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Método:

É o conjunto de técnicas e instrumentos utilizados para um determinado fim.

Através de estudos preliminares, conseguimos escolher o nosso tema e formular o problema ao qual
queremos responder, através de hipóteses, objetivos e questões. O método utilizado para responder ao
nosso problema, deverá passar pela distribuição das etapas de investigação no tempo (um cronograma), e
a utilização de ferramentas de análise e recolha de dados.

Formular o problema:

Na abordagem qualitativa, o problema de investigação pode ser formulado de forma muito geral e
normalmente decorre dos dados recolhidos durante a investigação. O problema de investigação foca o
investigador no que é central para a sua investigação, guiando todo o seu percurso.

 Centra a investigação numa área concreta – neste caso, no turismo de aldeia em eco aldeias
portuguesas;
 Organiza o trabalho, dando-lhe uma direção e coerência;
 Delimita o estudo, mostrando as suas fronteiras no âmbito da literatura cientifica, população, método;
 Guia a revisão da literatura para a questão central;
 Aponta para o tipo de dados que é preciso recolher – qualitativos.
 A definição do problema deve ser o mais especifica possível contendo: o objeto da investigação
(fazer referencia ao que se vai estudar), os sujeitos (com quem se vai estudar) e as variáveis (como
se vai estudar o problema).
 Contributos para a definição do problema de investigação: interesse e experiencia do investigador,
vontade de testar a aplicação de uma teoria a um determinado problema social, replicação de
estudos prévios, identificação de resultados contraditórios em estudos prévios.

Avaliação do problema de investigação:

 Exequibilidade – o problema tem de ser concretizável, ou seja, tem de poder ser respondido mediante
a recolha e análise de dados;
 Relevância – o problema tem de ser importante para o estado atual do conhecimento, isto é, o
problema e os resultados têm de ter importância teórica e prática;
 Clareza – o problema tem de ser reformulado sem termos vagos ou confusos; deve ser curto, preciso
e mostrar o objetivo da investigação;
 Deve dar pistas para o tipo de investigação que se vai realizar: abordagem metodológica, tipo de
estudo, a população (em quem incide a investigação), e quais as variáveis a investigar.

Definição do paradigma da investigação: Na conceção de um plano de investigação há que tomar


algumas decisões quanto à perspetiva epistemológica, ao paradigma de investigação, à metodologia e aos
métodos de análise.
A investigação é um processo de busca intencional, consistente, metódica e orientada, visando dar resposta
a problemas colocados pela praxis social. Produz novo saber, conhecimento e experiencias sobre a
realidade estudada, permitindo resolver ou ajudar a resolver os problemas que estiveram na origem do
processo de busca.
Questão ontológica: qual a natureza da realidade?
Questão epistemológica: qual a natureza do conhecimento e as relações entre o sujeito e o objeto de
conhecimento?
O conhecimento quanto à sua origem, de onde se parte:
Racionalismo – conhecimento com origem na razão (não dos sentidos), abordando o tema do
conhecimento a partir das ciências exatas.
Empirismo – conhecimento com origem na experiência, sendo que estas são as únicas
responsáveis pela formação de ideias e conceitos existentes no mundo – dá importância às ciências
experimentais.
O conhecimento quanto à sua essência (natureza):
Objetivismo – centrado no objeto de estudo, sendo o fenómeno independente da experiencia
subjetiva do sujeito.
Subjetivismo – centrado no sujeito que investiga. O sujeito é o centro do conhecimento
cientifico.
Questão metodológica: como pode o sujeito conhecer o objeto de conhecimento?

 A ligação entre o objetivismo e o subjetivismo (decisão epistemológica);


 A posição filosófica (positivista, pós-positivista, construtivista ou interpretativa, socio crítica ou
pragmática)
 Metodologia (pesquisa experimental, etnográfica, investigação-ação, grounded theory, entre outros),
deverá ser congruente com os métodos e técnicas de recolha e analise de dados, tais como:
o Experiências, entrevistas, observação participante, focus groups, inquérito, estudo de caso,
analise documental, historias de vida, análise de discurso, entre outros).

