Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SÃO PAULO
2004
LUCIANO CASTRO DA SILVA
Orientador:
Prof. MSc. Sidney Lazaro Martins
SÃO PAULO
2004
i
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Os grandes centros urbanos sofrem uma constante expansão, que agravado pela
falta de planejamento prévio, sobrecarregam os sistemas de drenagem existentes.
As obras de ampliações ou adequações destes sistemas, diversas vezes tornam-se
inviáveis de serem executadas devido aos altos custos econômicos, sociais e
ambientais envolvidos. Dessa forma, algumas técnicas de drenagem tidas como
não-convencionais, por se opor aos conceitos convencionais de drenagem, que
visam às canalizações e rápido escoamento das águas, surgem como soluções
viáveis a serem implantadas para a adequação dos sistemas de drenagem
existentes. Esses sistemas de drenagem não-convencionais objetivam
principalmente o retardamento dos escoamentos, através de melhorias nas
condições de infiltração da água no solo, retenções em reservatórios, dentre outras
técnicas. Portanto, este trabalho apresenta um breve relato sobre os principais
conceitos de drenagem urbana, e descreve sobre diversas técnicas de drenagem
não-convencionais, tratando ainda sobre o reuso de água, focalizado para o
reaproveitamento de águas de chuva.
ABSTRACT
The large urban centers suffer a continued expansion, which aggravated by the lack
of early planning, overload the existing drainage systems. The projects for
amplification or adequacy of such systems become unfeasible to be built due to the
high economical, social and environmental costs involved. Therefore, some drainage
techniques deemed as non-conventional for being opposed to the conventional
drainage concepts aimed at channeling and quick flow of waters, arise as feasible
solutions to be implemented for adequacy of existing drainage systems. These non-
conventional drainage systems are mostly intended to delay the flow, through
enhancing water infiltration into the soil, retention into reservoirs, among other
techniques. Therefore, this paper presents a brief report on the major concepts of
urban drainage, and describes several non-conventional drainage techniques, also
addressing water reuse focused on reuse of rainfall waters.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
A Área
C Coeficiente de escoamento
I Intensidade de precipitação
P Probabilidade
T Período de retorno de chuvas
Q Vazão
viii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................1
2 OBJETIVOS.........................................................................................................2
4 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................4
5 DRENAGEM URBANA........................................................................................5
9 CONCLUSÕES..................................................................................................57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................58
1
1 INTRODUÇÃO
É importante salientar que a drenagem urbana não está restrita aos aspectos
técnicos impostos pelos limites da engenharia, pois a mesma compreende o
conjunto de todas as medidas a serem tomadas visando-se à atenuação dos riscos e
prejuízos decorrentes de inundações aos quais a sociedade está sujeita.
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
4 JUSTIFICATIVA
A constante expansão à que são submetidos os grandes centros urbanos, gera entre
outros fatores, uma grande impermeabilização da bacia e conseqüentemente uma
diminuição nos tempos de concentração, ocasionando assim um aumento
progressivo nas vazões afluentes.
Tendo em vista tal fato, novos sistemas de drenagens foram elaborados a fim de
auxiliar os sistemas de drenagens existentes. Estes novos sistemas acabaram
sendo denominados de sistemas não-convencionais, pois eles se opõem às técnicas
tradicionais de drenagem que induzem a aceleração dos escoamentos através de
canalizações.
5 DRENAGEM URBANA
De acordo com Cardoso Neto (2004), drenagem é o termo utilizado para definir as
instalações destinadas ao escoamento do excesso de água, seja em rodovias, na
zona rural ou na malha urbana. Desta forma, pode-se definir drenagem urbana como
um conjunto de sistemas destinado ao escoamento das águas de chuva no meio
urbano, visando a atenuação dos riscos e dos prejuízos decorrentes de inundações
aos quais a sociedade está sujeita.
Deve-se ressaltar que o lançamento inadequado das águas de chuva pode causar
um aumento da poluição dos rios locais e que devido à impermeabilização da bacia,
a infiltração natural da água no solo fica reduzida, impedindo desta forma que os
lençóis subterrâneos sejam recarregados.
