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COM (2001)
Gênero: Documentário
Os amigos desde o colégio, Kaleil Isaza Tuzman e Tom Herman têm uma ideia: criar um Web
site que possibilite às pessoas se relacionarem com os governos municipais. Este documentário
conta a trajetória do ef~emero sucesso e a queda do site govWorks.com, entre maio de 1999 e
dezembro de 2000, e os desafios que o negócio representa para a relação entre esses amigos.
Kaleil, ex-funcionário do banco Goldman Sachs, consegue o dinheiro para financiar o projeto,
enquanto Tom é o responsável pela equipe de tecnologia da empresa. Um terceiro parceiro
defende que o site seja vendido; as namoradas vêm e vão; a filha de Tom precisa de atenção. E
sempre há a necessidade de mais dinheiro para melhorar o site. E o capital de risco surge aos
milhões – e a empresa é avaliada em US$ 60 milhões. Kaleil aparece em programas na CNN e
em capas de revista. Até que a bolha da internet estoura. Então, o que irá ruir primeiro: o
negócio ou a amizade entre eles?
de sua casa
às 3:15 da madrugada
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Maio de 1998
No novo trabalho, lançado em 2001, eles criaram uma fascinante crônica do “vôo de Ícaro” da
chamada revolução do comércio eletrônico, representada pelo crescimento meteórico e a
subseqüente queda e falência de uma empresa pontocom fundada por dois ex-colegas de
colegial.
Os cineastas optaram por acompanhar o tempo todo seus dois protagonistas – Kaleil Isaza
Tuzman e Tom Herman – desde os primeiros dias da empresa criada por eles, em maio de
1999, até os últimos momentos possíveis de serem registrados pelas câmeras e microfones.
As figuras centrais Tom e Kaleil são amigos desde a sua adolescência, têm a idéia de criar um
site de comércio eletrônico GovWorks.com, baseado no conceito de que as pessoas têm o
direito de acessar os serviços públicos sem que isso seja dificultado por procedimentos
burocráticos, ou que possam fazer isso de sua própria casa, na hora em que quiserem. A
proposta do site era facilitar o relacionamento entre os contribuintes e o governo local.
A narrativa dura pouco mais de um ano: começa em maio de 1999, quando a empresa nasce
em um escritório de uma sala, com oito funcionários, até se tornar um negócio avaliado em 50
milhões de dólares, com mais de 200 empregados, antes de ser radicalmente reduzido e
conseqüentemente perdido para um grupo multinacional, deixando os dois fundadores sem
nada.
Das 400 horas de gravação feitas, os diretores conseguiram retirar uma edição final de 107
minutos, que mostra os protagonistas em situações domésticas, em reuniões de trabalho, em
eventos públicos (uma cena clássica é quando Kaleil participa de uma audiência com o
presidente Clinton) e entrevistas, além da tensão das equipes de trabalho da empresa antes de
seu lançamento oficial. O resultado é uma teia dramática, humana, e que retrata de forma
clara o processo intricado pelo qual passou uma companhia – que nos EUA tornou-se
conhecida e badalada pela mídia antes do estouro da bolha da internet – e que desintegrou-se
em um tempo tão curto.
Mas os problemas que causaram o estouro da bolha da internet – modelos de negócio que não
se sustentavam, previsões de receitas que não se confirmaram, infra-estruturas inchadas, altos
salários e o surgimento de um grande número de concorrentes – e acabaram com a febre de
IPOs (abertura de capital das empresas na bolsa) têm, nesse documentário, menos interesse
do que a vertiginosa experiência empreendida pelos dois amigos. Eles encontram-se – como a
namorada de Kaleil observa – como crianças que jogam como se fossem empresários.
Quando o negócio entra em crise, em maio de 2000, Kaleil dispensa o amigo e sócio (por
carta), e o obriga a sair escoltado do escritório. (1’23”) No dia seguinte, em um discurso para
toda a equipe de 233 funcionários, Kaleil tenta explicar a saída do amigo e sócio. Ele define a
experiência de terminar uma relação que vinha desde a adolescência como a mais difícil de sua
vida – assim como, imagina, estava sendo para Tom. Aqui, também, o documentário mostra
sua força. Enquanto Kaleil discursa, a imagem mostra uma expressão de desconfiança no rosto
dos funcionários, e Tom arrumando as malas em seu apartamento. O discurso termina com
gritos de guerra, tentando o engajamento da equipe. Para o espectador, a situação é
nitidamente forçada, e o leva a começar a torcer pelo fim do negócio. Seis meses depois, a
câmera retrata o escritório praticamente vazio (quando o número de funcionários havia sido
reduzido a apenas 50)e o reencontro entre os dois ex-sócios numa academia, quando Kaleil
informa a Tom sobre a “venda” do negócio, com lucro zero. “Foi uma tragédia”, define Kaleil.
(1’37”)
Valor : R$ 60 milhões