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19/11/2014 Resumão Direito Constitucional - Resumo Direito Constitucional

. DIREITOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO

São os direitos de defesa do indivíduo perante o Estado, consagrando as liberdades públicas (direitos civis) e
os direitos políticos, garantindo o direito à vida, à liberdade e à propriedade. São denominados direitos negativos,
pois exige do Estado um comportamento de abstenção, evitando atentar contra a vida, turbar a propriedade ou
praticar prisões indevidas. Inspiraram-se no direito à liberdade.

. DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO

São os direitos sociais, tais como o direito ao trabalho, à greve, à saúde, à educação, e também os direitos
econômicos e culturais. Buscam a satisfação das carências coletivas do ser humano. São denominados de
direitos positivos, pois, diferentemente dos de primeira geração, não requer abstenção do Estado, mas lhe
estabelece obrigações. Inspiraram-se no direito à igualdade.

. DIREITOS DE TERCEIRA GERAÇÃO

Surgiu com a necessidade do preservacionismo ambiental, a paz no mundo, o desenvolvimento econômico dos
países, etc. Enquanto os direitos de primeira geração se voltam para a individualidade e os de segunda para a
coletividade, os de terceira visam os interesses difusos. Levam em conta que o ser humano é inserido
em uma coletividade e passa a ter direitos de solidariedade (ou fraternidade).

. DIREITOS DE QUARTA GERAÇÃO

Apontam para os avanços da engenharia genética que terminam por colocar em risco a própria
existência humana.

1. CARACTERISTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Universalidade - Destinam-se a todos os seres humanos, indiscriminadamente, que se encontre


em solo brasileiro.

Limitabilidade - Não são absolutos, pois são passíveis de conflitos com outros direitos. Nessas
hipóteses cabe ao magistrado ou intérprete decidir qual direito deverá prevalecer, levando em conta
o princípio maior a ser preservado. Há uma limitação recíproca de um para com o outro.

Concorrência - Pode ser exercida cumulativamente, quando, por exemplo, o jornalista transmite
uma notícia (direito de informação) e, juntamente, emite uma opinião (direito de opinião).

Irrenunciabilidade - O que pode ocorrer é o seu não-exercício, mas nunca a sua renuncia.

Inalienalibilidade - Como são conferidos a todos, são indisponíveis, não se podendo aliená-los
por não possuírem conteúdo econômico-patrimonial.

Imprescritibilidade - Prescrição é um instituto jurídico que somente atinge a exigibilidade dos


direitos personalíssimos. Se forem sempre exercíveis e exercidos, não há intercorrência temporal
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de não exercício que fundamente a perda da exigibilidade pela prescrição.

1. DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

O rol de direitos e garantias individuais e coletivos baliza e estrutura o convívio social, além de, ao mesmo tempo,
por serem consagrados constitucionalmente, apresentarem-se como marcos perenes a obstacularem injusta
investida do Estado ou de outro particular contra a liberdade, a segurança ou o patrimônio de outrem.

Tais direitos são constituídos de direitos explícitos e implícitos. Estes últimos são “decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte”. Os explícitos, por sua vez, são de cinco categorias, cujos objetivos imediatos são a vida, a
igualdade, a liberdade, a segurança e a propriedade, já que, o objeto mediato de todas é sempre a
liberdade. Assim dispostos, a proibição da pena de morte (inciso XLVII); a proteção à dignidade humana (inciso
III), se refere à proteção do direito à vida, já o princípio da isonomia (art. 5°, caput e inciso I) constitui
proteção ao direito à igualdade, o direito de locomoção(incisos XV e LXVIII); de pensamento (incisos IV, VI,
VII, VIII e IX); de reunião (inciso XVI); de associação (incisos XVII A XXI); de profissão (inciso XIII); de
ação (inciso II), são direitos que visam assegurar a liberdade; enquanto do domicílio (inciso XI); em matéria
penal (incisos XXXVII a LXVII); dos direitos subjetivos em geral (inciso XXXVI),são direitos que visão
assegurar a segurança, e a propriedade em geral (inciso XXII); de propriedade artística, literária e
científica (incisos XXVII a XXIX); hereditária (XXX e XXXI), são direitos que visão assegurar a propriedade.

1. DIREITOS SOCIAS

Dedica à constituição um capítulo inteiro aos direitos sociais, quais seja, a educação, a saúde, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a
assistência aos desamparados.

1. DIREITOS À NACIONALIDADE

Nacionalidade é o laço de caráter político e jurídico que liga um indivíduo a um determinado estado, de
forma a qualificá-lo como parte integrante do povo. Esse laço impõe muitos direitos e muitos deveres
àqueles que o integram. Existem duas espécies de nacionalidade:

- Primária ou originária, aquela que resulta do nascimento.

- Secundária ou adquirida, a que se adquire após o nascimento.

. PRIMARIA

No Brasil, a constituição denominou natos aqueles brasileiros que adquirem a nacionalidade primária. A
nacionalidade primária pode ser estabelecida pelo “ius soli”, que é aquele determinado pelo local de nascimento,
ou pelo“ius sanguinis”, quando a aquisição se dá pela descendência, ou seja, pelo sangue. São brasileiros natos:

1º caso:

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- Nascidos no Brasil;

- Mesmo que de pais estrangeiros, desde que ambos não estejam a serviço de seu país de origem.

2º caso:

- Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileiro (não importa se nato ou naturalizado), a serviço do Brasil. Por
exemplo, o filho de uma diplomata brasileira a serviço em cuba.

3º caso:

- Nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que;

a) Venha morar no Brasil (não há limite de tempo, bastando que se concretize a vontade de estabelecer
residência) e ainda;

b) Optem pela nacionalidade brasileira (essa opção só poderá ser exercida após seja atingida a maioridade
perante um juiz federal). A jurisprudência do STF diz que nesse caso a nacionalidade é primária, pois existe
desde o nascimento, ficando apenas sujeita a uma condição para o seu implemento.