Diversas estratégias são necessárias para solucionar estes problemas que não
podem ser resolvidos simplesmente através da construção de grandes obras de
drenagem, pois devem ser consideradas as conseqüências causadas pelo impacto
dessas obras a jusante, evitando-se que o problema seja transferido de local.
(BRAGA, 2002)
7
A água que infiltra, pode percolar para o aqüífero ou gerar um escoamento sub-
superficial ao longo dos canais internos do solo, desaguando na superfície ou em
um curso d’água. E a água que escoa superficialmente converge para os rios que
formam a drenagem principal das bacias hidrográficas.
Montante e Jusante
Tempo de concentração
É definido como o tempo gasto por uma gota de água para escoar superficialmente
do ponto mais distante da bacia até a seção principal da mesma.
Escoamento
Hidrograma
Assim a drenagem urbana pode ser subdividida basicamente em dois níveis, sendo
a microdrenagem, constituída basicamente pelas instalações nos traçados das vias
públicas, e a macrodrenagem caracterizada principalmente pelos escoamentos de
fundos de vale e várzeas de inundação.
Em áreas urbanas, as enchentes podem ser ocasionadas por estas chuvas intensas
de grande período de retorno, ou devido a transbordamentos de cursos d’água
provocados por mudanças no equilíbrio no ciclo hidrológico em regiões a montante
das áreas urbanas, ou devido à própria urbanização da bacia.
De acordo com Tucci et al. (1995), o balanço hídrico de uma área urbana,
considerando-se apenas a entrada da água da precipitação, pode ser representado
conforme a Figura 5.5.
12
Além dos fatores apresentados, segundo Martins (1995), existem ainda outras
razões que levam a necessidade da implantação ou ampliação das vias de
macrodrenagem, que devem ser destacadas:
É importante ressaltar que o PDDU deve incluir restrições sobre vazões à jusante,
isto é, introduzir o critério de “impacto zero” em drenagem, de forma que as vazões
ocorrentes não sejam majoradas.
15
• Cadastro da rede pluvial, bacias hidrográficas, uso e tipo de solo das bacias,
entre outros dados físicos;
(CANHOLI, 1995)
18
Dessa forma, em muitos casos, esse conceito torna-se ineficiente à medida que a
bacia é urbanizada, uma vez que a urbanização desenvolve-se normalmente de
jusante para montante. E à medida que a bacia se urbaniza, os picos de vazão nas
canalizações a jusante aumentam, e as obras para adequação das capacidades
torna-se difícil ou inviáveis de serem executadas devido à própria urbanização nas
áreas ribeirinhas aos córregos.
De acordo com Canholi (1995) para se obter essa ampliação dos tempos de
concentração, as seguintes medidas podem ser tomadas:
Em áreas com subsolo argiloso ou pouco drenantes podem ser instalados sub-
drenos, evitando assim que surjam locais com água parada.
Segundo Tucci e Genz (1995), o dimensionamento desta superfície pode ser obtido
através da equação que estabelece a vazão em função da intensidade da
precipitação (I), do coeficiente de escoamento (C) e da área (A). O volume
correspondente à duração t da intensidade é obtido por:
V = 0,00125 . C . P . A
A Figura 6.3 esquematiza uma superfície de infiltração em conjunto com uma vala de
infiltração.
Porém, este método necessita que o lençol freático seja baixo, criando-se assim
espaço para esse armazenamento de água. Em local com lençol freático alto, este
tipo de dispositivo não é recomendado.
São estruturas lineares, isto é, possui um comprimento muito superior a sua largura
e tem por função principal ser um reservatório de amortecimento de cheia,
possuindo um excelente desempenho devido ao favorecimento da infiltração e
conseqüentemente da redução dos volumes escoados.
São formadas por valetas preenchidas com material granular (seixo, brita ou outro
material similar), contém um filtro de geotêxtil que é colocado envolvendo o material
de enchimento, sendo recoberto por uma camada de seixos, formando assim uma
superfície drenante, conforme detalhe apresentado na Figura 6.6.
O poço pode ser executado sem preenchimento, sendo necessário que as paredes
do poço sejam estabilizadas, ou preenchido com material poroso. A escolha do tipo
30
Os autores mencionam ainda que não existem limitações para o uso do pavimento
permeável, exceto quando a água não pode infiltrar para dentro do subsolo devido à
baixa permeabilidade do solo ou nível alto do lençol freático for alto, ou ainda se
houver uma camada impermeável que não permita a infiltração.
