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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ

CURSO : ENGENHARIA QUÍMICA


DISCIPLINA : MATEMÁTICA APLICADA À ENGENHARIA QUÍMICA
PROFESSOR : FERNANDO BRUNO MARTINS NUNES1

0.1 ESPAÇO VETORIAL


Seja um conjunto V , não-vazio, sobre o qual estão definida as operações adição e multiplicação
por escalar, isto é:

• Para todo u, v ∈ V , u + v ∈ V ;

• Para todo α ∈ R e Para todo u ∈ V , α.u ∈ V .

O conjunto V com essas duas operações é chamado de espaço vetorial real (ou espaço
vetorial sobre R) se forem verificados os seguintes axiomas:
(A) Em relação à adição :
(A1 ) Para todo u, v, w ∈ V teremos

u + (v + w) = (u + v) + w.

(A2 ) Para todo u, v ∈ V teremos

u + v = v + u.

(A3 ) Existe 0 ∈ V tal que para todo u ∈ V teremos

u + 0 = u.
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Doutor em matemática pura

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(A4 ) Para todo u ∈ V existe −u ∈ V tal que

u + (−u) = 0.

(M ) Em relação à multiplicação por um escalar : Para todo u, v ∈ V e para todo α, β ∈ R


teremos
(M1 )

α.(β.u) = (α.β).u.

(M2 )

(α + β).u = α.u + β.u.

(M3 )

α(u + v) = α.u + α.v.

(M4 )

1.u = u.

Então, os conjuntos que verificam as condições enunciadas são ditos espaços vetoriais.
OBSERVAÇÃO 1 : Os elementos do espaço vetorial V são chamados de vetores,
independente de sua natureza. Pode parecer estranho, o fato de se chamar de vetores os
polinômios, (quando V for constituı́do de polinômios), as matrizes (quando V for constituı́do
de matrizes), os números (quando V for constituı́do for um conjunto numérico), e assim
por diante. Podemos fazer isso, pois esses elementos de natureza tão distinta se comportam
de forma idêntica nas operações de adição e multiplicação de escalar, como se estivéssemos
trabalhando com os próprios vetores do R2 e R3 .
OBSERVAÇÃO 2 : Se tivéssemos tomado para escalares o conjunto dos números
complexos C, V seria um espaço vetorial complexo.

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0.1.1 SUBESPAÇO VETORIAL

Sejam V um espaço vetorial e S um subconjunto não-vazio de V . O subconjunto S é um


subespaço vetorial de V se S é um espaço vetorial em relação à adição e à multiplicação por
um escalar definidas em V . Para mostrar que um subconjunto S é um subespaço vetorial de
V , deverı́amos testar os 8 axiomas de espaço vetorial relativos à adição e multiplicação, mas
como S é parte de V , não há necessidade. Um subconjunto S então é um subespaço vetorial
se estiverem satisfeitas as condições:
Para todo u, v ∈ S e para todo α ∈ R teremos
(i)

u + v ∈ S,

(ii)

α.u ∈ S.

OBSERVAÇÃO : Todo espaço vetorial V admite pelo menos dois subespaço: o conjunto
{0}, chamado subespaço zero ou subespaço nulo, e o próprio espaço vetorial V, que são
chamados de subespaços triviais de V. Os demais são chamados de subespaços próprios de
V.

0.1.2 COMBINAÇÃO LINEAR

Sejam os vetores v1 , v2 , ..., vn do espaço vetorial V e os escalares a1 , a2 , ..., an . Qualquer vetor


v em V da forma

v = a1 .v1 + a2 .v2 + ... + an .vn

é uma combinação linear dos vetores v1 , v2 , ..., vn .

0.1.3 SUBESPAÇO VETORIAL GERADO

Sejam V um subespaço vetorial e A = {v1 , v2 , ..., vn } ⊂ V .

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O conjunto S de todos os vetores de V que são combinações lineares dos vetores de A é
um subespaço vetorial de V .

0.1.4 DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA LINEAR

Sejam V um subespaço vetorial e A = {v1 , v2 , ..., vn } ⊂ V . Consideremos a equação,

a1 .v1 + a2 .v2 + ... + an .vn = 0 (1)

com ai números reais.


O sistema admite pelo menos uma solução, isto é, se a1 = a2 = ... = an = 0 chamada de
solução trivial.
O conjunto A diz-se linearmente independente (LI), ou os vetores v1 , v2 , ..., vn são LI ,
caso a equação (1) admita apenas a solução trivial.
Se existirem soluções ai 6= 0, diz-se que o conjunto A é linearmente dependente (LD),
v1 , v2 , ..., vn são LD.

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EXERCÍCIOS

1. Represente os seguintes vetores no R2 .

(a) u = (1, 2).

(b) v = (−3, 4).

2. Represente os seguintes vetores no R3 .

(a) u = (−1, 2, 7).

(b) v = (−3, 1, 4).

3. Mostre se os vetores dados são linearmente dependentes (L.D.) ou linearmente


independentes (L.I.).

(a) u = (2, 3) e v = (5, 7).

(b) u = (−2, 3) e v = (6, −9).

(c) u = (1, −3, 6) e v = (1, 2, 3).

(d) u = (−2, −3, −10) e v = (4, 6, 20).

4. Mostre que o RN é um espaço vetorial sobre R.

5. Mostre que o M2×2 (R)(espaço das matrizes de ordem 2 por 2) é um espaço vetorial
sobre R.

6. Verifique se W é ou não subespaço vetorial.

(a) W = {(x, 1), x ∈ R} ⊂ R2 .

(b) W = {(−x, 0), x ∈ R} ⊂ R2 .

(c) W = {(x, 0, y, 0), x, y ∈ R} ⊂ R4 .

(d) W é o espaço das funções deriváveis e V o espaço das funções reais, com W ⊂ V .

(e) W é o espaço das funções integráveis e V o espaço das funções reais, com W ⊂ V .

(f) W é o espaço das funções que possuem limites finitos e V o espaço das funções
reais, com W ⊂ V .

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(g) W é o espaço das funções contı́nuas e V o espaço das funções reais, com W ⊂ V .

7. Mostre um gerador para os seguintes espaços vetoriais.

(a) R4 .

(b) M3×3 (R).

(c) P2 (R) espaço dos polinômios de grau menor ou igual a 2.

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