. SECUNDÁRIA

Existem duas formas de se adquirir a nacionalidade brasileira. São brasileiros naturalizados:

1º caso (naturalização ordinária):

- Estrangeiros originários de país de língua portuguesa;

- Residam a pelo menos um ano, sem interrupção, no Brasil (não configura interrupção, por exemplo, uma viagem
de férias, etc.).

- Idoneidade moral, ou seja, tenha uma conduta moralmente correta perante a sociedade.

2º caso (naturalização extraordinária):

- Estrangeiros de qualquer nacionalidade;

- Residentes no Brasil há pelo menos quinze anos, sem interrupção;

- Não possuam condenação penal;

- Requeiram a naturalização.

O primeiro caso de naturalização depende de um ato discricionário do presidente da república,


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enquanto o segundo caso configura um direito subjetivo do estrangeiro, ficando o estado brasileiro
obrigado a concedê-la caso todos os requisitos estejam preenchidos.

Aos portugueses residentes no Brasil serão atribuídos os mesmos direitos reservados aos brasileiros, não
importando o tempo que aqui residam, desde que Portugal assim proceda com os brasileiros lá residentes. Essa
é a chamada quase-nacionalidade, que não abrange o acesso aos cargos privativos de brasileiros natos.

Não poderá haver distinções entre brasileiros natos e naturalizados, salvos os previstos na constituição, como,
por exemplo, as possibilidades de extradição dos brasileiros natos, as restrições quanto à propriedade de
empresas de comunicação social e os cargos privativos de brasileiros natos.

São cargos privativos, ou seja, reservados apenas aos brasileiros natos:

- Presidente e Vice-presidente da República;

- Presidente da Câmara dos Deputados;

- Presidente do Senado Federal;

- Ministro do Supremo Tribunal Federal;

- Carreira Diplomática; - Oficial das Forças Armadas

- Ministro de Estado da Defesa.

- Membros do Conselho da República (art. 89, VII)

1. DIREITOS POLÍTICOS

Esta parte da constituição prevê uma série de regras destinadas a delimitar a forma de atuação do
indivíduo nas decisões do estado. Aquele que se enquadra dentro dos requisitos impostos pela constituição
para atuar ativamente na vida política do país recebe a denominação “cidadão”. A atuação política é um direito
público subjetivo que confirma a opção feita no parágrafo único do art. 1°, de um regime político democrático onde
“o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
constituição”.

Segundo o art. 60, § 4°, o voto direto, secreto, universal e periódico é cláusula pétrea, ou seja, algo que
não pode ser extinto da constituição. Cabe ressaltar que não é cláusula pétrea o voto obrigatório, o que nos
leva a pensar que podemos um dia vir a ter uma emenda constitucional que institua o voto facultativo para todos.

A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual
para todos. Outras formas de exercício da soberania popular são o plebiscito, o referendo e a soberania
popular. Tanto o plebiscito quanto o referendo são formas de perguntar aos cidadãos o que eles pensam sobre
determinada opção política do estado. A grande diferença entre o plebiscito e o referendo é que naquele o estado
primeiro pergunta ao cidadão e depois age, ao contrário do referendo, em que primeiro o estado age e depois

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questiona os cidadãos se eles aceitam determinado ato. A iniciativa popular de lei é uma forma de os cidadãos
iniciarem um projeto de lei, que será votado pelo congresso nacional, pelas assembléias legislativas ou pela
câmara municipais de vereadores, conforme a iniciativa seja de ato legislativo federal, estadual ou municipal,
respectivamente.

ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Do ponto de vista político-administrativo, a República Federativa do Brasil se divide em UNIÃO (não confundir com
governo federal), ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS, sendo todos os entes autônomos, ou seja,
possuem capacidade de auto-organização, auto-governo e de auto-administração.

. VEDAÇÕES

Nenhum dos entes políticos anteriormente citados pode:

1º) Estabelecer, patrocinar, impedir o funcionamento e/ou criar dependência a cultos religiosos ou igrejas.

2º) Recusar fé a documentos públicos. Os documentos públicos são dotados de presunção de legitimidade, o
que significa que se presumem verdadeiros os dados neles constantes. Não pode, portanto, qualquer órgão da
administração negar validade a um documento público, como, por exemplo, uma certidão de nascimento ou uma
escritura de imóvel, salvo se provada alguma irregularidade.

3º) Criar regras que estabeleçam privilégios para alguns brasileiros, em detrimento do restante do povo, ou entre
os entes autônomos entre si.

1. UNIÃO

A União, ente político dotado de autonomia, constitui uma pessoa jurídica de direito público interno com
função político-administrativa em todo o território nacional. Não devemos confundir a União com a
República, já que a primeira é dotada de mera autonomia, enquanto a segunda, de soberania. Em alguns
momentos, a União exerce funções de soberania, como manter relações com outros Estados ou declarar guerra
e celebrar a paz, mas a titularidade da soberania continua com a República Federativa do Brasil.

. BENS DA UNIÃO

A Constituição Federal determinou, em seu art. 20, os bens da União, que são: os que atualmente lhe
pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das
fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em
lei; os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
como os terrenos marginais e as praias fluviais; as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas destas as áreas referidas no art. 26, II;
os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; o mar territorial; os terrenos de
marinha e seus acrescidos; os potenciais de energia hidráulica; os recursos minerais, inclusive os do subsolo; as
cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos e, por fim, as terras tradicionalmente
ocupadas pelos índios. Essa é uma enumeração exemplificativa, não impedindo que a União venha a adquirir
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outras modalidades de bens.

. COMPETÊNCIAS

A Constituição Federal de 1988 determinou as competências da União, de forma a estipular sua área de atuação
tanto na área administrativa como na legislativa. Dessa maneira, dividiram-se as competências em dois grupos,
quais sejam as competências ADMINISTRATIVAS, que são aquelas tarefas que o governo executará na
condição de gerente das contas públicas, e, por fim, as competências LEGISLATIVAS, que são as áreas
que a União poderá disciplinar por meio de leis elaboradas pelo Legislativo Federal, representado pelo
Congresso Nacional.

