.
19. Para a consumação do delito tipificado no referido artigo, não é
estritamente necessário que ocorra dano, ou seja, as pessoas sejam lesionadas
ou mortas em virtude da velocidade incompatível.

20. [UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN.


OLINDA/PE – 2006] Leia atentamente as seguintes sentenças:
1. crime: cometer homicídio culposo na direção de veículo automotor – pena:
detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
2. crime: afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída – pena:detenção, de
seis meses a um ano, ou multa.
3. crime: conduzir veículo automotor, na via pública, sob a influência de álcool
ou substância de efeitos análogos, expondo a dano potencial a incolumidade de
outrem – pena: detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
4. crime: participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de
corrida, disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade
competente, desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou
privada – pena: detenção, de seis meses a dois anos, multa e suspensão ou
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor.
Diante do exposto, assinale a alternativa que enumera as sentenças
corretas quanto à correspondência entre as espécies de crime de
trânsito e as suas respectivas penas, de acordo com o disposto no
Código Brasileiro de Trânsito.
(A) 1, 2, 3 e 4.
(B) 1, 2 e 3.
(C) 2, 3 e 4.
(D) 1, 2 e 4.
(E) 1, 3 e 4.

[CESPE – SARGENTO CURSO FORMAÇÃO – PM/DF - 2003] Os membros


de uma família reuniram-se para um churrasco em uma pequena
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chácara localizada na zona rural de um município brasileiro. Após


beberem muita cerveja, José, filho do proprietário da chácara, e o
chacareiro discutiram, causando uma grande confusão, que só
terminou com a intervenção do proprietário, que deu razão ao seu
empregado e repreendeu publicamente o filho embriagado.
Completamente descontrolado, José, que é maior de idade e tem
habilitação para dirigir, conduziu seu próprio veículo pela estrada que
dá acesso à chácara, totalmente sem sinalização de trânsito, a 60
km/h. Já em via urbana de entrada da cidade, igualmente sem
sinalização e considerada de trânsito rápido, acelerou para 100 km/h.
Nesse momento, sentindo-se tonto, enjoado, freou bruscamente o
veículo e o parou com apenas as rodas direitas no acostamento, abriu
a porta do veículo sem cautela alguma e correu para o matagal à
direita da via. Em face dessa situação hipotética, julgue o item
subsequente à luz do CTB.
21. José cometeu crime de trânsito para o qual está estipulada pena de
detenção.

22. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2006]


Os crimes definidos no CTB são, em sua maioria, de ação penal pública
condicionada à representação do ofendido para que haja a instauração de
processo contra o autor do delito.

23. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – SEAD/TO – 2008] Os crimes de


lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição
não autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por
meio de termo circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer
hipótese, a prisão em flagrante em tais condutas, nos termos dispostos na Lei
dos Juizados Especiais Criminais.

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011] Em


relação à legislação que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro,
julgue os itens subsequentes.
24. É admissível a denominação de crime de trânsito para a conduta de dano
cometida com dolo, a exemplo daquele que, intencionalmente, utiliza o seu
veículo para a prática de um crime.
25. Os crimes de entregar a direção de veículo automotor a pessoa não
habilitada e de falta de habilitação se aperfeiçoam com a simples conduta, sem
que se exija prova da efetiva probabilidade de dano.

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26. Considere a seguinte situação hipotética. Cláudia, penalmente


responsável, ao dirigir veículo automotor sem habilitação, em via pública,
atropelou e matou um pedestre. Nessa situação hipotética, Cláudia responderá
por homicídio culposo em concurso material com o delito de falta de
habilitação.
27. Considere a seguinte situação hipotética. Lúcio, penalmente responsável,
ao dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, deu ensejo ao
capotamento do veículo e à morte de um dos passageiros. Logo após o
acidente, Lúcio foi conduzido à delegacia de polícia, onde se recusou a
submeter-se ao teste do bafômetro. Nessa situação hipotética, Lúcio será
punido pela figura do homicídio culposo em sua forma simples, sem a figura
cumulativa da embriaguez ao volante.
28. No caso de réu reincidente em crime de trânsito, é obrigatório que o
magistrado, ao julgar a nova infração, fixe a pena prevista no tipo, associada à
suspensão da permissão ou habilitação de dirigir veículo automotor.