PARADIGMAS Epistemologia Metodologia Método Técnica

Positivista
Pós-positivista Experiência
Objetivismo Quantitativa Experimental
(validação da controlada
teoria)
Construtivista
Estudos
Interpretativo Observação e
etnográficos
(interpretação Subjetivismo Qualitativa Observação
Grounded
da interação participante
theory
social)
Socio-critico ou Investigação- Estudos de
Subjetivismo Qualitativa
advocacia ação caso
(mudança Entrevistas
social – Histórias de
intervenção) vida
Inquérito,
Pragmático entrevistas,
Qualitativa e
(resolver Subjetivismo Mistos estudo de
Quantitativa
problemas) caso,
observação

Construtivista e socio-critica:

Técnicas: análise de discurso, análise documental, estudos de caso, observação participante e não
participante, entrevistas, focus group, técnica delphy, mapas cognitivos, diários de bordo, historias de vida
e narrativas. A utilização de uma ou de outra técnica tem mais a ver com a natureza do objetivo de
investigação, ou seja, se se pretende interpretar a interação discursiva entre o investigador e o objeto de
estudo ou se se pretende intervir nas dinâmicas sociais, promovendo mudanças.

Profundidade da questão:

Exploratório: visa obter um primeiro conhecimento da situação em estudo (caracter provisório)

Descritivo: descrever os fenómenos incluindo uma grande variedade de pesquisas de largo espectro
que utilizam questionários ou entrevistas (survey).

Comparativo: estabelecer relações de causa-efeito entre fenómenos, sem manipular variáveis


porque a variável independente é fixa.

Experimental: manipula-se a variável independente e estuda-se o seu efeito sobre as variáveis


dependentes em grupos de sujeitos, equivalentes, selecionados de forma aleatória.

Quase experimental: semelhante ao anterior, utiliza-se quando os grupos não são equivalentes.

Duração temporal:

Transversal: se estuda os sujeitos num só dado momento.

Longitudinal: se estuda os sujeitos em diferentes momentos ao longo do tempo.

Painel: estudo longitudinal que incide sempre sobre os mesmos sujeitos.

Tendência: estudo longitudinal que incide sobre sujeitos diferentes.

Cohort study: estudo longitudinal que incide sobre os mesmos sujeitos que partilham uma característica
comum (muito usado na medicina).

Metodologia

Abordagem metodológica quantitativa, qualitativa ou mista


Metodologia: caminho para um conjunto de abordagens utilizadas para recolher dados a utilizar como base
para a inferência da interpretação.

Investigação: Procura de solução para um problema. Pesquisa sistemática, controlada, empírica, critica dos
fenómenos guiados por teorias e hipóteses acerca das presumíveis relações entre esses fenómenos.

Após uma ideia clara do problema de investigação e uma boa base de revisão da literatura, o próximo passo
é fazer uma escolha preliminar da metodologia. Devem distinguir-se três conceitos relacionados:

 Perspetivas de investigação – qualitativa/quantitativa/mista


 Tipos de investigação – experimental/quase/causal-comparativo/correlação/descritivo/estudo
de caso/etnográfico/investigação-ação
 Métodos de investigação

A investigação qualitativa está interessada em descobrir e observar fenómenos, procurando descrevê-los,


classificá-los e interpretá-los. Enfatiza uma visão fenomenológica, na qual a realidade está inerente à
perceção dos indivíduos. Estudos derivados deste tipo de investigação são focados em significado e
compreensão, inclusive dos casos particulares, de forma holística (global), não fragmentam a realidade –
objetivo.

Naturalista, estudo de campo, estudo de caso, construtivismo, significado, realidades múltiplas.

Seleção de um projeto → Formulação de questões → Recolha e Registo de Dados → Análise


Qualitativa dos Dados → Formulação de questões e Redação do Relatório.