1. ESTADOS FEDERADOS

Os Estados Federados, como analisado na Parte I, Capítulo III, são entes políticos dotados de autonomia,
caracterizada por três elementos:

- Auto - Organização

- Auto - Governo

- Auto - Administração

Devemos ressaltar que a competência dos Estados se define como remanescente, visto que caberão aos
Estados todas as atribuições que a Constituição não proíba. Além, é claro, das competências administrativas
comuns e legislativas concorrentes citadas anteriormente. Um exemplo de caso de competência expressa ao
Estado-membro é a atribuição de explorar os serviços locais de gás canalizado.

. AUTO-ORGANIZAÇÃO

É a previsão de que os Estados estabelecerão suas próprias constituições e suas próprias leis, seguindo
sempre os preceitos maiores previstos na Constituição. Essa capacidade será exercida primordialmente
pelo Poder Legislativo Estadual.

. AUTOGOVERNO

É a capacidade de escolher seus próprios governantes, que, no caso, serão os próprios Deputados
Estaduais, Governador e Vice. Os cargos do Executivo (Governador e Vice) seguirão as seguintes regras:

- As eleições serão realizadas no primeiro domingo de outubro e no último, se houver segundo turno, sempre no
ano anterior à posse.

- O mandato será de quatro anos, permitida a reeleição apenas uma única vez.

- A posse será em 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição.

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- O Governador não pode assumir outro cargo ou função pública, salvo em virtude de concurso público, sob pena
de perda do mandato.

- Os subsídios (remuneração) do Governador, Vice e Secretários serão definidos por Lei Estadual.

. AUTO-ADMINISTRAÇÃO

A capacidade de auto-administração dos Estados é evidente diante da grande função Estadual de administrar
recursos e serviços públicos. Diante disso, verifica-se a capacidade constitucionalmente instituída, por
exemplo, de organizar regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, visando um
melhor planejamento.

Constituem-se bens dos Estados todos aqueles elencados no art. 26 da Constituição Federal de 1988, quais
sejam:

• As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, nesse caso, na forma
da lei, as decorrentes de obras da União;

• As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da
União, de Municípios ou de terceiros;

• As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; e

• As terras devolutas não compreendidas entre as da União.

1. MUNICIPIOS

Assim como os Estados, os Municípios possuem plena autonomia, constituída pela capacidade de se
auto-organizar, autogovernar e auto-administrar. Os municípios podem ser criados, incorporados ou
desmembrados, desde que haja uma lei estadual autorizando tal procedimento e tenha havido um
plebiscito (consulta prévia) com a população dos municípios envolvidos. Outro requisito para a criação,
incorporação de um Município ou o seu desmembramento é a divulgação de Estudos de Viabilidade Municipal. O
período em que será possível tal procedimento será definido em lei complementar federal. A auto-organização,
que é a capacidade de criar normas próprias, compreenderá, nos Municípios, as suas próprias leis e a Lei
Orgânica do Município, que será votada em dois turnos, com um espaço de tempo de pelo menos 10 dias e
aprovada por 2/3 da Câmara Municipal.

Todo Município tem sua Lei Orgânica, que, respeitando a Constituição Federal e a Constituição Estadual
respectiva, irá definir a forma de organização do Município.

1. DISTRITO FEDERAL

O Distrito Federal é mais um ente político dotado de autonomia, que, ACUMULANDO COMPETÊNCIAS
ESTADUAIS E MUNICIPAIS, terá as seguintes características:

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• Será regido por uma Lei Orgânica.

• O Executivo é representado pelo Governador, e o Legislativo, pela Câmara Legislativa, formada por Deputados
Distritais.

• As eleições seguem as mesmas regras das eleições dos Estados, inclusive quanto à duração dos mandatos.

• A Câmara Legislativa acumula as competências legislativas dos Estados e dos Municípios.

• É proibida a divisão do Distrito Federal em Municípios (a Lei Orgânica do Distrito Federal, que tem status de
constituição estadual, determina a divisão do DF em regiões administrativas).

• O Poder Judiciário do Distrito Federal, assim como sua Defensoria Pública e seu Ministério Público, serão
organizados e mantidos pela União.

1. TERRITÓRIOS

Os territórios são meras unidades administrativas, previstas constitucionalmente, com status de autarquia
federal, NÃO POSSUINDO, portanto, AUTONOMIA. Poderão ter poderes próprios, ter divisão em Municípios e
elegerão quatro Deputados Federais. Suas contas serão submetidas ao Congresso Nacional. Apesar da previsão
constitucional, atualmente não existem territórios, sendo que os últimos (Fernando de Noronha, Amapá e
Roraima) ou foram transformados em Estados, ou incorporados.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Os fins da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA resumem-se num único objetivo: o bem comum da coletividade
administrada. Toda atividade do administrador público deve ser orientada para esse objetivo. Se dele o
administrador se afasta ou desvia, trai o mandato de que está investido, porque a comunidade não institui a
administração sendo como meio de atingir o bem-estar social. Ilícito e imoral será todo ato administrativo que não
for praticado no interesse da coletividade.

1. PRINCÍPIOS (LIMPE)

. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (L)


Segundo ele, todos os atos da Administração têm que estar em conformidade com os princípios legais.
Este princípio observa não só as leis, mas também os regulamentos que contém as normas administrativas
contidas em grande parte do texto Constitucional. Quando a Administração Pública se afasta destes comandos,
pratica atos ilegais, produzindo, por conseqüência, atos nulos e respondendo por sanções por ela impostas
(Poder Disciplinar). Os servidores, ao praticarem estes atos, podem até ser demitidos.

Um administrador de empresa particular pratica tudo aquilo que a lei não proíbe. Já o administrador público, por
ser obrigado ao estrito cumprimento da lei e dos regulamentos, só pode praticar o que a lei permite. É a lei que
distribui competências aos administradores.

