Você está na página 1de 65
Colegdo Othares Obliquos Revisiio Técnica Isadora Valencise Gregolin Diagramagio Claudia Silene Pereira de Oliveira Projeto Grifico e Blaboracao de Capa Dez e Dez Multimeios/Galeria Design Impressio e acabamento Grafica Suprema boil Discurso e midia: a cultura do espeticulal[organizado por] Maria do Rosésio Gregolin. — Sio Carlos: Claraluz, 2003, 135 p.— (Colegdo Olhares Obliquos ISBN 85-88638-05-3 1. Gregolin, Maria do Rosito. 1, Linguistica. 2. Andlise do discurso. 3. Midia, 2003 Editora Claraluz Rua Rafael de A. Sampaio Vidal, 1217 CEP 13560-390 - Centro /SioCarlos- SP Fone/Fax: (16) 274 8332 ‘wwnweditoraclaraluz.com.be On ryDEZCH Apresentagao Maria do Rosario Valencise Gregolin A midia e a espetacularizagdo da cultura 1.A politica como espeticulo J.5.Courtine 0s deslizamentos do espetéculo politico —~ ‘Simone Bonnafous ‘Sobre o bom uso da derristio em LM.Le Pen Carlos Félix Piovezani Filho Poltica miaitzadae midi politzada:fromelras mitigadas 49 na pés-modernidade 2. lingua como espeticulo Sitio Possenti Notas sobre a lingua na imprensa Roberto Leiser Baronas A lingua nas malhas do poder 3. A histéria como espeticulo Maria do Rosario Valencise Gregolin Oacontecimento discursivo na midia: metéfora de uma breve histéria do tempo~ 95 Pedro Luis Navarro Barbosa papel da imagem e da meméria na escrita jornalistica da historia do tempo presente M1 ‘Vanice Maria Oliveira Sargentini A teatralidade na geracdo de empregos: midia na campanka eleitoral- 125 DISCURSO EAUDIA-ACULTURA DO ESPETACUO A midia ea espetacularizagio da cultura Nio € possivel fazer uma oposigio abstrata entre 0 espeticulo e a atividade social efetiva: esse desdobramento também édesdobrado...) A realidade surge no espeticulo, e o espeticulo é real. Essa alienagio reefproca éaesséncia ea base da sociedade cexistente. Debord, 1997, p. 15) 11 de setembro de 2001: assistimos, ao vivo, pela televisio, avides se cchocarem contraas Twin Towers e a cena era familiar pos ja tinhamos visto, intimeras vezes, nas telas, em super-produgGes americanas. Entre a cena real e alguma cena de filme, ficamos indecisos: como distingui-las na era das tecnologias de informacio, quando tudo se volatiza em imagens ¢ redes ‘lutuantes que invadem nossa percepciio? O assombro banalizou-se. A cena, incontéveis vezes repetida, cristalizou-se no instantneo de nossas retinas, como parte do espeticulo que, passado o espanto, grudou-se no cotidiano, "Num tempo que jé nos parece longinquo ~ tala velocidade en brevidade ue tempo e espago adquiriram nos diltimos 40 anos - Guy Debord via a ‘sociedade do espetéculo” se instalando definitivamente. Nao seria a cena do atentado as TWT um acontecimento hiperbélico desse fendmeno, familiar para todos nés, do entranhamento do espeticulo na vida social? Em 1967, Debord distinguia duas formas, adversétias e complementares, do poder espetacular: a concentrada (que ele associa a0 totalitarismo soviético) © a difusa(tipica do capitalismo ocidental). Da combinasio desses dois poderes, vinte anos mais tarde, em seus Comentarios sobre a sociedade do espetdculo, Debord enxerga uma terceira forma—a espetacular integrada— caracteristica da hegemonia neo-liberal, do “pensamento tnico”, das diversas formas de lobalizacdo econdmica e cultural’. E antes dele, nos anos 30 ¢ 40, teéricas ‘como Benjamin, Adorno, Horkheimer, ete janunciavam a “industrializagao da cultura”, que a tudo conferia um ar de semelhanga, levando A indistingo entre 0 “real” eaquilo que era produzido pelos textos colocados em circulag? pela “inddstria cultural” E possfvel pensar essa produgo da cultura do espetéculo como um " DEBORD. G. A sociedade do espendcul. (Seguide de Comentiras sobre a sciedade do espeticui). Rio de Janeiro: Contrapont, 1997

Você também pode gostar