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Por quantas gerações o instinto de preservação foi o farol a orientar a humanidade, em seus esforços

de perpetuar a espécie, as individualidades como ricos patrimônios de vastíssimo potencial foram


erigidas.

Sob o mote de sobreviver, conquistou a civilização humana ampla capacidade de construir, criar e
gerar, sistemas de toda sorte: biológicos, mecânicos, sociais.

No entanto, quanto mais o homem progride, com maior acurácia percebe a necessidade da harmonia
coletiva. Mais o bem-estar social soa necessário. Quanto mais a sistemática social se amplia em
capacidade e potencial, em igual medida se expande em necessidades e problemáticas.

O homem perdido em suas próprias necessidades, enxerga a sua necessidade do próximo, mas junto
a isso percebe toda a sorte de óbices da parte da fonte que poderia socorrê-lo. Das relações
interpessoais emerge toda a sorte de deformações então. Nosso bem-estar depende de nossa
integração social, mas essa é limitada por nossas necessidades individuais. Como fazer?

Como o indivíduo pode se tornar agente de harmonização do meio? É nesse ponto que o evangelho
surge como resposta. Através da renúncia, do desinteresse pessoal em nome do interesse coletivo.

É preciso não mais nos enxergarmos como individualidades, e sim como agentes de harmonização,
como instrumentos do amor. Eis a solução para todos os dilemas que as modernas sociedades
enfrentam em seu seio.

Quanto mais indivíduos voltados para a harmonização com igual força teremos uma sociedade cada
vez mais integrada e saudável, e com proporcional capacidade de açambarcar os indivíduos ainda
presos no modelo individualista.

O evangelho como norma de conduta individual, é gérmen da futura constituição da Terra, é magna
carta do Planeta de Regeneração. É modelo espelhado em civilizações mais avançadas, onde a
Humanidade avançou das fronteiras do reino animal para as fronteiras do reino angelical.

É convite ao sacrifício de si mesmo, deixando de ser um instrumento desafinado para ser parte de
uma orquestra que ressoa sua canção de harmonia em todo o Universo.

A transformação do mundo é obra de individualidades que aprendem a transformar a si mesmas,


mudando a si mesmas, mudam seus lares. Mudando seus lares mudam sociedades que mudam
nações e por sua vez toda a Humanidade.

Mas todo esse processo começa no coração de cada um, nos compreendendo como pequenos elos
de uma corrente maior e sentindo a necessidade do sacrifício do interesse pessoal em nome de algo
maior, por isso o exemplo do Mestre, que nasceu em uma manjedoura simples e morreu em uma
cruz ensanguentada.

O Reino de Deus é promessa divina que irá regenerar todo o orbe, mas antes ele irá germinar como
divina semente no coração de cada um de nós, se refletirá no brilho de nossos atos e irá reverberar
em nossas ações de sacrifício pessoal e serviço às coletividades.

Que o Senhor nos abençoe em nossos esforços que ante o olhar de uma reencarnação tanto custa,
mas ao olhar da imensidade é apenas um capítulo da saga desses seres que estão aprendendo a
refletir a glória de quem os criou.

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