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. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE (I)

No art. 37 da CF o legislador fala também da impessoalidade. No campo do Direito Administrativo esta palavra foi
uma novidade. O legislador não colocou a palavra finalidade. Surgiram duas correntes para definir
“IMPESSOALIDADE”:

1. Impessoalidade relativa aos administrados: segundo esta corrente, a Administração só pode praticar atos
impessoais se tais atos vão propiciar o bem comum (a coletividade). A explicação para a impessoalidade
pode ser buscada no próprio texto Constitucional através de uma interpretação sistemática da mesma. Por
exemplo, de acordo com o art. 100 da CF, “à exceção dos créditos de natureza alimentícia, os
pagamentos devidos pela Fazenda .....far-se-ão na ordem cronológica de apresentação dos precatórios ..”
. Não se pode pagar fora desta ordem, pois, do contrário, a Administração Pública estaria praticando ato
de impessoalidade.

1. Impessoalidade relativa à Administração : segundo esta corrente, os atos impessoais se originam da


Administração, não importando quem os tenha praticado. Esse princípio deve ser entendido para excluir a
promoção pessoal de autoridade ou serviços públicos sobre suas relações administrativas no exercício de
fato, pois, de acordo com os que defendem esta corrente, os atos são dos órgãos e não dos agentes
públicos;

. PRINCÍPIO DA MORALIDADE (M)

Este princípio está diretamente relacionado com os próprios atos dos cidadãos comuns em seu
convívio com a comunidade, ligando-se à moral e à ética administrativa, estando esta última sempre
presente na vida do administrador público, sendo mais rigorosa que a ética comum. Por exemplo, comete ATO
IMORAL o Prefeito Municipal que empregar a sua verba de representação em negócios alheios à sua condição de
Administrador Público, pois, É SABIDO QUE O ADMINISTRADOR PÚBLICO TEM QUE SER HONESTO, TEM
QUE TER PROBIDADE E, QUE TODO ATO ADMINISTRATIVO, ALÉM DE SER LEGAL, TEM QUE SER
MORAL, sob pena de sua nulidade.

Nos casos de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, os governantes podem ter suspensos os seus direitos
políticos, além da perda do cargo para a Administração, seguindo-se o ressarcimento dos bens e a
nulidade do ato ilicitamente praticado. Há um sistema de fiscalização ou mecanismo de controle de todos
os atos administrativos praticados. Por exemplo, o Congresso Nacional exerce esse controle através de uma
fiscalização contábil externa ou interna sobre toda a Administração Pública.

. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE (P)

É a divulgação oficial do ato da Administração para a ciência do público em geral, com efeito de iniciar
a sua atuação externa, ou seja, de gerar efeitos jurídicos. Esses efeitos jurídicos podem ser de direitos e de
obrigações. Por exemplo, o Prefeito Municipal, com o objetivo de preencher determinada vaga existente na sua
Administração, NOMEIA ALGUÉM para o cargo de Procurador Municipal. No entanto, para que esse ato de
nomeação tenha validade, ELE DEVE SER PUBLICADO. E após a sua publicação, o nomeado terá 30 dias para
tomar posse. Esse princípio da publicidade é uma generalidade. TODOS OS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO TÊM
QUE SER PÚBLICOS.

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A PUBLICIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS sofre as seguintes exceções:

1. Nos casos de segurança nacional (seja ela de origem militar, econômica, cultural, etc.). Nestas situações,
os atos não são tornados públicos. Por exemplo, os órgãos de espionagem não fazem publicidade de
seus atos; nos casos de investigação policial: onde o Inquérito Policial é extremamente sigiloso (só a
ação penal que é pública);

1. Nos casos dos atos internos da Adm. Pública: nestes, por não haver interesse da coletividade, não há
razão para serem públicos.

Por outro lado, embora os processos administrativos devam ser públicos, a publicidade se restringe somente
aos seus atos intermediários, ou seja, a determinadas fases processuais. Por outro lado, a Publicidade, ao
mesmo tempo em que inicia os atos, também possibilita àqueles que deles tomam conhecimento, de utilizarem
os REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS contra eles. Assim, com base em diversos incisos do art. 5° da CF, o
interessado poderá se utilizar do Direito de Petição, 
do Mandado de Segurança (remédio heróico contra atos
ilegais envoltos de abuso de poder), 
da Ação Popular, 
Hábeas Data e 
Hábeas Corpus.


A publicidade dos atos administrativos é feita tanto na esfera federal (através do Diário Oficial Federal) como na
estadual (através do Diário Oficial Estadual) ou municipal (através do Diário Oficial do Município). Nos Municípios,
se não houver o Diário Oficial Municipal, a publicidade poderá ser feita através dos jornais de grande circulação
ou afixada em locais conhecidos e determinados pela Administração. 
Por último, a Publicidade deve ter objetivo
educativo, informativo e de interesse social, não podendo ser utilizados símbolos e imagens que
caracterizem a promoção pessoal do Agente Administrativo.

. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA (E)

Exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades dos administrados

(público). Trata-se de princípio meramente retórico. É possível, no entanto, invocá-lo para limitar a
discricionariedade do Administrador, levando-o a escolher a melhor opção. Eficiência é a obtenção do melhor
resultado com o uso racional dos meios. Atualmente, na Administração Pública, a tendência é prevalência do
controle de resultados sobre o controle de meios.

. OUTROS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípio da Finalidade: É relacionado com a impessoalidade relativa à Administração, este princípio orienta que
as normas administrativas têm que ter SEMPRE como OBJETIVO o INTERESSE PÚBLICO. Assim, se o agente
público pratica atos em conformidade com a lei, encontra-se, indiretamente, com a finalidade, que está embutida
na própria norma.

Supremacia do Interesse Público: Os interesses públicos têm supremacia sobre os interesses individuais; é a
essência do regime jurídico administrativo.

Presunção de Legitimidade: Os atos da Administração presumem-se legítimos, até prova em contrário


(presunção relativa ou juris tantum – ou seja, pode ser destruída por prova contrária.)