32
A utilização dos pavimentos permeáveis, pode gerar uma redução dos volumes
escoados e do tempo de concentração similares às condições de pré-urbanização,
ou ainda, dependendo das características do subsolo, condições melhores que as
naturais, desde que utilizado racionalmente, respeitando seus limites físicos, e desde
que seja conservado periodicamente (trimestralmente) com uma manutenção
preventiva. (ARAÚJO, 1999)
Agra (2001) ressalta ainda um arranjo paisagístico urbano que aproveite as áreas
destinadas a detenção como áreas de lazer, tais como quadra de esporte, pista de
patinação, entre outros usos.
6.4.1 Micro-reservatório
Segundo Azzout (1994) apud Agra (2001), o telhado reservatório funciona como um
reservatório que armazena provisoriamente as águas da chuva e a libera
gradualmente à rede pluvial, através de um dispositivo de regulação específico.
Ainda segundo esse autor, as vantagens da utilização deste método num controle
local de escoamento encontram-se na economia da rede pluvial, na diminuição de
risco de inundação e uma conveniente adequação nas áreas urbanizadas, pois
agrega mais uma função a uma estrutura já necessária.
Com essa lei, novas edificações que forem construídas no município de São Paulo,
devem ser providas de um reservatório para detenção de águas pluviais durante o
pico das chuvas, para posteriormente ser esvaziado lançando suas águas no
sistema de micro-drenagem.
O sistema de esvaziamento pode ser feito por meio de bombas, o que não é muito
seguro, visto que pode haver queda de energia, ou mesmo falhar as bombas, o que
implica no não esvaziamento do reservatório, ou por gravidade, se essa solução for
possível.
36
Deve ser feito um estudo particular para cada caso, buscando a melhor solução
através da viabilidade técnica e econômica, considerando vantagens e
desvantagens de alternativa.
(CANHOLI, 1995)
37
De acordo com Walesh (1989) apud Canholi (1995), as obras de reservação podem
ser diferenciadas como bacias de detenção e bacias de retenção. Assim, de forma
geral, tal conceituação pode ser entendida como:
(Urban Drainage and Flood Control District, 1992 apud TUCCI, 1995, p. 425)
Segundo Canholi (1995), estes reservatórios podem ser divididos em dois tipos
principais, que podem ser "in line" e "off line". Os reservatórios “in line” são aqueles
que se encontram na linha principal do sistema e restituem os escoamentos de
forma atenuada e retardada ao sistema de drenagem de maneira contínua,
normalmente por gravidade, conforme exemplo de funcionamento na Figura 6.15.
Os reservatórios "off line" são aqueles que retém volumes de escoamento que são
desviados da rede de drenagem principal quando do excesso de demanda e restitui
para o sistema, geralmente por bombeamento, ou válvulas controladas quando se
produz o alívio nos picos de vazão, conforme Figura 6.16.
Entre as soluções, a melhor concepção seria de leito preservado, pois gera uma
menor intervenção nos cursos naturais e evita o emprego de soluções estruturais,
através da criação de parques lineares ao longo do canal. Porém, esta concepção
deve ser adotada em áreas de pouca ocupação urbana ou áreas de preservação.
um conduto livre passando a atuar como conduto forçado, gerando assim pressões
internas e induzindo o refluxo pelas galerias, bocas de lobo, etc. (ver Figura 6.17).
6.7 “Polders”
De acordo com Canholi (1995), os “polders” são sistemas compostos por diques de
proteção e equipamentos de bombeamento, visando proteger áreas ribeirinhas que
situam-se em cotas inferiores aos níveis d’água do talvegue, durante os períodos de
enchentes. Dessa forma, a área é totalmente isolada por diques com cota de
coroamento estabelecidas a partir dos riscos assumidos.
43
Segundo Tucci e Genz (1995), embora o dique possibilite uma proteção localizada
para uma região ribeirinha, deve-se evitar a construção de diques com grandes
alturas, pois existe risco de rompimento para uma enchente maior que a de projeto,
o que causaria grandes danos à população.
