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Geometria Analı́tica

(texto em elaboração)

12 de setembro de 2017

“A posição é a ideia da geometria”

1
1 OS FATOS 2

1 Os Fatos
No espaço (que o mostramos por E),
onde os pontos, as retas e os planos são propriedades “intrı́nsecas”e, não “extrinsecas”,
temos os seguintes fatos

Fato 1. De cada dois pontos (como A e B) passa exatamente uma reta (como R), ou seja,
dois pontos determinam uma única reta (que os pertence).

(figura)

Fato 2. De cada três pontos (como A, B e C) não “colineares”passa exatamente um plano


(como P), ou seja,
trẽs pontos não colineares determinam um único plano (que os pertence).

(figura)

Fato 3. Duas retas (como R1 e R2 ):


ou são coplanares (concorrentes ou paralelas)
ou são reversas (não coplanares).

(figura)

Fato 4. Dois planos (como P1 e P2 ):


ou são concorrentes (numa reta)
ou são paralelos.

(figura)
2 SEGMENTOS 3

2 Segmentos
Seja R uma reta e, A e B dois pontos nessa reta.
Definição (Segmento).
O segmento AB (que mostramos por AB) é o conjunto de todos os pontos entre A e B, e os
pontos A e B.

(figura)

Observação.
i. Chamamos R como a reta suporte do AB.
ii. Mostramos por ||AB|| o tamanho do AB.
(Por conveniência podemos considerar ||AB|| como a distância entre os pontos A e B.)
iii. AB = BA, por definição do segmento.
iv. Segmentos como AA (degenerado no ponto A) são segmentos nulos e portanto é conveniente
dizer ||AA|| = 0.

Definição (Direção).
Dizemos dois segmentos tem a mesma direção se tiveram a mesma reta suporte ou tiveram as
retas suportes paralelas,

(figura)

Exemplo (Reatângulo).
Determinar todos os segmentos no retn̂gulao ABCD e comparar os tamanhos desses segmentos.

(figura)

Exercı́cio (Cubo Retangular).


Determinar todos os segmentos no cubo retangular ABCDEF GH e comparar os tamanhos
desses segmentos.

(figura)

Exemplo (Esfera).
Uma esfera (bola no espaço) de centro C e raio r > 0 é o conjunto de todos os pontos tipo P
no espaço, tal que
||CP || = r.

(figura)
3 SEGMENTOS ORIENTADOS 4

3 Segmentos Orientados
Seja R uma reta e, A e B dois pontos nessa reta.
Definição (Segmento Orientado).
Um segmento orientado é um segmento considerando uma orientação natural nele, em respeito
com ordem na escrita: o segmento orientado AB é o AB onde começa no ponto A e termina no
ponto B.

Observação.
i. O tamanha do segmento orientado AB é igual ao tamanha do AB e mostramos esse tamanho
por ||AB||.
ii. Como dois segmentos orientados, AB 6= BA. Inclusive, dizemos que os segmentos orientados
AB e BA são opostos.

(figura)

iii. Os segmentos nulos (todos os pontos) podem ser considerados como segmentos orienta-
dos nulos.

Definição (Sentido).
Dois segmentos orientados possuem mesmo sentido ou sentido oposto se
tiveram a mesma direção e
i. quando as retas suportes dos segmentos são paralelas:
ligamos os pontos extremos respectivos, se construem um quadrilátero dizemos que possuem
mesmo sentido, caso contrŕio dizemos que os segmentos orientados possuem sentidos oposotos,

(figura)

ii. quando os segmentos orientados possuem a mesma reta suporte:


verificamos naturalmente se os segmentos orientados possuem o mesmo sentido ou sentido
oposto.

(figura)

Exemplo (Ratângulo).
Determinar todos os segmentos orientados no retângulo ABCD. Quais tem mesmo sentido e
quais tem sentido oposto? Quais tem mesmo tamanho e mesmo sentido?

(figura)

Exercı́cio (Cubo Retangular).


