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DIREITO CONSTITUCIONAL
DEFENSORIA PÚBLICA
Defensor Público não precisa de inscrição na OAB para exercer suas funções
Importante!!!
Os Defensores Públicos NÃO precisam de inscrição na OAB para exerceram suas atribuições.
O art. 3º, § 1º, da Lei 8.906/94 deve receber interpretação conforme à Constituição de modo a
se concluir que não se pode exigir inscrição na OAB dos membros das carreiras da Defensoria
Pública.
O art. 4º, § 6º, da LC 80/94 afirma que a capacidade postulatória dos Defensores Públicos
decorre exclusivamente de sua nomeação e posse no cargo público, devendo esse dispositivo
prevalecer em relação ao Estatuto da OAB por se tratar de previsão posterior e específica.
Vale ressaltar que é válida a exigência de inscrição na OAB para os candidatos ao concurso da
Defensoria Pública porque tal previsão ainda permanece na Lei.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.710.155-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 01/03/2018 (Info 630).
DIREITO ADMINISTRATIVO
CONCURSO PÚBLICO
Surgimento de novas vagas + necessidade do provimento + inexistência de restrição
orçamentária = direito subjetivo à nomeação
O candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas tem direito subjetivo à
nomeação caso surjam novas vagas durante o prazo de validade do certame, haja manifestação
inequívoca da administração sobre a necessidade de seu provimento e não tenha restrição
orçamentária.
STJ. 1ª Seção. MS 22.813-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/06/2018 (Info 630).
SERVIDORES PÚBLICOS
São imprescritíveis as ações de reintegração em cargo público quando o afastamento se deu em
razão de perseguição política praticada na época da ditadura militar
Importante!!!
São imprescritíveis as ações de reintegração em cargo público quando o afastamento se deu
em razão de atos de exceção praticados durante o regime militar.
Ex: João era servidor da ALE/PR. Em 1963, João foi demitido em razão de perseguição política
perpetrada na época da ditadura militar. Em 2011, João ajuizou ação ordinária contra o Estado
DIREITO CIVIL
USUCAPIÃO
É possível o reconhecimento da usucapião de bem imóvel com
a implementação do requisito temporal no curso da demanda
Importante!!!
É possível o reconhecimento da usucapião quando o prazo exigido por lei se complete no curso
do processo judicial, conforme a previsão do art. 493, do CPC/2015, ainda que o réu tenha
apresentado contestação.
Em março de 2017, João ajuizou ação pedindo o reconhecimento de usucapião especial
urbana, nos termos do art. 1.240 do CC (que exige posse ininterrupta e sem oposição por 5
anos). Em abril de 2017, o proprietário apresentou contestação pedindo a improcedência da
demanda. As testemunhas e as provas documentais atestaram que João reside no imóvel desde
setembro de 2012, ou seja, quando o autor deu entrada na ação, ainda não havia mais de 5
anos de posse. Em novembro de 2017, os autos foram conclusos ao juiz para sentença. O
magistrado deverá julgar o pedido procedente considerando que o prazo exigido por lei para
a usucapião se completou no curso do processo.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.361.226-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 05/06/2018 (Info 630).
DIREITO DO CONSUMIDOR
INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA
Validade do repasse da comissão de corretagem ao consumidor pela incorporadora imobiliária
mesmo no Programa Minha Casa, Minha Vida
Importante!!!
Ressalvada a denominada Faixa 1, em que não há intermediação imobiliária, é válida a
cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador a obrigação de pagar a comissão
de corretagem nos contratos de promessa de compra e venda do Programa Minha Casa, Minha
Vida, desde que previamente informado o preço total da aquisição da unidade autônoma, com
o destaque do valor da comissão de corretagem.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.601.149-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, julgado em 13/06/2018 (recurso repetitivo) (Info 630).
DIREITO EMPRESARIAL
SOCIEDADES
Legitimidade passiva da Telebrás, bem como das companhias cindendas (ou sucessoras destas),
para a ação de complementação de ações
Legitimidade passiva da Telebrás, bem como das companhias cindendas (ou sucessoras
destas), para a ação de complementação de ações, na hipótese em que as ações originárias
tenham sido emitidas pela Telebrás.