Autotutela: A Administração tem o dever de zelar pela legalidade e eficiência dos seus próprios atos. É por isso
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que se reconhece à Administração o poder e dever de anular ou declarar a nulidade dos seus próprios atos
praticados com infração à Lei. Em suma, a autotutela se justifica para garantir à Administração: a defesa da
legalidade e eficiência dos seus atos; nada mais é que um autocontrole;

Continuidade dos Serviços Públicos: O serviço público destina-se a atender necessidades sociais. É com
fundamento nesse princípio que nos contratos administrativos não se permite que seja invocada, pelo particular, a
exceção do contrato não cumprido.

Razoabilidade: Os poderes concedidos à Administração devem ser exercidos na medida necessária ao


atendimento do interesse coletivo, sem exageros.

1. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Existem inúmeras atividades constitucionais e infraconstitucionais que estão a cargo do Estado, e ao lado
desses serviços públicos, existem outros chamados genericamente de atividades estatais – obras públicas e
atividades do Poder de Polícia. Esses serviços e atividades podem ser prestados pelo Estado DIRETA ou
INDIRETAMENTE. Portanto, são formas técnicas da Organização Administrativa:

. CENTRALIZAÇÃO

É a prestação de serviços diretamente pela pessoa política prevista constitucionalmente, sem


delegação a outras pessoas. Diz-se que a atividade do Estado é centralizada quando ele atua diretamente, por
meio de seus órgãos. Se os serviços estão sendo prestados pelas Pessoas Políticas constitucionalmente
competentes, estará havendo centralização.

. DESCENTRALIZAÇÃO

É a transferência de execução do serviço ou da titularidade do serviço para outra pessoa, quer seja de
direito público ou de direito privado. A transferência de execução do serviço pode ser feita para entidades de
direito público ou privado, diretamente ligadas à Administração, bem como para particulares.

São entidades descentralizadas de direito público: Autarquias e Fundações Públicas.

São entidades descentralizadas de direito privado: Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista.

Pode, inclusive, a execução de o serviço ser transferida para entidades que não estejam integradas à
Administração Pública, como: Concessionárias de Serviços Públicos e Permissionárias. A descentralização,
mesmo que seja para entidades particulares, não retira o caráter público do serviço, apenas transfere a
execução. A transferência da execução do serviço público pode ser feita por OUTORGA ou por DELEGAÇÃO.

1. Outorga: implica na transferência da própria titularidade do serviço. Outorga significa, portanto, a


transferência da própria titularidade do serviço da pessoa política para a pessoa administrativa, que
desenvolve o serviço em seu próprio nome e não no de quem transferiu. É sempre feita por lei e somente

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por outra lei pode ser mudada ou retirada.

1. Delegação: implica na mera transferência da execução do serviço. Realiza-se por ato ou contrato
administrativo. São as concessões e permissões do serviço público. Pode ser retirada por um ato de
mesma natureza e deve ser autorizada por lei.

. DESCONCENTRAÇÃO

Existe quando as atividades estiverem distribuídas entre os órgãos de uma mesma pessoa – quando forem as
atribuições transferidas dos órgãos centrais para os locais/periféricos.

. CONCENTRAÇÃO

Ocorre o inverso da desconcentração. Há uma transferência das atividades dos órgãos periféricos para as
centrais.

Tanto a concentração como a desconcentração poderá ocorrer na estrutura administrativa centralizada ou


descentralizada.

Administração Direta e Administração indireta

Administração Direta: corresponde à centralização.

Administração indireta: corresponde à descentralização.

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

No âmbito federal é o conjunto de órgãos integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e


dos Ministérios. No âmbito estadual é o conjunto de órgãos integrados na estrutura administrativa do Governo do
Estado e das Secretarias Estaduais. No âmbito municipal é o conjunto de órgãos integrados na estrutura
administrativa do Governo Municipal e das Secretarias Municipais.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Do ponto de vista da Constituição Federal de 1988, abrange as Autarquias, as Empresas Públicas, as


Sociedades de Economia Mista e as Fundações Públicas. Haverá administração indireta em todos os casos

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de descentralização administrativa. A descentralização também abrange os particulares, como os


permissionários e os concessionários, portanto, estes fazem parte da administração indireta e não foram
contemplados pelo conceito legal. Para a doutrina, só as empresas públicas e sociedades de economia mista
que prestam serviços públicos é que são da administração indireta. Todas as entidades da administração indireta
estão sujeitas:

À necessidade da lei para a sua criação;

Aos princípios da administração pública;

À exigência de concurso público para admissão do seu pessoal;

À licitação para suas contratações.

Autarquia (Exemplos de autarquias: INSS, DNER, IBAMA)

Pessoa jurídica de direito público. É criada por Lei – a pessoa jurídica surge da própria Lei, sem necessidade de
registro. Não pode ser criada por decreto – ato administrativo, mas apenas por lei no sentido formal e material –
lei do Poder Legislativo. As autarquias são criadas para desempenharem atividades típicas da
administração pública e não atividades econômicas.

As autarquias gozam das prerrogativas da Fazenda Pública:

Podem constituir seus próprios títulos executivos. Através de processo administrativo, garantindo o direito
de defesa, inscrevem os créditos na Dívida Ativa. O título executivo é constituído unilateralmente.

Gozam da prerrogativa da impenhorabilidade de seus bens. O processo de execução contra a autarquia é


o mesmo previsto contra a Fazenda Pública – não se faz citação para pagar, faz-se para Embargos. O
pagamento é realizado através de precatório.

Imprescritibilidade – impossibilidade de aquisição dos bens por usucapião.

Privilégios Processuais da Fazenda Pública: Prazos quádruplos para contestar e duplo para recorrer, duplo
grau de jurisdição obrigatório.