Determinar todos os segmentos orientados no cubo retangular ABCDEF GH. Quais tem
3 SEGMENTOS ORIENTADOS 5

mesmo sentido e quais tem sentido oposto? quais tem

(figura)
4 VETORES 6

4 Vetores
Seja R uma reta e, A e B dois pontos nessa reta.
Definição (Vetor).
Um vetor é um conjunto de todos os segmentos orientados que possuem mesmo tamanho e
mesmo sentido e mostramos por ~v .
Combinamos que cada elemento (segmento orientado) desses conjuntos (vetores) representa
aquele conjunto (vetor). Por exemplo, ~v := AB (ler: o vetor v é representado por segmento
orientado AB) se AB ∈ ~v e nesse caso definimos o tamanha do ~v como

||~v || = ||AB||(= ||AB||).

Dizemos que o ~v tem mesmo sentido (sentido oposto) do ~u se AB e um representante do ~u tem


mesmo sentido (sentido oposto).

(figura)

Observação.
i. Os segmentos orientados nulos (todos os pontos) representam o vetor nulo: ~0.
ii. Dois vetores são opostos, se
possuem o mesmo tamanho e
os segmentos orientados representantes sejam segmentos orientados opostos.

Exemplo (Retângulo).
Determinar todos os vetores no retângulo ABCD.

(figura)

Exercı́cio (Cubo Retangular).


Determinar todos os vetores no cubo retângular ABCDEF GH.

(figura)

Definição (Soma de um Ponto com um Vetor).


Por conveniencia, definimos soma (simbólica) de um ponto A com um vetor ~v da segunte forma:
A + ~v = B se o ponto final do (segmentos orientados) representante do ~v que começa no ponto
A seja o ponto B. Ou seja, A + ~v = B se ~v := AB(= B − A, simbolicamente).

(figura)

Exemplo (Retângulo).
4 VETORES 7

(figura)
5 MULTIPLICAR UM NÚMERO POR UM VETOR 8

5 Multiplicar um Número por um Vetor


Seja ~v um vetor não nulo e x um número real.
Definição.
x~v é um vetor onde ||x~v || = |x| ||~v || e,
o vetor x~v tem mesmo sentido do ~v se x > 0 e
o vetor x~v tem sentido oposto do ~v se x < 0.
Por conveniencia, definimos 0~v = ~0.

(figura)

Observação.
i. 1~v = ~v pois, por definição,
||1~v || = |1| ||~v || = ||~v || e como 1 > 0 então o 1~v possui mesmo sentido do ~v .

(figura)

ii. −1~v é o vetor oposto do ~v pois, por definição,


|| − 1~v || = | − 1| ||~v || = ||~v || e como −1 < 0 então o 1~v possui sentido oposto do ~v .
Por conveniencia, mostramos o vetor −1~v por −~v .

(figura)

iii. Multiplicar todos os núemro reais por um vetor não nulo ~v nós dará todos os vetores
na direção do ~v (com todos os tamanhos possı́veis) onde, por definição,
os vetores no mesmo sentido do ~v correspondem aos números positivos e
os vetores no sentido oposto do ~v correspondem aos números negativos.

(figura)
6 PARAMETRIZAR UMA RETA 9

6 Parametrizar uma Reta


Seja R uma reta que passa pelo ponto O na direção do vetor ~v .
Um ponto tı́pico P na reta R descreve como

P = O + x~v ,

para algum número x.


Assim, cada ponto tı́pico P na reta R corresponde ao um número (x) e mostramos como P : (x).
Inclusive, o ponto O corresponde ao número x = 0.

(figura)

Nesse caso (O, {~v }) se chama um sistema de coordenadas na reta R, chamamos o ponto O
como orı́gem desse sistema e o conjunto {~v } como uma base desse sistema.

Observação.
Os pontos no sentido do ~v correspondem aos números x > 0 e
os pontos no sentido oposto do ~v correspondem aos números negativos.

(figura)

6.1 Parametrizar os Vetores numa Reta Parametrizado


Seja A : (x) e B : (y) dois pontos numa reta parametrizada.
−−→
Definimos coordenada do vetor AB = B − A como (y − x)

(figura)

6.2 Reta como R


Se num sistema de coordenadas como (O, {~v }) numa reta,
||~v || = 1
chamamos o sistema de coordenadas como um sistema de coordenadas cartesianas.
Assim, mostramos por R uma reta munida por um sistema de coordenadas cartesianas.

(figura)
7 SOMA DOS VETORES 10

7 Soma dos Vetores


Seja ~u e ~v dois vetores não nulos.
A soma dos vetores ~u e ~v , que mostramos por ~u + ~v , é um vetor obtido por seguinte forma.
i. Colocamos os dois vetores no mesmo ponto de começo como O.
ii. Criamos o paralelogramos gerado por esses dois vetores.
iii. O diagonal desse paralelogramo, como um segmento orientado com ponto começo no ponto
O, é o vetor ~u + ~v .