A legitimidade passiva para a demanda por complementação de ações é definida de acordo
com as seguintes hipóteses:
1) Contrato de participação financeira celebrado com companhia independente não
controlada pela TELEBRÁS (ex.: CRT S/A): legitimidade passiva da companhia independente,
ou da sucessora desta (ex.: OI S/A);
2) Contrato de participação financeira celebrado com companhia local controlada pela
TELEBRÁS (ex.: TELESC S/A), e emissão originária de ações pela controlada: legitimidade
passiva da TELEBRÁS, bem como das companhias cindendas (ou sucessoras destas);
3) Contrato de participação financeira celebrado com companhia local controlada pela
TELEBRÁS, e emissão de ações pela TELEBRÁS: legitimidade passiva da TELEBRÁS, bem como
das companhias cindendas (ou sucessoras destas).
STJ. 2ª Seção. REsp 1.633.801-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 23/05/2018
(recurso repetitivo) (Info 630).
ECA
ATO INFRACIONAL
Superveniência da maioridade penal
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Qual é o recurso cabível contra o pronunciamento que
julga a impugnação ao cumprimento de sentença?
Importante!!!
Qual é o recurso cabível contra o pronunciamento que julga a impugnação ao cumprimento de
sentença?
• Se o pronunciamento judicial extinguir a execução: será uma sentença e caberá APELAÇÃO.
• Se o pronunciamento judicial não extinguir a execução: será uma decisão interlocutória e
caberá AGRAVO DE INSTRUMENTO.
Assim, o recurso cabível contra a decisão que acolhe impugnação ao cumprimento de sentença
e extingue a execução é a apelação.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.698.344-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/05/2018 (Info 630).
RESTAURAÇÃO DE AUTOS
Tribunal de Justiça não pode editar provimento fixando prazo
para a propositura da ação de restauração de autos
Tribunal de Justiça não tem competência para, por meio de provimento da respectiva
Corregedoria, estabelecer prazo para a propositura de ação de restauração de autos.
Caso concreto: houve um incêndio no fórum de Poção de Pedras (MA) e os autos queimaram.
Diante disso, a Corregedoria do TJ/MA editou um provimento fixando um prazo para que as
partes requeressem a restauração dos autos, sob pena de serem obrigadas a propor
novamente a ação principal. O STJ não concordou e afirmou que o TJ não poderia ter editado
essa norma. Ao estabelecer prazo para a propositura da ação de restauração de autos com a
apresentação dos documentos necessários, o TJ/MA editou uma verdadeira norma sobre
processo civil (norma processual), cuja competência legislativa foi atribuída privativamente
à União (art. 22, I, CF/88).
STJ. 3ª Turma. REsp 1.722.633-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 07/08/2018 (Info 630).
As hipóteses de foro por prerrogativa de função perante o STJ restringem-se àquelas em que
o crime for praticado em razão e durante o exercício do cargo ou função.
STJ. Corte Especial. AgRg na APn 866-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 20/06/2018 (Info 630).
TRIBUNAL DO JÚRI
Jurado que fala “é um crime” durante a sessão de julgamento viola o dever de
incomunicabilidade, acarretando a nulidade absoluta da condenação
Importante!!!
Deve ser declarado nulo o júri em que membro do conselho de sentença afirma a existência de
crime em plena fala da acusação.
Caso concreto: durante os debates no Plenário do Tribunal do Júri, o Promotor de Justiça
estava em pé na frente dos jurados apresentando seus argumentos. Em determinado
momento, o Promotor fez uma pergunta retórica: “aí, então, senhores jurados, eu pergunto a
Vossas Excelências: qual foi a conduta que o réu aqui presente praticou?” Uma das juradas
acabou “soltando” a seguinte resposta: “é um crime”. O juiz presidente do Júri imediatamente
a advertiu dizendo: por favor, a senhora não pode se manifestar. O advogado, contudo, na
mesma hora requereu ao magistrado que consignasse este fato na ata de julgamento. O juiz
decidiu que não houve quebra da incomunicabilidade e seguiu com o julgamento. O réu foi
condenado e a defesa recorreu alegando, entre outros argumentos, que houve nulidade do
julgamento por quebra da incomunicabilidade dos jurados. O STJ anulou o júri.
STJ. 6ª Turma. HC 436.241-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 19/06/2018 (Info 630).
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
PREVIDÊNCIA PRIVADA
Não é possível incluir, nos cálculos dos proventos de complementação de aposentadoria pagos
por entidade fechada de previdência privada, as horas extraordinárias habituais incorporadas
por decisão da Justiça trabalhista à remuneração do participante
PREVIDÊNCIA PRIVADA
Em ação de revisão de benefício de previdência privada, o patrocinador não possui legitimidade
passiva para figurar em litisconsórcio com a entidade previdenciária