A extinção da autarquia depende de lei, da mesma forma que a sua criação. Os Conselhos profissionais
eram considerados autarquias, mas atualmente, são pessoas jurídicas de direito privado, embora esteja sendo
questionada no STF a norma legal que assim determinou. (Lei nº. 9.649/98 – art. 58)

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- Agências Reguladoras e Executivas

A Reforma Administrativa ora sendo implantada previu a criação de autarquias especiais que vão exercer o papel
de poder concedente relativamente aos serviços públicos transferidos para particulares através do contrato de
concessão de serviços públicos. São as Agências Reguladoras que vão receber maior autonomia administrativa ,
orçamentária e financeira mediante contratos de gestão firmados pelos seus administradores com o poder
público. Já foram criadas algumas Agências Reguladoras, como por exemplo a ANATEL e a ANEEL.

As Agências Executivas também são autarquias que vão desempenhar atividades de execução na administração
pública, desfrutando de autonomia decorrente de contrato de gestão. É necessário um decreto do Presidente da
República, reconhecendo a autarquia como Agência Executiva. Ex.: INMETRO.

Empresas Públicas

As empresas públicas têm criação autorizada por lei, têm personalidade jurídica de direito privado, são formadas
com capital exclusivamente público, sofrem possibilidade de penhora dos bens e nelas ocorre a inexistência das
prerrogativas da Fazenda Pública.

A autarquia adquire a personalidade jurídica diretamente da lei que a criou, inexistindo necessidade de
registro. As empresas públicas necessitam, para adquirir a personalidade jurídica, na forma do direito
privado, de registro dos seus atos constitutivos perante o órgão competente. Outra diferença das empresas
públicas em relação às autarquias é que estas têm personalidade jurídica de direito público, enquanto aquelas
são pessoas jurídicas de direito privado.

Os contratos que celebram as empresas públicas podem ser de DIREITO ADMINISTRATIVO, se forem
prestadoras de serviços públicos, no entanto, se explorarem atividades econômicas, os contratos que celebrarem
estarão regidos pelo DIREITO PRIVADO e , nesse caso, elas não poderão gozar de nenhum privilégio (próprio
dos contatos de direito público), devendo concorrer em igualdade de condições. Em qualquer caso, mesmo as
que prestam serviços públicos,terão em seus quadros servidores regidos pela CLT, submetidos ao regime
trabalhista. Pode, a empresa pública, revestir-se de qualquer das formas societárias admitidas em direito: S/A,
Sociedade Por Cotas, Forma Societária Específica.

O capital da empresa pública é exclusivamente público, não há participação de particulares na formação do


capital. Será o capital integralmente subscrito por entidades ligadas à administração pública. Em conseqüência
da personalidade jurídica de direito privado, não gozam das prerrogativas da Administração Pública.
Os seus bens podem ser penhorados para a satisfação das suas dívidas. Enquanto as pessoas jurídicas de
direito público submetem-se a um procedimento específico (art. 730, do CPC), a pessoa jurídica de direito privado
– Empresas Públicas – respondem como qualquer devedor particular, ao processo de execução comum. É
possível também adquirir-se, por usucapião, os bens da empresa pública. Em relação à penhora dos bens, vale
ressaltar que existe um Decreto-Lei que estabelece a impenhorabilidade dos bens dos Correios, que é uma

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empresa pública.

Sociedade de Economia Pública (Petrobras, Telebrás, Banco do Brasil)

Existe necessidade de lei autorizando sua criação, conjuga capitais públicos e privados, forma sempre
Sociedade Anônima. Têm personalidade jurídica de direito privado, ausência das prerrogativas do poder público e
possibilidade de penhora dos bens.

Aspectos comuns às Sociedades de Economia Mista e às Empresas Públicas:

A necessidade de lei autorizando a sua criação;

Personalidade jurídica de direito privado;

Ausência das prerrogativas do Poder Público;

Possibilidade de penhora dos bens.

A PRINCIPAL DIFERENÇA entre sociedades de economia mista e as empresas públicas está na formação do
capital social que, no caso das sociedades de economia mista, é subscrito por entidades vinculadas à
administração pública e por particulares, devendo, no entanto, haver o controle acionário pela entidade vinculada
à administração pública.

Uma outra distinção básica é a forma societária que, no caso da sociedade de economia mista, só pode
ser a sociedade anônima. As sociedades de economia mista não estão sujeitas à falência. A Lei das S/A, n°
6404/76 exclui expressamente a possibilidade da falência das sociedades de economia mista, pelo pressuposto
de existir uma responsabilidade subsidiária da entidade controladora.

Fundações Públicas

O posicionamento das Fundações Públicas sempre foi variado. Hoje, com o advento da CF/88, foi encerrada essa
dubiedade de posicionamento quando determina que a Fundação Pública é submetida ao regime da
administração indireta. As Fundações Públicas foram equiparadas às Autarquias. Possuem personalidade
jurídica de direito público. Hoje, não mais existe justificativa para se manter a diferença entre as Fundações e as
Autarquias.

Organizações Sociais

Entidades de Direito Privado, disciplinadas pela Lei n° 9.637 de 15 de maio de 1998, sem finalidade lucrativa e
destinadas a atuarem em atividades de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e
preservação do meio ambiente, cultura e saúde. Tais entidades são assim qualificadas pelo Poder Executivo e
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celebram contrato de gestão pelo qual poderão receber recursos orçamentários, bens públicos e cessão de
servidores públicos. Não integram a chamada Administração Indireta, podendo ser classificadas como entes de
cooperação.

Particulares em Concessão com a ADM. Pública

1. PERMISSIONÁRIOS;

2. CONCESSIONÁRIOS.

O conceito doutrinário de administração indireta é mais amplo do que o legal, pois inclui as Permissionárias e as
Concessionárias como integrante da administração indireta, ao contrário do legal. A Constituição prevê, no artigo
175, a prestação de serviços públicos, mediante concessão ou permissão, na forma da Lei e sempre através de
licitação. A Lei n°8.987, de 13.02.95, regulamentou tal norma constitucional.

Antes, distinguia-se permissão e concessão, afirmando o caráter unilateral da primeira e o caráter contratual da
Segunda. Após a Lei n° 8.987/95, ambas são formalizadas por contrato. A concessão requer concorrência, e a
permissão pode adotar qualquer modalidade de licitação. A concessão somente pode ser outorgada a pessoa
jurídica, enquanto a permissão pode ser atribuída à pessoa física ou jurídica.