(figura)
8 PARAMETRIZAR UM PLANO 11

8 Parametrizar um Plano
Seja P um plano que contem o ponto O e o conjunto {~u, ~v } de dois vetores que não possuem
a mesma direção.
Um ponto tı́pico P no plano P descreve como

P = O + (x~u + y~v ),

para alguns números x e y.


Assim, cada ponto tı́pico P no plano P corresponde ao um par dos números (x, y) que chama-
mos coordenadas do ponto P nesse sistema e mostramos por P : (x, y).
Inclusive, O : (0, 0),

(figura)

Nesse caso (O, {~u, ~v }) se chama um sistema de coordenadas no plano P, chamamos o ponto O
como orı́gem desse sistema e o conjunto {~u, ~v } como uma base desse sistema.

8.1 Vetores num Plano Parametrizado


Seja A : (xA , yA ), B : (xB , yB ) dois pontos num sistema de coordenadas.
−−→
Podemos verificar coordenadas do vetor AB = B − A como (xB − xA , yB − yA ), nesse sistema.

(figura)

e daı́ a distância entre os pontos A e B como


p
||AB|| = (xB − xA )2 + (yB − yA )2 .

−−→
(Lembramos que ||AB|| = ||AB||.)

−→ q
Inclusive ||OA|| = x2A + yA
2 , interpretando tambem como a distância de um ponto ate a

orı́gem do sistema.

(figura)

Se ~v : (xv , yv ), é possı́vel verificar, para todo número α, o vetor α~v : (αxv , αyv ).

(figura)
8 PARAMETRIZAR UM PLANO 12

Se ~u : (xu , yu ) e ~v : (xv , yv ) dois vetores coplanares definimos coordenadas do vector

~u + ~v : (xu + xv , yu + yv ).

(figura)

8.2 Um Plano como R2


Se num sistema de coordenadas como (O, {~u, ~v }) num plano,
i. ||~u|| = ||~v || = 1 e
ii. ~u e ~v dois vetores perpendiculares
chamamos o sistema de coordenadas como um sistema de coordenadas cartesiano.
Mostramos por R2 um plano munido por um sistema (de coordenadas) cartesiano e na ordem,
mostramos ~u = ~i e ~v = ~j.

(figura)

Exemplo (Equação paramétrica de uma reta num sistema cartesiano num plano).
Seja

(figura)

Exercı́cio
Escrever equação paramétrica de uma reta que passa por pontos A e B, num sistema cartesiano
num plano.

Exemplo (Equação cartesiana de uma reta num sistema cartesiano num plano).
Seja

(figura)

Exercı́cio Escrever Equação cartesiana de uma reta que contém os pontos A e B num sis-
tema cartesiano num plano.

8.3 Sistema Polar


Um sistema de coordenadas polares num plano consiste de um ponto O como uma orı́gem
e um conjunto {~i, ∠} onde ~i é um vetor unitário e ∠ representa o ângulo. Assim, um ponto
tı́pico P num sistema de coordenadas polares se representa com um par (r, θ) onde
8 PARAMETRIZAR UM PLANO 13

r = ||OP || e
θ é o ângulo entre ~i e OP em radiã.

(figura)
9 PARAMETRIZAR O ESPAÇO 14

9 Parametrizar o Espaço
Seja E o espaço e O um ponto e {~u, ~v , w}
~ três vetores não coplanares.
Um ponto tı́pico P no espaço descreve como

P = O + [(x~u + y~v ) + z w],


~

para alguns números x e y e z.


Assim, cada ponto tı́pico P no espaço corresponde ao um triplo dos números (x, y, z). Inclusive,
o ponto O corresponde ao triplo (0, 0, 0).

(figura)

Nesse caso (O, {~u, ~v , w})


~ se chama um sistema de coordenadas no espaço E, chamamos o
ponto O como orı́gem desse sistema e o {~u, ~v , w}
~ como uma base desse sistema.

9.1 Vetores no Espaço Parametrizado


Seja A : (xA , yA , zA ), B : (xB , yB , zB ) dois pontos num sistema de coordenadas.
−−→
Definimos coordenadas do vetor AB = B − A como (xB − xA , yB − yA , zB − zA ), nesse sistema
de coordenadas.

