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A Forma de Apresentação dos Espíritos

(Trechos do livro Iniciando na Umbanda – Norberto Peixoto – orientado pelo espírito Caboclo Pery)

Caboclos

Os caboclos, de maneira geral, são espíritos que se apresentam na forma de índios brasileiros, sul ou norte-
americanos, que dispõem de conhecimento milenar do uso de ervas para banhos de limpeza e chás para auxílio à
cura das doenças. Nem sempre são só curadores, pois também servem na irradiação de Ogum como valentes
guerreiros. São entidades simples, diretas, por vezes altivas, como velhos índios guerreiros. Com sua simplicidade,
conquistam os corações humanos e passam confiança e credibilidade aos que procuram amparo. São exímios nas
limpezas das carregadas auras humanas e, experientes nas desobsessões e nos embates com o astral inferior.

Pretos Velhos

Os pretos velhos, tanto espíritos de idosos africanos escravizados e trazidos para o Brasil como de negros que
nasceram em solo pátria, são símbolos de sabedoria e humildade, verdadeiros psicólogos do profundo conhecimento
dos sofrimentos e das aflições humanas. A todos, esses espíritos missionários consolam amorosamente, como
faziam antigamente, inclusive nas senzalas após longo dia de incansável trabalho físico.

A infinita paciência em ouvir as mazelas e choramingas dos consulentes fazem dos pretos velhos as entidades mais
procuradas nos terreiros. Assim como os caboclos, usam ervas em suas mandingas e mirongas. Suas rezas e
invocações são poderosas. Com suas cachimbadas e fala matreira, espargem fumaça sobre a pessoa que está
recebendo o passe e higienizam as auras com larvas astrais e energias negativas. Com seus rosários e seu grande
amor, são notáveis evangelizadores de Cristo e, com muita “facilidade”, doutrinam os obsessores que acompanham
os consulentes.

Demonstram que não é o conhecimento intelectual ou a forma racial que vale no atendimento caridoso, mas a
manifestação amorosa e sábia, de acordo com a capacidade de entendimento de cada filho de fé que os procuram.

Crianças

As crianças nos trazem alegria e o poder da honestidade, da pureza infantil. Aparentemente frágeis, têm muita força
na magia e atuam em qualquer tipo de trabalho. Essa vibratória serve, também, para elevar a autoestima do corpo
mediúnico, após atendimentos em que foram transmutados muita tristeza, mágoa e sofrimento. É muito bom ir para
casa depois de uma sessão “puxada” no terreiro, impregnados da alegria inocente das crianças.

Exus

As entidades que atuam como Exus são como guardiões e zeladores de nossos caminhos (nossas encruzilhadas
cármicas). A vibração dessa linha atua numa faixa de retificação evolutiva, fazendo que, muitas vezes, sua atuação
seja confundida com o mal, o que não é de forma alguma verdadeiro. Ocorre que todos nós estamos imersos numa
linha de continuidade temporal, ou seja, “mergulhados” no processo de reencarnações sucessivas, pertencentes a
um ciclo evolutivo neste planeta, entendido como estágio humanizado do espírito.

Africanos

Muitas entidades se apresentam como africanas no Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade. São falangeiros
de Ogum, Xangô, Oxossi e dos demais Orixás, que, juntamente com os caboclos, atuam na egrégora da Casa para
fazer a caridade. É preciso dizer que a forma de apresentação dos espíritos não altera fundamento, pois,
infelizmente, ainda é grande , mesmo por dentro da Umbanda, o preconceito com tudo o que remete à África.

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Orientais

Os orientais se apresentam como hindus, árabes, marroquinos, persas, etíopes, chineses, egípcios e tibetanos, e nos
trazem conhecimentos milenares. São espíritos que encarnaram entre esses povos e que ensinam ciências “ocultas”,
cirurgias astrais, projeções da consciência, cromoterapia, magnetismo, entre outras práticas para a caridade que não
conseguimos ainda transmitir em palavras. Por sua alta frequência vibratória, criam poderosos campos de forças
para a destruição de templos de feitiçaria e de magias negativas do passado, libertando os espíritos encarnados e
desencarnados. Incentivam-nos no caminho da evolução espiritual, por meio do estudo e da meditação; conduzem-
nos a encontrar o Cristo interno, por meio do conhecimento das leis divinas aplicadas em nossas atitudes e ações;
atuam com intensidade no mental de cada criatura, fortalecendo o discernimento e a consciência crística.

Ciganos

Os ciganos são espíritos ricos em histórias e lendas. Foram nômades em séculos passados, pertencentes a várias
etnias. Em grande parte são do antigo oriente. Erroneamente são confundidos com cartomantes ociosas de praças
públicas que, por qualquer vintém, leem as vidas passadas. São entidades festeiras, amantes da liberdade de
expressão, excelentes curadores, trabalham com fogo e minerais. Cultuam a Natureza e apresentam completo
desapego às coisas materiais. São alegres, fiéis e ótimos orientadores nas questões afetivas e dos relacionamentos
humanos. Utilizam comumente nas suas magias moedas, fitas, perfumes e outros elementos para a caridade, de
acordo com certas datas e dias especiais sob a regência das fases da Lua.

Outras formas de apresentação dos espíritos

Quanto às demais formas de apresentação das Entidades na Umbanda, entendemos que fazem parte da diversidade
regional desse enorme país, quando de acordo com os agrupamentos terrenos. Por exemplo: os boiadeiros
pertencem a uma falange de espíritos que estão ligados à economia fortemente baseada na agropecuária; os
marinheiros se manifestam mais intensamente nas regiões litorâneas que dispõem de portos, como o Rio de Janeiro;
os baianos, no Sudeste, com ênfase para o estado de São Paulo, onde sempre foi intensa a migração de
nordestinos. Isso ocorre porque a Umbanda é um movimento religioso mediúnico de inclusão e, como tal, propicia a
manifestação de todas as formas e raças espirituais, segundo o compromisso cármico assumido entre encarnados e
desencarnados.

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