Na investigação qualitativa, as hipóteses formulam-se para os problemas que emergem no decurso da


investigação, ou seja, é correto formular hipóteses indutivas decorrentes das observações do investigador,
como forma de orientar o processo de recolha de dados. Os planos de investigação deste tipo de abordagem
são mais flexíveis e procuram ajudar-nos a compreender os sujeitos estudados no seu contexto.

Amostras: na Qualitativa, não são representativas, geralmente pequenas, não aleatórias, essencialmente
intencionais.

Recolha de dados: Técnicas não pensadas anteriormente por ser um processo mais flexível, abordagem
individualizada, observação participante, entrevista etnográfica. Através de testes, escalas, entrevistas,
observações, questionários e documentos.

Análise de dados: Baseada nas descrições verbais, trabalho de interpretação, análise de conteúdo,
citações e notas de campo.

Redação: Menos estruturada, depende do investigador, surgem aspetos subjetivos.

Revisão da Literatura (não corresponde ao mesmo que a revisão sistemática da literatura)

Tem por objetivo gerar informação para uma melhor compreensão do fenómeno social em estudo e passa
por identificar toda a investigação anterior relacionada com o objeto de estudo. E permite planear a
investigação, definir a técnicas de recolha de dados e interpretar os resultados encontrados, ou o que se
pretende testar (hipóteses). Proporciona informação recente e atual sobre o tema que se investiga.
A revisão da literatura ajuda-nos a centrar e a refinar o problema, assim como aprofundar o conhecimento
do problema e desenvolver o seu significado – encontrar um vazio na investigação que justifique a relevância
da investigação proposta.

 Conversar com outros investigadores, outros peritos e assistir a conferências.

Identificação das fontes

 Fontes secundárias – a que recolhe de forma resumida a investigação levada a cabo por outros
investigadores, ou seja, qualquer publicação referida por um autor em que não foi o próprio a
implementar o processo de pesquisa. São importante porque permitem formular uma visão geral do
problema e identificam possíveis fontes primárias (estudos).
o Sebentas, manuais, enciclopédias, artigos de revisão de literatura.
 Fontes primárias – é sempre o objetivo final da revisão da literatura. São artigos originais ou
relatórios de investigação em que o autor explica qual foi o objetivo do estudo, que metodologia ou
método utilizou, qual a amostra e os resultados. Justificam a relevância do tema.

Pesquisa das fontes – mencionar bases de dados utilizadas, assim como as palavras chave
utilizadas.

Catálogos de bibliotecas em suporte informático;

Bases de dados online:

 Dialnet.es
o https://dialnet.unirioja.es/buscar/documentos?querysDismax.DOCUMENTAL_TODO
=ecoaldeias
o https://dialnet.unirioja.es/servlet/tesis?codigo=27067
o https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3612175
o https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5339507
o https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=268728

 Redib.pt
o https://redib.org/recursos/Record/oai_articulo1017643-construc%C3%A3o-
alternativa-contracultura-movimento-alternativo-ecovilas--making-alternative-
counterculture-alternative-movement-ecovillages
o https://redib.org/recursos/Record/oai_articulo1153918-ecoturismo-potencialidades-
desenvolvimento-sustentavel
o https://redib.org/recursos/Record/oai_articulo8598-ecoturismo-base-comunitaria-
realidade-utopia
o https://redib.org/recursos/Record/oai_articulo427111-structure-charateristics-
community-based-rural-tourism-costa-rica
o https://redib.org/recursos/Record/oai_articulo8927-exploring-cultural-connectedness-
sustainability-rural-community-tourism-development-jamaica
o https://redib.org/recursos/Record/oai_articulo1124407-community-based-tourism-
tourism-sector-classification-system
 Thomsonreuters.com
 Ebscohost.com
 Google scholar, Yahoo, Altavista

Palavras-chave ou descritores: decorrem do problema de investigação, quanto mais bem definido este
estiver, mais proveitosa será a pesquisa. Identificar os thesaurus, ou seja, as palavras precisas utilizadas na
literatura de referencia que se relacionam com o nosso tema. Os descritores devem, numa fase final, ser
pesquisados nos títulos e resumos.