(figura)

e definimos a distância dos pontos A e B como


p
||AB|| = (xB − xA )2 + (yB − yA )2 + (zB − zA )2 .

−−→
(Lembramos que ||AB|| = ||AB||.)

−→ q
Inclusive ||OA|| = x2A + yA
2 + z 2 , interpretando tambem como a distância de um ponto ate a
A
orı́gem do sistema.

(figura)

Se ~v : (xv , yv , zv ), é possı́vel verificar, para todo número α, o vetor α~v : (αxv , αyv , αzv ).
Na verdade,

(figura)
9 PARAMETRIZAR O ESPAÇO 15

Se ~u : (xu , yu ) e ~v : (xv , yv , zv ) definimos coordenadas do vector

~u + ~v : (xu + xv , yu + yv , zu + zv ).

(figura)

9.2 O Espaço como R3


Se num sistema de coordenadas como (O, {~u, ~v , w})
~ no espaço,
i. ||~u|| = ||~v || = ||w||
~ =1e
ii. ~u, ~v e w
~ sejam vetores dois a dois perpendiculares
chamamos o sistema de coordenadas como um sistema (de coordenadas) cartesianas.
Assim, mostramos por R3 o espaço munido por um sistema cartsiano e na ordem, mostramos
~ = ~k.
~u = ~i, ~v = ~j e w

(figura)

Exemplo (Equação paramétrica de uma reta num sistema cartesiano no espaço).


Seja

(figura)

Exercı́cio.
Escrever equação paramétrica de uma reta que contém os pontos A e B, num sistema cartesiano
no espaço.

(figura)

Exemplo (Equação cartesiana de uma reta no espaço).


Seja

(figura)

Exercı́cio.
Escrever Equação cartesiana de uma reta que contém os pontos A e B num sistema cartesiano
no espaço.

Exemplo (Equação cartesiana de um plano no espaço).


Seja

(figura)
9 PARAMETRIZAR O ESPAÇO 16

Exercı́cio.

9.3 Sistema Cilı́ndrica


Um sistema de coordenadas Cilı́ndricas no espaço consiste de um ponto O como uma orı́gem
e um conjunto {~i, ∠ , ~k} onde ~i e ~k são vetores unitários e perpendiculares, e ∠ representa o
ângulo.
Assim, um ponto tı́pico P num sistema de coordenadas cilı́ndricas se representa como um triplo
(r, θ, z) onde
r = ||OP ||,
θ é o ângulo entre ~i e OP em radiã e
z representa a altura do ponto em respeito do par (r, θ).

(figura)
10 PRODUTO ESCALAR DOS VETORES 17

10 Produto Escalar dos Vetores


Seja ~u e ~v dois vetores.

Definição.
O produto escalar do ~u e ~v é o número

~u . ~v = ||~u|| ||~v || cos∠~u, ~v .

Observações.

• Se um dos vetores ~u ou ~v seja um vetor nulo então ||~u|| = 0 ou ||~v || = 0.


Portanto, por definição, temos ~u . ~v = 0.

• Se ~u 6= ~0 e ~v 6= ~0, uma vez que ||~u|| ||~v || > 0 temos


i. cos∠~u, ~v > o equivale ∠~u, ~v seja agudo ou nulo
portanto ~u . ~v > 0 equivale ∠~u, ~v seja agudo ou nulo.
ii. cos∠~u, ~v < o equivale ∠~u, ~v seja obtuso ou raso
portanto ~u . ~v > 0 equivale ∠~u, ~v seja obtuso ou raso.
iii. cos∠~u, ~v > o equivale ∠~u, ~v seja reto
portanto ~u . ~v > 0 equivale ∠~u, ~v seja reto. ,

(figura)

Propriedades

• ~v . ~v = ||~v ||2 e ~v . (−~v ) = −||~v ||


Pois

• ~u . ~v = ~v . ~u
Pois

• ~u . (~v + w)
~ = (~u . ~v ) + (~u . w)
~
Pois

• α (~u . ~v ) = (α~u) . ~v = ~u . (α~v )


Pois

(figura)

Exemplo.
Seja {~i, ~j} uma base cartesiana para um plano. Então, por definição, temos
10 PRODUTO ESCALAR DOS VETORES 18

~i . ~i = ~j . ~j = 1 e
~i . ~j = ~j . ~i = 0,

(figura)

Exercı́cio.
Seja {~i, ~j, ~k} uma base cartesiana para o espaço. Mostrar
~i . ~i = ~j . ~j = ~k . ~k = 1 e
~i . ~j = ~j . ~i = ~j . ~k = ~k . ~j = ~k . ~i = ~i . ~k = 0.

