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No dia 23 de dezembro, véspera de Natal, eu voltei a ter contato com aquelas

pessoas. Sabendo que muitas delas estavam com problemas financeiros, pois estavam
pagando aluguel algumas com parte do dinheiro que haviam recebido os moradores em
conjunto com o Comitê Popular organizaram uma festa de Natal para as pessoas que
estavam desamparadas. Esse dia foi uma mescla de lamentação, por ser o primeiro natal
que estavam passando fora da suas ex-casas; e confraternização, por que mesmo
estarem em casas alugadas, casa de parentes e insatisfeitos com os valores e modo com
as coisas ocorrera. Alguns ainda assim agradeciam por ter recebido ao menos uma parte
do valor da indenização e desse modo amenizar a situação em que se encontravam.

O ambiente era conversas políticas em meio à confraternização do simbolismo


do no natal (paz, esperança e fraternidade), muitos eram idosos e tiveram problemas
para se deslocar até o local, foi informado que muitos estavam residindo em locais mais
periféricos de Camaragibe, indícios do que pode estar acontecendo com a maioria deles.
Foram doadas também cestas básicas para aqueles que estavam em uma situação mais
difícil. A aparência de muitos deles era de abatimento e tristeza e alguns poucos
falavam diziam que sentiam vergonha da sua situação de tal modo que ao começaram a
falar entram em prantos; outros se exaltavam em fazer discursos políticos acalorados.
No final da noite e da ceia foi iniciada oração coletiva e logo em seguida foram cantadas
canções religiosas, que alegraram alguns daqueles idosos que estava cabisbaixo. Esse
foi o tom do natal dessas pessoas, entre lamentações e espírito fraternal.

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