29. [FGV – EXAME DE ORDEM – OAB - 2009] Guiando o seu automóvel


na contramão de direção, em outubro de 2010, Tício é perseguido por
uma viatura da polícia militar. Após ser parado pelos agentes da lei,
Tício realiza, espontaneamente, o exame do etilômetro e fornece aos
militares sua habilitação e o documento do automóvel. No exame do
etilômetro, fica constatado que Tício apresentava concentração de
álcool muito superior ao patamar previsto na legislação de trânsito.
Além disso, os policiais constatam que o motorista estava com a
habilitação vencida desde maio de 2009.
Com relação ao relatado acima, é correto afirmar que o promotor de
justiça deverá denunciar Tício
(A) pela prática dos crimes de embriaguez ao volante e direção sem habilitação
(B) apenas pelo crime de embriaguez ao volante, uma vez que o fato de a
habilitação estar vencida constitui mera infração administrativa.
(C) apenas pelo crime de direção sem habilitação, uma vez que o perigo
gerado por tal conduta faz com que o delito de embriaguez ao volante seja
absorvido, em razão da aplicação do Princípio da Consunção.
(D) apenas pelo crime de direção sem habilitação, pois o delito de embriaguez
ao volante só se configura quando ocorre acidente de trânsito com vítima.

30. [FGV – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/RJ - 2008] Segundo o Código


de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), não constitui crime o seguinte
procedimento:
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(A) conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de


segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as
normas e especificações aprovadas pelo Contran.
(B) afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída.
(C) deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato
socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar
de solicitar auxílio da autoridade pública.
(D) praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
(E) dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para
Dirigir ou Habilitação, gerando perigo de dano.

[FUNIVERSA – SOLDADO MILITAR – PM/DF - 2013] Relativamente aos


crimes cometidos na direção de veículos automotores, segundo o
Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens a seguir.
31. Ao autor do homicídio culposo, ainda que tenha socorrido a vítima, caberá
a prisão em flagrante.
32. A Lei autoriza a aplicação indistinta da transação penal aos crimes de
trânsito.
33. Participar de um “racha”, sem resultar dano potencial à incolumidade
pública ou privada, caracteriza o crime previsto na Lei.
34. No crime de trânsito de lesão corporal culposa, sob a influência de álcool,
é exigida a instauração de inquérito policial.
35. A multa reparatória em favor da vítima, ou de seus sucessores, poderá ser
superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.

[FUNIVERSA – DELEGADO DE POLICIA – PC/DF - 2015 - Adapt.] Em


relação à Lei n.º 9.503/1997, que trata dos crimes de trânsito, julgue
os itens subsecutivos.
36. De acordo com a referida lei, constitui crime de trânsito punido com
detenção a conduta do agente que trafegue em velocidade incompatível com a
segurança nas proximidades de escolas, gerando perigo de dano.
37. Não há, na lei, previsão de pena de reclusão, sendo os crimes previstos
puníveis com detenção e(ou) multa.
38. Não é prevista, entre as penalidades constantes na lei, multa reparatória.

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39. Consoante essa norma, é circunstância que pode agravar a penalidade do


crime de trânsito, conforme a apreciação subjetiva do juiz, ter o condutor do
veículo cometido a infração sobre faixa de trânsito destinada a pedestre.
40. Uma das críticas que a doutrina faz ao legislador em relação aos crimes de
trânsito se relaciona à ausência de previsão legal de benefício ao condutor do
veículo que, após a prática da infração, preste pronto e integral socorro à
vítima.