(figura)

Exercı́cio.
Justificar as propriedades do produto escalar, por definição.

Exemplo (Equção de um plano).


Seja P um plano que contém o ponto A e admite uma direção perpendicular como ~v . Então,
para qualquer ponto tı́pico P nesse plano temos

−→
AP . ~v = 0.

(figura)

Exercı́cio
Mostrar que equação de um plano não é única.

10.1 Produto Escalar num Sistema Cartesiano


Por definição, se {~i, ~j} uma base de um plano, podemos verificar

~i . ~j = ~j . ~i = 0,

e
~i . ~i = ~j . ~j = 1.

Daı́, se ~u : (x~u , y~u ) e ~v : (x~v , y~v ) temos

~u . ~v = x~u x~v + y~u y~v

pois ~u . ~v
= (x~u~i + y~u )~j . (x~v~i + y~v~j) (por definição de um sistema cartesiano num plano)
= x~u~i . (x~v~i + y~v~j) + y~u~j . (x~v~i + y~v~j) (por propriedade de produto escalar)
10 PRODUTO ESCALAR DOS VETORES 19

= x~u~i . x~v~i + x~u~i . y~v~j + y~u~j . x~v~i + y~u~j . y~v~j (por antrior)
= (x~u x~v )(~i. ~i) + (x~u y~v )(~i . ~j) + (y~u x~v )(~j . ~i) + (y~u y~v )(~j . ~j)
= x~u x~v + y~u y~v

Exercı́cio.
Mostrar, no espaço, se ~u : (x~u , y~u , z~u ) e ~v : (x~v , y~v , z~v ), então temos

~u . ~v = x~u x~v + y~u y~v + z~u z~v

Exemplo (Equação cartesiana de um Plano).


Seja A : (xA , yA , zA ), ~v : (x~v , y~v , z~v ) e o ponto tı́pico P : (xP , yP , zP ) então
~ . ~v = 0 ⇔
AP
(xP − xA , yP − yA , zP − zA ) . (x~v , y~v , z~v ) = 0 ⇔
(xP − xA )x~v + (yP − yA )y~v + (zP − zA )z~v = 0.

10.2 Posição Relativa entre Duas Retas


Observamos que duas retas são paralelas se os respectivos vetores da direção sejam paralelas.
Ou seja, se o ~v1 vetor da direção da reta R1 e o ~v2 vetor da direção da reta R2 , então
R1 e R2 são paralelas equivale
os vetores ~v1 e ~v2 ter a mesma direção (mesmo sentido ou sentido oposto) equivale
∠~v1 , ~v2 seja nulo ou raso equivale
cos ∠~v1 , ~v2 seja igual 1 ou −1.
Caso contrário, as retas não são paralelas:
se num plano, as retas são concorrents e se no espaço, as são ou concorrentes ou reversas.
Agora, basta lembrar que
~v1 . ~v2
cos ∠~v1 , ~v2 = .
||~v1 || ||~v2 ||

(figura)

10.3 Posição Relativa entre Dois Planos


Observamos que dois planoss são paralelos se os respectivos vetores normais sejam paralelas.
Ou seja, se o ~v1 vetor normal do plano P1 e o ~v2 vetor normal do plano P2 , então
P1 e P2 são paralelos equivale
os vetores ~v1 e ~v2 ter a mesma direção (mesmo sentido ou sentido oposto) equivale
∠~v1 , ~v2 seja nulo ou raso equivale
cos ∠~v1 , ~v2 seja igual 1 ou −1.
Caso contrário, os planos não são paralelos pu seja são concorrentes.
10 PRODUTO ESCALAR DOS VETORES 20

Agora, basta lembrar que


~v1 . ~v2
cos ∠~v1 , ~v2 = .
||~v1 || ||~v2 ||

(figura)
11 PRODUTO VETORIAL DOS VETORES 21

11 Produto Vetorial dos Vetores


Seja ~u e ~v dois vetores.
Definição.
O produto vetorial dos vetores ~u e ~v é o vetor ~u × ~v onde
||~u × ~v || = ||~u|| ||~v || sen∠~u, ~v e
o sentido do vetor ~u × ~v é no sentido da regra da mão direita:
colocar a mão direita no mesmo sentido do ~u tal que fechar no ∠(~u, ~v ), polegares aponta o
mesmo sentido do vetor ~u × ~v .