Tucci e Genz (1995) alertam que quando a drenagem lateral apresentar vazão de
projeto muito alta, pode ser inviabilizado seu bombeamento. Nesse caso,
aconselham a utilização de uma bacia de detenção à montante ou junto a estação
de bombeamento para reduzir a capacidade nominal da bomba, tornando assim o
projeto mais econômico.
7 REUSO DE ÁGUA
Segundo Tomaz (2003), embora o Brasil possua uma das maiores bacias hídricas
do mundo, a severa escassez de água potável em diversas regiões surge devido ao
desequilíbrio entre a distribuição demográfica, industrial e agrícola, e a concentração
de água.
• reuso potável direto – não recomendado pela OMS, somente sendo aceitável
caso seja imprescindível; neste caso o esgoto tratado é injetado diretamente
no sistema de abastecimento de água potável;
• reuso não potável recreativo e/ou público – reuso para irrigação de parques e
jardins públicos, centros esportivos, campos de esporte, arvores e arbustos
em avenidas e rodovias, lagos ornamentais e/ou recreativos, lavagem de
trens e ônibus públicos;
46
Muito pouco tempo após o inicio da chuva, a água coletada já adquire muitas das
características de água potável, quando comparada com os parâmetros da OMS
(Organização Mundial da Saúde), superando em qualidade muitas águas que hoje
em dia é bebida.
Para uso humano, inclusive como água potável, a água captada e estocada é filtrada
em areia e carvão ativado, readicionados sais com posterior cloração, podendo esta
ser feita com equipamentos simples e de baixo custo, como por exemplo Clorador
Embrapa ou Clorador tipo Venturi automático.
Figura 7.1: Sistema Dual de Água Fria: água potável e água não-potável
Esse deve ser o sistema existente futuramente nas residências, onde a rede de
água não-potável deverá ser destinada principalmente a descargas de vasos
sanitários, podendo ser utilizada também para lavagem de roupas, irrigação de
jardins e plantas, lavagem de carro e pisos, entre outros.
Assim observa-se que o reuso da água é uma importante alternativa para atenuar
problemas como a escassez iminente que ocorre em grande parte do mundo. Porém
a solução ideal é que medidas sejam tomadas de maneira preventiva, ou seja, ações
como o reuso devem ser desenvolvidas antes que a situação atinja níveis críticos,
possibilitando a sociedade se adaptar as mudanças sem trauma ou risco a saúde
pública.
Dessa forma, medidas com o reuso da água devem ser incentivas, visando sempre o
bem estar da população, a preservação do meio ambiente e a adaptação a uma
realidade existente.
8 ESTUDO DE CASO
Como estudo de caso referente ao trabalho apresentado, foi elaborada uma analise
sobre o crescimento desordenado de uma cidade de médio porte (Juiz de Fora -
MG) e suas conseqüências. Demonstrando dessa forma, como a falta de
planejamento no desenvolvimento da cidade, aliada a grande impermeabilização da
bacia devido a sua urbanização, afetam os sistemas de drenagem existentes.
Segundo Santos et al. (2004), a cidade de Juiz de Fora foi fundada em 1.850 e está
localizada no vale do rio Paraibuna na mesoregião da Zona da Mata em Minas
Gerais, a 43°20'40" de longitude oeste e a 21°41'20" de latitude sul.
A cidade possui uma área total de 1.429,875 km², com uma população de 471.693
habitantes no ano de 2002, sendo considerada uma cidade de porte médio.
8.1.1 Histórico
De acordo com Santos et al. (2004), a ocupação da cidade teve inicio no Vale do rio
Paraibuna, no período de expansão cafeeira, com a constituição de um mercado a
partir de 1830. Nesse período ocorreu uma aceleração no processo de urbanização,
pois associada às atividades mercantis, desenvolve-se a atividade industrial,
predominantemente ligada à produção de bens de consumo não duráveis, sobretudo
têxteis, alimentícias e vestuários. Entre as décadas de 50 e 70 do século XIX, a
população salta de 600 para 12.500 habitantes.