1. SERVIDORES PÚBLICOS

A atividade dos agentes públicos envolve dois conceitos importantes: CARGO PÚBLICO E FUNÇÃO
PÚBLICA.Funções públicas são atribuições ou encargos destinados à realização de uma determinada finalidade
estatal. Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades de um agente público. Os cargos públicos
somente podem ser criados por lei e com denominação própria. Pode existir função pública não vinculada a cargo
público, mas nunca um cargo sem função pública. Por exemplo, se houver uma função ligada a um agente
temporário (mesário de eleições, por exemplo), haverá uma função, mas não um cargo público.

Se o cargo público for de provimento efetivo (estável, diferente do cargo em comissão), será obrigatória a
exigência de concurso público de provas ou de provas e títulos. O concurso público terá validade de até 2
(dois) anos, podendo ser prorrogado pelo mesmo período. A ordem de chamada dos concursandos deve seguir a
lista de aprovação. Se essa ordem de chamada for desobedecida, haverá direito líquido e certo do preterido de
ser nomeado. As funções comissionadas, destinadas aos cargos de direção, chefia e assessoramento são
exercidas somente por servidores de carreira efetivos. Os cargos em comissão (demissíveis ad nutum, a qualquer
momento) podem ser exercidos por qualquer pessoa que preencha os requisitos para acesso a cargos públicos,
mesmo sem concurso, devendo ser reservado um percentual para os servidores efetivos.

É direito do servidor público civil: livre associação sindical, greve (matéria pendente de regulamentação);
subsídio ou remuneração fixado em lei, revisado anualmente e irredutível. A “remuneração” do servidor representa
a soma dos vencimentos com as vantagens a que ele tem direito. Certos cargos possuem um regime especial de
pagamento chamado subsídio, como, por exemplo, os magistrados, os membros do Ministério Público, os
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defensores públicos, policiais, cargos eletivos, Ministros de Estado, etc. A diferença entre a remuneração e o
subsídio é que este é pago necessariamente em parcela única, vedando-se qualquer gratificação, adicional,
abono, prêmio ou verba de representação. O teto, ou seja, o valor máximo das remunerações, subsídios e
aposentadorias, é o valor do subsídio mensal que recebem os Ministros do Supremo Tribunal Federal. Esse teto
deve ser definido por lei de iniciativa conjunta dos três poderes.

A política de remuneração dos servidores deverá, na fixação dos padrões de vencimento e vantagens, observar:

a) natureza, grau de responsabilidade e complexidade da função;

b) requisitos para investidura; e

c) peculiaridades dos cargos.

O valor das remunerações e dos subsídios deve ser publicado anualmente (princípio da publicidade). Devem ser
previstos cursos e programas de aperfeiçoamento dos servidores públicos, o que deve ser requisito para
promoção na carreira. Somente em quatro casos será possível a acumulação de cargos e aposentadorias
na Administração Pública Direta ou Indireta, quais sejam:

- dois cargos de professor;

- dois cargos na área de saúde;

- um cargo de nível superior com outro de professor; e

- um cargo de vereador com outro cargo público, desde que haja compatibilidade de horários.

Ao servidor público federal, estadual ou distrital da Administração Direta, autárquica ou fundacional que assumir
cargo público eletivo, serão aplicados as seguintes regras:

- Ficará afastado do seu cargo, emprego ou função, exceto se for vereador, hipótese na qual, havendo
compatibilidade de horários, o servidor pode continuar a exercer sua função, recebendo os proventos de ambos
os cargos.

- Se for investido no cargo de prefeito ou vereador sem compatibilidade de horários, o servidor será afastado do
cargo, mas pode fazer a opção de qual provento (remuneração ou subsídio) deseja receber: o do seu cargo ou do
de prefeito.

- No caso de afastamento, o tempo de serviço será contado como se o servidor estivesse em exercício, inclusive
para fins previdenciários, exceto para o fim de promoção por merecimento, obviamente.

A estabilidade do servidor público significa que ele só perderá o cargo em três hipóteses:

a) sentença judicial transitada em julgado;

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b) processo administrativo;

c) avaliação periódica de desempenho.

Ao contrário do que alguns pensam, o prazo do estágio probatório, previsto na Lei nº. 8.112/90 em 24
meses, não foi alterado pela EC nº. 19/98, que alterou o prazo para estabilidade de 2 para 3 anos. O
Supremo Tribunal Federal já assentou pacificamente a distinção entre esses dois institutos, sendo a avaliação
especial de desempenho, realizada no estágio probatório, mera condição para a aquisição da estabilidade. Antes
da estabilidade, será exonerado o servidor que não for aprovado no estágio probatório ou que tomar posse, mas
não entrar em exercício. Existe ainda outro caso de perda do cargo – inserido no texto constitucional pela
Emenda Constitucional nº. 19/98 – que ocorrerá para adequar as finanças do Estado aos percentuais previstos
na Lei de Responsabilidade Fiscal, podendo alcançar inclusive servidores já estáveis. Nesse caso, deverão ser
reduzidos, primeiramente, 20% dos cargos em comissão e os dos servidores não estáveis. Não sendo o
bastante, deverão perder o cargo os servidores já estáveis, sendo devida a indenização de uma remuneração por
ano de serviço.

1. DISPOSIÇÕES GERAIS

As compras e contratações de serviços por parte da Administração dependerão de licitação pública, que é o
processo regido pela Lei nº. 8.666/93 e que assegura aos concorrentes iguais condições para fornecer seus
produtos ou serviços. Portanto, são proibidas exigências desnecessárias, o que poderia beneficiar um ou
outro concorrente, já que, caso contrário, poderia ser pedido uma determinada marca que só um fornecedor
possui. Com essas regras, os princípios da impessoalidade e eficiência estão protegidos, pois permitirão à
Administração optar pela melhor forma de contratação.