Observação.
Se um dos vetores ~u ou ~v seja vetor nulo então, por definição, ||~u × ~v || = 0 ou seja ~u × ~v = ~0.

Exemplo.
Mostramos {~i, ~j, ~i × ~j} é uma base para um sistema de coordenadas cartesianas no espaço.

Exemplo.
Seja {~i, ~j, ~k} uma base cartesiana para o espaço. Então, por definição, temos

• ~i × ~i = ~j × ~j = ~k × ~k = ~0 e

• ~i × ~j = ~k portanto ~j × ~i = −~k,

• ~j × ~k = ~i portanto ~k × ~j = −~i,

• ~k × ~i = ~j portanto ~i × ~k = −~j.

(figura)

Propriedades.
Para quaisquer vetor ~u, ~v e w
~ e qualquer número α temos

• ~v × ~v = ~v × (−~v ) = ~0,
Pois

(figura)

• ~u × ~v = −(~v × ~u),
Pois

(figura)
11 PRODUTO VETORIAL DOS VETORES 22

• ~u × (~v + w)
~ = (~u × ~v ) + (~u × w)
~
Pois

(figura)

• α(~u × ~v ) = (α~u) × ~v = ~u × (α~v )


Pois

(figura)

Exercı́cio.
Completar as justificações das propriedades do produto vetorial.

11.1 Produto Vetorial num Sistema Cartesiano


Seja ~u : (x~u , y~u , z~u ) e ~v : (x~v , y~v , z~v ),

~u × ~v = (y~u z~v − z~u y~v , z~u x~v − x~u z~v , x~u y~v − y~u x~v )

Na verdade temos
~u × ~v =
(x~u~i + y~u~j + z~u~k) × (x~v~i + y~v~j + z~v~k) =
[x~u~i × (x~v~i + y~v~j + z~v~k)] + [y~u~j × (x~v~i + y~v~j + z~v~k)] + [z~u~k × (x~v~i + y~v~j + z~v~k)] =
[(x~u~i × x~v~i) + (x~u~i × y~v~j) + (x~u~i × z~v~k)] + [(y~u~j × x~v~i) + (y~u~j × y~v~j) + (y~u~j × z~v~k)] + [(z~u~k ×
x~v~i) + (z~u~k × y~v~j) + (z~u~k × z~v~k)] =
(y~u z~v − z~u y~v )~i + (z~u x~v − x~u z~v )~j + (y~u z~v − z~u y~v )~k

Exercı́cio.
Determinar três pontos do plano que contêm os vetores ~v1 : (1, 0, −1) e ~v2 : (−1, −1, 0).

Exercı́cio.
Determinar cinco pontos num plano que contêm os pontos P1 : (1, 0, 0), P2 : (−1, −1, −1) e
P3 : (3, 0, −2).
12 CÓNICAS 23

12 Cónicas
12.1 Cı́rculo
Num plano P, um cı́rculo de centro C e raio r > 0 é o conjunto de todos os pontos tipo P
tal que
||CP || = r.

(figura)

12.2 Elı́pse
Num plano P, uma elı́pse de focos F1 e F2 e um número α > 0 (que representa o raio da
elı́pse) é o conjunto de todos os pontos tipo P tal que

||F1 P || + ||F2 P || = α.

(figura)

Exercı́cio.
Verificar esboço de uma elı́pse em respeito com ||F1 F2 ||.

12.3 Hipérbole
Num plano P, uma hipérbole de focos F1 e F2 e um número α > 0 (que representa o raio
da hipérbole) é o conjunto de todos os pontos tipo P tal que

| ||F1 P || − ||F2 P || | = α

(figura)

Relembrar (O módule de um número real).


Para um número real como α,
temos |α| = α se α ≥ 0 e
temos |α| = −α se α < 0.

Exercı́cio.
Verificar esboço de uma hipérbole em respeito com ||F1 F2 ||.

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