[VUNESP – ESCRIVÃO DE POLICIA – PC/CE - 2015 - Adapt.] Julgue os


itens a seguir no tocante à Lei no 9.503/97 (CTB).
41. Mesmo sem resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada, é
crime (art. 308) participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de
disputa ou competição automobilística não autorizada pela autoridade
competente (“racha”).
42. É crime (art. 311) trafegar em velocidade incompatível com a segurança
nas proximidades de escolas, gerando perigo de dano.
43. O condenado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor
(art. 303), além da pena privativa de liberdade sujeitar-se-á,
obrigatoriamente, à pena criminal de suspensão ou proibição de obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
44. A única possibilidade de configuração do crime de embriaguez ao volante
(art. 306) é por meio da constatação de concentração igual ou superior a
6decigramas de álcool por litro de sangue, ou igual ou superior a 0,3 miligrama
de álcool por litro de ar alveolar.
45. A conduta de dirigir veículo automotor em via pública, sem a devida
permissão para dirigir ou habilitação, configura crime (art. 309), gerando ou
não perigo de dano.

[VUNESP – INSPETOR DE POLICIA – PC/CE - 2015 - Adapt.] Sobre o


Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens a seguir:
46. O crime do artigo 311 exige perigo de dano para a conduta de trafegar em
velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas.
47. A conduta de violar ordem de suspensão para dirigir veículo automotor é
punida, administrativamente, com nova suspensão.

48. [PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE –


2016] Sobre os crimes cometidos no trânsito, é CORRETO afirmar:

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(A) Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor é punível com


detenção, de um a dois anos, e suspensão ou proibição de se obter a ermissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor;
(B) No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é
aumentada de 1/4 (um quarto) à metade, se o agente não possuir permissão
para Dirigir ou Carteira de Habilitação praticá-lo em faixa de pedestres ou na
calçada, deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
à vítima do acidente, ou, no exercício de sua profissão ou atividade, estiver
conduzindo veículo de transporte de passageiros;
(C) Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora
alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que
determine ependência ou participa, em via, de corrida, disputa ou competição
automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra
de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, a pena é de
reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor;
(D) Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída, a pena é de
detenção, de seis meses a um ano, ou multa;
(E) Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato
socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar
de solicitar auxílio da autoridade pública, a pena é de 1 (um) a 2 (dois) anos
de detenção, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.

49. [PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE –


2016] Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida
Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de
dirigir, gerando perigo de dano, é punido com pena de:
(A) Detenção, de seis meses a um ano;
(B) Detenção, de um a dois anos, ou multa;
(C) Multa;
(D) Detenção, de seis meses a um ano, ou multa;
(E) Detenção, de um a dois anos.

50. [FUNRIO – POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2009] Constitui


infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito do Código de
Trânsito Brasileiro, da legislação complementar ou das resoluções do
CONTRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas
administrativas. Com relação aos crimes relacionados no Código de
Trânsito Brasileiro, é correto afirmar que
(A) ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte
vítima, se imporá a prisão em flagrante e se exigirá fiança, independente dele
prestar pronto e integral socorro àquela.
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(B) é crime conduzir veículo automotor, na via pública, estando com


concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis)
decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência, contudo, com relação aos testes de alcoolemia, para
efeito de caracterização do crime tipificado, o Poder Executivo Federal não
poderá estipular a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, devendo
estes ser regulados pelo CONTRAN.
(C) no homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é
aumentada de um terço à metade, se o agente não possuir Permissão para
Dirigir ou Carteira de Habilitação; praticá-lo em faixa de pedestres ou na
calçada; se deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à vítima do acidente; se o praticar no exercício de sua profissão ou
atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.
(D) é considerado crime participar, na direção de veículo automotor, em via
pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, mesmo que
autorizada pela autoridade competente, já que sempre pode resultar dano
potencial à incolumidade pública ou privada.
(E) a multa reparatória poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado
no processo.

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Legislação Relativa ao DPRF
Prof. Marcos Girão

GABARITO

1 2 3 4 5 6
A C B E C E
7 8 9 10 11 12
E E E E E C
13 14 15 16 17 18
E E E E C C
19 20 21 22 23 24
C X C E E E
25 26 27 28 29 30
E E E C B A
31 32 33 34 35 36
E E C C E C
37 38 39 40 41 42
E E E E E C
43 44 45 46 47 48
E E E C E D
49 50
D C

X = NULA

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