Quando a Administração Pública se utiliza dos meios de comunicação para fazer publicidade de obras ou
programas, esta terá de ter caráter educativo, informativo ou de orientação social para evitar que as autoridades
usem dinheiro público para fazer marketing pessoal. Visando o respeito ao princípio da moralidade, entre outros,
a Constituição Federal prevê a punição dos atos de improbidade administrativa, que são aqueles que importam
em enriquecimento ilícito, dano ao erário (tesouro público) ou violação de princípios da Administração. A
improbidade administrativa é prevista tanto na constituição quanto na Lei nº. 8.429/92 (Lei do colarinho branco) e
será punida com a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, sendo a última penalidade, imprescritível.

A responsabilidade civil, ou seja, o dever de indenizar um dano moral ou material, também pode ser
atribuída ao Estado quando houver dano causado por algum de seus agentes. Quando um particular
causa um dano, ele só será obrigado a indenizar se for comprovada a culpa em sentido amplo (dolo ou culpa em
sentido estrito – imprudência, negligência ou imperícia), essa é a responsabilidade subjetiva. Por sua vez, quando
o dano é causado por um agente público no exercício de sua função pública, o dever de indenizar do Estado
nasce mesmo que o agente não tenha agido com culpa, ou seja, independentemente de imprudência, negligência
ou imperícia (culpa em sentido estrito) ou dolo.Caso o agente tenha agido com culpa, caberá ao Estado ingressar
com uma ação judicial denominada ação regressiva, na qual o Estado pode cobrar do agente uma indenização,
se provar a culpa deste. Havendo o dano e o nexo causal entre a ação e o resultado, o Estado deve pagar. Se
houver culpa exclusiva da vítima, o Estado não será obrigado a indenizar o dano.

Por exemplo, se um motorista do Ministério da Fazenda dirige bêbado e bate no carro de uma empresa que
estava estacionado, o Estado deverá indenizar essa pessoa jurídica, mesmo que ela não prove que o motorista
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foi negligente. Se, porém, o motorista bateu no carro da empresa porque este vinha na contramão, não haverá
obrigação de indenizar, pois houve imprudência por parte do particular.

ORÇAMENTO PÚBLICO

O Orçamento Geral da União (OGU) prevê todos os recursos e fixa todas as despesas do Governo Federal,
referentes aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. As despesas fixadas no orçamento são cobertas
com o produto da arrecadação dos impostos federais, como o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI), bem como das contribuições, como o da Contribuição para Financiamento
da Seguridade Social - COFINS, que é calculado sobre o faturamento mensal das empresas, nas vendas de
mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, e bem assim do desconto na folha
que o assalariado paga para financiar sua aposentadoria. Os gastos do governo podem também ser
financiados por operações de crédito - que nada mais são do que o endividamento do Tesouro Nacional junto
ao mercado financeiro interno e externo.Este mecanismo implica o aumento da dívida pública.

As receitas são estimadas pelo governo. Por isso mesmo, elas podem ser maiores ou menores do que
foi inicialmente previsto. Se a economia crescer durante o ano, mais do que se esperava, a arrecadação com
os impostos também vai aumentar. O movimento inverso também pode ocorrer. Com base na receita prevista,
são fixadas as despesas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Depois que o Orçamento é aprovado
pelo Congresso, o governo passa a gastar o que foi autorizado. Se a receita do ano for superior à previsão inicial,
o governo encaminha ao Congresso um projeto de lei pedindo autorização para incorporar e executar o excesso
de arrecadação. Nesse projeto, define as novas despesas que serão custeadas pelos novos recursos. Se, ao
contrário, a receita cair, o governo fica impossibilitado de executar o orçamento na sua totalidade, o que exigirá
corte nas despesas programadas.

1. PRINCIPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elaboração e controle do orçamento, que estão
definidas na Constituição, na Lei nº. 4.320, de 17 de março de 1964, no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes
Orçamentárias. A Lei nº. 4.320/64 estabelece os fundamentos da transparência orçamentária (art. 2o):

A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política


econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios da unidade,
universalidade e anualidade.

. PRINCÍPIO DA UNIDADE

Cada entidade de direito público deve possuir apenas um orçamento, fundamentado em uma única política
orçamentária e estruturado uniformemente. Assim, existe o orçamento da União, o de cada Estado e o de cada
Município.

. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE

A Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, ou seja, nenhuma instituição pública deve ficar
fora do orçamento.

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. PRINCÍPIO DA ANUALIDADE

Estabelece um período limitado de tempo para as estimativas de receita e fixação da despesa, ou seja, o
orçamento deve compreender o período de um exercício, que corresponde ao ano fiscal.

. PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE

O orçamento deve conter apenas matéria orçamentária, não incluindo em seu projeto de lei assuntos estranhos.

. PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO

Visa vedar as autorizações de despesas globais, isto é, as despesas devem ser classificadas com um nível de
desagregação tal que facilite a análise por parte das pessoas.

. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

O conteúdo orçamentário deve ser divulgado através dos veículos oficiais de comunicação/divulgação para
conhecimento público e para e para eficácia de sua validade enquanto ato oficial de autorização de arrecadação
de receitas e a execução de despesas. A publicação deve ser feita no Diário Oficial da União. Além disso, a
Constituição Federal, em seu artigo 165,§ 3º, exige a publicação até trinta dias após o encerramento de cada
bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.

. PRINCÍPIO DE EQUILÍBRIO

O equilíbrio orçamentário estabelece, de forma extremamente simplificada, que as despesas não devem
ultrapassar as receitas previstas para o exercício financeiro. O equilíbrio, assim como alguns outros princípios,
não é uma regra rígida e visa deter o crescimento dos gastos governamentais.

. PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO BRUTO

Este princípio estabelece que todas as parcelas de receita e despesas devem constar do orçamento em seus
valores brutos, sem qualquer tipo de deduções. Busca-se com esta regra impedir a inclusão de importâncias
líquidas, ou seja, descontando despesas que serão efetuadas por outras entidades e com isto gravando o
orçamento e impedindo sua completa visão, conforme preconiza o princípio de universalidade.

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