Organizar a pesquisa da literatura: Criar uma ficha para cada artigo, com:

 Referência bibliográfica completa de acordo com as normas APA;


 Ler o resumo e propósito do estudo;
 Ler os resultados;
 Resumir o seguinte: problema de investigação, tipo de estudo, variáveis, participantes,
procedimentos e instrumentos utilizados, resultados e conclusões;
 Identificar autores citados nesse artigo que sejam importantes para a pesquisa

Revisão sistemática da literatura

Planear a revisão – Etapas

1. Identificar a necessidade da revisão da literatura: a área de investigação é madura, com


bastantes estudos publicados? Já existe alguma revisão recente sobre o mesmo tema?
2. Definir as questões de investigação a que se pretende responder com a revisão:
 Essas questões são usadas para construir as strings (palavras-chave), que orientam a
pesquisa de artigos nas bases bibliográficas.
 Determinam quais as informações que devemos retirar dos artigos analisados – os
estudos primários.
3. Criar o protocolo da revisão e validá-lo
 Tem de apresentar todos os passos a utilizar na pesquisa.
 Este passo é fundamental e deve ser feito com o auxilio do orientador.
 Simular a execução do protocolo.

Conduzir a revisão seguindo o protocolo definido.


1. Identificar os estudos primários

Existem 3 estratégias de pesquisa de estudos primários:

Pesquisa manual – quando visitamos os sites procurando artigos sobre o tópico pesquisado;
Pesquisa automática – quando visitamos bibliotecas digitais para pesquisar artigos de acordo com uma
determinada palavra – chave ou um conjunto delas, as quais chamamos de strings de busca – ex: bibliotecas
digitais.

Snow-bolling – quando analisamos a lista de referências dos artigos artigos, procurando novos estudos, até
à citação zero.

As estratégias de pesquisa podem ser utilizadas individualmente ou combinadas, no entanto, para garantir
a abrangência da revisão, deve-se combinar as 3 estratégias e utilizar mais do que uma biblioteca digital.

2. Selecionar os estudos primários.

Selecionar os estudos que serão considerados na revisão – ou seja, analisados. Ler o abstract dos artigos
e decidir se valem a pena ou não. Depois desse primeiro filtro, analisar o texto completo de cada artigo.

3. Extrair as informações dos estudos primários.


4. Realizar a síntese da informação.

Após os dados serem extraídos, devem ser sintetizados de uma maneira de responda às questões de
pesquisa. A técnica para analisar a informação é a análise do conteúdo – manualmente, ou através de
programas informáticos.
flechadamata.com

http://www.aldeiasdeportugal.pt/PT/

http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/24298

https://www.homeaway.pt/info/ideias-ferias/ferias-tematicas/ideias-tematicas/ecoturismo-ferias-ecologicas

https://www.slideshare.net/jorgemoreira54966/a-importncia-das-ecoaldeias-para-o-futuro-do-planeta-jorge-
moreira-revista-o-instalador-abril-2017

https://ecovillage.org/about/gen/

http://ecoaldeiasemportugal.blogspot.pt/

 Agroturismo
 Turismo de aldeia
 Rede rural
 Federação das associações de desenvolvimento local (MINHA TERRA)
 Investigação ação (aplica-se a quem vai fazer estágio) : que documentos vamos tratar?

O propósito do meu estudo é averiguar a possibilidade de uma ligação entre o turismo sustentável e as
eco aldeias existentes em Portugal. Estas constituem motivo de visita? – optar antes por turismo de
aldeia em eco comunidades

Definir turismo de aldeia

Definir eco comunidades

Slow tourism? Ou turismo de bem estar?

ABORDAGEM QUALITATIVA

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