Entre 1916 até 1930, a cidade passa por um processo de modernização, ampliação
da malha urbana e de embelezamento dos espaços públicos. A cidade expande-se
51
(CESAMA, 2004)
52
Segundo Santos et. Al (2004), no dia 08 de janeiro de 2004 no bairro Olavo Costa,
localizado na região sudeste da cidade, ocorre grandes problemas devido a
enchentes. Esta área possui uma alta declividade e é ocupada por uma população
de baixo poder aquisitivo, com construções feitas por materiais de baixa qualidade
ou até mesmo impróprios, sem nenhuma orientação técnica. Nesse dia foi registrado
um elevado índice pluviométrico, 98.5 mm, o que causou grandes transtornos à
população local:
• deslizamentos de encostas.
Ainda nesse dia, na zona sul, a principal avenida de acesso ao bairro Ipiranga, ficou
completamente inundada devido ao transbordamento do córrego que corta a região.
Por possuir canais de concreto, houve rápida elevação da lâmina d'água em virtude
da intensa impermeabilização de seus arredores.
Para Sudo (2000) apud Santos et al. (2004), com a intensificação da urbanização
surge uma nova paisagem urbana: impermeabilização das ruas, de
estacionamentos, de áreas industriais; a drenagem se faz através de canais de
concreto, as encostas são ocupadas e a erosão acelerada; a rede de captação de
águas pluviais torna-se insuficiente e o assoreamento dos cursos d'água é cada vez
maior; as inundações se tornam cada vez mais freqüentes.
Devido a sazonalidade das chuvas, o fluxo d’água nos rios e nos córregos é
irregular. Durante as secas, os cursos d’água se transformam em um fio de água
53
poluído e mal cheiroso que persiste em correr entre o lixo estagnado e ilhas de
sedimentos. Devido a impermeabilização o escoamento superficial das águas faz
com que elas atinjam os cursos d'água rapidamente. Com o talvegue reduzido pelos
sedimentos e calha estreita, a capacidade dos rios e córregos fica comprometida e
como conseqüência transbordam provocando enchentes. E a população que vive
próxima a estas áreas acaba sendo afetada todos os anos no período do verão.
Segundo Motta (1997) apud Santos et al. (2004), a urbanização, com seus diversos
usos do solo, causa sempre grandes alterações na cobertura vegetal, na topografia,
nas características do solo e no movimento das águas, resultando em problemas de
erosão, comum nas grandes cidades, a ocupação de terrenos com grandes
declividades, nas margens de recursos hídricos e de áreas com solos
desagregáveis, o que contribui para o processo de erosão com graves
conseqüências, como por exemplo aterramentos de mananciais e as conseqüentes
inundações e os deslizamentos de encostas.
8.1.3 Metodologia
De acordo com Santos et. al (2004), para a realização do presente estudo contou-se
com os dados da Estação Climatológica de Juiz de Fora (ECP), instalada no campus
da Universidade Federal de Juiz de Fora, gerenciada pelo Laboratório de
Climatologia e Análise Ambiental (LabCAA) do Departamento de Geociências da
UFJF.
do tipo Ville Paris, cuja leitura é feita de acordo com o padrão INMET, às 9h, 15h e
21h.
8.1.4 Resultados
Rinco (2003) apud Santos et al. (2004), numa análise do mesmo período observou
uma tendência de maior ocorrência de desvios negativos com relação à média, isto
é, os últimos anos vêm se caracterizando por um déficit hídrico.
Esta questão pôde ser mais uma vez observada no dia 14 de janeiro de 2004 numa
das principais vias de acesso ao distrito industrial da cidade. Representando o
principal eixo no fluxo de veículos cortando a cidade de norte a sul, a avenida teve
de ser interditada devido ao rompimento num dos sistemas de captação de águas
pluviais.
55
Esta cidade teve um desenvolvimento típico das cidades de grande e médio porte no
Brasil, onde foram executas diversas obras de drenagem com conceito
convencional, isto é, onde se privilegiaram obras como retificações de canais,
implantações de galerias de concreto, tamponamento de canais para construções de
vias de tráfego sobre estes, dentre outras alterações executadas.
Como primeira medida a ser tomada para a adequação dos sistemas de drenagem
urbana da cidade, deve ser adotado um PDDU (Plano Diretor de Drenagem Urbana),
caso ainda não tenha sido elaborado o mesmo, onde serão definidas as política de
desenvolvimento e alterações a serem executadas na cidade, através de soluções
para o sistema de drenagem existente e crescimento urbano.
9 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS