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07/02/2017 09:00

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Coletânea de contos e relatos retrata sacis pelo Brasil
POR BRASIL
POR LIVIA MARRA, DE SÃO PAULO
O Saci que antigamente roubava o dedal da costureira, hoje some com o sinal do 4G. Aquele que dava tranças nas crinas
dos cavalos, agora embola o fio do fone de ouvido.
Um dos principais representantes do folclore brasileiro, o Saci se modernizou. E, ao longo dos anos, ganhou formas além
do negrinho de uma perna só e carapuça vermelha. Também pode ser bonzinho, malvado, tranquilo, agitado, além de
aparecer em histórias para crianças ou para adultos.
Essas facetas estão em contos, causos e ilustrações coletados pelo jornalista Andriolli de Brites da Costa, 27, e reunidos
em “Saci Pererê – 100 anos do Inquérito”, uma revista digital gratuita, publicada por ele em janeiro.

A ideia era homenagear Monteiro Lobato, que difundiu o personagem com o “Sítio do Pica-Pau Amarelo”.
Em janeiro de 1917, o escritor lançou uma pesquisa no jornal “O Estado de S.Paulo” e pediu que os leitores enviassem
relatos de encontros com o saci ou histórias que ouviam na família. O resultado surpreendeu e, no ano seguinte, os
depoimentos deram origem ao livro “O Sacy-Perêrê: Resultado de um Inquérito”.

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Uma das páginas da revista eletrônica, que retrata o saci pelo artesanato
Por: Reprodução 07/02/2017

“Eu não quis deixar a data passar e quis fazer uma homenagem. Teve gente que colaborou com escultura, teve gente que já
tinha uma arte e ofereceu, gente que escreveu um poema. Eu juntei com o material que já tinha sobre sacis e dividi [a
revista] em seções. Fiz um grande panorama e costurei com visões que as pessoas do Brasil inteiro têm do Saci. Teve
colaboração do Maranhão, do Ceará, do Rio, de Mato Grosso do Sul, sacis muito diferentes uns dos outros”, afirma Costa,
que também é responsável pela página Colecionador de Sacis.

O jornalista, cuja família é de Mato Grosso do Sul, afirma que ouvia dos avós e do pai causos sobre o personagem. “Tinha
história de membros da família perseguidos por Saci, que tinham que andar com alho no bolso. Isso sempre me
acompanhou de um jeito que eu achava que todo mundo conhecia [o folclore]. Mas, quando vi que não era assim, achei que
precisava montar um canal para divulgar.”

ATUALIZAÇÃO DO MITO
Costa considera normal existir tantos sacis diferentes pelo Brasil. “Quando a história é oral e não fixada na escrita, ela não
tem uma forma definida. Ela toma a forma do seu contador”, diz.

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De maneira geral, o Saci é conhecido por suas travessuras. A lenda nasceu com os indígenas, que contavam a história de
um curumim que protegia as florestas –não havia uma perna só ou cachimbo. No entanto, quando os escravos africanos
chegaram ao Brasil, eles incorporaram o mito. O menino, então, virou o negrinho que conhecemos.

Mas, para Costa, essa atualização de mitos é fundamental. “Muitas vezes a gente pensa que o folclore é algo que deve ser
preservado, no sentido de que aquilo se mantenha como era há 50, 80 anos. Mas isso não faz sentido porque se você
preserva algo que não conversa com a sociedade aquilo vira teatro, piada”, afirma.

Segundo ele, o Saci levava dinamismo à vida pacata do caipira, por exemplo. Agora faz o mesmo nas metrópoles. “Ele vai
perturbar, trazer variação na cidade também, com aquele empresário que sai todo dia para trabalhar, pega metrô. E não faz
sentido agora a gente pensar no Saci sumindo com o dedal. Hoje o Saci dá nó no fone de ouvido. Você põe no bolso e ele
enche de nós. É o Saci”, diz.

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