Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Listados abaixo estão alguns dos truques mais comuns que os marqueteiros usam
para enganar os eleitores na época das campanhas:
Nome de guerra
Fonte da juventude
Eles querem que você veja - Um homem moderno, com estilo arrojado
O truque - Relembrar dá frio na barriga: Collor luta caratê. Collor no jet ski.
Collor pilota um caça da Força Aérea. Foi essa imagem de moderninho, construída
antes e depois das eleições, que o ex-governador de Alagoas encampou para ser
nosso primeiro presidente eleito no pós-ditadura militar. Há uma explicação:
esporte é sinônimo de juventude. E um candidato com pouca idade era o desejo do
país, que saía da ditadura e queria novidade política. Em 1997, o trabalhista inglês
Tony Blair usou tática parecida para tirar do poder conservadores que
governavam havia 18 anos. Mais jovem primeiro-ministro britânico no século,
Blair abusou da música pop. Foi embalado por “Things Can Only Get Better”, hit
do D:Ream, e “Praise”, do DJ Fatboy Slim. Se você tem vergonha do presidente
esportista, imaginar Blair requebrando ao som da música eletrônica talvez traga
consolo. Ajuda?
Família, famíla
O truque - Paulo Maluf queria ser prefeito de São Paulo em 1992 e tinha um
problema: o PT exibiu no horário eleitoral a fita em que ele dizia a famosa frase:
“Está com vontade sexual? Estupra, mas não mata”. Era a primeira comprovação
de que Maluf realmente falara o que não se fala. A solução publicitária: um filme
em que, cercado pelas mulheres da família, o candidato pedia desculpas pela
declaração. Esposa, filhas, noras, netas. O objetivo era mostrar que Maluf não
poderia desejar para a mulher dos outros o que não desejaria para a sua. Exibir a
família é um elixir da integridade. E deixa mais simpático no vídeo qualquer
sujeito com fama de arrogante e durão. Quem pode fazer o mal sabendo que suas
pessoas mais queridas também serão vítimas do erro? Seguindo a linha de
raciocínio, político que tem filhos pensa no futuro. E Maluf foi eleito.
Promessa é número
Eles querem que você veja - A solução para todos os seus problemas
O truque - Especialistas em marketing político não dão bola para a teoria de que o
povo cansou de promessas. Para os publicitários, candidato que não promete é
como cerveja quente: mais sem graça, impossível. E na política, promessa é
número. Piscando na tela e bem grande, de preferência. É preciso mostrar quantas
casas serão construídas. Quantos carros de polícia serão comprados. O valor do
salário mínimo. Afinal, por que o eleitor votaria em alguém que não vai lhe trazer
benefícios? É por isso que Lula e Serra se engalfinharam prometendo 15 e 10
milhões de empregos, respectivamente, mesmo sabendo que cumprir a meta seria
difícil no mais positivo dos cenários econômicos. Aí mora o problema: números são
uma cilada. Ajudam a ganhar a eleição. Mas, quando não são cumpridos, viram
munição para os adversários no próximo pleito.
De líder sindical a metrossexual
Eles querem que você veja - Um novo homem, com novas propostas